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CONCEITO A anemia é definida como uma redução significativa do número de células vermelhas do sangue. Como resultado, a capacidade de ligação de oxigênio do sangue é diminuída. Como o volume sanguíneo é normalmente mantido em um nível quase constante, os pacientes anêmicos têm uma diminuição na concentração de eritrócitos ou hemoglobina no sangue periférico. Hemoglobina menor que 12 g/dl em mulheres ou 13 g/dl em homens. Os valores em mulheres em idade fértil são 10% menores do que em homens. EPIDEMIOLOGIA Em 2013, uma prevalência de 27% casos de anemia. 1993-2005, prevalência de 24,8%. 12,7% em homens adultos a 47,4% em crianças de 0 a 5 anos. Problema de saúde amplamente distribuído na população, que aumenta o risco de morbidade e mortalidade, especialmente em crianças, grávidas e idosos. Prevalência elevada em populações baixo nível socioeconômico, de baixo peso corporal e em mulheres grávidas e puérperas. Idosos: 8,8% de casos em 2012. Em Salvador prevalência chegou em 38%. Mais prevalente e níveis mais graves entre mulheres e idosos, indivíduos de baixa escolaridade e cor de pele preta, residentes das regiões Norte e Nordeste. INTRODUÇÃO Causa perda de produtividade em relação a estudos e trabalho, dificuldades cognitivas Clínica médicaCaroline Pires – A anemia é definida como uma redução do número de células . Como resultado, a capacidade de ligação de oxigênio do sangue é diminuída. Como o volume sanguíneo é normalmente mantido em um nível quase constante, os pacientes anêmicos têm uma diminuição na concentração de eritrócitos ou a no sangue periférico. menor que 12 g/dl em Os valores em mulheres em idade fértil são 10% Em 2013, uma prevalência de 27% casos de 24,8%. 12,7% em homens adultos a 47,4% em crianças de 0 a Problema de saúde amplamente distribuído na população, que aumenta o risco de morbidade e mortalidade, especialmente Prevalência elevada em populações de o nível socioeconômico, de baixo peso corporal e em mulheres grávidas e Idosos: 8,8% de casos em 2012. Em Salvador Mais prevalente e níveis mais graves entre mulheres e idosos, indivíduos de baixa pele preta, residentes em relação , dificuldades cognitivas e maior suscetibilidade a i substancial perda econômica. Relacionado a parto prematuro, nascer, e mortalidade infantil e materna. Tem causas multifatoriais: Aspectos nutricionais (deficiência de vitaminas e minerais), e não nutricionais (hemoglobinopatias), perdas sanguíneas agudas e crônicas, malárias, infecções, doenças renais crônicas e condições gastrointestinais e ginecológicas. Deficiência de ferro é a principal causa mais de 50% dos casos DIAGNÓSTICO Avaliação inicial do paciente com anemia inclui anamnese, exame físico e exames laboratoriais (fator de confirmação). Os sintomas dependem de fatores como: idade, capacidade física, grau de anemia e do tempo de evolução. Evolução aguda: sintomas com valores mais altos de hemoglobina, enquanto que os de evolução crônica com valores mais baixos. sintomas ocorrem em um paciente anêmico depende de vários fatores contribuintes. Se a anemia se desenvolveu rapidamente, pode não haver tido tempo suficiente para ocorrerem ajustes compensatórios e o paciente pode apresentar sintomas mais acentuados que, quando a anemia de gravidade equivalente, se desenvolveu insidiosamente. Os sintomas incluem: cansaço, fraqueza, falta de ar bem como dispneia e palpitações particularmente após o exercício. Os pacientes com anemia grave são muitas vezes sintomáticos e e são incapazes de tolerar esforços significativos. O achado mais característico é a palidez mucocutânea devido ao desvio de sangue longe da pele e de outros tecidos periféricos, Clínica médica – Medicina FTC 2020.2 e maior suscetibilidade a infecções e substancial perda econômica. Relacionado a parto prematuro, peso ao nascer, e mortalidade infantil e materna. Tem causas multifatoriais: Aspectos nutricionais (deficiência de vitaminas e minerais), e não nutricionais (hemoglobinopatias), perdas sanguíneas agudas e crônicas, malárias, infecções, cas e condições gastrointestinais e ginecológicas. Deficiência de ferro é a principal causa – DIAGNÓSTICO Avaliação inicial do paciente com anemia inclui anamnese, exame físico e exames laboratoriais (fator de sintomas dependem de fatores como: idade, capacidade física, grau de anemia e do tempo de evolução. Evolução aguda: sintomas com valores mais altos de hemoglobina, enquanto que os de evolução crônica com valores mais baixos. O grau em que os em em um paciente anêmico depende de vários fatores contribuintes. Se a anemia se desenvolveu rapidamente, pode não haver tido tempo suficiente para ocorrerem ajustes compensatórios e o paciente pode apresentar sintomas mais acentuados que, quando a de gravidade equivalente, se desenvolveu insidiosamente. Os sintomas incluem: astenia, aqueza, falta de ar, fadiga, bem como dispneia e palpitações, particularmente após o exercício. Os pacientes com anemia grave são vezes sintomáticos em repouso e são incapazes de tolerar esforços O achado mais característico é a nea. Este sinal é devido ao desvio de sangue longe da pele e de outros tecidos periféricos, sanguíneo aos órgãos vitais. A utilidade de palidez como um achado físico é limitada por outros fatores que afetam a aparência da pele. O fluxo sanguíneo da pele pode sofrer grandes flutuações. Além disso, a espessura da pele e textura variam amplamente entre os indivíduos. Investigação laboratorial inicial: Hematócrito, hemoglobina contagem de eritrócitos para avaliar grau de anemia. Índices hematimétricos (VCM, HCM e CHCM) para determinar se os eritrócitos são, em média, normocíticos, macrocíticos (VCM > 100) ou microcíticos (VCM < 80) e se são hipocrômicos. O hematócrito ou fração de concentrado de eritrócitos sobre volume sanguíneo total é determinado indiretamente da contagem de eritrócitos e do VCM. A média de concentração de hemoglobina dentro da pop de eritrócitos (CHCM) é o quociente de hemoglobina dividida pelo hematócrito. O VCM é particularmente útil na classificação de anemias causadas pela diminuição da produção eritrocitária O aumento da amplitude de distribuição do volume dos eritrócito (RDW) é uma medida de anisocitose. Contagem de reticulócitos estimar se a resposta medular sugere incapacidade da produção, hemólise ou perda sanguínea recente. Uma contagem elevada de reticulócitos reflete a liberação de um número aumentado de célu da medula óssea. Indícios de resposta medular de produção de células novas para tentar compensar a perda que foi instalada. Exame microscópico da distensão sanguínea (lâmina de sangue periférico) para avaliar o aspecto dos eritrócitos e as alter concomitantes dos leucócitos e das plaquetas. Síndromes anêmicas podem ser classificadas quanto à proliferação (pelo índice de reticulócitos) e quanto à Caroline Pires – tais. A utilidade de palidez como um achado físico é limitada por outros fatores que afetam a aparência da pele. O fluxo sanguíneo da pele pode sofrer grandes flutuações. Além disso, a espessura da pele e textura variam amplamente entre os indivíduos. vestigação laboratorial inicial: Hematócrito, hemoglobina e para avaliar (VCM, HCM e para determinar se os eritrócitos são, em média, normocíticos, macrocíticos (VCM > 100) ou microcíticos (VCM < 80) e se O hematócrito ou fração de concentrado de eritrócitos sobre volume sanguíneo total é determinado indiretamente da contagem de eritrócitos e do VCM. A média de concentração de hemoglobina dentro da população de eritrócitos (CHCM) é o quociente de hemoglobina dividida pelo hematócrito. O VCM é particularmente útil na classificação de anemias causadas pela diminuição da produção eritrocitária O aumento daamplitude de distribuição do volume dos eritrócitos é uma medida de anisocitose. Contagem de reticulócitos para estimar se a resposta medular sugere incapacidade da produção, hemólise ou perda sanguínea Uma contagem elevada de reticulócitos reflete a liberação de um número aumentado de células jovens Indícios de resposta medular de produção de células novas para tentar compensar a Exame microscópico da distensão (lâmina de sangue para avaliar o aspecto dos eritrócitos e as alterações concomitantes dos leucócitos e das Síndromes anêmicas podem ser classificadas quanto à proliferação (pelo índice de reticulócitos) e quanto à morfologia (pela ectoscopia da hemácia ou valores de VCM e HCM). Indício de tentativa de a medula compensar a queda da hemoglobina. TIPOS DE ANEMIA Anemia ferropriva (ferropênica) O ferro é essencial na maioria dos processos fisiológicos. Qualquer distúrbio do processo de absorção, transporte, distribuição ou armazenamento pode resultar em deficiência ou acúmulo de ferro. A maior parte encontra heme da hemoglobina e tem como função principal a oxigenação dos tecidos. Contido no plasma (ferro de transporte), armazenado no fígado, no baço, medula óssea sob a forma de ferritina e hemossiderina. Pequena parcela na mioglobina, na catalase e nos citocromos hepáticos. Etiologia da deficiência de ferro Quantidade absorvida não é capaz de suprir a necessidade do organismo e/ou repor a perda sanguínea quando dessas situações promovem a curto, ou a longo prazo uma deficiência de ferro: Fatores fisiológicos necessidade) – déficit relativo: Gestação, parto e puerpério. Situações em que há uma necessidade maior, por demanda do processo de formação do feto, e das mudanças fisiológicas. Parto por perda de sangue, e puerpério como um período de recuperação de outras fases. – Medicina FTC 2020.2 morfologia (pela ectoscopia da hemácia ou valores de VCM e HCM). Indício de tentativa de a medula compensar a queda da hemoglobina. TIPOS DE ANEMIA Anemia ferropriva (ferropênica) O ferro é essencial na maioria dos processos fisiológicos. Qualquer distúrbio do processo de absorção, transporte, distribuição ou armazenamento pode resultar em deficiência ou acúmulo de ferro. A maior parte encontra-se ligada ao heme da hemoglobina e tem como função principal a oxigenação dos Contido no plasma (ferro de transporte), armazenado no fígado, no ea sob a forma de ferritina e hemossiderina. Pequena parcela na mioglobina, na catalase e nos citocromos hepáticos. Etiologia da deficiência de ferro Quantidade absorvida não é capaz de suprir a necessidade do organismo e/ou repor a perda sanguínea quando ocorre. Algumas dessas situações promovem a curto, ou a longo prazo uma deficiência de ferro: Fatores fisiológicos (aumento da déficit relativo: Gestação, parto e puerpério. Situações em que há uma necessidade maior, por demanda do de formação do feto, e das mudanças fisiológicas. Parto por perda de sangue, e puerpério como um período de recuperação de outras Caroline Pires – Medicina FTC 2020.2 Fatores nutricionais: Dieta não balanceada, com baixa disponibilidade de ferro heme (adquirido através do consumo de proteína animal), cuja quantidade absorvida varia entre 20% e 30% do total de ferro ingerido, enquanto a absorção de ferro de origem vegetal varia entre 1% e 7%. Uso de antiácidos, ingestão de fitatos, fosfatos, oxalatos e tanino diminuem a absorção de ferro. Fatores patológicos (perda de sangue e diminuição da absorção intestinal): Sangramentos em geral (ocultos) Sangramento urogenital Sangramento gastrointestinal (úlceras) Parasitose (necator americanus, ascaris duodenale, schistossoma mansoni, trichuris trichiura) Ingestão de aspirina (forma crônica), anti- inflamatório não hormonal e anticoagulante Gastrectomia, gastroplastia reduzida (bariátrica) Hemólise intravascular e hemoglobinúria Procedimentos como hemodiálise, cirurgia e flebotomia. Diagnóstico Hemograma com anemia microcítica e hipocrômica (VCM e HCM baixos) Ferritina < 10 ng% - relação com o acúmulo de ferro no organismo Ferro sérico < 30mcg%, o que denota baixo estoque. Capacidade de ligação ao ferro (TBIC) alta. Por conta do déficit, existe uma necessidade de compensação com o aumento da capacidade de ligação, com o intuito de qualquer ferro que passa por ali, ele se liga. Ativação do sistema que liga ao cérebro, com a idéia de aproveitamento do ferro disponível. Tratamento Suporte nutricional Reposição de ferro, preferencialmente por via oral: 900mg/dia (180 mg de ferro elementar), divido em 3 tomadas. Intolerância gastrointestinal ou falha de resposta por ferro oral ou por via parenteral. Administração semanal, em ambiente hospitalar. A transfusão de hemácia deverá ser reservada para pacientes com sintomas que denotam grave hipóxia tecidual ou para cada determinada situação clínica um valor de “corte”. Geralmente é mantida a hemoglobina acima de 7, e em situações específicas acima de 9. E abaixo disso, é iniciada a transfusão de concentrado de hemácias. Em gestantes: deverá ser feita com ferro oral, durante a gestação e lactação, e mantida por 6 meses após a recuperação dos níveis hematimétricos, com a finalidade de manter a reserva mínima de ferro: 300mg/dia de sulfato ferroso (60mg de ferro elementar). Anemia megaloblástica Pode ser causada por deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico. Anemia com alto volume corpuscular, e VCM acima de 100 Baixa ingesta (deficiência de folato) Impacto na absorção, como é o caso da anemia perniciosa por deficiência de vitamina B12 Muito comum em pacientes pós bariátrica e etilistas crônicos. Diagnóstico Visualização no sangue periférico de neutrófilos plurissegmentados. Deficiência de vitamina B12 pode cursar com pancitopenia (queda das 3 linhagens – série vermelha, branca e plaquetas). A investigação inicia-se pela dosagem de ácido fólico e vitamina B12 para confirmação do perfil da anemia. As dosagens séricas de ácido metilmalônico e homocisteína, que são usados para confirmação diagnóstica. Tratamento Investigar as principais causas da deficiência de ácido fólico: nutricional, má absorção Caroline Pires – Medicina FTC 2020.2 instestinal e uso de anticonvulsivantes, pirimetamina, trimetropim e álcool. Tratar com ácido fólico via oral, 5mg/dia via oral e/ou vitamina B12 intramuscular Profilaxia: Reposição rotineira de ácido fólico, 5 mg/dia via oral A transfusão de hemácias, como na anemia ferropriva encontra-se reservada para pacientes com sintomas que denotam grave hipóxia tecidual. Talassemia Doença hereditária resultante de um defeito genético na sintese de uma ou mais cadeias globínicas da hemoglobina. Isso faz com que haja produção de hemácias com formato alterado. Sendo um tipo de anemia microcítica. Há dois principais tipos: Alfa e beta – que podem se manifestar como minor (ou traço talassêmico), intermédia ou major Diagnóstico Hemograma com microcitose (VCM baixo), hipocromia (HCM e CHCM baixos) e reticulócitos aumentados. A eletroforese de hemoglobina apresenta elevação da hemoglobina A2 nas beta- talassemias. Tratamento Varia de simples observação e acompanhamento nas formas mais brandas (alfa talassemia ou beta talassemia minor), até transfusões sanguíneas e esplenectomia (retirada do baço), nas formas mais severas (beta talassemia major). Controlar a infecção urinária – tipo de alteração clinica muito comum para descompensar essa situação. Prescrever ácido fólico 5mg/dia, VO Não administrar suplementos ferruginosos Não prescrever drogas oxidativas como as sulfas Pacientes com talassemia devem ser encaminhadas para aconselhamento genético.Anemia falciforme A doença falciforme, causada por uma mutação no gene da β-globina (HBB), compreende um grupo de anemias hemolíticas crônicas. Ocorre por mutação que substitui o ácido glutâmico por valina na posição 6 na cadeia β-globina. A globina, a porção proteica da hemoglobina, contém o anel heme da porfirina e permite que a molécula opere eficientemente no transporte de oxigênio e em suas demais funções fisiológicas A hemácia com a globina mutante quando desoxigenada torna a clássica forma de foice, perdendo a flexibilidade necessária para atravessar os pequenos capilares Os heterozigotos para a mutação apresentam uma entidade benigna (traço falciforme), sem ocorrência de anemia ou obstrução vascular A anemia falciforme é notável por sua heterogeneidade clínica. Qualquer paciente pode apresentar quase todas as complicações conhecidas da doença; alguns não têm quase nenhuma complicação, mas morrem subitamente; outros pulam uma ou mais fases da doença, mas sofrem intensamente em outras. Portanto, o protótipo desta doença, de herança mendeliana e que afeta um único gene, comporta-se clinicamente como uma condição multigênica com excepcional variabilidade fenotípica. Estes genes têm o potencial de afetar a patogênese da anemia falciforme por modular a concentração de HbF, inflamação, o dano oxidativo, a biologia do óxido nítrico (NO), a vasorregulação, a interação célula a célula, a coagulação sanguínea e a hemostase Caroline Pires – Medicina FTC 2020.2 Diagnóstico Quadro clínico: Anemia crônica, crises de dor osteoarticular ou torácica, icterícia e historia familiar frequentemente positiva. O diagnóstico é feito pela eletroforese de hemoglobina que detecta a presença da hemoglobina mutante (hemoglobina S). Tratamento Ferro é contraindicado Transfusões (de forma crônica) com concentrado de hemácias lavadas no caso de hemoglobina < 7g% Evitar a ocorrência de fatores que precipitam a crise falcêmica, como desidratação, acidose, hipotensão arterial, hipoxemia e infecção. Pacientes com anemia falciforme devem ser encaminhadas para aconselhamento genético. Crise falcêmica Internação hospitalar (paciente com situações obstrutivas, alterações que geram dor, infartos em determinados órgãos, culminar em AVC por obstruções vasculares) Hidratação rigorosa para redução da concentração das hemácias no sangue, diluindo. Transfusão de concentrado de hemácias lavadas – com o objetivo de reduzir o porcentual de HbS para < 40% e elevar a Hb para cerca de 10g/dl Sedação e analgesia Investigar possíveis focos de infecção, ocorrência que precipita a crise falcêmica. Anemias hemolíticas Esferocitose hereditária Representa a mais comum desordem congênita da membrana eritróide Disfunção de uma ou mais proteínas de membrana, gerando alterações na flexibilidade da hemácia com destruição periférica precoce. Clinicamente varia desde anemia discreta e compensada até grave anemia hemolítica O tratamento inclui reposição de ácido fólico e esplenectomia para os pacientes com anemia mais grave. A transfusão de concentrados de hemácias deverá ser reservada para pacientes em crise aplásica (quando não há uma produção satisfatória pela medula) ou hemólise grave. Deficiência de glicose 6 fosfato desidrogenase (G6PD) Anormalidade mais comum do metabolismo da hemácia Destodem genética ligada ao cromossomo X A deficiência desta enzima diminui a capacidade da hemácia de manter- se íntegra frente aos agentes oxidantes. Infecções, alterações metabólicas e exposição a alguns fármacos provocam episódio hemolítico agudo com hemólise intravascular Diagnóstico – presença do corpúsculo de Heinz no esfregaço de sangue periférico e pela pesquisa de G6PD A maioria é assintomática, realizando- se o diagnóstico por estudo familiar O tratamento é de suporte com transfusão de hemácias, quando necessário. Profilaxia das crises – evitar o uso de substâncias oxidantes Caroline Pires – Medicina FTC 2020.2 Anemia hemolítica autoimune Destruição precoce das hemácias mediada por auto-anticorpos fixado a antígenos da membrana eritrocitária que determina uma série de reações em cascata terminando na lise dessas células (hemólise intravascular), além de fagocitose pelo sistema macrofagocítico (hemólise extravascular) Os autoanticorpos IgG antieritrocitários mediam a destruição das hemácias fora da corrente sanguínea em um processo conhecido como hemólise extravascular. Por outro lado, quando os componentes líticos do sistema complemento participam no processo, a destruição das hemácias geralmente ocorre diretamente na circulação (hemólise intravascular). Entretanto, a participação dos componentes líticos do complemento na anemia hemolítica autoimune mediada por IgG é rara. Pode ocorrer de forma idiopática, induzido por drogas ou de secundária a processos autoimunes, infecciosos ou neoplásicos Quadro clínico: Sinais e sintomas de anemia associada à icterícia, dor abdominal e febre. Esplenomegalia de pequena monta também pode ser encontrada. O esfregaço de sangue periférico revela microesferócitos, hemácias “mordidas” e eritoblastos. O teste da antiglobulina direta (Coombs direto) dá positivo O tratamento é feito por administração de glicocorticoides – Nos casos refratários pode ser realizada esplenectomia ou terapia com imunossupressores; a transfusão deverá ser reservada para pacientes com sinais de falência circulatória. Anemia hemolítica microangiopática Hemólise microvascular causada por fragmentação de eritrócitos normais e passando por vasos anormais, por consequência da vascularização comprometida acometendo o conteúdo de células vermelhas do sangue. A síndrome hemolítico-urêmica e a púrpura trombocitopênica trombótica são causas primárias, enquanto que, entre as secundárias, encontramos as complicações da gravidez como: DPP (descolamento prematuro de placenta), pré-eclâmpsia, e a sindrome HELPP, Clinicamente constata-se a tríade clássica: anemia microangiopática, plaquetopenia e insufiência renal aguda. O tratamento consiste em plasmaférese, observando-se que a transfusão de plaquetas é contraindicada por resultar em agravamento da trombose microvascular. Anemia de doenças crônicas A anemia da doença crônica é a anemia que ocorre nos estados patológicos crônicos, geralmente naqueles associados a níveis elevados de citocinas inflamatórias. Por causa dessa relação, a condição também é denominada como anemia da inflamação. Embora a anemia da inflamação crônica se manifeste em geral como um processo normocrômico e normocítico, em 20% a 50% dos casos os índices hematimétricos revelam microcitose. A anemia é geralmente de grau leve a moderado e pode ser assintomática. Sua causa é multifatoria; e as doenças infecciosas, autoimunes, neoplasias e insuficiência renal crônica são condições associadas. Os exames laboratoriais demonstram ferritina normal ou alta (como tentativa de compensação), com ferro sérico baixo, em decorrência de desordem no metabolismo do ferro. O tratamento da doença de base deve ser realizado sempre que possível O tratamento de suporte pode ser realizado com reposição de eritropoetina para os casos onde há deficiência e administração de ferro por via parenteral, enquanto que a transfusão de concentrados de hemácias deverá ser reservada para os pacientes sintomáticos. Anemias por hemorragia aguda É causa comum de anemia hiperproliferativa Perdas de até 15% do volume sanguíneo são normalmente toleradas por mecanismos compensátorios Perdas maiores levam a hipotensão e choque No choque hipovolêmico ocorre perda sanguínea global de tal forma que os valores hematimétricos CarolinePires – Medicina FTC 2020.2 podem permanecer normais e não refletem imediatamente a extensão da perda sanguínea. O tratamento inicial deve ser feito com reposição de cristalóides (soro) para manutenção do volume plasmático, e para resgatar a pressão, hemodinâmica e perfusão tecidual. Para a perda moderada de curta duração, a infusão de solução cristaloide costuma ser suficiente. A indicação de transfusão de hemocomponentes deve ser avaliada individualmente. Se a perda sanguinea for maior que 1500ml ou maior do que 30% do volume plasmático haverá necessidade de reposição de concentrados de hemácias. Anemias por hemorragia aguda Classificação e tratamento do choque volêmico
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