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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO SINDICADO DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ..., com endereço eletrônico ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro ..., CEP ..., Cidade ..., Estado ..., representado por seu PRESIDENTE ..., nacionalidade ..., profissão ..., estado Civil ..., inscrito no CPF nº ..., com endereço eletrônico ..., residente e domiciliando na Rua ..., nº ..., bairro ..., CEP ..., Cidade ..., Estado ..., por seu advogado, com endereço profissional na ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., que indica para os fins do artigo 77, inciso V e 287 do CPC com fundamento no artigo 5º inciso LVXXI da CF/88 e Lei nº 13.300/16, propor MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO em face do PREFEITO DO MUNICIPIO Y, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portador da cédula de identidade RG nº ..., devidamente inscrito no CPF de nº ..., residente e domiciliando na ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., vinculado ao MUNICIPIO Y, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ de nº ..., com endereço eletrônico ..., com sede na rua ..., nº ..., Bairro ..., CEP ..., Cidade ..., Estado ..., por meio de seus representantes judiciais, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I – DOS FATOS Teresa, funcionária do município de Y do Estado de São Paulo, exerce há 16 anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Dessa forma, recebe como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal benefício. Diante o exposto, o Sindicato vem promover a medida judicial cabível para a tender aos interesses de Teresa e demais associados. II – DOS FUNDAMENTOS 1) DO CAMIBENTO A ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito previsto na Constituição Estadual (art.126, §4º, III), torna inviável o exercício do direito à Aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em condições insalubres, razão pela qual o MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada na forma do artigo 5º, LXXI da CF. 2) DA LEGITIMIDADE Conforme previsão legal na lei 13.300/16 que através de seu art. 12, inciso III, autoriza a organização do Sindicado dos Servidores público municipais do município Y/SP, ora impetrante, sendo legitimado para representar seus membros ou associados, enquanto servidores públicos municipais, na forma de seu estatuto assegurar o direito dos inúmeros funcionários filiados há pelo menos 1 ano. Que por sua vez, o Prefeito do município Y/SP é legitimado no polo passivo para está ação, conforme a Lei Orgânica do Município artigo 51, III no que tange a iniciativa de projetos de lei que disponham sobre a aposentadoria de servidores. 3) DA COMPETENCIA Quanto ao caso exposto, cabe ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, processar e julgar está referia ação conforme regimento interno do mesmo. III – DO DIREITO O Município tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial de seus servidores no exercício da competência supletiva (art. 24, § 3º c/c art. 30, II, da Constituição Federal). A competência legislativa das pessoas políticas para editar normas sobre previdência social, em especial acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos, é concorrente (artigo 24, XII da CF), de modo que ausente norma de caráter geral expedida pela União, haverá competência plena do Chefe do Executivo local para a propositura da lei, sem prejuízo, é claro, da superveniência de Lei Federal a respeito (§ 4 º, artigo 24 da CF). Os artigos supramencionados mostram a competência legislativa de pessoas políticas para legislar em matéria relativa à previdência social, em especial acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos, sendo esta concorrente, de modo que inexistente norma de caráter geral expedida pela União haverá competência plena do chefe do executivo local para a propositura da lei. Com fulcro no posicionamento de Alexandre de Moraes, Ministro da esfera máxima da corte brasileira, que nos traz o seguinte entendimento: O Mandado de Injunção consiste em uma ação constitucional de caráter civil, e de procedimento especial, que visa suprir uma OMISSÃO do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na Constituição Federal. Sabendo-se que esta lei já deveria ter sido proposta e, não tendo sido, incide o impetrado em mora, não resta alternativa diversa da busca pela tutela jurisdicional, aplicando por analogia o art. 57, caput e parágrafo primeiro da lei 8213/91. Em alusão ao caso exposto, temos semelhante, uma decisão de um Mandado de Injunção e Art. 40, § 4º, da CF (Inf. 542). Na linha da nova orientação jurisprudencial fixada no julgamento do MI 721/DF (DJE de 30.11.2007), o Tribunal julgou procedente pedido formulado em mandado de injunção para, reconhecendo a mora legislativa e a necessidade de se dar eficácia às normas constitucionais e efetividade ao direito do impetrante, suprir a falta da norma regulamentadora a que se refere o art. 40, § 4º, da CF, aplicando ao caso, no que couber e a partir da comprovação dos dados perante a autoridade administrativa competente, o art. 57 da Lei 8.213/91. Tratava-se, na espécie, de mandado de injunção impetrado por investigador da polícia civil do Estado de São Paulo que pleiteava fosse suprida a lacuna normativa constante do aludido § 4º do art. 40, assentando-se o seu direito à aposentadoria especial, em razão do trabalho estritamente policial, por 25 anos, em atividade considerada perigosa e insalubre. Em seguida, resolvendo questão de ordem suscitada pelo Min. Joaquim Barbosa, o Tribunal, por maioria, autorizou que os Ministros decidam monocrática e definitivamente os casos idênticos. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, que entendia não caber essa autorização. Outros precedentes citados: MI 670/ ES (DJE de 31.10.2008); MI 708/DF (DJE de 31.10.2008); MI 712/PA (DJE de 31.10.2008); MI715/DF(DJUde4.3.2005). MI 795/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 15.4.2009. (MI-795). Informativo 542. Por fim, sopesando o fato de que o STF já haver se pronunciado em Súmula Vinculante nº 33, devendo-se aplicar no que couber as regras do regime geral de previdência social aos servidores municipais. III – DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) Notificação da autoridade coatora para prestar informações, no prazo de 10 dias conforme art. 5º, inciso I da Lei 13.300/2016.; b) A ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada a cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito; c) Intimação do Ministério Público no prazo de 10 dias; d) A procedência do pedido para declarar a omissão normativa e aplicação analógica do artigo 57 parágrafo 1º da Lei nº 8.213/91, para todos os filiados da impetrante; e) A aplicação de multa caso seja descumprida a decisão e o que se almeja na presente ação; DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Nestes termos, Pede deferimento Município Y/SP, data. ADVOGADO OAB Nº/UF
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