ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES

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ENDODONTIA ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
2021-1 GIULIA BLANCO
ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES DOS INCISIVOS
SUPERIORES E INFERIORES
- INCISIVO CENTRAL SUPERIOR:
- Normalmente apresenta raiz única com canal reto e amplo.O tratamento endodôntico,
quando indicado, geralmente não apresenta dificuldades, a não ser em caso de rizogênese
incompleta , atrevimento por calcificação ou traumatismo
- A câmara pulpar apresenta-se estreita no sentido VP, havendo risco potencial de
perfuração na face V durante o procedimento de acesso coronário
- Na maioria das vezes a saída do forame apical localiza-se de 0,5 a 1mm de distância do
ápice anatômico
- Canais acessórios são relativamente comuns, principalmente no terço apical
- O ombro palatino precisa ser removido durante o preparo do terço cervical, permitindo o
acesso direto ao canal radicular
- O ápice radicular pode apresentar curvatura abrupta para V, a qual pode não ser
identificada no exame radiográfico
- Os eixos da coroa e da raiz não coincidem, exigindo cuidado durante o procedimento de
acesso coronário para não promover perfuração
- INCISIVO LATERAL SUPERIOR
- Geralmente é menor que o central, apresentando uma raiz única com um canal amplo
- Este dente está situado em uma área de grande risco embriológico, apresentando
diferentes anomalias anatômicas
- A raiz é ligeiramente cônica e a porção apical tende a apresentar curvatura no sentido DP.
Esta curvatura pode ser abrupta, pode levar a formação de degrau, ao transporte ou
perfuração durante o procedimentos de preparo químico-mecânico
- A secção transversal do canal varia da forma ovalada na porção cervical a arredondada no
terço apical
- O ombro palatino precisa ser removido durante o preparo do terço cervical, permitindo o
acesso direto ao canal radicular
- O ápice radicular localiza-se próximo à tábua óssea V, podendo estar em proximidade
com a cavidade nasal, exigindo cuidado durante procedimentos cirúrgicos
- INCISIVOS INFERIORES
- Sao os menores dentes permanentes e normalmente apresentam raiz única
- Pode haver um canal único estabelecendo-se da câmara pulpar até o ápice. Contudo,
frequentemente, 3 canais (V e L) se originam da câmara pulpar e se unem no terço apical.
A presença de 2 canais é mais frequente no lateral. Com menor frequência, 2 canais
separados podem também ser observados. Contudo, diferentes configurações têm sido
relatadas neste grupo de dentes.
- A maior prevalência de curvatura na porção apical da raiz e no sentido DL
- A seccao transversal do canal normalmente e oval ou achatada, com seu maior diâmetro
no sentido VL
- Caso o dente apresente 2 canais, é necessária a remoção do ombro lingual para acessar o
canal L durante o preparo químico-mecânico
- O ápice radicular situa-se próximo da tábua óssea L, dificultando procedimentos
cirúrgicos
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ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES DOS CANINOS:
- CANINO SUPERIOR:
- Maior dente permanente e normalmente apresenta raiz única com um canal
- O canal radicular normalmente e reto relativamente longo, exigindo, na maioria das
vezes, o uso do instrumental acima de 25mm para seu preparo
- A secção transversal do canal radicular geralmente é oval em toda a extensão do canal,
apresentando maior diâmetro VL na porção média da raiz
- A porção apical da raiz geralmente é crônica e fina, podendo se curvar abruptamente
principalmente nos sentidos V ou P
- Sua morfologia raramente varia e presença de canais acessórios ocorre em menor
frequência que nos incisivos superiores
- Ombro palatino precisa ser removido durante o preparo do terço cervical, permitindo o
acesso direto ao canal radicular
- Em razão de seu tamanho, o ápice radicular aproxima muito da cavidade nasal, exigindo
atenção quando indicado algum procedimento cirúrgico para endodôntico
- CANINO INFERIOR
- Normalmente , apresenta uma raiz com um canal; porém também pode apresentar 2
raízes (V e L) e 2 canais. Neste caso, para acessar o canal L, e necessária a remoção do
ombro lingual durante o preparo cervical
- E menor do que o canino superior em todas as suas dimensões
- Sua raiz apresenta formato similar ao canino superior, contudo, muito mais achatada na
direção MD e mais alongada na direção VL, com curvatura apical frequentemente no
sentido V ou L
- O canal radicular geralmente é oval e achatada na direção MD, apresentando seu maior
diâmetro na direção VL
- A secção transversal do canal radicular geralmente é oval em toda sua extensão do canal,
tornando-se arredondada na região apical e apresentando maior diâmetro na porção média
da raiz
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ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES DOS
PRÉ-MOLARES SUPERIORES
- 1 PREMOLAR SUPERIOR:
- Normalmente apresenta 2 raízes (V e P) e 2 canais com forames independentes,
normalmente localizados próximo ao ápice anatômico. Quando as raízes encontram-se
fusionadas, os 2 canais podem continuar independentes ou se unir no terço médio ou
apical
- A prevalência de pré-molares superiores trirradiculares (2 raízes V e 1 P) tem sido
reportada. Neste caso, o orifício de entrada dos canais V encontra-se normalmente no
terço médio e suas dimensoes sao menores, dificultando sua localização, além do preparo
e obturação dos canais, sendo necessário maior ampliação do acesso coronário no sentido
V
- Frequentemente estes dentes apresentam concavidade radicular na porção mesial da raiz
logo abaixo da câmara pulpar, o que aumenta o risco de perfuração lateral durante o
preparo ou quando da inserção de retentores intrarradiculares
- A secção transversal do canal P apresenta-se ligeiramente maior que a do canal
vestibular. Na altura da junção cemento-esmalte tem formato de 'rim' com maior diâmetro
na direção MD, em razão da concavidade existente no aspecto mesial da raiz
- A prevalência de sulcos radiculares no aspecto P da raiz V é alta. Esta alteração
morfológica pode favorecer a perfuração radicular caso a porção coronária do canal seja
instrumentada excessivamente
- Quando um dos orifícios dor encontrado, a linha de desenvolvimento presente no
assoalho da câmara pulpar ( e de coloração mais escura) serve como referência para a
localização do(s) outro(s) orifício(s)
- Variações na configuração do sistema de canais radiculares incluem a presença de raízes
fusionadas com canais separados, com interconexões (istmos) e saída foraminal única
- A porção apical da raiz pode se apresentar extremamente fina e curva, favorecendo a
perfuração ou o rasgamento da raiz em caso de alargamento apical excessivo. Além disso,
geralmente se encontra próxima ao seio maxilar, exigindo cuidado durante os
procedimentos cirúrgicos para-endodônticos
- 2 PREMOLAR SUPERIOR
- Em geral, morfologicamente é similar ao 1 PMS. Em sua configuração típica, apresenta
uma raiz com um único canal de secção transversal ovalada e maior diâmetro na direção
VP
- Raramente pode apresentar 2 ou 3 canais separados com origem em um único orifício ou
2 canais conectados por istmos
- Na presença de 2 canais que se confluem, na porção apical, do canal palatino e o que
normalmente apresenta acesso direto ao ápice
- A presença de curvatura apical e comum
- Canais acessórios podem estar presentes, mas sua prevalência é menor que nos incisivos
- Sua porção apical se encontra bem próxima ao assoalho do seio maxilar, exigindo
cuidados em relação ao tratamento cirúrgico e não cirúrgico dos canais radiculares
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ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES DOS PRÉ
MOLARES INFERIORES
- 1 PREMOLAR INFERIOR:
- Apresenta normalmente 1 raiz com 1 canal de secção transversalmais ampla na direc ao
VL; contudo o sistema de canais radiculares pode apresentar diferentes configurações que
não se mostram óbvias ao exame radiográfico convencional, incluindo a presença de
múltiplos canais. Neste caso, os canais normalmente se dividem nos terços médio ou
apical, sendo que o canal L, quando presente, tende a divergir do canal principal em um
ângulo agudo, exigindo adequação na forma de conveniência do acesso coronário.
- Secção transversal do canal varia de oval na porção cervical tornando-se mais
arredondada nos terços médio e apical
- O formae menstrual pode estar localizado distalmente ou entre este e o segundo
pré-molar inferior, exigindo cuidado quando da realização de procedimento cirúrgico
para-endodôntico nesta região
- 2 PREMOLAR INFERIOR
- Geralmente apresenta 1 raiz, quase sempre cônica, com 1 canal
- O sistema de canais radiculares apresenta menores variações de configuração que o
primeiro pré-molar inferior
- A secção transversal do canal geralmente é oval com seu maior diâmetro no sentido VL
- O canal L, quando presente, tende a divergir do canal principal em um ângulo agudo,
exigindo adequação na forma de conveniência da abertura coronária
- Na sua porção apical e frequente a deposição secundária de cemento
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ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES DOS MOLARES
SUPERIORES
- 1 MOLAR SUPERIOR:
- Mais volumoso dos molares superiores e geralmente apresenta 3 raízes divergentes (MV,
DV, P) com total de 3 ou 4 canais. É rara a ocorrência de fusões radiculares
- A raiz P apresenta maior volume e oferece o acesso mais fácil; porém, sua porção apical
frequentemente se curva no sentido vestibular, o que pode não ser evidente
radiograficamente. Esta raiz raramente apresenta 2 saídas foraminais
- A raiz DV e cônica, geralmente reta e normalmente possui apenas um canal; porem, pode
apresentar 2 canais que se unem na porção apical. O orifício do canal DV normalmente se
localiza mais próximo ao orifício P do que o MV
- A raiz MV frequentemente apresenta 2 canais que se conectam por meios de istmos,
podendo se unir na porção apical ou terem saídas foraminais independentes. Mais
raramente, esta raiz pode apresentar 3 canais
- A posição do orifício do segundo canal da raiz MV varia muito, mas geralmente se
encontra em algum ponto entre o orifício do canal MV principal e P. A linha de
desenvolvimento presente no assoalho da câmara pulpar, conectando os orifícios da raiz
mV e P,serve como referência para sua localização. A presença de um sulco no assoalho
pulpar, saindo do canal MV, e também forte indicativo da presença de um segundo canal
nesta raiz
- O trajeto do segundo canal da raiz MV normalmente é tortuoso, dificultando seu preparo.
Além disto, os canais MV podem apresentar curvaturas severas na direção VP e que não
são evidentes radiograficamente
- A presença de concavidade no aspecto D da raiz MV favorece a ocorrência de
perfurações em caso de preparo excessivo da porção coronária dos canais
- Em razão da proximidade dos ápices com o seio maxilar, algumas vezes, infecções
sinusais podem surgir em decorrência de alterações patológicas pulpares
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- 2 MOLAR SUPERIOR
- Este dente apresenta morfologia externa semelhante ao 1MS com a presença de 3 raízes
(MV, DV e P) com 3 ou 4 canais. Contudo, as raízes são mais curtas, menos divergentes
e curvas, com maior tendência ao fusionamento parcial ou total, principalmente entre as
raízes MV e P.
- Geralmente há um canal em cada raiz, porém podem existir 2 ou 3 canais na raiz MV ou
2 canais nas raízes DV e P. Há também prevalência relativamente significativa de
segundo molares com 2 raízes P independentes
- No caso de fusão de raízes, o formato da câmara pulpar torna-se distorcido e alongado na
direção VL, podendo os orifícios dos canais se dispor quase em linha reta, havendo maior
proximidade entre os orifícios dos canais MV e DV
- Na presença de raízes fusionadas, este dentes pode apresentar apenas 2 canais (V e P)
com dimensões semelhantes.
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ANATOMIA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES DOS MOLARES INFERIORES:
- 1 MOLAR INFERIOR:
- Maior dos molares inferiores. Normalmente apresenta 2 raízes (M e D). Ocasionalmente
pode haver 3 raízes, com 2 ou 3 canais na raiz M e 1,2 ou 3 canais na raiz D.
- A raiz M geralmente é curva no sentido D. O canal ML é maior e mais reto que o MV,
mas pode apresentar curvatura no sentido M próximo ao ápice. O canal MV apresenta
curvaturas frequentes, inclusive no plano VL
- Os 2 canais M podem convergir apicalmente apresentando forame único. Em 55% das
vezes, há presença de anastomose complexa entre elas
- O aspecto D da raiz M e o M da raiz D podem apresentar uma concavidade, o que
diminui a espessura dentinária na região, favorecendo a perfuração quando do preparo
cavitário excessivo do terço cervical do canal
- Múltiplas foraminas podem existir na região de furca, e em casos de necrose pulpar,
simular patologia de etiologia periodontal.
- A presença de um orifício amplo na direção VL do assoalho pulpar indica a possibilidade
da existência de outros canais na mesma raiz ou um canal em forma de fita, o que pode
dificultar os procedimentos de preparo e desinfecção durante o tratamento endodôntico
- Em caso de indicação de cirurgia perirradicular, a presença de uma tábua óssea espessa
em seu aspecto V pode dificultar o procedimento
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- 2 MOLAR INFERIOR:
- Este dente tem sua morfologia externa semelhante ao 1 MI apresentando normalmente 2
raízes (M e D) com 3 ou 4 canais, porém, as raízes são mais curtas, com os ápices mais
próximos e canais mais curvos, havendo alta prevalência de anomalias de
desenvolvimento, incluindo presença de canais em forma de C. Além disso, há maior
tendência ao fusionamento radicular parcial ou total
- Os 2 orifícios mesiais encontram-se mais próximos um ao outro
- A porção apical deste dente se encontra próxima ao canal mandibular, exigindo maior
atenção no sentido de evitar trauma mecânico ou químico nos tecidos perirradiculares
durante o tratamento do sistema de canais radiculares.
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