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Luana Soares O QUE SERÁ DE MARIA? CONHECER A EMBRIOGENESE DO SISTEMA NERVOSO (SNC), SUA DIFERENCIAÇÃO E SUA ORGANIZAÇÃO ❖ PROCESSO DE DIFERENCIACAO E ORGANIZAÇÃO DO SNC • Proliferação neuronal • Migração neuronal • Diferenciação neuronal • Sinaptogênese e formação de circuitos • Mielinização • Eliminação programada de neurônios e sinapses ❖ 20° DIA EMBRIONÁRIO: As células da placa e crista neural migram em direção a linha media. ❖ 23° DIA EMBRIONÁRIO: A formação do tubo neural está quase completa ❖ 4ª SEMANA: O tubo neural se especializa em três regiões encefálicas • Rombencéfalo • mesencéfalo • Prosencéfalo ❖ 6ª SEMANA: Diferenciação do tudo neural nas regiões do encéfalo presentes no nascimento • ROMBENCÉFALO o Bulbo ou medula longa: regula o batimento cardíaco e o diâmetro dos vasos sanguíneos, da respiração, dos movimentos do tubo digestivo, coordena o vomito, a deglutição, o espirro, a tosse e o soluço. o Ponte: contém os tratos sensitivos e motores, contém os núcleos vestibulares (junto com o bulbo) que são parte da via do equilíbrio para o encéfalo. A área pneumotáxica e a área apnêustica ajudam a controlar a respiração (também junto com o bulbo). o Cerebelo: a função primária do cerebelo é avaliar como os movimentos iniciados nas áreas motoras do telencéfalo (cérebro), quando estes movimentos não estão sendo executados corretamente, o cerebelo corrige estas discrepâncias, enviando sinais de retroalimentação para áreas motoras do córtex cerebral por meio de conexões com o tálamo. Além disso é a principal região encefálica que controla a postura, equilíbrio e tônus muscular • MESENCÉFALO o Conecta a ponte e o diencéfalo. Contem tratos sensitivos e motores. Os folículos superiores coordenam os movimentos da cabeça, olhos e tronco em resposta aos estímulos visuais. Os folículos inferiores coordenam os movimentos da cabeça, olhos e tronco em resposta aos estímulos auditivos. • PROSENCÉFALO Luana Soares o Diencéfalo − Tálamo: Transmite quase todas aferências sensitivas para o córtex cerebral, contribui com as funções motoras transmitindo impulsos do cerebelo e dos núcleos da base para a área motora primaria do córtex cerebral. Auxilia na manutenção da consciência. O tálamo atua sobretudo como um centro de retransmissão através do qual todas as informações sensitivas passam em direção ao cérebro − Hipotálamo: controla e integra as atividades da divisão autônoma do sistema nervoso. Produz vários hormônios - tais como os hormônios liberadores e inibidores, a oxitocina e hormônio antidiurético (ADH). Regula os padrões emocionais e comportamentais (juntos com o sistema límbico). Contém os centros da fome e da saciedade, o centro da sede e o núcleo supraquiasmático (que regula os ritmos circadianos), Funciona como um termostato para regular a temperatura corporal. − Epitálamo: formado pela glândula pineal (que produz melatonina) e pelos núcleos habenulares (envolvidos com o olfato). As áreas sensitivas do córtex cerebral estão envolvidas com a percepção de informações sensitivas; as áreas motoras, com o controle dos movimentos voluntários; e as áreas associativas, com funções integradoras mais complexas, tais como a memória, os traços de personalidade e a inteligência. − O sistema límbico está relacionado com uma séride de emoções, incluindo prazer, dor, docilidade, afeto, medo e raiva. o Telencéfalo (cérebro): centro sensitivos e motores (sede da inteligência) tem o córtex e os lóbulos o córtex é substancia cinzenta (formada pelo corpo dos neurônios), na substancia branca é formada por axônios de 3 tipos de associação (conduzem impulso entre giros do mesmo hemisférios), comissurais (conduz o impulso para o hemisférios adjacente) e de projeção (conduz o impulso do cérebro para as parte inferiores do sistema nervoso central tálamo, medula e tronco) o É constituído por cinco lobos pareados em dois hemisférios. o Contém substancia branca em seu córtex e nos núcleos cerebrais mais profundos. o Principal responsável pelas funções mentais superiores. o O cérebro constitui-se pelos hemisférios direito e esquerdo, os quais são conectados internamente por um grande trato de fibras denominado corpo caloso. O corpo caloso é o principal trato de axônios que interconecta funcionalmente os hemisférios cerebrais direito e esquerdo ❖ 11ª SEMANA: Crescimento rápido do cérebro mais do que das outras áreas ❖ 40ª SEMANA: No nascimento o cérebro já encobriu a COMPREENDER A ANATOMIA DO SNC E SUAS DIVISÕES E FUNÇÕES O sistema nervoso é divido em: ➢ Estruturalmente ❖ ENCÉFALO (protegido pelo crânio e pela barreira hematoencefálica) - da base do encéfalo, emergem 12 pares (direitos e esquerdos) de nervos craniano • Cérebro o Telencéfalo o Diencéfalo Luana Soares − Tálamo: centro de integração e retransmissão para as informações sensoriais e motoras − Glândula pineal: secreção de melatonina − Hipotálamo: homeostasia e impulsos comportamentais − Hipófise: secreção hormonal • Cerebelo: coordenação do movimento • Tronco encefálico o Mesencéfalo: movimentos dos olhos o Ponte: estação retransmissora entre cérebro e cerebelo; coordenação da respiração o Bulbo: controle de funções involuntária ❖ MEDULA ESPINAL (protegida pelos ossos da coluna vertebral, que a envolvem) • Trinta e um pares de nervos espinais emergem da medula espinal, cada um deles inervando uma região específica nos lados direito e esquerdo do corpo • Integra e coordena os sinais neurais que chegam e saem e realiza funções mentais superiores, como o raciocínio e o aprendizado. • As meninges (Pia-máter, aracnoide e dura-máter) circundam e protegem o SNC. o − É formado pelos nervos cranianos, espinais e periféricos, que conduzem impulsos a partir do SNC (nervos motores ou eferentes) e de volta para ele (nervos sensitivos ou aferentes), por gânglios e por terminações nervosas especializadas (tanto motoras quanto sensitivas). • Funcionalmente o − Controla as funções que estão sob controle voluntário consciente, com a exceção dos arcos reflexos − Inervação sensitiva: conduzem a informação para o SNC a partir de receptores sensitivos na pele, nos músculos esqueléticos e nas articulações e a partir dos receptores para os sentidos especiais (visão, audição, equilíbrio, paladar e olfato). − Inervação motora (eferente): transportam a informação do SNC apenas para os músculos esqueléticos. Essas estão envolvidas no efluxo de informações do SNC, resultando em contração muscular. Essas respostas motoras podem ser controladas conscientemente o − Também possui componentes sensitivos e motores. − Os neurônios sensitivos autônomos (viscerais) transportam a informação para o SNC a partir dos receptores sensitivos autônomos, localizados principalmente nos órgãos viscerais (órgãos musculares lisos no tórax, no abdome e na pelve). − Os neurônios motores autônomos transportam a informação do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas e provocam a contração dos músculos e a secreção das glândulas. Como suas respostas motoras normalmente não estão sob controle consciente, a ação da DASN é involuntária. − As duas principais subdivisões da DASN são a parte simpática e a parte parassimpática. Luana Soares o − “cérebro do intestino”. − Possui componentes sensitivos e motores, que são capazes de operar independentemente, mas que podem se comunicar e são regulados por outros ramos da DASN. − Os neurônios sensitivos da PESN monitoram alterações químicas no sistema digestório, bem como o estiramento de suas paredes. − Os neurônios motores da PESN controlam a contração do músculo liso do tubo gastrintestinal para propelir o alimento por ele. Esses neurônios também controlam as secreções dos órgãos do tubo gastrintestinal, como a secreção ácida do estômago, eas células endócrinas que secretam hormônios. ENTENDER A ESCALA DE GLASGOW E JOUVET E CORRELACIONAR COM A PRÁTICA CLÍNICA Desenvolvida para padronizar as observações clínicas de adultos com TCE em estado grave, com alterações da consciência. A escala tinha o objetivo de minimizar a variação entre observadores, proporciona uma abordagem padronizada e universal para monitorar e avaliar os achados da avaliação neurológica. Avalia a reatividade do paciente mediante a observação de três parâmetros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal, após esses parâmetros avaliar a reação pupilar. A aplicação da ECG é aparentemente simples e deve ser feita com base no exame do paciente 6 horas após o trauma, esse intervalo foi estabelecido tendo em vista que durante as primeiras horas pós-trauma muitos pacientes são sedados para serem intubados, ou para alívio da dor, o que pode interferir na pontuação obtida e na avaliação global do nível de consciência. Luana Soares Os indicadores utilizados para essa avaliação são os apresentados por Jouvet para realização da avaliação clínica e incluem: Perceptividade Para avaliação desse parâmetro é aplicado os seguintes testes. 1º. Solicitar ao paciente para obedecer a uma ordem escrita: "feche os olhos" ou "ponha a sua língua para fora". 2º. Orientação no tempo e espaço: "Você sabe onde está? Você sabe que dia estamos? Que mês? Que ano?". 3º. Habilidade do paciente em obedecer a um comando oral "feche seus olhos" ou "ponha a sua língua para fora" 4º. Verificar e reflexo de "blinking" que consiste no fechamento dos olhos aos estímulos visuais de ameaça (5). No parâmetro perceptividade o indivíduo é classificado em cinco categorias: • P1- indivíduos com nenhuma perda de consciência, neurologicamente normais no que se refere ao nível de consciência. Estes pacientes devem receber pontuação máxima também nos itens referentes aos 3 tipos de reatividade • P2- representa "obnubilação "; estes pacientes estão desorientados no tempo e no espaço ou são incapazes de obedecer a um comando escrito, porém executam ordens verbais; • P3- representa o que tem sido reconhecido classicamente como "torpor". Inclui indivíduos com pobre compreensão da linguagem. Para eles, uma ordem verbal precisa ser repetida muitas vezes antes de ser obedecida e mesmo assim o faz lentamente. Apresenta o reflexo de "blinking" normal; • P4- refere-se a pacientes que apresentam somente resposta a "blinking"; • P5- para aqueles incluídos nessa categoria, toda a percepção está ausente, indicando um distúrbio orgânico ou funcional dos neurônios corticais. Reatividade • Na reatividade inespecífica é considerado reação orientada positiva, aquela reação do indivíduo que quando tem seus olhos abertos, volta o olhar para o lado da cama onde ocorreu o barulho forte ou chamaram o seu nome; e a reação de despertar é considerada presente quando o indivíduo abre os olhos pelo estímulo de alguma manobra que é realizada. Quanto a reatividade inespecífica pode-se designar o indivíduo em três grupos: o R1- inclui os indivíduos que mostram uma reação orientada positiva com seus olhos abertos e uma reação positiva de despertar com os olhos fechados; o R2- inclui aqueles que perdem a reação orientada com os olhos abertos, mas puderam ainda abrir seus olhos quando desafiados; o R3- inclui indivíduos que perdem a capacidade de apresentar reação de despertar. • Na reatividade à dor pode-se dividir os pacientes em quatro grupos: o D1- é o grupo que apresenta reação normal. Há mímica característica, o choro e a retirada do membro; o D2- ocorre perda da reação facial e vocal para dor, apresenta reação de despertar quando estimulado durante o sono e pode ainda retirar o membro; Luana Soares o D3- os indivíduos incluídos nesses grupos apresentam como reação à dor somente a retirada do membro; o D4- neste grupo são incluídos os pacientes com perda de todas as formas de reação à dor. • Na reatividade autonômica é avaliada a resposta do sistema nervoso autônomo à estimulação dolorosa. A reação à dor causa um período de apneia seguido por uma mais duradoura taquipneia. O ritmo cardíaco pode acelerar ou diminuir, é frequente mudanças vasomotoras ocasionando rubor, sudorese. Midríase também é muito comum. Neste indicador os pacientes são incluídos em dois grupos: o V1- inclui aqueles indivíduos que apresentam reações neuro-vegetativas ao estímulo doloroso o V2- são classificados nesse grupo aqueles que nenhuma reação autonômica à dor pode ser notada. A pontuação final nessa escala é dada pela somatória dos números que seguem as letras de cada item avaliado. EXPLICAR COMO O TCE AFETA O CIRCUITO DE PAPEZ (MEMORIA E COGNIÇÃO) í Responde pelos comportamentos instintivos, pelas emoções e pelos impulsos básicos, como sexo, ira, prazer e sobrevivência. Forma um elo entre os centros de consciência superiores no córtex cerebral e o tronco encefálico, que regula os sistemas corporais. Luana Soares GIRO DO CINGULO • Relacionada com a depressão, ansiedade e a agressividade • Em caso de lesão pode gerar lentidão • Auxilia na determinação dos conteúdos da memória, observando-se significativo aumento de sua atividade quando as pessoas recorrem a mentira. GIRO PARA-HIPOCAMPAL • Relacionado ao armazenamento da memoria • Em caso de lesão pode levar a amnésia retrógrada isolada, com preservação da capacidade de armazenar novas memórias explicitas. HIPOTÁLAMO “estimulação” • Lateral = induz a sede, fome e fúria. • Ventromedial = saciedade, redução da fome e tranquilidade • Periventricular = medo e reações de punição. • Anteriores e posteriores = sexual TÁLAMO • Sensibilidade, motricidade, comportamento emocional e ativação do córtex cerebral HIPOCAMPO • Comportamento e memoria • Pessoas submetidas a remoção bilateral dos hipocampos conseguem acessar a memória aprendida, mas não conseguem aprender informação nova. AMÍGDALA • Emocional, aprendizado e armazenamentos de memorias afetivas SEPTO • Raiva, prazer e ao controle neurovegetativo • Comprometimento nessa área leva comportamentos hiperativos e agressivos ÁREA PRE-FRONTAL • Personalidade, tomada de decisão, seguir sequências ordenadas CEREBELO • Processos cognitivos Luana Soares • Danos nessa área leva a disfunções em tarefas executivas, de aprendizagem, memoria processual e declarativa, processamento da linguagem e funções visuais e espaciais, na cognição. As informações que chegam ao cérebro percorrem um determinado trajeto ao longo do qual são processadas. Em seguida, direcionam-se para as estruturas límbicas e paralímbicas, pelo circuito de Papez, ou por outras vias, para adquirirem significado emocional, dirigindo-se, ato contínuo, para determinadas regiões do córtex cerebral, permitindo que sejam tomadas decisões e desencadeadas ações – processos relacionados à autonomia.
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