Buscar

Roteiro Sessão Plenária do Tribunal do Júri (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1 
 
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
ROTEIRO DA SESSÃO PLENÁRIA DO TRIBUNAL DO JÚRI 
Professor Adolfo Sakamoto Lopes 
adolfolopes@mpsp.mp.br 
 
Instalação da sessão: 
1) juiz verifica se a urna contém as cédulas contendo o nome dos 25 jurados; 
2) faz-se a chamada nominal dos jurados. Se houver ao menos 15 jurados 
declara instalado os trabalhos e diz o nome do réu e o número do processo que 
irá a julgamento; 
3) apregoamento das partes e testemunhas; 
4) após o pregão é o momento processual oportuno para alegar nulidades 
relativas posteriores à pronúncia; 
5) se não houver o número mínimo de jurados, sorteiam-se suplentes e o 
julgamento é redesignado para data próxima; 
6) leitura pelo juiz dos impedimentos, suspeição e incompatibilidades 
previstas nos artigos 448 e 449 do CPP; 
7) advertência dos jurados de que uma vez sorteados não poderão se 
comunicar entre si e com terceiros sobre os fatos, nem dar opinião sobre o 
processo, sob pena de exclusão do Conselho de Sentença e multa de um a dez 
salários mínimos; 
8) sorteio dos sete jurados; 
9) as partes poderão apresentar três recusas injustificadas ou peremptórias. 
Primeiro é a defesa quem tem a palavra para recusar ou não e depois o MP 
(assistente de acusação não tem direito a recusas); 
10) formado o conselho de sentença, os jurados fazem o juramento do 
artigo 472 do Código de Processo Penal; 
11) a partir do juramento começa a valer o dever de 
incomunicabilidade; 
mailto:adolfolopes@mpsp.mp.br
 
 
2 
 
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES 
12) entrega das cópias obrigatórias (parágrafo único do artigo 472 do 
Código de Processo Penal) realização da instrução em plenário com oitiva do 
ofendido e de testemunhas; 
 
Instrução em plenário: 
13) as perguntas obedecem ao sistema do cross-examination 
(perguntas diretas). Quem inicia as perguntas é o magistrado, seguindo-se as 
partes. Os jurados também poderão formular perguntas por meio do juiz 
presidente (sistema presidencialista) Observação: Por isso se fala que na 
segunda fase do tribunal do júri, o sistema adotado é misto – cross-examination 
e presidencialista; 
14) poderão ser requeridas acareações, reconhecimento de pessoas e 
coisas, esclarecimentos de peritos, bem como a leitura de peças que se refiram 
às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou 
não repetíveis (laudos); 
15) segue-se o interrogatório do acusado; 
16) o uso de algemas somente é possível no caso do parágrafo 3º do 
artigo 474 do Código de Processo Penal; 
 
Debates: 
17) debates das partes, iniciando-se pela acusação; se for um único réu 
o tempo é de 1h30 para cada parte e mais uma hora para réplica e tréplica. Se 
for mais de um réu, os debates são acrescidos de uma hora e o prazo da réplica 
e da tréplica são contados em dobro; 
18) o assistente de acusação poderá dividir o tempo com o Promotor de 
Justiça; 
19) findos os debates e antes da réplica e tréplica, é possível 
reinquirição de testemunhas (artigo 476, parágrafo 4º do Código de Processo 
Penal); 
20) durante os debates, réplica e tréplica, as partes poderão pedir ao 
juiz que o orador indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida 
 
 
3 
 
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES 
ou citada (artigo 480 do Código de Processo Penal). Apartes são permitidos, já 
que não proibidos. Devem ser respeitosos e serem administrados pelo juiz 
presidente (artigo 497, inciso XII do Código de Processo Penal); 
21) durante os debates é vedada referência: a) à decisão de pronúncia, 
às decisões posteriores que julgaram admissível a acuação ou à determinação do 
uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem 
o réu; b) ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de 
requerimento, em seu prejuízo; 
22) durante o julgamento não é permitida a leitura de documento ou a 
exibição de objeto que não tiver sido juntado com a antecedência mínima de três 
dias úteis, compreendendo-se nessa proibição a leitura de jornais ou qualquer 
outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, 
quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo verse sobre 
matéria de fato a ser submetida à apreciação e julgamento pelos jurados; 
23) encerrados os debates, réplica e tréplica, o juiz presidente indaga os 
jurados se estão habilitados para realizar o julgamento ou se precisam de mais 
esclarecimentos. Os esclarecimentos somente poderão versar sobre matéria de 
fato e não de direito; 
 
Quesitos: 
24) se os jurados estiverem habilitados para realizar o julgamento, o 
juiz lê os quesitos em plenário e explica cada um deles. O juiz presidente e 
indaga as partes se tem alguma reclamação ou requerimento a fazer. Os 
quesitos devem ser redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, 
tendo por base a pronúncia, as alegações das partes, o interrogatório do 
acusado; 
25) o juiz presidente, escrevente, oficiais de justiça, jurados e as partes 
seguem para a sala secreta; 
26) a ordem dos quesitos é aquela estabelecida no artigo 483 do Código 
de Processo Penal. Se houver a desclassificação do crime doloso contra a vida, 
incumbe ao juiz presidente proferir sentença e declarar qual o crime cometido 
 
 
4 
 
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES 
pelo réu. Se houver crime conexo, também há deslocamento de competência 
para o juiz presidente proferir sentença. 
27) para cada réu e para cada crime, serão feitas séries independentes 
de quesitos; 
 
Votação na sala secreta 
28) distribuição de papel opaco para os jurados, um contendo a palavra 
“sim” e outra a palavra “não”. As decisões do tribunal do júri são tomadas 
sempre por maioria de votos, ou seja, quatro votos. 
29) se houver contradição entre a votação de quesitos, o juiz explicará 
aos jurados em que consistiu a contradição e submeterá à nova votação os 
quesitos contraditórios. 
30) encerrada a votação, lavra-se a respectiva ata contendo o resultado 
dela e com a assinatura do juiz, das partes e dos jurados. 
31) o último ato da sessão plenária é a leitura da sentença pelo juiz 
presidente, da qual as partes já saem cientes e intimadas e começa a contar o 
prazo para eventual recurso da parte que sucumbir. 
32) encerramento pelo juiz presidente com agradecimentos.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando