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Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI Curso de Fisioterapia – 5ª Fase Disciplina: Patologia 1 Professora: Dra. Ana Inês Gonzáles ana.gonzales@unidavi.edu.br Etiologia e Patogenia Geral das lesões @anainesgonzales @gonzales_reabilitacao Todas as doenças têm causa (ou causas) que atua(m) por determinados mecanismos, os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos/células, que resultam em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, produzindo manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). (Bogliolo, 2019) (Bogliolo, 2019) E agora eu pergunto……. Diferentes doenças podem apresentar componentes comuns? E agora eu pergunto……. Diferentes doenças podem apresentar componentes comuns? SIM Os aspectos etiopatogênicos e fisiopatológicos das doenças são indispensáveis para bom diagnóstico, boa prevenção e boa terapêutica, sendo essa a abordagem mais adequada para a correta formação do profissional de saúde. (Bogliolo, 2019) Nunca se esqueça……. Vamos a um exemplo……. E aí, todos prontos? ……. Vamos começar!!!! Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI Curso de Fisioterapia – 5ª Fase Disciplina: Patologia 9 Professora: Dra. Ana Inês Gonzáles ana.gonzales@unidavi.edu.br Adaptação Celular @anainesgonzales @gonzales_reabilitacao Visão Geral: Manifestações celulares à agressão Lesão ou processo patológico: conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após agressões É compreensível, portanto,que o aspecto morfológico de uma lesão seja diferente quando ela é observada em diferentes fases de sua evolução. LESÕES Dinâmicas cura cronicidade Surgem e evoluem de maneiras variadas Processos Patológicos Diferentes fases de uma lesão É evidente a diferença nos aspectos morfológicos (forma) do tecido em cada fase da doença É importante compreender……. Uma única doença pode apresentar diferentes fases e diferentes aspectos morfológicos e funcionais? Vamos a outro exemplo……. ASPECTOS CRONOLÓGICOS DE UMA DOENÇA O principal alvo de agente agressores são as moléculas! A lesões ocorrem em nível MOLECULAR Ação direta - Lesão celular direta Ação indireta - Tentativa de defesa (Bogliolo, 2019) O principal alvo de agente agressores são as moléculas! A lesões ocorrem em nível MOLECULAR Ação direta - Lesão celular direta Ação indireta - Tentativa de defesa Neste sentido, o mesmo mecanismo que lesa um invasor vivo (p. ex., um microrganismo) é potencialmente capaz de lesar também as células do organismo invadido. (Bogliolo, 2019) Visão Geral: Manifestações celulares à agressão Alvo dos agentes agressores MACROMOLÉCULAS Toda lesão se inicia no nível molecular ✓ Modificações na estrutura das membranas, ✓ Modificações do citoesqueleto e de outros componentes ✓ Além do acúmulo de substâncias nos espaços intercelulares. ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS CELULARES Visão Geral: Manifestações celulares à agressão Ação dos agentes agressores: Ações diretas: alterações moleculares que se traduzem em modificações morfológicas; Ex: bloqueio sanguíneo celular; modificação DNA/RNA, bloqueio de síntese de ATP Ação indireta: mecanismos de adaptação que, ao serem acionados para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que resultam em modificações morfológicas. Ex: Mecanismo de Defesa - Pode lesar o invasor e os tecidos saudáveis Um mesmo agente agressor pode gerar a uma ação direta e indireta (Bogliolo, 2019) (Bogliolo, 2019) Se refere ao tempo entre a infecção do ser humano pelo vírus e o início dos sintomas da doença Pode ser diferente para cada indivíduo e cada doença (Bogliolo, 2019) Intervalo de tempo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais ou sintomas, que baseia o estabelecimento do diagnóstico (Bogliolo, 2019) Doença, com a manifestação de seus sinais e sintomas característicos. A transmissibilidade é máxima nos primeiros dias, geralmente três a cinco dias. (Bogliolo, 2019) Visão Geral: Respostas Celulares ao Estresse e aos Estímulos Nocivos Toda agressão gera estímulos que induzem, nos tecidos, respostas adaptativas que visam torná-los mais resistentes às agressões subsequentes. Estresse Não são estabelecidos As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos: São aquelas em que as células continuam vivas, podendo ocorrer volta ao estado de normalidade após cessada a agressão; Lesões Letais Lesões Não Letais Haverá morte celular -Necrose e Apoptose Como as células se adaptam ao estresse? Adaptações do crescimento e diferenciação celulares são as mais comuns • Alterações REVERSÍVEIS em tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica ou funções das células, em resposta a alterações do seu ambiente. Podem assumir várias formas distintas HIPERTROFIA HIPERPLASIA ATROFIA METAPLASIA E agora eu pergunto……. O que é crescimento e diferenciação celular? Mitose = crescimento celular ↑ número de células Diferenciação = é o processo no qual as células vivas se "especializam", gerando uma diversidade celular capaz de realizar determinadas funções Agora que já sabemos a diferença……. Vamos continuar!!!!! HIPERTROFIA A hipertrofia é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. Não possui novas células, apenas células maiores Síntese de mais componentes estruturais da célula e proteínas HIPERTROFIA Fisiológica ou patológica e é causada pelo aumento da demanda funcional ou por estimulação de hormônios e fatores de crescimento. Células do músculo estriado esquelético e cardíacas aumentam por hipertrofia, pois possuem limite de mitose; O estímulo mais comum para a hipertrofia do músculo é o aumento da carga de trabalho. Músculos sintetizam mais proteínas e miofilamentos P. Ex: Músculos definidos dos fisiculturistas aumento do tamanho das fibras musculares individuais, em resposta ao aumento da demanda. Aumento do fluxo sanguíneo: requer maior esforço mecânico pelas células miocárdicas. espessamento da parede do ventrículo esquerdo acima de 2 cm (normal, 1 a 1,5 cm). No coração, o estímulo para a hipertrofia é geralmente uma sobrecarga hemodinâmica crônica, devido ou à rigidez arterial ou a valvas deficientes Células musculares sintetizam mais proteínas e o número de miofilamentos aumenta. P. Ex: Hipertrofia fisiológica do útero durante a gravidez - aumento do órgão induzido por hormônio, resultante principalmente de hipertrofia das fibras musculares Hormônios estrogênicos que agem nos receptores de estrogênio do músculo liso - maior síntese de proteínas do músculo liso e em aumento do tamanho celular. NORMAL GRÁVIDO MECANISMOS DA HIPERTROFIA -Resultado do ↑ de produção das proteínas celulares. - Conhecimento baseado em estudos do coração. - A hipertrofia pode ser induzida por ações conjuntas de: ✓ Sensores mecânicos (que são iniciadas por aumento da carga de trabalho) ✓ Fatores de crescimento (incluindo TGF-β, fator-1 de crescimento semelhante à insulina [IGF-1], fator de crescimento fibroblástico) ✓ Agentes vasoativos (tais como agonistas α-adrenérgicos, endotelina-1, e angiotensina II). • Seja qual for a causa e o mecanismo de hipertrofia cardíaca, ela finalmente alcança um limite depois do qual o aumento da massa muscular deixa de ser capaz de compensar a sobrecarga e pode se tornar; PATOLÓGICO - Morte celular; - IC Hipertrofia – aumento em tamanho das células ou tecidos, algumas vezes uma organela pode sofrer hipertrofia seletiva. P. Ex.: Ingestão de determinadas drogas e álcool causa hipertrofia do retículo endoplasmático liso (agranular) Muito desenvolvido em células do fígado Ocorre um aumento de volume do REL dos hepatócitos, onde a droga é metabolizada HIPERPLASIA Hiperplasia é um aumentodo número de células em um órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da massa de um órgão ou tecido. Aumenta o número de células Geralmente ocorre junto com a hipertrofia e pelos mesmos estímulos externos Fisiológica ou patológica. Só ocorre quando as células são capazes de se dividirem HIPERPLASIA Fisiológica: (1) Hiperplasia hormonal – aumenta a capacidade funcional de um tecido, quando necessário; P. Ex.: Proliferação do epitélio glandular da mama feminina (puberdade e gravidez), geralmente acompanhada por aumento (hipertrofia) das células epiteliais glandulares. ↑ do número e ↑ do tamanho HIPERPLASIA Fisiológica: (2) Hiperplasia compensatória – aumenta a massa de tecido após lesão. Em indivíduos que doam um lobo do fígado para transplante, as células restantes proliferam e logo o órgão cresce e retorna ao seu tamanho original. P. Ex.: Regeneração hepática Lobo lateral esquerdo Lobo médio Lobo lateral direito 3 semanas Remoção de 2/3 dos lobos de um fígado de rato HIPERPLASIA Patológica: Excesso de hormônios ou fatores de crescimento atuando em células alvo. Causa comum de sangramento menstrual anormal HIPERPLASIA Patológica: P.Ex.: Hiperplasia prostática benigna Androgênios Processo permanece controlado porque não há mutações em genes que regulam a divisão celular e a hiperplasia regride se a estimulação hormonal é eliminada Câncer: mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados HIPERPLASIA A hiperplasia é uma resposta característica a certas infecções virais: Papilomavírus – causam verrugas cutâneas e várias lesões de mucosa compostas por massas de epitélio hiperplásico. Fatores de crescimento produzidos por genes virais ou por células infectadas podem estimular a proliferação celular MECANISMOS DA HIPERPLASIA Resultado da proliferação de células maduras induzidas por: 1) Fatores de crescimento; 2) Surgimento elevado de novas células a partir de células-tronco teciduais. ATROFIA Atrofia é a redução do tamanho de um órgão ou tecido Diminuição do tamanho Diminuição do número de células Fisiológica ou patológica. Notocorda - sofre atrofia durante o desenvolvimento fetal. Útero - diminui de tamanho logo após o parto ATROFIA Patológica: Depende da causa básica e pode ser local ou generalizada. Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso): Imobilização de osso fraturado em cilindro de gesso Paciente é restrito a repouso completo no leito A redução inicial do tamanho celular é reversível quando a atividade é reiniciada. Desuso mais prolongado as fibras musculares esqueléticas diminuem em número (devido à apoptose), assim como em tamanho Atrofia dos músculos esqueléticos Aumento da reabsorção óssea - osteoporose Causas Comuns de Atrofia ATROFIA Patológica: Perda da inervação (atrofia por desnervação). O metabolismo e a função normais do músculo esquelético dependem de seu suprimento nervoso. Uma lesão dos nervos leva à atrofia das fibras musculares supridas por esses nervos ATROFIA Patológica: Diminuição do suprimento sanguíneo. Idade adulta avançada, o cérebro sofre atrofia progressiva, principalmente por causa da redução do suprimento sanguíneo causada pela aterosclerose Uma redução do suprimento sanguíneo para um tecido em consequência de doença oclusiva arterial resulta em atrofia do tecido ATROFIA Patológica: Nutrição inadequada. Desnutrição proteico-calórica associada ao uso do músculo esquelético como fonte de energia após a depleção de outras fontes de reserva, como o tecido adiposo. CAQUEXIA Doenças inflamatórias crônicas e câncer ATROFIA Patológica: Perda de estimulação endócrina. Muitos tecidos que respondem a hormônios, como a mama e os órgãos reprodutores, dependem da estimulação endócrina para função e metabolismo normais. A perda de estimulação estrogênica após a menopausa resulta em atrofia fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e mama ATROFIA Patológica: Pressão. • A compressão tecidual por qualquer período de tempo pode causar atrofia. • Um tumor benigno em crescimento pode causar atrofia nos tecidos saudáveis circundantes. ISQUEMIA Obstrução do fluxo sanguíneo As alterações celulares fundamentais associadas com a atrofia são idênticas em todos esses contextos ✓ Diminuição do tamanho da célula e das organelas Reduz as necessidades metabólicas da célula o suficiente para permitir sua sobrevivência Músculo atrófico Diminui o número de mitocôndrias Diminui a quantidade de retículo endoplasmático rugoso No início do processo atrófico, as células têm sua função diminuída, mas não estão mortas MECANISMOS DA ATROFIA ↓ Síntese de proteínas ↑ Degradação de proteínas (via ubiquitina-proteassoma) A autofagia (“comer a si próprio”) é o processo no qual as células privadas de alimento digerem seus próprios componentes na tentativa de encontrar nutrientes e sobreviver. METAPLASIA Alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Representa uma substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil. METAPLASIA Mais comum: Metaplasia colunar para escamosa Trato respiratório em resposta à irritação crônica. Células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios, FUMANTES Substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas Ausência de vitamina A (ácido retinóico) METAPLASIA Metaplasia colunar para escamosa Trato respiratório em resposta à irritação crônica. Epitélio escamoso: Capaz de sobreviver mais que o epitélio colunar A mudança para células escamosas metaplásicas tem um preço! ↑ secreção de muco e a ação dos cílios do epitélio colunar são perdidos As influências que predispõem à metaplasia, se persistirem, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico. METAPLASIA Metaplasia do tipo escamoso para colunar Epitélio escamoso do esôfago é substituído por células colunares semelhantes às intestinais, sob influência do refluxo do ácido gástrico MECANISMOS DA METAPLASIA Resultado de uma reprogramação de células-tronco que sabidamente existem em tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. Figure 1.4 History and basic concepts, 2006 Mesodermasinais gerados por citocinas fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular no ambiente das células CAUSADOS POR: Genes = redirecionamento Estresse↑ do volume celular = HIPERTROFIA Taxa de divisão celular + diferenciação celular normal = HIPERPLASIA ↓do volume celular = ATROFIA Diferenciação celular – variação na diferenciação celular = METAPLASIA Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI Curso de Fisioterapia – 5ª Fase Disciplina: Patologia 62 Professora: Dra. Ana Inês Gonzáles ana.gonzales@unidavi.edu.br Adaptação Celular @anainesgonzales @gonzales_reabilitacao
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