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TCC EDUCAÇÃO ESPECIAL

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2
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
LEANDRA BARROSO PAIS MIRANDA
A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA DE ENSINO REGULAR
GOVERNADOR VALADARES – MG 
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
LEANDRA BARROSO PAIS MIRANDA
A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA DE ENSINO REGULAR
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título em 2ª Licenciatura em Educação Especial. 
GOVERNADOR VALADARES – MG 
2021
A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA DE ENSINO REGULAR
Autor[footnoteRef:1], Leandra Barroso Pais Miranda [1: E-mail do autor] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO
	Esta pesquisa tem como objetivo evidenciar que as escolas de hoje não estão preparadas e não tem professores capacitados e comprometidos para educar alunos com deficiência auditiva. Sabe-se que muitos obstáculos são encontrados, particularmente sobre os princípios da educação inclusiva, para que atenda as especificidades de cada um e baseando-se nos princípios de “igualdade e oportunidade” e “educação para todos”. 
Para alcance dos resultados foram realizados questionários com cinco perguntas, para vários alunos de todas as faixas etárias que ainda estudam ou já estudaram, e realizou-se também o acompanhamento com uma aluna fazendo suas atividades, onde foi possível esclarecer dúvidas sobre a problemática, através das respostas dos entrevistados.
	No âmbito da educação inclusiva, a democratização do ensino traz consigo o conceito de educação como direito social e cultural, que valoriza a diversidade como forma de aprendizagem, de fortalecimento e modificação do ambiente escolar para a promoção da aprendizagem.
	
Palavras Chave: Deficiente Auditivo. Professores. Escola. Inclusão. Educação. Processo. Sucesso.
1.INTRODUÇÃO
Essa pesquisa tem por objetivo ressaltar o tema proposto, a inclusão do deficiente auditivo na escola de ensino regular, tendo como “a escola está preparada para receber alunos com deficiência auditiva?” 
Esse trabalho foi iniciado através de inquietações de alunos com deficiência auditiva, que relatam a ausência de uma preparação escolar para receber alunos com esse tipo de necessidade especial.
Assim, esses profissionais através da qualificação, terão mais prazer e amor na realização do trabalhado, e o reconhecimento de que o seu sucesso baseia-se na aprendizagem e satisfação do aluno. À medida que os professores receberem um apoio de profissionais capacitados e uma formação continuada mais direcionada ao desenvolvimento da prática pedagógica, certamente os problemas serão minimizados. 
Acredita-se na Escola Bilíngue, pois a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte. Tendo assim uma escola que profissionais surdos e ouvintes sejam capazes de entender os alunos com essa deficiência.
2.INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA DE ENSINO REGULAR
2.1DEFICIÊNCIA AUDITIVA - SURDEZ.
	A deficiência auditiva, totalmente conhecida como surdez, consiste na perda parcial ou total da capacidade de ouvir. Pela área da saúde e tradicionalmente pela área educacional, a pessoa com surdez pode ser considerada:
Parcialmente surdo
- Pessoas com surdez leve: individuo que apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis. Essa perda impede que o individuo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida.
- Pessoa com surdez moderada: individuo que apresenta perda auditiva entre quarenta e sessenta decibéis. Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessária uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. É frequente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas linguísticos.
Surdo
- Pessoa com surdez severa: individuo que apresenta perda auditiva entre setenta e noventa decibéis. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns ruídos familiares e poderá perceber apenas a voz forte, podendo chegar aos quatro a cinco anos sem aprender a falar.
- Pessoa com surdez profunda: individuo que apresenta perda auditiva superior a noventa decibéis. A gravidade dessa perda é tal que a priva das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir a linguagem oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica quanto à identificação simbólica da linguagem.
2.2 INTERAÇÃO.
	Na década de 70, nos Estados Unidos e em outros países, era denominado mainstreaming, que significa integrar as pessoas com deficiências à corrente principal da vida. 
	A educação deveria ocorrer em ambientes menos restritivo possível, e o atendimento às necessidades individuais realizado preferencialmente no ensino regular. Somente os alunos com deficiências mais graves seriam encaminhados para escolas especiais.
	O conceito de integração, segundo Kaufman (1975) e Warnock (1978, apud MAZZOTA, 1982 E CARVALHO, 1997) apresentava três dimensões abrangentes:
· Integração física: envolve o espaço e o tempo de convivência no mesmo ambiente. Assim, quanto maior fosse a oportunidade de convivência, melhor seriam os resultados, desde que a escola e o ambiente fossem preparados adequadamente e a integração ocorresse de forma “gradativa”. A outra dimensão, “locacional”, é a de que crianças matriculadas na escola comum disponham de classes especiais ou salas de recursos organizados para a educação especial, onde seriam preparadas para a integração.
· Integração funcional: supõe na utilização dos mesmos recursos educacionais disponíveis no ensino comum.
· Integração Social: diz respeito ao processo de interação com o meio, à comunicação e à inter-relação por meio da participação ativa nos grupos, na escola e na comunidade.
“O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. As escolas têm de encontrar maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves.” (BRASIL, 1994, PP. 17-18)
	Observa-se, nesse conceito, uma mudança de foco, que deixa de ser a deficiência e passa a centrar-se no aluno e no êxito do processo ensino e aprendizagem, para o qual o meio ambiente deve ser adaptado às necessidades específicas do educando, tanto no contexto escolar e familiar, como no comunitário.
3.O PERCURSO HISTÓRICO DA INCLUSÃO.
	A educação de pessoas com deficiência nasceu de forma solitária, segregada e excludente. Ela surgiu com caráter assistencialista e terapêutico pela preocupação dos religiosos e filantropos na Europa. Mas tarde, nos Estados Unidos e Canadá, surgiram os primeiros programas para prover atenção e cuidados básicos de saúde, alimentação, moradia e educação dessa parcela da população, até então marginalizada e abandonada pela sociedade.
	A literatura da Roma Antiga relata que as crianças com deficiência, nascida até o principio da era cristã, eram afogadas por serem consideradas anormais e débeis.
	Os deficientes mentais, os loucos e criminosos eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio,por isso eram excluídos da sociedade. Através do Santo Tomás de Aquino, a deficiência passa a ser considerada como um fenômeno natural da espécie humana.
	Em Paris foram fundadas as primeiras instituições especializadas na educação de pessoas com deficiências: a educação de surdos com o abade Charles M. Eppé, que criou o “Método dos Sinais” para a comunicação com surdos.
	No âmbito da educação especial, a democratização traz consigo o conceito de educação como direito social, passando do modelo médico de cuidar, do clinico e terapêutico para a abordagem social e cultural que valoriza a diversidade como forma de aprendizagem, de fortalecimento e modificações do ambiente escolar da comunidade para a promoção da aprendizagem.
4.INCLUSÃO ESCOLAR.
	A educação inclusiva concebe a escola como um espaço de todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas capacidades, expressam suas idéias livremente, participam ativamente das tarefas de ensino e se desenvolvem como cidadãos, nas suas diferenças.
Nas escolas inclusivas, ninguém se conforma a padrões que identificam os alunos como especiais e normais, comuns. Todos se igualam pelas suas diferenças!
A inclusão escolar impõe uma escola em que todos os alunos estão inseridos sem quaisquer condições pelas quais possam ser limitados em seu direito de participar ativamente do processo escolar, segundo suas capacidades, e sem que nenhuma delas possa ser motivo para uma diferenciação que os excluirá das suas turmas.
	A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/96) e o Referencial curricular nacional para a educação infantil (BRASIL, 1998) representam um grande avanço conceitual, colocando a educação infantil como primeira etapa da educação básica. Esta tem por finalidade o desenvolvimento integral de todas as crianças, do nascimento aos seis anos (art.58), inclusive as com necessidades educacionais especiais, promovendo seus aspectos físico, psicológico, social, intelectual e cultural.
A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país. A inclusão de pessoas com surdez na escola de ensino regular requer que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional Especializado.
Não é fácil e imediata a adoção dessas novas práticas, pois dependem de mudanças que vão além da escola e da sala de aula. Para que a escola possa se concretizar, é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão.
Um ensino para todos os alunos há que se distinguir pela sua qualidade. O desafio de fazê-lo acontecer nas salas de aulas é uma tarefa a ser assumida por todos os que compõem um sistema educacional. Um ensino de qualidade provém de iniciativas que envolvem professores, gestores, especialistas, pais e alunos e outros profissionais que compõem uma rede educacional em torno de uma proposta que é comum a todas as escolas e que, ao mesmo tempo, é construída por cada uma delas, segundo as suas peculiaridades. Dessa forma, a educação infantil enfrenta hoje um grande desafio: a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas creches e pré-escolas.
As crianças com surdez enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, socioafetivo, linguístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.
· Potencial Cognitivo: é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem.
· Socioafetivo: Convivência e a afetividade. A afetividade implica diretamente no desenvolvimento emocional e afetivo, na socialização, nas interações humanas e, sobretudo, na aprendizagem.
	A inclusão é um processo complexo que configura diferentes dimensões: ideológica, sociocultural, política e econômica. A educação inclusiva deve ter como ponto de partida o cotidiano, o coletivo, a escola e a classe comum, onde todos os alunos com necessidades educativas, especiais ou não, precisam aprender ter acesso ao conhecimento, à cultura e progredir no aspecto pessoal e social.
	A inclusão envolve a esfera das relações sociais e interpessoais vividas na escola. No seu sentido mais profundo, vai além do ato de inserir, de trazer a criança para dentro do centro de educação. Significa envolver, compreender, participar e aprender.
	A inclusão dos deficientes auditivos na escola de ensino regular vem sendo abordada a partir de diferentes perspectivas, dentre elas os direitos da pessoa com deficiência e o exercício da cidadania, a exposição à língua de sinais ou ao português e a modalidades de ensino.
	A escola como espaço inclusivo enfrenta inúmeros desafios, conflitos e problemas que devem ser discutidos e resolvidos por toda comunidade escolar. Essas situações desafiadoras geram novos conhecimentos, novas formas de interação, de relacionamentos, modificações nos agrupamentos, na organização e adequação do espaço físico e no tempo didático, o que beneficia a todas as crianças. Assim uma proposta inclusiva de educação, requer o mesmo currículo e objetivos para os alunos portadores de necessidades especiais, não requerendo um currículo especial, mas sim ajustes e modificações, envolvendo alguns objetivos específicos, conteúdos, procedimentos didáticos e metodológicos que propiciem o avanço no processo de aprendizagem desses alunos.
	A escola em que os surdos acreditam é a escola “Bilíngüe”, pois a abordagem educacional por meio do bilingüismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte. 
Estudos têm demonstrado que esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente propício para a sua aprendizagem escolar. Diante dessas concepções torna-se urgente repensar a educação escolar dos alunos com surdez, tirando o foco do confronto do uso desta ou daquela língua e buscar redimensionar a discussão acerca do fracasso escolar. É preciso construir um campo de comunicação e de interação amplos, possibilitando que a língua de sinais e a língua portuguesa, preferencialmente a escrita, tenham lugares de destaque na escolarização dos alunos com surdez, mas que não sejam o centro de todo o processo educacional.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) vem ao encontro do propósito de mudanças no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais para promover a participação e aprendizagem dos alunos com surdez na escola comum.
Muitos desafios precisam ser enfrentados e as propostas educacionais revistas, conduzindo a uma tomada de posição que resulte em novas práticas de ensino e aprendizagem consistentes e produtivas para a educação de pessoas com surdez, nas escolas públicas.
É necessário reinventar as formas de conceber a escola e suas práticas pedagógicas, rompendo com os modos lineares do pensar e agir no que se refere à escolarização. 
As pessoas com surdez não podem ser reduzidas à condição sensorial, desconsiderando as potencialidades que as integram a outros processos perceptuais, enquanto seres de consciência, pensamento e linguagem. As pessoas com surdez não podem ser reduzidas ao chamado mundo surdo, com uma identidade e uma cultura surda. É no descentramento identitário que podemos conceber cada pessoa com surdez como um ser biopsicossocial,cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos, capazes de adquirirem e desenvolverem não somente os processos visuais-gestuais, mas também de leitura e escrita, e de fala se desejarem.
Pensar e construir uma prática pedagógica que assuma a abordagem bilíngüe e se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez na escola é fazer com que esta instituição esteja preparada para compreender cada pessoa em suas potencialidades, singularidades e diferenças e em seus contextos de vida.
Na abordagem bilíngüe, a Libras e a Língua Portuguesa, em suas variantes de uso padrão, quando ensinadas no âmbito escolar, são deslocadas de seus lugares especificamente lingüísticos e devem ser tomadas em seus componentes histórico-cultural, textual e pragmático, além de seus aspectos formais, envolvendo a fonologia, morfologia, sintaxe, léxico e semântica. Para que isso ocorra, não se discute o bilingüismo com olhar fronteiriço ou de territorialidade, pois a pessoa com surdez não é estrangeira em seu próprio país, embora possa ser usuária da Libras, um sistema linguístico com características e status próprios.
Na perspectiva inclusiva da educação de pessoas com surdez, o bilinguismo que se propõe é aquele que destaca a liberdade de o aluno se expressar em uma ou em outra língua e de participar de um ambiente escolar que desafie seu pensamento e exercite sua capacidade perceptivo-cognitiva, suas habilidades para atuar e interagir em um mundo social que é de todos, considerando o contraditório, o ambíguo, as diferenças entre as pessoas.
De acordo com o Decreto 5.626, de 5 de dezembro de 2005, as pessoas com surdez têm direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.
Estudos têm demonstrado que esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente propício para a sua aprendizagem escolar.
Diante dessas concepções torna-se urgente repensar a educação escolar dos alunos com surdez, tirando o foco do confronto do uso desta ou daquela língua e buscar redimensionar a discussão acerca do fracasso escolar, acerca da qualidade da educação escolar e das práticas pedagógicas.
É preciso construir um campo de comunicação e de interação amplos, possibilitando que a língua de sinais e a língua portuguesa, preferencialmente a escrita, tenham lugares de destaque na escolarização dos alunos com surdez, mas que não seja o centro de todo o processo educacional.
5. CONCLUSÃO
Foi possível detectar na inclusão escolar do deficiente auditivo a falta de preparo pedagógico do professor para atender o aluno portador da deficiência auditiva, pois os cursos de formação para o magistério ou pedagogia e etc. não dão uma fundamentação teórica nem prática para o exercício da função referente a esse processo. Nesse caso, o professor necessita de acompanhamento do especialista e uma formação continuada para minimizar a sua angústia.
Acredita-se, então, que uma das principais questões a serem pensadas na educação inclusiva dos surdos diz respeito aos interlocutores com quem estes alunos vão estabelecer trocas comunicativas dentro da sala de aula e, a partir destas, construir seus conhecimentos. Nesse sentido, faz-se necessário esclarecer aos professores o quanto é fundamental criar situações didáticas, tato para ouvintes como para surdos que levem à reflexão sobre a língua, em situações de produção e interpretação e não em atividades mecânicas e descontextualizadas.
Como um processo lento, mas gradual, a aprendizagem do surdo tem um tempo e uma modalidade que cabe em especial a “escola”, oferecer, surgirá um emaranhado de situações do dia a dia que possam sistematizar todo o processo de ensino-aprendizagem, por outro lado não se deseja afirmar, que seja somente na escola, como o único lugar onde devem ocorrer estas mudanças, mas também e principalmente dentro do seio familiar, nas associações e grupos de sociais formados pelos sujeitos surdos.
Por fim, ressalta-se o quanto ficou evidente neste estudo que a operacionalização de um projeto que assegure uma educação de qualidade aos alunos surdos ainda encontra obstáculos. Faltam recursos humanos e materiais, principalmente quando se trata da inclusão pela língua de sinais, que, requerendo um grande investimento na formação dos professores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: introdução. [4.ed.] / elaboração Marilda Moraes Garcia Bruno. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.
BRITO, L. F. Integração Social e Educação de Surdos. Rio de Janeiro: Babel, 1993.
ROPOLI, Edilene Aparecida. A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva [ET.al.] / Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.
ALVEZ, Carla Barbosa. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngüe na escolarização de pessoas com surdez / Carla Barbosa Alves, Josimario de Paula Ferreira, Mirlene Macedo Damázio. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.

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