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1- CURRÍCULO ESCOLAR_ PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS

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04/03/2021 Versão para impressão - CURRÍCULO ESCOLAR: PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
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CURRÍCULO
ESCOLAR: PRINCÍPIOS
E FUNDAMENTOS
04/03/2021 Versão para impressão - CURRÍCULO ESCOLAR: PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
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©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília
Apresentação 
Olá, seja bem-vindo (a)!
A concepção de currículo apresenta compreensões distintas, em virtude da variedade de
elementos que fazem parte da sua estrutura. Muito embora o termo currículo indica uma
compreensão de acepção de conteúdo, não se pode limitar a esta compreensão técnica e
esquecer outros elementos importantes para a construção de um currículo adequado.
Nesta unidade, propusemos desenvolver uma breve análise do conceito de currículo, o
processo de formação de um currículo e os elementos que são essenciais para a sua
composição e, por fim, sua relação com o plano político pedagógico. Dessa maneira, vamos
iniciar com a apresentação de algumas acepções sobre a compreensão de currículo e seus
princípios fundamentais.
Em seguida, buscamos abordar alguns aspectos relacionados ao currículo e à diversidade
cultural, à interdisciplinaridade e à transdisciplinaridade. Para finalizar Finalizamos
consideramos a relação que deve existir no processo de construção do currículo com o plano
político pedagógico.
Para um melhor aproveitamento dos estudos, esta unidade está organizada nos seguintes
tópicos:
Concepções de currículos.
Currículo, diversidade cultural, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Relações entre o currículo, avaliação e planejamento.
Projeto político pedagógico da escola: construção e avaliação.
Bons estudos!
Objetivos
Identificar as concepções de currículo no âmbito do sistema educacional.
Conhecer a relação necessária entre currículo e diversidade cultural.
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Analisar a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade no processo de formação do
currículo.
Entender a importância da conexão que deve existir entre o currículo e o plano político
pedagógico. 
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Desafio 
Leia atentamente o artigo 13 da LDB.
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Considerando que o referido artigo da LDB tem caráter unicamente motivador, redija um texto
dissertativo-argumentativo, com extensão mínima de 20 (vinte) linhas e no máximo 30 (trinta)
linhas, apresentando a sua compreensão a respeito de  como envolver toda a escola no
processo de elaboração de um PPP, considerando as diversas funções técnicas do corpo de
funcionários no ambiente escolar. Lembre-se que um dos pilares da construção do PPP é o
processo de desenvolvimento da gestão democrática.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/LDBE-Lei-no-9394-de-20-de-Dezembro-de-1996#art-13
04/03/2021 Versão para impressão - CURRÍCULO ESCOLAR: PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
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Conteúdo 
Concepções de currículos
Partindo do pressuposto que o sistema educacional tem em sua essência a formação de uma
sociedade, com fulcro de, em algum momento da história do indivíduo, existir uma participação
efetiva nas atividades de desenvolvimento de justiça e paz social. Nesse sentido, é possível
afirmar que o futuro de uma sociedade está intimamente ligado ao nível de educação que seus
membros possuem, visto que, a maneira como a sociedade se comporta e, ainda como ela
pode atuar em coletividade, vai influenciar no tipo de sociedade do futuro.
A respeito dessa perspectiva, identifica-se a existência de um instrumento essencial no
processo de construção e sedimentação da educação, nomeadamente o currículo, visto ser um
tema discutido recorrentemente não apenas pelos profissionais da educação, mas também
pelas famílias, pesquisadores no geral e, por que não mencionar, os políticos, já que estão
relacionados diretamente com o processo de normatização do sistema educacional.
Sendo assim, diante da importância que o currículo detém no sistema educacional, os
profissionais que estão diretamente relacionados com o trabalho pedagógico têm envidado
esforços com intuito de elaborar propostas curriculares destinadas a favorecer o tipo de
educação prestada nas instituições. O que se deseja é tão somente que a escola ofereça aos
seus alunos, um sistema educacional de qualidade e, nesse momento, convém se discutir o seu
enquadramento no âmbito do trabalho educacional: de que qualidade estamos falando? Seria
adequadamente coerente elucubrar elementos mais subjetivos como ingredientes necessários
para o processo educacional, tais como, moral, ética e bons valores, conjugados obviamente
com um sistema concreto de conteúdo, ou apenas, os elementos referentes aos conteúdos
científicos seriam necessários?
Inicialmente, analisa-se a partir de uma visão ampla que, estudo de qualidade pode ser
considerado com um viés duplo, ou seja, torna-se importante reconhecer a construção do
sistema educacional, a partir de uma concepção abstrata e, também, de uma visão concreta, ou
seja, o sistema educacional deve ser elaborado tendo por fundamento uma construção
elementar dual, a saber, valores morais, éticos e de conteúdo científico.
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Nesse sentido, observa-se que não se deve levar apenas em consideração a valorização da
educação a partir de uma visão eminentemente do resultado, do desenvolvimento de
habilidades, apreensão de conhecimento, entre outros, mas é importante também a presença
dos elementos que colaboram para a construção de uma educação que esteja voltada para o
desenvolvimento social, ou seja, que colabore com a coletividade e não apenas com o
individual.
Muito embora, a discussão da importância de elementos abstratos éticos e morais no âmbito
da educação, não se pode permitir o distanciando dos fatores ligados aos saberes científicos e,
portanto, justifica-se, aqui, a dualidade da construção do pensamento pedagógico.
Nesse sentido, convém analisar o pensamento de Moreira  (2009) ao observar que:
Defendemos uma educação de qualidade que torne o sujeito capaz de se mover de
uma forma restrita de viver seu cotidiano, até uma participação ativa na
transformação de seu ambiente. Esse processo é facilitado por um processo
educativoque propicie ao aluno: um bom desempenho no mundo imediato, a
habilidade de criticar e transcender suas experiências culturais, a capacidade de
autorreflexão, a compreensão da sociedade em que está inserido (e de seus
problemas), bem como o domínio de processos de aquisição de novos saberes e
conhecimentos (MOREIRA, 2009, p.1).
Sendo assim, o que se vislumbra tão somente é que a criança quando sujeito passivo de uma
educação participativa e, ainda, ciente de seu papel como vetor primordial do conhecimento,
trará benefícios significativos no processo de desenvolvimento da sociedade, visto que, terá
condições de compreender o seu lugar no mundo e, finalmente, sua posição como agente que
vem modificar realidades na sociedade em que está inserido. Vislumbra-se não apenas um
indivíduo com habilidades técnicas excepcionais, mas tão somente uma pessoa que seja capaz
de trabalhar com autonomia e, ainda, capaz de conviver com as diferenças que existem entre
os indivíduos.
Assim, um sistema educacional adequado seria aquele em que favorece a autonomia do
indivíduo e, que, portanto, a criatividade e o senso crítico surjam de maneira significativa nas
relações interpessoais e, dessa maneira, que venham a se tornar agentes independentes e de
mudança social. 
Em outras palavras, deseja-se que, um currículo voltado para a construção dual da realidade
possa conceder ao indivíduo a capacidade eminentemente técnica, mas principalmente, a
capacidade de encontrar soluções adequadas para os problemas que surgem na sociedade,
logicamente, em consonância com o especificado nas competências técnicas. Portanto, a
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partir do momento em que se é possível trabalhar com a concepção de uma escola renovada,
onde os valores técnicos e pessoais existam, ter-se-á uma ordem social mais equilibrada e,
portanto, menos discriminatória.  A Figura 1, resume os aspectos centrais do curriculum
escolar.
Figura 1 – Diagrama do currículo escolar amplo
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Dessa maneira, um currículo fundamentado em elementos mais amplos justifica um processo
escolar eminentemente privilegiado, já que poderá, não apenas, reconstruir, mas sobretudo,
construir conhecimentos a partir de uma participação mais ativa do estudante, com fulcro de
compreender como o mundo deve funcionar.
Nessa perspectiva de compreensão mais ampla de currículo observa-se, tão somente uma
percepção voltada para o conhecimento escolar, incluindo-se, para tanto, a necessidade das
relações interpessoais no ambiente de aprendizagem, seria, na verdade, a participação efetiva
de todos os membros que estão envolvidos no processo escolar, nas atividades que estão a ser
desenvolvidas com o intuito de efetivar o procedimento da aprendizagem.
Destaca-se, portanto, nessa percepção, a figura da escola no centro dos elementos que
constroem a aprendizagem, muito embora não se diminua a existência de outros espaços
altamente capazes no processo de educacional do aluno, especialmente no que se refere à
construção da identidade.
Com essa percepção no que se refere à compreensão da função da instituição escolar, pode
ser identificada, portanto, uma caracterização da referida instituição como instrumento capaz
de construir um ambiente de questionamento e, consequentemente, de mudança. Seria,
portanto, uma visão de construção necessária uma sociedade justa, fraterna e, portanto,
democrática.
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Currículo, diversidade cultural, interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade
Ao refletir sobre a compreensão de diversidade, chega-se a um ponto interessante no que
tange à concepção do diferente, ou seja, que venha a definir elementos essenciais que
demonstrem categoricamente aspectos que apresentem as diferenças pontuais entre
determinadas coisas. Deixando claro, portanto, que tais diferenças podem ser de cunho
econômico, político, ideológico, cultural e, ainda, étnico.
Dessa maneira, encontra-se, nesse ponto da reflexão, que a diversidade pode gerar a
construção essencial das diferenças tanto por meio de aspectos visíveis, como invisíveis. Na
verdade, não importa que classificação há de se encontrar no âmbito da diversidade, o que vai
contar, na verdade, é que ela existe e, ainda, que pode influenciar significativamente a maneira
de viver de toda uma sociedade.
Entretanto, torna-se importante observar que o ponto inicial da construção do processo da
diversidade é apresentado não de maneira imediata, mas ocorre, especificamente, no decorrer
da evolução e aperfeiçoamento de qualquer sociedade, ou seja, no decorrer do processo
padrão histórico e cultural, por isso, cada sociedade, comunidade, grupo de pessoas possui
peculiaridades específicas e, muito embora, estejam próximas umas das outras, existem
elementos que caracterizam esta diferença.
O sistema educacional, em sua essência, decorre de um sistema eminentemente baseado em
experiências do homem e, nesse ponto, identifica-se a ligação tênue entre o sistema
educacional e a diversidade, já que qualquer indivíduo inserido no contexto escolar irá se
deparar com elementos diversificados no âmbito da aprendizagem, mesmo que, em alguns
casos, possa ser encontrado algum tipo de erro e, consequentemente, o estudante venha a não
concluir de maneira adequada o processo de aprendizagem, existirá o contato sempre com o
diferente, pois o homem estará inserido neste contexto.
A diversidade no âmbito do sistema educacional, é marcada pela continuidade interacionista
entre o ambiente e o indivíduo e, a partir daí, se constrói o conhecimento e, consequentemente,
as relações humanas. Nesse sentido, Gomes  (2009, p.19), observa que:
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Nesse processo, marcado pela interação contínua entre o ser humano e o meio, no
contexto das relações sociais, é que construímos nosso conhecimento, valores,
representações e identidades. Sendo assim, tanto o desenvolvimento biológico,
quanto o domínio das práticas culturais existentes no nosso meio são
imprescindíveis para a realização do acontecer humano. Este último, enquanto uma
experiência que atravessa toda sociedade e toda cultura, não se caracteriza somente
pela unidade do gênero humano, mas, sobretudo, pela riqueza da diversidade
(GOMES, 2009, p.19).
Por isso, aquela instituição que aplica um tipo de currículo onde se prioriza uma visão
educacional mais diversificada se aproxima de maneira mais acentuada ao funcionamento da
sociedade, pois estará em conexão direta com o processo cultural e social. A compreensão da
diversidade e, acima de tudo, a observância ao respeito acerca da diversidade, acaba por
favorecer a conexão do indivíduo com o processo de coletividade, já que o processo de
socialização e, compreensão do outro atravessa o entendimento do ser diferente.
O processo de compreensão da diversidade é de substancial importância, pois vai favorecer
que o indivíduo possa aprender a aceitar e, se adequar, a situações diferentes. A aceitação do
diferente é importante, pois se compreende que um determinado ponto de vista pode ser
relativizado a partir do tipo de elementos que gera influência direta nesse processo.
Sendo assim, o pensamento de um grupo de pessoas que mora no continente africano, pode
ser, certamente, bastante diferente do pensamento de um grupo de pessoas que mora no
continente asiático. Além da maneira distinta de pensar, pode haver formas distintas de
encontrar uma solução adequada parasolucionar os problemas presentes no contexto da fome
no mundo, ou seja, está se falando, tão somente em pensamento distintos, diversificados.
E, muito embora, a diversidade seja um elemento natural do processo de vivência do ser
humano em sociedade, encontra-se  ainda, de maneira recorrente, uma ausência de
harmonização no processo de aceitação das diferenças, ou seja, muito embora se saiba que
existem diferenças pontuais entre as pessoas, curiosamente não se aceita o ser diferente, pois
parte-se do pressuposto que o "seu" ponto de vista é mais adequado para a resolução de
determinado problema.
De maneira interessante, demonstrando até certo ponto um pouco de preocupação sobre as
diferenças entre os povos e, ainda, sobre os efeitos do processo da não aceitação do ser
diferente, Gomes (2009, p.19), especifica o seguinte:
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Há uma tensão nesse processo. Por mais que a diversidade seja um elemento
constitutivo do processo de humanização, há uma tendência nas culturas, de um
modo geral, de ressaltar como positivos e melhores os valores que lhe são próprios,
gerando um certo estranhamento e, até mesmo, uma rejeição em relação ao
diferente. É o que chamamos de etnocentrismo. Esse fenômeno, quando exacerbado,
pode se transformar em práticas xenófobas (aversão ou ódio ao estrangeiro) e em
racismo (crença na existência da superioridade e inferioridade racial) (GOMES,
2009, p.19).
Seguindo o desafio natural que a diversidade apresenta, observa-se  que o processo
educacional enfrenta dificuldades pontuais, visto que trabalhar com diversidade no âmbito da
escola exige-se uma compreensão mais ampla do que o simples discurso de apoio ao
diferente, já que se vislumbra quantificar elementos essenciais sobre diversidade dentro da
rotina da aprendizagem no âmbito da escola.
A produção do conhecimento, assim como sua seleção e legitimação, está
transpassada pela diversidade. Não se trata apenas de incluir a diversidade como
um tema nos currículos. As reflexões do autor nos sugerem que é preciso ter
consciência, enquanto docentes, das marcas da diversidade presentes nas diferentes
áreas do conhecimento e no currículo como um todo: ver a diversidade nos
processos de produção e de seleção do conhecimento escolar (GOMES, 2009, p. 24).
Por isso, se o sistema educacional não estiver devidamente preparado para trabalhar coma s
diferenças pontuais, o processo pedagógico poderá ser frustrante, pois o cotidiano exige do
indivíduo a aceitação tácita do outro como ele é e, não, como ele gostaria que fosse
desencadeando, portanto, o respeito e a solidariedade.
Dessa maneira, torna-se urgente o processo de inclusão de elementos de diversidade no
âmbito do currículo escolar, pois gera consequências significativamente importantes no
processo de construção da identidade do estudante, no sentido de evitar singularidades
prejudiciais ao processo de respeito a coletividade. Seria, na verdade, conscientizar a
sociedade sobre o especificado já naquela época pela Declaração de Direitos do Bom povo da
Virgínia que está disposta da seguinte maneira:
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Todos os seres humanos são, pela sua natureza, igualmente livres e independentes, e
possuem certos direitos inatos, dos quais, ao entrarem no estado de sociedade, não
podem, por nenhum tipo de pacto, privar ou despojar sua posteridade;
nomeadamente, a fruição da vida e da liberdade, com os meios de adquirir e possuir
a propriedade de bens, bem como de procurar e obter a felicidade e a segurança.
Posteriormente, no ano de 1776, os Estados Unidos da América em sua declaração de
independência especificaram a importância do respeito às desigualdades da seguinte maneira:
Consideramos as seguintes verdades como autoevidentes, a saber, que todos os
homens são criaturas iguais, dotadas pelo seu Criador de certos direitos
inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
No caminho do desenvolvimento e aperfeiçoamento do processo de aceitação das diferenças
como instrumento essencial para o crescimento econômico, social e político, a Constituição
Federal adentra nessa onda democrática de respeito à diversidade, ao estabelecer em seu
artigo 5º, o seguinte elemento normativo:
Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes.
Dentro da perspectiva ampla de aproveitamento do tratamento da diversidade no âmbito do
sistema educacional observa-se que o processo é essencial para a erradicação de situações
violadoras da integridade humana e social, como a xenofobia, o racismo, dentre outros.
A partir do tratamento a ser dado dentro do currículo, objetiva-se tão somente auxiliar no
processo de formação do estudante para que possa compreender as consequências na vida de
um indivíduo quando hostilizado, excluído, violentado. Por fim, incorporar ao currículo, os
elementos que são importantes no processo de funcionamento dos setores sociais, interferem
positivamente na construção da identidade crítica e reflexiva do indivíduo e, portanto, facilita a
vivência em sociedade. 
https://jus.com.br/tudo/propriedade
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Diante da necessidade urgente de estabelecer no currículo uma visão eminentemente
diversificada, observa-se como mecanismo de auxílio para atingir o objetivo, a
interdisciplinaridade e, sem deixar se perder no âmbito do romantismo pontual que pode surgir,
deve-se compreender interdisciplinaridade como  uma forma de especialização do saber por
meio da compreensão do processo de interação entre indivíduo e sociedade com o uso do
conhecimento racional, sensível, seria, na verdade, a compartimentação do conhecimento.
Entretanto, o uso da interdisciplinaridade restrita apresenta alguns riscos, por exemplo, a pouca
interação entre as ciências e, consequentemente, o processo de individualização do
conhecimento. Nesse sentido, Edgar Morin (2001) observa que o processo da
interdisciplinaridade não suporta as exigências dos elementos pedagógicos que seria a
necessidade de articulação irrestrita com outras ciências. Por isso, estaria centrando-se em si
mesmo, muito embora haja a necessidade de se conectar com o outro. Sendo assim, indica-se
um processo mais amplo, que seja capaz de retomar a importância do contato com outras
competências técnicas com o objetivo único de ampliar a aprendizagem, a saber,
transdisciplinaridade.
No âmbito da educação, esse processo se torna essencial, visto que é uma oportunidade para
que se busque soluções pedagógicas em ciências externas que estão disponíveis para o feito.
Sobre a realidade do ensino na atualidade e, ainda, a relação com a conexão de outras ciências,
Gallo  (2009, p.15) observa que: "Subjacente a esta concepção de educação e de currículo,
estava a noção de que o mundo, a realidade, constitui uma totalidade que não pode ser
abarcada completamente pelo espírito humano".
A transdisciplinaridade causa uma modificação sistemática no funcionamento do currículo
visto que haverá, portanto, uma modificação sobre a maneira em que os conteúdos se
apresentam e, ainda sobre a forma de funcionamento. Por exemplo, um médico precisa saber
não apenas de questões atinentes a sua profissão, anamneses, diagnósticos e prognósticos,
torna-se importante, também,ao médico, verificar elementos relacionados com física, química,
direito, matemática, informática, ou seja, ele cada vez mais torna-se conhecedor de outras
ciências com o intuito único de desenvolver sua profissão de maneira adequada e eficiente.
Ocorre que, muito embora para solucionar a demanda apresentada em seu consultório seja
necessária a presença de conhecimentos médicos, faz-se, oportuno, a compreensão de outras
ciências, já que, pode-se encontrar, portanto, uma conexão entre as ciências sobre o problema
de saúde apresentado.
Por isso, a amplitude que é dada no processo de aquisição do conhecimento exige de cada
indivíduo a conexão com outras formas de saber, não se limitando, portanto, a uma única área
do conhecimento. A Figura 2 indica, de maneira simplificada, o funcionamento de uma situação
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prática em que um médico, diante de um paciente que apresenta uma determinada doença, vai
precisar, na verdade, ter competências técnicas, não apenas da área da medicina, mas também,
de áreas correlatas, por exemplo, nutrição e psicologia.
Figura 2 - Transdisciplinaridade aplicada
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Sabendo que um currículo necessita de um processo de construção prévia, encontra-se,
portanto, o momento de estruturação do sistema elementar em que o currículo se abrirá para
novas possibilidades técnicas, no sentido de tornar-se possível a interligação com outras
ciências, gerando, portanto, ao estudante uma concepção que vai muito mais além da técnica
específica do conteúdo, mas também capaz de gerar uma autonomia factual, onde será
possível ao estudante analisar diante daquele problema e conjugado com determinados
conhecimentos, como solucionar a questão. É, acima de tudo, ampliar horizontes e conceder
possibilidades para a construção de vias alternativas no que diz respeito à resolução de
problemas.
Relações entre o currículo, avaliação e planejamento
Tendo realizado a análise das questões elementares sobre currículo e percebendo que a sua
concepção vai bem mais além do estabelecimento dos conteúdos disciplinares a serem
aprendidos, mas de uma aprendizagem significativa e eficaz sem discriminação e exclusão.
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Sendo assim, tem-se tão somente a compreensão, como elucidado anteriormente, que o
processo de aprendizagem deve ser organizado e conduzido pela instituição responsável a
partir da vivência dos estudantes e dos elementos culturais que devem mediar o processo, por
isso, observa-se  que no âmbito da formação do currículo outros espaços influenciam o
processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento do mesmo.
Dessa maneira, a construção do currículo é um pressuposto básico para um adequado
processo de avaliação, isso porque, o currículo irá desenhar os objetivos que desejam ser
atingidos, especificado, de maneira real, qual o método que deve ser utilizado para aferir o
conhecimento.
Desse modo, partindo do pressuposto que o planejamento é elemento essencial no processo
de ensino-aprendizagem, analisa-se apenas como se deve construir o currículo e, para tanto, é
importante que se identifique três fases essenciais,  a identificação da necessidade/ problema
que se torna fato no processo de educação, o procedimento de análise da realidade que se
apresenta com aquilo que deveria de fato ser, ou seja, como a teoria exige que a realidade se
apresente e, por fim, o desenho de um plano de ação para solucionar a questão problema ou o
objetivo que deseja atingir.
Seria, na verdade, um procedimento dividido em três panoramas distintos, o primeiro que se
destina à identificação do objetivo, o segundo à análise e construção da situação conforme
aquilo que deveria ser e, por fim, o plano de ação no processo para atingir o objetivo
determinado.
Conforme sugere Saviani  (1987, p. 24):
para que a reflexão seja qualificada como filosófica, ela necessita preencher os
seguintes requisitos: radical, pois deve-se buscar a raiz do problema, isto é, não só
se deter a identificar um problemas mas também investigar suas causas; rigoroso,
pois deve-se fazer uso do método científico; e de conjunto, pois deve considerar a
totalidade do fenômeno.
A Figura 3 apresenta as etapas do processo de elaboração de um planejamento escolar.
Figura 3 - Processo de planejamento
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Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Destaca-se ainda que o processo de planejamento é ato diário do cotidiano de qualquer
indivíduo, visto que já no ato do acordar deve-se ter em mente o que será realizado durante o
dia e, mais, como será realizado. Ao final do dia, faz-se, portanto, um levantamento do que foi
feito e, ainda, daquilo que foi deixado de fazer no sentido de tentar readequar para o próximo
dia. Aplicando essa necessidade no âmbito da sala de aula, o professor precisa de um
planejamento, pois é importante ele esgotar todas as possibilidades de questionamento que
possam surgir durante a exposição do conteúdo, visto que o objetivo é tão somente cumprir
com os objetivos que foram traçados.  Veja a Figura 4.
Figura 4 - Planejamento e relações necessárias
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
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Posto isto, o planejamento deve passar pelo critério da vivência cotidiana dos estudantes e,
assim, levar em consideração as diferenças existentes no ambiente de aprendizagem bem
como, as peculiaridades marcantes tanto dos discentes, como também da sociedade em que a
escola está situada. É justamente a compreensão de Fusari  (1990, p.35) quando observa que
"o planejamento deve ser concebido, assumido e vivenciado no cotidiano da prática social
docente, como um processo de reflexão", mas uma reflexão articulada, crítica e rigorosa".
A importância do currículo se dá a partir do afastamento da possibilidade de utilização de
instrumentos improvisados que venham, de certa maneira, interferir no processo de ensino-
aprendizagem. É importante destacar que os recursos e materiais que o professor utiliza para
aplicação do conteúdo são essenciais no sistema de ensino-aprendizagem e, quando mais
elaborado estiver o plano, melhor a qualidade da aula e os resultados das atividades aplicadas.
Insta ressaltar ainda que para o processo de aprendizagem, o planejamento torna-se mais
abrangente quando o currículo da escola se apresenta como aberto, já que estará disponível
para apreciação e elementos externos que surgem no decorrer da aplicação do conteúdo.
Identifica-se, portanto, uma adequação ao modo abrangente de perceber e aceitar o currículo e
aquilo que está especificado pela LDB9394/96, quando formaliza a autonomia das escolas a
partir de uma gestão democrática. 
Como consequência do processo de construção do currículo e do planejamento do que se
pretende ensinar em sala de aula e como se pretende apresentar, surge a terceira fase que seria
referente à avaliação do conhecimento, ou seja, uma avaliação curricular, que deve 
acompanhar a aprendizagem do estante e regular o ensino do professor, tendo como objetivo,
segundo Alves  (2004, p.67) "ajustar o tratamento didático à natureza das dificuldades
encontradas pelo aluno no momento do diagnóstico". Assim, a avaliação foge de seu perfil
punitivo, muito embora não se deva pensar emavaliação com o caráter punitivo, não se pode
negar que existe, de maneira corriqueira, a utilização da avaliação que pune o estudante no seu
aspecto classificatório.
Sobre o processo de avaliação e sua relação com o caráter punitivo Haidt  (1995, p.27)
especifica que:
seria ingênuo pensar que a avaliação é apenas um processo técnico. Ela é também
uma questão política. Avaliar pode se constituir num exercício autoritário do poder
de julgar ou ao contrário, pode se constituir num processo e num projeto em que o
avaliador e avaliando buscam e sofrem uma mudança qualitativa.
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Analisa-se, de maneira interessante que o processo avaliativo nada mais é do que o
fechamento da prática docente do professor. Neste processo, é importante reconhecer a
avaliação das aprendizagens como prática que favorece o ajuste entre o que se ensina e o que
se aprende, como uma forma de refletir sobre as práticas de estudantes e professores. A partir
dos conteúdos das informações que a avaliação disponibiliza, é possível orientar as ações do
professor ao ensinar e as do educando ao aprender. Assim, sua função afasta-se da rotineira
prática de "aprovar" ou "reprovar" ao interpretar as respostas nos exames, ou outras atividades
avaliativas, e passa a integrar-se aos processos de ensino e de aprendizagem.
A função que a avaliação assume se encontra estreitamente ligada à função que se atribui aos
processos de ensino e de aprendizagem. Aquilo que se ensina e o que se aprende. [...] suas
possibilidades e potencialidades se vinculam à forma que as próprias situações didáticas
adotam (ZABALA , 2014, p. 178). "[...] está inter-relacionada com o modelo pedagógico que
assenta nas concepções entre ensinar e aprender e nas relações que essas concepções
determinam" (PINTO; SANTOS , 2006, p. 13). "A coerência entre as práticas de avaliação e as
práticas de formação constitui uma meta - uma característica - de todos os programas de
formação, independente da natureza do ensino" (TARDIF; DUBOIS , 2011).
Na opinião de Simons (1999),
o papel transformador da avaliação é percebido na relação entre profissionalismo e
responsabilidade, visto que os objetivos educativos da avaliação estão intimamente
relacionados com o conceito de profissionalismo docente. A avaliação, como ato
político, evidencia a responsabilidade dos professores em relação aos colegas e
alunos, reconhecendo o estabelecimento de processos éticos para criação de fluxo da
informação.
De acordo com Estrela e Nóvoa  (1999, p. 09), o papel que a avaliação tem sido chamada a
desempenhar nos últimos anos constitui uma das significativas evoluções na área de
educação. "A avaliação deixou de servir para julgar, ou para provar o que quer que seja. Ela
serve para atuar e, neste sentido, encontra-se intimamente articulada com o processo
decisional". Também ressaltam os autores a função estruturante da avaliação, relativamente à
regulação das práticas pedagógicas. Pinto e Santos (2006, p. 07) reiteram a questão,
registrando que a avaliação "[...] para além de fornecer dados relevantes sobre o desempenho
escolar dos alunos, pode dar-nos igualmente informações essenciais para ajudar o aluno a
aprender melhor [...]".
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Projeto político pedagógico da escola: construção e
avaliação
Toda instituição de ensino, a partir de 1996, com a instituição da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), passou a ter uma exigência específica, nomeadamente o projeto
político pedagógico que deve apresentar de maneira clara que tipo de linha a instituição de
ensino pretende seguir, assim como os objetivos que desejam atingir, incluindo-se, portanto, as
características que desejam construir a partir do desenvolvimento do projeto construído.
Observa-se, portanto, que a LDB traz em seu conteúdo a formalização da autonomia da escola,
ou seja, a sedimentação da gestão democrática no ambiente escolar, que a partir de
orientações específicas apresentou-se um formato basilar de situações que vão desde o
espaço físico até a relação da instituição escolar com a sociedade. É justamente nesse
momento em que se identifica a importância do projeto político pedagógico, visto que passou a
servir como um instrumento de substancial importância para garantir uma nova visão no
processo de ensino-aprendizagem tendo por base, as novas políticas educacionais. 
Quando se analisa a construção de um projeto político pedagógico não se pode deixar de lado
os fatos cotidianos do ambiente escolar e, ainda, da comunidade, pois mesmo que se trace
objetivos a partir de competências técnicas bem definidas, não se pode esquecer que todos os
sujeitos que compõem a estrutura educacional acabam que por interferir na aplicação do PPP.
Veja a Figura 5.
Figura 5 - Funcionamento do Projeto Político Pedagógico
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
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O objetivo central de um projeto político pedagógico é especificar a partir de ações, objetivos,
estratégias como a escola irá funcionar, a partir de qual perspectiva conceitual. No que se
refere aos sujeitos que serão abarcados pelo PPP, deve haver a preocupação em traçar
elementos inclusivos, considerando-se, portanto, as diferenças entre os indivíduos. E, ao se
falar em inclusão no ambiente escolar dentro do PPP, identifica-se a relação direta com a
gestão democrática e, ainda, de maneira clara e evidente com a própria Constituição Federal.  A
Figura 6 indica os sujeitos envolvidos no PPP.
Figura 6 - Atores do Projeto Político Pedagógico
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Seria incongruente, portanto, se o projeto político pedagógico da instituição de ensino
apontasse o favorecimento no processo de democratização do ensino, mas não criasse
oportunidades para que os estudantes pudessem, vivenciar,  questionar ou se posicionar
acerca dos temas trabalhados no âmbito da instituição, ou seja, a escola teria no papel um
objetivo, mas na prática, estaria funcionando de uma maneira totalmente distinta.
No âmbito da avaliação, o projeto político pedagógico não pode fugir da responsabilidade
social: faz parte da sua estrutura a colocação de elementos que indiquem como a escola se
comporta com o processo de avaliação e, mais, quais são os objetivos que ela pretende atingir
com aquela proposta educacional. Quem e como vai formar crianças, jovens e adultos?  Por
meio do método de avaliação. Dessa maneira, até o processo de avaliação é pensado dentro do
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PPP, tanto institucionalmente no que diz respeito à reflexão da estrutura escolar e, ainda, no
que se refere ao instrumento que se aplica aos estudantes como instrumento para mensurar o
conhecimento.
Nesse sentido, sobre a relação direta entre o projeto político pedagógico e avaliação, Fernandes
e Freitas  (2007, p.38) mencionam que o projeto político pedagógico deve estabelecer metas
essenciais para o funcionamento da escola e que todos os atores devem se envolver no
processo de aplicação do PPP. Os referidos autores ainda observam a importância de que as
diretrizes traçadas pelo PPP estejam, definitivamente, revestidas de um viés democrático, pois
o currículo não deve ser tratado de maneira inflexível, imutável, ou seja, aaplicação do PPP
pode estar aberta para modificações extraordinárias que, porventura, venham a surgir no
ambiente escolar.  
Destaca-se ainda que a avaliação deve existir, contudo, como uma maneira de refletir sobre o
funcionamento institucional, a aplicação de uma avaliação institucional, quando bem aplicada,
torna-se um excelente coadjuvante no processo de aperfeiçoamento das atividades a serem
desenvolvidas pela instituição e, do contrário, poderá cristalizá-las, pois, se de posse dos dados
obtidos com a aplicação da avaliação institucional, os gestores educacionais não estiverem
atentos ao que deve mudar, ou ainda, se não interpretam de maneira adequada os dados
apresentados pela avaliação, poderá incorrer num tipo de inflexibilidade e, assim todos perdem:
alunos, comunidade, família e gestores.
Finalizando a Unidade 
A construção do currículo escolar é fundamental no processo do ensino-aprendizagem,
pois a partir deste ponto será possível perceber as competências técnicas que serão
trabalhadas em sala de aula. Nesta unidade, estudamos que o currículo é um instrumento
importante para as atividades desenvolvidas em sala de aula, não se pode deixar de lado
os princípios fundamentais da educação, aqueles inseridos no contexto da Lei de
Diretrizes e Base, como também outros elementos essenciais, como a diversidade
cultural, a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Em seguida, entendemos que o currículo é essencial não apenas para a construção do
planejamento, mas também, na formação do processo de avaliação. O currículo é um
sistema aberto, já que terá contato com pontos que não estão especificados na origem,
como a mudança social, a realidade dos estudantes, a escola e a própria ciência. Esses
elementos devem, portanto, ser trabalhados no âmbito do currículo.       
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Dica do Professor 
Buscando integrar as importantes discussões apresentadas, leia o artigo: "Políticas de currículo
e avaliação e políticas docentes".
http://www.scielo.br/pdf/cp/v42n147/05.pdf
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Saiba Mais 
Leia o texto "PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA CIDADÃ" de Moacir Gadotti, que
discute novos paradigmas do processo de construção de uma escola em que se valoriza a
participação do indivíduo na sociedade.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4672890/mod_resource/content/1/PPP%20GADOTTI.pdf
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