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GUIA PRÁTICO DO FARMACÊUTICO MAGISTRAL BRENDA MARIA, DIEGO LIMA, JESSÉ OLIVEIRA E TATIANY ARAÚJO BRENDA MARIA, DIEGO LIMA, JESSÉ OLIVEIRA E TATIANY ARAÚJO O Farmacêutico 7 estrelas Prestador de serviços farmacêuticos a uma equipe de saúde; Capaz de tomar decisões; Comunicador; Líder; Gerente; Sempre atualizado; Educador. (OMS, 1997) BOAS PRÁTICAS EM FARMÁCIA MAGISTRAL ● Resolução CFF nº 467, de 28 de novembro de 2007. Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. ● Resolução RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. ● Resolução RDC nº 298, de 12 de Agosto de 2019. Aprova a 6ª edição da Farmacopeia Brasileira (FB). DEFINIÇÕES IMPORTANTES Processo Magistral: todos os procedimentos realizados em condições de qualidade e de rastreabilidade de todo o processo que transforma os insumos em produtos magistrais para dispensação ao usuário ou responsável, com as orientações para o uso racional. RASTREABILIDADE? ● É saber a origem, o destino e o local de um produto, por meio de sistemas e registros de identificação. ● Na Farmácia Magistral, os produtos são desenvolvidos de forma individualizada para cada paciente e, muitas vezes, há necessidade de mistura de vários compostos. ● Para gerenciar tais componentes, é importante documentar e registrar TODAS as informações sobre os produtos. ● Identificando os insumos com etiquetas e códigos específicos, é possível rastrear lotes contaminados e fazer o controle de qualidade. DEFINIÇÕES IMPORTANTES Preparação: procedimento farmacotécnico para a obtenção do produto manipulado. Envolve desde a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, o fracionamento de substâncias, o envase, a rotulagem até a conservação dos produtos finais. Magistral: aquela preparada na Farmácia, a partir de uma prescrição de um profissional habilitado, destinada a um paciente específico, e que estabeleça sua composição, posologia, forma farmacêutica e modo de usar. Oficinal: também preparada na Farmácia, mas baseada em um Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela ANVISA. MANUAIS DE BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS ★ O principal guia é aquele exigido pela legislação vigente – é o Manual de Boas Práticas de Manipulação em Farmácia (BPMF) que: ● Estabelece os cuidados com todas as operações da farmácia; ● Oferece qualidade dos produtos e serviços. ● Tendo a farmácia autorização/licença para proceder a prestação de serviços deverá dispor de Manual de Boas Práticas Farmacêuticas onde: ● A incumbência individual deve estar descrita neste manual e ser compreensível a todo funcionário. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Apresentação altamente detalhada de técnicas e operações que devem ser utilizadas na farmácia, aspirando proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores. REGISTRO DE RECEITAS Os registros devem ser efetuados no livro de receituário geral, de maneira informatizada ou não, devendo conter, no mínimo, os seguintes dados: • Número de ordem do Livro de Receituário Geral; • Nome e endereço do paciente ou a localização do leito hospitalar para os casos de internação; • Nome do prescritor e número de registro no respectivo conselho de classe; • Descrição da formulação contendo todos os componentes e concentrações; • Data do aviamento. RECEITUÁRIO GERAL OBS: insumos sujeitos a controle especial ou antimicrobianos Livro de Registro Específico RELATÓRIO DE AUTO INSPEÇÃO ❖ Instrumento de avaliação de conformidade documental e operacional da farmácia. ❖ Executada no mínimo anualmente ❖ O roteiro de inspeção definido na RDC no 67/2007. REGISTRO DE RECLAMAÇÕES DE USUÁRIOS ● Devem ser registradas em ficha ou livros. ● Objetivando a possibilidade de uma investigação interna e concluir sobre o ocorrido em relação ao procedimento a ser adotado. ● O registro deve conter todos os dados possíveis, além de cópias dos documentos arquivadas, como: ❖ Ordem de manipulação; ❖ Laudos de análises efetuadas; ❖ Laudos dos insumos do fornecedor ● Os colaboradores envolvidos nas atividades da farmácia devem estar inseridos em um programa de treinamento relacionado ao processo magistral. Os mesmos devem ser registrados, e conter no mínimo as seguintes informações: ➢ Atividades de capacitação realizadas (tema, conteúdo programático e avaliação); ➢ Data da realização e carga horária; ➢ Colaboradores treinados e suas respectivas assinaturas; ➢ Identificação da equipe que os treinou em cada atividade específica. TREINAMENTO ● É importante ressaltar que a farmácia deve comprovar a avaliação de efetividade dos treinamentos executados. Os treinamentos devem ser feitos: ➔ Na admissão do colaborador; ➔ Sempre que houver mudança de setor; ➔ Periodicamente; ➔ Quando, na avaliação do responsável, for necessário. ● De acordo com a RDC nº 67/2007, treinamentos iniciais e contínuos de Boas Práticas de Manipulação são obrigatórios na farmácia para a perfeita capacitação, manutenção e atualização dos conhecimentos de todos os colaboradores. TREINAMENTO • Os insumos e matérias-primas devem ser obtidos de fornecedores qualificados quanto aos critérios de qualidade, de acordo com as especificações do Anexo I da RDC nº 67/2007. • A farmácia deve descrever detalhadamente o procedimento operacional de qualificação de fornecedores e manter os registros escritos, bem como os documentos apresentados por cada fornecedor/fabricante. QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES 1. Comprovação de regularidade perante as autoridades sanitárias competentes; 2. Avaliação do fornecedor por meio de testes de controle de qualidade e da avaliação dos laudos analíticos apresentados; 3. Auditoria para comprovação do cumprimento de Boas Práticas de Fabricação, Fracionamento e Distribuição de insumos; 4. Avaliação do histórico dos fornecimentos anteriores. • Para a realização do processo de qualificação, a farmácia deve seguir os seguintes passos: QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES a. Detalhar todos os critérios do processo de avaliação em procedimento operacional padrão (POP); b. Criar modelos de roteiro e relatório de auditoria; c. Avaliar cada lote de insumos recebidos quanto a: quantidade, validade, integridade, identificação, presença de certificado de análise contendo identificação e assinatura do responsável técnico, assim como seu número de inscrição no conselho profissional; d. Verificar os seguintes documentos legais: - Autorização de Funcionamento da Empresa; - Autorização Especial (Portaria nº 344/1998); - Certidão de Regularidade do CRF; e. Conclusão: Qualificado, Qualificado com ressalva, Desqualificado. QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES Definir parâmetros e requisitos de qualidade para os insumos 01 ● Ficha de Especificação Técnica; ● Mantida no sistema informatizado que gerencia compras e manipulação. Elaborar a Ficha de Especificação Técnica02 ● Basear-se em Farmacopeias e Literaturas Nacionais e Internacionais. Avaliar constantemente o percentual de aprovações/reprovações dos insumos. 03 ● Constância do fornecimento; ● Cumprimento dos prazos para entrega; ● O fornecimento dos laudos técnicos dos insumos adquiridos; ● As condições da embalagem (identificação, lote, validade), os resultados dos laudos das análises completas verificando confiabilidade do laudo fornecido. ● RDC nº 67/2007, respeitando-se as suas características físicas e mantendo-se os resultados por escrito: ➔ Caracteres organolépticos; ➔ Solubilidade; ➔ pH; ➔ Peso; ➔ Volume; ➔ Ponto de fusão; ➔ Densidade. CONTROLE DE QUALIDADE DE INSUMOS CONTROLE DE QUALIDADE DE INSUMOS A avaliação dolaudo de análise do fabricante/fornecedor está incluída na etapa de recebimento de matérias-primas. Uma vez analisados, os insumos poderão ser classificados como: ● Aprovados; ● Reprovados; ● Aprovados com ressalva. PROCESSOS DE MANIPULAÇÃO • O farmacêutico deverá fazer a análise de cada prescrição seguindo o descrito no item 5.18.4 da RDC nº 67/2007. • A avaliação da prescrição deve observar: INTERPRETAÇÃO E AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA 1. A legibilidade e ausência de rasuras e/ou emendas; 2. Identificação da instituição ou do profissional prescritor com o nº de registro específico no conselho profissional; 3. Identificação do paciente; 4. Endereço do paciente ou localização do leito hospitalar em caso de internação; 5. Identificação da substância ativa segundo a DCB ou DCI, concentração/dosagem, forma farmacêutica, quantidades e unidades; 6. Modo de usar e posologia; 7. Duração do tratamento; 8. Local e data da emissão; 9. Assinatura e identificação do prescritor; • O farmacêutico também deve verificar incompatibilidades farmacotécnicas e farmacocinéticas, fazer cálculos de correção de equivalência, de teor e de umidade, correções e conversões de unidades, entre outros. • Após a interpretação e a avaliação da prescrição, é responsabilidade do farmacêutico manter contato com o prescritor para eventuais correções, assegurando que a prescrição e os processos posteriores a ela estejam corretos. INTERPRETAÇÃO E AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA * Resolução CFF nº 625/2016 ANÁLITICA SEMI-ANÁLITICA PESAGEM • Possuir pelo menos uma balança em cada laboratório • Capacidade/sensibilidade compatíveis, calibrada, ou dispor de uma central de pesagem onde as balanças estarão instaladas • Procedimentos que impeçam a contaminação cruzada e microbiana. MONITORAMENTO DE PROCESSO LABORATÓRIOS DE MANIPULAÇÃO Devem se adequar às operações realizadas (salas de manipulação e cabines especiais) e ter dimensões que facilitem ao máximo a limpeza, a manutenção e o fluxo de pessoas, de documentos e materiais. RDC nº 67/2007, e sua atualização dada pela Resolução RDC nº 21, de 20 de maio de 2009. Análises em preparações magistrais: • O teor e a uniformidade de conteúdo do princípio ativo, o peso médio para cápsulas e o pH para soluções. • Os resultados de todas as análises devem ser registrados e arquivados no estabelecimento. preparação de sólidos, semi-sólidos ou líquidos CONTROLE E CONFERÊNCIAS FINAIS Fiscalizado pelo Farmacêutico. Conferência de todas as etapas do processo de manipulação. O prazo de validade. A integridade. As quantidades das embalagens. A clareza e a exatidão das informações do rótulo. A conformidade com a prescrição. Verificação dos dados dos prescritores habilitados, do paciente/usuário e da farmácia. Bem como as etiquetas orientativas exposta na embalagem. DISPENSAÇÃO Orientação aos pacientes/clientes Objetivando o uso correto e racional dos produtos. Todas as receitas avaliadas devem ser carimbadas pela farmácia. Com a identificação do estabelecimento, a data da dispensação e o número de registro da manipulação de forma a comprovar o aviamento. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ● Devem ser compatíveis com a finalidade da farmácia, calibrados e verificados e em perfeita condição de uso, mantendo um programa de manutenção; ● Tal programa deve considerar a capacidade da farmácia, de acordo com a demanda de uso e com a sua capacidade de produção. ● Cada farmácia deve elaborar seu próprio programa. ● Devem ser compatíveis com a finalidade da farmácia, calibrados e verificados e em perfeita condição de uso, mantendo um programa de manutenção; ● Tal programa deve considerar a capacidade instalada na farmácia, de acordo com a demanda de uso e com a sua capacidade de produção. ● Cada farmácia deve elaborar seu próprio programa. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ❖ Para calibrações dos instrumentos de medição, a farmácia deve definir a contratação dos serviços de calibração e o cronograma para a realização dos mesmos. ❖ É imprescindível documentar a rastreabilidade metrológica, de todos os equipamentos e dos padrões utilizados na calibração de um dado equipamento (mencionados no certificado de calibração), pelo laboratório contratado, o qual deverá ser autorizado pelo INMETRO/IPEM e certificados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC). ❖ Deve ser feita a verificação diariamente, antes do início das atividades. ❖ Os padrões utilizados nas verificações também precisam ser rastreáveis, com registro na RBC e, por isso, também devem ser calibrados. VIGILÂNCIA SANITÁRIA Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências. Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências. 6 DROGARIAS NO MUNICÍPIO DE MANAUS
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