Buscar

Filaríase Bancroftiana e Oncocercíase


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

 A filaria é um verme nematódeo e, 
portanto, é cilíndrico, comprido e fino; 
 Esses vermes tem machos e 
fêmeas e eles ficam enovelados em 
algumas localizações do organismo; 
 A Wuchereria bancrofti é uma 
filária que parasita os vasos linfáticos 
e os nódulos linfáticos, já a 
Onchocerca volvulus parasita o 
tecido subcutâneo e a Mansonella 
ozzardi parasita o tecido adiposo 
abdominal. 
 Família Filariidae: 
 Wuchereria bancrofti; 
 Onchocerca volvulus; 
 Mansonella ozzardi; 
 Brugia malaya; 
 Dracunculys medinensis. 
 Otto Wucherer descreveu a 
espécie W. bancrofti no Brasil em 
1886: observação de formas 
embrionárias na urina de um 
paciente; 
 Joseph Bancroft em 1887 descobriu 
um verme ao examinar o fluido de 
um paciente com abcesso no braço. 
 No Brasil, há três espécies de 
filárias, a Wuchereria bancrofti, a 
Onchocerca volvulus e a Mansonella 
ozzardi e essas outras citadas acima 
acontecem na África e na Ásia; 
 Essa filária se encontra muito na 
África e na Índia e no Brasil é limitada 
a Recife e Belém do Pará; 
 Existem milhões de pessoas com a 
forma crônica da Wuchereria 
bancrofti, que é uma filariose 
linfática, quase sempre conhecida 
como elefantíase e que provoca 
alterações nas áreas atingidas. 
 Microfilárias com bainha; 
 Vermes adultos com dimorfismo 
sexual; 
 Fêmeas medem 80 – 100 mm e 
machos medem 40 mm. 
 O verme adulto da Wuchereria 
bancrofti fica no linfático, então, o 
linfático, há machos e fêmeas 
enovelados; 
 Ocorre a transmissão da filária, 
depois as filárias vão para o sistema 
linfático e crescem até formar o 
verme adulto (machos e fêmeas); 
 
 
 Depois da cópula, as fêmeas 
começam a liberar os embriões, 
chamados de microfilárias, e esses 
circulam no sangue periférico, mas 
circulam somente à noite porque 
durante o dia os embriões ficam em 
capilares viscerais; 
 Essas microfilárias não tem função 
nenhuma no homem, elas só 
continuam se forem sugadas pelo 
mosquito Culex fêmea; Dentro do 
mosquito, essa microfilárias se 
transformam em larvas que ficam na 
tromba no mosquito; 
 Desse modo, quando o mosquito 
pousa no indivíduo para sugar o 
sangue, o calor da pele atrai as larvas 
e, assim, essas vão para a pele e 
conseguem penetrá-la porque são 
larvas L3; 
 Ou seja, a transmissão, na 
verdade, não está relacionada com a 
micada do inseto, esta apenas 
carrega a larva até a pele, mas a 
transmissão é pela penetração ativa 
das larvas; 
 A microfilária da Wuchereria se 
caracteriza por ter uma bainha 
envolvendo-a. 
 
 O culex é um mosquito 
responsável pela transmissão e ele 
tem uma taxa de 2,9% de 
positividade; 
 Ou seja, 2,9% dos mosquitos 
apresentam as larvas de Wuchereria 
bancrofti em seu interior, mas larva 
com capacidade de penetrar só é 
encontrada em 0,3% dos mosquitos; 
 Ou seja, não é muito fácil para o 
mosquito se infectar, por isso para 
que haja a transmissão da 
Wuchereria, é preciso que haja 
pessoas infectadas aglomeradas, 
para que o mosquito vá picando 
várias pessoas infectadas até se 
infectar porque para o mosquito se 
infectar, ele precisa ingerir, 6 
microfilárias e isso não é fácil porque 
as microfilárias não tem tanta 
abundância no sangue periférico. 
 Comportamental: modo de se 
vestir (quanto mais exposto estiver o 
corpo, maior a chance de o mosquito 
picar); 
 Sexo: masculino > feminino; 
 Idade: adultos; 
 Ocupação: contato com o vetor; 
 Estado nutricional. 
 Eficiência da transmissão: 
 Número de picadas infectivas; 
 
 
 Densidade da população suscetível 
e de infectados; 
 Tempo de permanência no foco; 
 Eficiência do vetor no local (alta 
densidade, antropofilia, 
compatibilidade com a cepa do 
parasito). 
 Modificações do meio ambiente: 
impacto direto na abundância de 
criadouros dos vetores; 
 Um dos principais fatores 
ambientais é a presença de criadores 
de mosquito, que são os locais de 
água doce, onde os mosquitos 
colocam seus ovos; 
 As modificações do meio 
ambiente, como desmatamento e 
construções em locais inapropriados 
aumentam a quantidade de locais 
criadores do mosquito, o que facilita 
a transmissão e isso é mais comum 
nas periferias das cidades, onde há 
coleção de água, pessoas 
aglomeradas desorganizadamente, 
várias pessoas infectadas com 
microfilárias presentes no sangue 
periférico (microfilaremia). 
OBS: Vale ressaltar que não basta 
apenas a pessoa estar com a filaria 
em seu organismo, para infectar o 
mosquito, é preciso que a pessoa 
apresente a microfilaremia. 
 A apresentação clínica é muito 
variada e requer investigação 
criteriosa: 
 Maioria dos sinais e sintomas não 
são específicos da doença 
bancroftiana; 
 Métodos de diagnóstico 
parasitológico com sensibilidade 
moderada. 
 Não existem marcador de dano 
linfático de origem filarial; 
 Inicialmente, a filariose é 
assintomática e muitas coisas não 
são específicas, então, para 
determinar se a pessoa é 
contaminada, procura-se 
microfilárias no sangue periférico. 
 Manifestações linfáticas: 
mediadas por vermes adultos e por 
microfilárias; 
 
 Manifestações extra linfáticas 
(eosinofilia pulmonar e doença 
renal): microfilárias; 
 
 As filárias adultas estão 
enoveladas nos vasos linfáticos e isso 
não é suficiente para obstruí-lo, ou 
seja, a doença não é provocada por 
obstrução mecânica simplesmente. 
Os vermes se movimentam nos 
linfáticos e não provocam estase 
linfática, mas o problema é que a 
drenagem linfática é prejudicada; 
 Primeiro, a presença dos vermes 
acaba provocando um processo 
inflamatório (linfagite), que já 
prejudica um pouco a drenagem 
 
 
linfática e pode haver 
extravasamento de líquido e gerar 
edema, que é discreto inicialmente; 
 O que complica é a presença de 
infecções bacterianas no local onde 
se encontram as filárias; 
 O que acontece é que a filária se 
associa a uma bactéria e essa 
bactéria aumenta o processo 
inflamatório. Isso porque a presença 
do processo inflamatório atrai as 
bactérias porque a localização ajuda; 
 Geralmente, as filárias se 
localizam nos gânglios ou nos 
linfáticos dos membros inferiores, 
nas mulheres, e na bolsa escrotal, nos 
homens; 
 Então, as filárias provocam 
linfagite e as bactérias associadas 
aumentam esse processo e, por isso, 
qualquer coisa que aconteça, como 
um ferimento, faz com que as 
bactérias se dirijam para a área em 
que estão as filárias. No caso dos 
homens, as filárias se localizam 
próximas à parede da bolsa escrotal, 
então qualquer fissura nessa parede 
faz com que haja a entrada de 
bactérias, fazendo com que haja um 
aumento do processo inflamatório; 
 Então, as manifestações clínicas 
são muito dependentes da ação do 
verme da microfilária e das infecções 
bacterianas. Pode haver 
manifestações a distância, como 
renal e pulmonar, mas é mais difícil 
disso acontecer. 
 Inicialmente, a filária se encontra 
no organismo e gerando um processo 
inflamatório que vai gerar edema e 
isso pode avançar, e ficar crônico, e 
podendo levar à elefantíase após 
alguns anos; 
 No caso da bolsa escrotal ocorrem 
alterações como epididimite, 
acúmulo de líquido na bolsa escrotal, 
que leva a um aumento considerável 
dessa bolsa escrotal. 
 Substrato anatomopatológico da 
doença -> disfunção linfática -> maior 
suscetibilidade a lesões interdigitais 
dos membros afetados; infecções 
bacterianas secundárias; linfedema -
> repetição de episódios bacterianos 
levam à elefantíase; 
 A pele fica aumentada e com 
aspecto queratinizado e isso são 
formas crônicas que não são as mais 
comuns; 
 Período pré-patente: 
 Penetração da larva 
(microfilaremia); 
 Assintomático ou manifestações 
alérgicas. 
 Período patente: 
Assintomático (doença subclínica): 
 Anos ou toda vida; 
 Eosinofilia e microfilaremia. 
Agudo – linfagitefilarial aguda 
(morte de adultos): 
 Dias – semanas; 
 Regressão com repouso; 
 
 
 Recorrências; 
 Linfagite, linfadenite, orquitite, 
epididimite, sintomas gerais; 
 Eosinofilia e microfilaremia alta. 
Crônico (2-5% dos casos): 
 Localização anatômica; 
 Carga parasitária; 
 Reinfecções; 
 Linfedema, hidrocele, obstrução 
linfática crônica, elefantíase; 
 Microfilaremia baixa ou negativa. 
 A disfunção linfática e as infecções 
bacterianas secundárias fazem com 
que se desenvolva o linfedema que, 
por sua vez, vai levar a um grande 
extravasamento de linfa e um edema 
pronunciado. E as infecções de 
repetição vão piorar o edema; 
 A filariose vai ter o período pré-
patente, que acontece antes de 
aparecer qualquer sintoma, e é 
quando ocorre a penetração da 
larva, e, nesse período, a pessoa vai 
produzir muita microfilária, então 
essas pessoas com infecção recente 
são as que apresentam mais 
microfilárias no sangue. Depois 
ocorre a doença em si, começando 
com um período subclínico seguido 
de um período agudo; 
 O que caracteriza a doença é a 
inflamação dos nódulos e vasos 
linfáticos, que é visível como 
pequenas elevações na pele do 
indivíduo, mas que só aparecem 
meses após o início da infecção. E isso 
melhora quando a pessoa fica em 
repouso; 
 O grande problema da filariose no 
período agudo se encontra nas 
recorrências das infecções, gerando 
linfagite e linfadenite e, na bolsa 
escrotal, orquite, epididimite e 
aumento do tamanho da bolsa 
escrotal; 
 Já o indivíduo que se encontra no 
quadro crônico, apresenta uma 
quantidade muito reduzida de 
microfilárias no sangue e, por isso, 
não é capaz de infectar o mosquito. 
 Essa bactéria se associa com a 
filária aumentando a vida da mesma 
e fazendo com que ela produza mais 
embriões; 
 Por conta dessa bactéria é que há 
a necessidade de dar medicamentos 
para a filária e antibióticos para a 
bactéria no tratamento, para que 
sejam ambas destruídas, de modo a 
reduzir as infecções bacterianas que 
vão ocorrer nesse paciente. 
 Com o tratamento dos casos 
agudos, o tratamento é muito eficaz, 
que permite que o indivíduo volte ao 
normal; 
 Já nos casos crônicos, em que há 
alterações mais pronunciadas, é 
necessário um tratamento mais 
diferencial. Na bolsa escrotal, por 
exemplo, é realizada uma drenagem 
da mesma. Nesses casos, é possível 
reduzir bastante o edema da bolsa 
escrotal e do membro inferior, mas 
não é possível voltar ao que era 
antes; 
 
 
 Um dos problemas principais é 
que as pessoas se sentem muito mal 
com essa deformidade e se isolam, 
gerando problemas psicológicos e, 
além disso, há uma dificuldade de 
exercer qualquer atividade 
profissional. Então, a filária provoca 
problemas sociais importantes. 
 Pesquisa de microfilárias no 
sangue capilar; 
 Periodicidade das microfilárias em 
sangue periférico (23 horas e 1 hora); 
 Gota espessa; 
 Filtração em membrana de 
policarbonato. 
 Ultrassonografia (é possível ver as 
microfilárias nos linfáticos): 
 O principal método de diagnóstico 
para a filaríase é a pesquisa de 
microfilárias no sangue capilar e esse 
exame precisa ser realizado durante 
a noite porque os embriões de 
microfilária só aparecem à noite e 
isso é um problema, porque precisa 
que uma equipe vá até a casa do 
paciente durante a madrugada, por 
volta de 1h da manhã; 
 Esse exame pode ser feito ou gota 
espessa ou por filtração do sangue 
para concentrar as microfilárias, 
depois coloca esse sangue filtrado na 
lâmina e cora-se; 
 Um outro método é a 
ultrassonografia, em que é possível 
ver os vermes dentro dos vasos 
linfáticos. 
 
 Impacto socioeconômico; 
 Indivíduos com doença crônica 
avançada não tem como transmitir a 
doença porque não tem microfilária 
no sangue periférico; 
 O controle da filaríase linfática 
requer uma equipe multidisciplinar 
de modo a diminuir a transmissão e 
fazer o controle dos pacientes 
infectados. 
 Total de 18 milhões de infectados; 
 1 milhão com alterações oculares; 
 Corioretinite levam à cegueira. Isso 
é muito comum na África, mas não 
no Brasil; 
 A Onchocerca volvulus é uma 
filária muito presente na África, onde 
há milhões de pessoas infectadas e, 
geralmente, ela provoca cegueira; 
 Essa filária fica no tecido 
subcutâneo formando nódulos. Esses 
nódulos não doem e não incomodam, 
são apenas estéticos; 
 Esses vermes não tem bainha, 
diferentemente da filária Wuchereria 
bancrofti, e quem sua as microfilárias 
é o inseto burrachudo (Simulium spp) 
que cresce em água doce limpa com 
muita facilidade, mesmo que haja 
correnteza, porque ele coloca os ovos 
na beira da água e a larva que sai do 
ovo tem uma ventosa que faz com 
que ele seja capaz de se prender nas 
pedras e, desse modo, a correnteza 
não consegue arrastá-las; 
 
 
 Esse inseto é hematófago e sua 
picada é dolorosa e ele é encontrado 
em todo o Brasil, mas a grande 
localização desse inseto é em 
Roraima; 
 Na África, as microfilárias podem 
ganhar o globo ocular e provocar 
alterações importantes, como a 
ceratite e outras, sendo que a 
ceratite e a corioretinite, 
principalmente, levam à cegueira. 
 Esses nódulos que se forma nesse 
tipo de filaríase são cheios de filárias 
adultos e as microfilárias que a 
fêmea põe andam pela pele, 
causando um processo irritativo na 
pele e, assim podendo torna-la 
áspera e com prurido. 
 Identificação de vermes adultos 
retirados cirurgicamente dos 
nódulos; 
 Identificação de microfilárias em 
amostras de pele colhidas por 
biópsia; 
 Exames oftalmoscópicos do humor 
aquoso; 
 O diagnóstico da oncocercíase é 
realizado por imagem, procurando 
vermes adultos no nódulo; 
 Pode-se também realizar 
identificação de microfilária na pele, 
mas nem sempre é possível. 
 
 
 Tratamento dos portadores de 
microfilárias; 
 Combate aos simulídeos; 
 Educação em saúde; 
 Na oncocercíase, quem causa a 
doença é a microfilária, que gera 
alterações na pele e pode, ainda, 
chegar ao olho e provocar cegueira, 
diferentemente da filaríase 
bancroftiana, em que quem causa os 
sintomas é o verme adulto.

Continue navegando