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Lingua portuguesa estudos gramaticais

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Prévia do material em texto

Newton Luís Mamede
Adaptação
Henrique Campos Freitas
Kátia Maria Capucci Fabri
Língua Portuguesa / Estudos 
gramaticais
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube
 Mamede, Newton Luís.
M31l Língua portuguesa / Estudos gramaticais / Newton Luís 
 Mamede. – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2020.
 148 p. : il. 
 Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. 
	 							Inclui	bibliografia.																			
 ISBN 
 
 1. Língua portuguesa – Gramática. 2. Língua portuguesa. I. 
 Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. II. 
 Título. 
 
 CDD 469.5 
© 2020 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Coordenação de Graduação a Distância
Sílvia Denise dos Santos Bisinotto
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Editoração
Stela Maria Dias Queiroz
Revisão textual
Erika Fabiana Mendes Salvador
Diagramação
Andrezza de Cássia dos Santos
Douglas Silva Ribeiro
Ilustrações
Getty images. Acervo Uniube.
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Newton Luís Mamede
Especialização em Língua Portuguesa, pelo PREPES – Programa 
Regional de Especialização de Professores do Ensino Superior – da 
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Aprovado em 
concurso público na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), como 
professor	de	Língua	Latina.	Graduação	em	Filosofia	(licenciatura	plena)	
pela	Faculdade	de	Filosofia,	Ciências	e	Letras	“Santo	Tomás	de	Aquino”	
(Fista). Graduação em Letras com habilitação em Português-Francês 
(licenciatura	plena)	pela	Faculdade	de	Filosofia,	Ciências	e	Letras	
“Santo	Tomás	de	Aquino”	(Fista).	Professor	de	Língua	Portuguesa	na	
Universidade de Uberaba (Uniube). Professor da Faculdade Presidente 
Antônio Carlos de Uberaba, nos cursos de graduação em Direito e de 
licenciatura em Pedagogia. Experiência na área de Letras, com ênfase 
em Língua Portuguesa.
Sobre o autor
Sumário
Apresentação ..................................................................................... VII
Capítulo 1 Gramática e estrutura morfossintática .................................1
1.1 Língua padrão e língua coloquial ............................................................................3
1.1.1 Língua padrão ................................................................................................3
1.1.2 Língua coloquial ...................................................................................................5
1.2 Os estudos gramaticais da Língua Portuguesa ......................................................7
1.3 Classes de palavras .................................................................................................8
1.3.1 Palavras variáveis ........................................................................................10
1.3.2 Palavras invariáveis .....................................................................................47
1.4 Conclusão ..............................................................................................................58
Capítulo 2 Aspectos pragmáticos: usos e normas ..............................61
2.1 A estrutura da sentença e a pontuação .................................................................64
2.1.1 Pontuação no período simples ......................................................................67
2.1.2 Pontuação no período composto .................................................................69
2.1.3 Emprego da vírgula com a conjunção e ......................................................73
2.2	Acentuação	gráfica ................................................................................................80
2.2.1 Posição da sílaba tônica ..............................................................................84
2.2.2 Casos especiais ...........................................................................................88
2.3	Dificuldades	mais	frequentes	da	língua.................................................................91
2.3.1 Por que, por quê, porque, porquê ................................................................91
2.3.2 Crase ............................................................................................................99
2.3.3 Palavras e expressões ............................................................................... 111
2.3.4 Funções do pronome se ............................................................................126
2.3.5 Regência de alguns verbos .......................................................................129
2.3.6 Emprego do pronome relativo que com verbos que regem preposição ........135
2.4 Conclusão ............................................................................................................135
Caro(a) aluno(a), é um prazer tê-lo(a) conosco!
Um livro, sozinho, não se basta. Guardado na estante ou escondido na
biblioteca,	sua	finalidade	praticamente	se	anula.
Você está diante de um livro que apresenta as estruturas básicas para um 
estudo sério e seguro do nosso idioma, a bela Língua Portuguesa. Não 
importa o curso que você faça, para compreender e aprender os fatos 
fundamentais da língua que você fala, para se comunicar de maneira 
fluente,	elegante	e	correta,	o	estudante	de	nível	universitário	precisa	
dominar alguns detalhes do idioma que não se aprendem na simples 
aquisição da linguagem coloquial, no ambiente familiar, no início da vida.
Este livro apresenta-lhe alguns desses detalhes. Não todos, evidentemente, 
pois	o	universo	do	idioma	é	quase	infinito.	Mas	o	conhecimento	básico	já	é	
um porto seguro para uma boa comunicação em linguagem culta e formal. 
Alguns assuntos você já estudou na educação básica. Agora, você vai 
recordar e ampliar seus conhecimentos linguísticos.
No	 primeiro	 capítulo,	 “Gramática	 e	 estrutura	morfossintática”,	 são	
expostos alguns conceitos linguísticos de níveis de linguagem e de 
tipos de gramática, bem como as classes gramaticais das palavras da 
Língua Portuguesa, como substantivo, adjetivo, verbo, entre outras, e 
suas	situações	de	emprego	e	funcionamento,	como	flexões,	ortografia,	
significado	e	demais	noções	gramaticais.
 
Apresentação
VIII UNIUBE
No	segundo	capítulo,	“Aspectos	pragmáticos:	usos	e	normas”,	são	
apresentadas algumas situações da norma padrão ou nível culto da 
Língua Portuguesa, com o foco na correção, ou, em outros termos, na 
exposição da forma correta de palavras e de expressões, muitas vezes 
empregadas de maneira desvirtuada por pessoas de nível escolar 
elevado. São situações de uso frequente na fala e na escrita, no exercício 
diário da prática da linguagem, que não podem ser ignoradas por quem 
deseja expressar-se corretamente.
O	livro	tem	finalidade	acadêmica.	Vazado	em	linguagem	simples	e	
acessível, pretende contribuir para o estudo e a aquisição segura dos 
fundamentos do idioma pátrio.
Bons estudos!
Introdução
Gramática e estrutura 
morfossintáticaCapítulo1
Nas instituições de educação no Brasil, o estudo da Língua 
Portuguesa vem passando, nas duas últimas décadas, por 
algumas transformações decorrentes dos avanços dos estudos 
linguísticos, mormente os praticados por novos pesquisadores, 
ou	 “pesquisadoresnovos”, em seus trabalhos universitários, 
monografi	as,	dissertações	de mestrado ou teses de doutorado. 
As modernidades dos estudos têm fascinado os estudiosos de cursos 
de pós-graduação e, consequentemente,	infl	uenciado	professores	
e estudiosos dos cursos de graduação, os quais, numa espécie de 
“corrente”, transmitem aos alunos suas convicções, tendências e 
simpatias por	teorias	e	ideias	modernas	e	“avançadas”.
Embora	tais	condutas	sejam	louváveis	e	benéfi	cas	da	parte	dos
estudiosos latinos, o termo gramática não pode deixar de ter ou
perder seu sentido ou seu valor. Não é humilhante saber gramática. É 
importante,	sim,	conforme	afi	rmado	linhas	atrás,	conhecer vários 
aspectos do estudo da língua, e não só a gramática. Mas desprezar 
a gramática e considerá-la desnecessária torna o estudo da língua 
incompleto,	indefi	nido.
2 UNIUBE
Neste capítulo, iremos considerar os fatos da língua como objeto 
de estudo da gramática.
Ao término deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• explicar as diversas modalidades de desempenho de uma 
língua, principalmente a língua ou norma padrão e a língua 
coloquial;
• justificar	a necessidade de estudar gramática para um bom 
conhecimento das estruturas da Língua Portuguesa;
• identificar	situações	morfológicas	das	classes	de	palavras	e	
de seu funcionamento para o correto desempenho na modalidade 
culta da língua;
• compreender as regras da gramática e da estrutura morfossintática 
aplicadas às diversas situações sociocomunicativas.
1.1 Língua padrão e língua coloquial
1.1.1 Língua padrão
1.1.2 Língua coloquial
1.2 Estudos gramaticais da Língua Portuguesa
1.3 Classes de palavras
1.3.1 Palavras variáveis
1.3.2 Palavras invariáveis
1.4 Conclusão
Objetivos
Esquema
 UNIUBE 3
Língua padrão e língua coloquial1.1
Nos estudos sobre a língua, são estudadas as variantes linguísticas, 
entre as	quais	as	mais	conhecidas	são	a	variante	histórica,	a	geográfica	
e a social, cada qual com suas divisões ou subdivisões. 
Na variante social, a dicotomia que mais se destaca, ou para a qual 
mais se chama a atenção, é a dupla língua padrão e língua coloquial. 
Conforme o livro ou o autor, essas denominações podem variar, como 
norma padrão, norma culta, nível formal, para a língua padrão, e nível 
coloquial, língua oral, oralidade, para a língua coloquial.
1.1.1 Língua padrão
Essa é uma variante ou apenas um aspecto sob o qual a língua é 
considerada. É o nível próprio da linguagem formal, em suas estruturas 
gramaticais apresentadas ou expostas nos livros de estudo sobre a língua, 
como as gramáticas, os dicionários, as obras dos escritores de renome 
ou de elevada qualidade intelectual. 
Essa,	ainda,	é	o	nível	que	identifica	as	chamadas pessoas cultas, dotadas 
de escolaridade elevada, detentoras de cursos universitários ou simples 
autodidatas de notório saber, quando escrevem ou quando falam. É o nível 
presente	nos	textos	científicos,	literários,	didáticos, oficiais,	jornalísticos,	
os quais são elaborados ou redigidos dentro das normas de correção 
conforme as regras ou normas estabelecidas pela “gramática”.		
Daí uma das denominações deste nível: norma padrão.
O termo primordial que caracteriza a língua padrão é correção. Trata-se 
de	não	escrever	“errado”,	não	transgredir	a	ortografia,	o	vocabulário, o 
estilo, as normas ou as famosas regras de concordância verbal e nominal, 
4 UNIUBE
de regência, de pontuação. E, ainda, de empregar corretamente as	flexões	
de	gênero	e	número	das	palavras,	as	corretas	flexões	verbais, os termos 
adequados nas construções de frases. 
O que é necessário é escrever corretamente, isto é, sem erro. É esta 
variante culta que determina	as	revisões	de	linguagem	em	gráficas,	
editoras, jornais, secretarias e demais órgãos que utilizam a língua no 
padrão culto em seus exercícios de trabalho.
A língua padrão apresenta as seguintes características:
• Escrita e pronúncia corretas, conforme estabelecidas nas gramáticas, nos 
dicionários e na tradição de emprego pelas pessoas cultas.
• Adquirida por meio de estudo. Esta é a grande, a fundamental, a 
primordial característica deste nível de uso da língua. Não vale aqui o 
argumento	de	que	“quem	faz	a	língua	é	o	povo”.	Não.	Neste nível, não 
se	considera	o	“povo”,	em	seu	sentido	puramente	de categoria social. 
A aquisição do nível culto, da norma padrão da língua, é decorrente 
apenas de estudo. 
• Aprende-se a norma culta, a língua padrão, estudando. Estudando: 
e	não	ouvindo	“os	outros”, mesmo que esses outros sejam pessoas 
detentoras de estudo. É muito comum ouvir doutores cometerem 
desvios da norma culta, em pronúncia, em concordância, em vocabulário 
e em outros aspectos da língua.
• Artificial,	formal. Suas expressões não jorram espontaneamente da 
boca ou da mente do falante, do emissor. É uma linguagem pensada, 
ensaiada,	cuidada,	que	pode	ser	alterada,	modificada, transformada no 
decorrer do discurso. O interlocutor, na fala ou na escrita, pensa antes 
de se expressar. Simplesmente cuida da correção da linguagem.
• Vocabulário	amplo,	refinado,	erudito,	complexo.	É	uma	característica 
decorrente das duas anteriores. As palavras ou os termos empregados 
são adquiridos individualmente, conforme o grau de estudo e de leitura 
de seu usuário, e não por meio do simples convívio social e doméstico. 
IMPORTANTE!
 UNIUBE 5
• Estão presentes nas grandes obras dos grandes escritores. Por isso, 
socialmente, as palavras são chamadas “palavras	difíceis”,	ou	“palavras	
bonitas”,	pelas	pessoas	comuns.
• De	emprego	literário,	jornalístico,	científico	didático,	jurídico. Conforme 
visto nas outras características, é o nível empregado e praticado nos 
setores cultos e formais da sociedade.
1.1.2 Língua coloquial
Este é o nível que caracteriza propriamente a língua como produto 
da racionalidade humana. Antropologicamente, o homem é o animal 
dotado de linguagem articulada por meio de signos, de símbolos sonoros, 
produzidos pela voz, que representam o mundo biossocial. É o nível da 
voz	do	animal	“homem”.	
Biologicamente,	os	animais	possuem	“vozes”, como aprendemos nas 
séries iniciais de nossa vida escolar. O cão late, o gato mia, o boi berra, 
e assim por diante. Já o homem fala. Essa é a voz do animal racional, 
do homem. Mas não é uma voz simplesmente “fisiológica”	decorrente 
do	instinto	animal.	É	a	voz	codificada	pela	língua, pelo idioma. Portanto, 
racional.
A	língua	coloquial	é	a	“verdadeira”	língua	do	homem,	ser	social.	É	por 
ela que ele se comunica e se interage na sociedade, ao longo de toda 
sua vida. É o nível da conversa, independentemente de escolaridade, 
de grau de instrução. 
O habitante de cidade, o doutor universitário, o operário, o trabalhador 
humilde, o habitante rural, o sertanejo, o analfabeto, qualquer pessoa, 
ou qualquer ser humano é detentor da língua coloquial. É por meio dela, 
como já o dissemos, que as pessoas se comunicam na sociedade. As 
pessoas: qualquer pessoa.
6 UNIUBE
A língua coloquial apresenta as seguintes características:
• Da conversa diária, entre os falantes. Em casa, em família, com os 
vizinhos	e	os	amigos,	na	escola,	no	trabalho,	na	rua.	O	termo	“coloquial” 
tem	origem	latina,	com	ideia	de	“conversa”:	fala	entre	pessoas.
• Adquirida desde a infância. A criancinha, por volta de um ano de 
idade, ou antes, já começa a balbuciar os primeiros fonemas que irão 
constituir as palavras e depois as frases articuladas para a expressão 
do pensamento. Adquirida desde a infância e ao longo da vida. E não 
por meio de estudo, como a língua padrão, ou nível culto da língua.
• A língua coloquial é aprendida em casa, com os pais, vizinhos, amigos. 
É chamada muitas vezes de língua materna, por ser, tradicionalmente, 
a mãe a primeira a ensinar a criancinha a falar.
• Natural, espontânea, informal. Se é o nível da conversa diária, a língua 
é usada automática, simultaneamente ao pensamento. Por isso, não 
ensaiada, não pensada anteriormente, não planejada. A língua é 
articulada ou emitidacom a naturalidade própria do falante, com seu 
linguajar decorrente de sua cultura, antropologicamente falando.
• Vocabulário reduzido, simples. A quantidade de palavras é limitada, em 
comparação com o vocabulário da língua culta ou padrão. São palavras 
do quotidiano, aprendidas no dia a dia, de domínio de todos os falantes 
de um grupo ou de uma comunidade. Mas o necessário para a pessoa 
se comunicar durante toda sua vida.
IMPORTANTE!
Neste nível da língua coloquial não se considera a ideia de	“certo	e	errado”.	
É com base nessa característica que os estudiosos da Língua Portuguesa 
proferiram	a	famosa	afirmação	de	que	“na	língua	não	existe	erro”.	
É claro que isso não deve ser entendido ao pé da letra. Não se considera 
erro, sim, na língua coloquial. Esta decorre do nível de cultura do falante. 
O habitante sertanejo e analfabeto, mas não surdo-mudo, fala o idioma 
pátrio	satisfatoriamente.	Uma	frase	como	“nóis	já	armuçô”	não	pode	ser 
considerada	“errada”	se	proferida	por	um	sertanejo	analfabeto.	
 UNIUBE 7
 Errada por quê?
Esta	é	a	“língua”	própria	de	seu	universo,	de	seu	ambiente,	de sua 
vida social. Como, então, ele deveria falar? Ele não estudou para ter 
aprendido	que	o	“certo”	é	“nós	já	almoçamos”.
O conceito de correção de linguagem, de corrigir o errado para adotar o 
certo, é próprio do nível culto da língua, da norma padrão, empregada 
pelas pessoas instruídas, estudadas, cultas. Aí, sim, devemos cuidar da 
correção,	de	“não	errar”.
Uma	concordância	indevida,	uma	grafia	errada,	uma	frase	mal	construída 
ou ambígua ou uma palavra mal-empregada são desvios que se devem 
corrigir no emprego culto da língua, para que a expressão seja adequada 
ao nível cultural e intelectual de seu usuário. 
Um desvio constatado num jornal,	numa	revista,	num	cartaz	afixado	
em lugar público, num texto de publicidade ou propaganda, num livro; 
ou proferido oralmente por um palestrante, um pregador religioso, um 
político, um professor, um advogado, um orador, agora, sim, se trata 
propriamente	do	“erro”	de linguagem, objeto de crítica ou zombaria das 
demais pessoas.
Os estudos gramaticais da Língua Portuguesa1.2
Os estudos gramaticais de uma língua, geralmente, 
partem do princípio da compreensão dos fonemas, 
dos morfemas e das palavras, dos sintagmas e 
das frases, e das unidades semânticas. Esses 
estudos compõem as unidades linguísticas de 
uma determinada área da Língua Portuguesa, ou 
seja, da fonologia, da morfologia, da sintaxe e da 
semântica.
Fonema
Menor unidade 
linguística destituída 
de sentido, passível 
de delimitação na 
cadeia falada, isto é, 
uma sequência de 
sons. Caracteriza-se, 
normalmente, pela 
substância sonora, ou 
seja, por representar 
os sons de uma 
língua (SAUTCHUK, 
2018, p. 25).
8 UNIUBE
Esses, por sua vez, auxiliam na compreensão e no desenvolvimento 
das competências linguísticas para uma melhor comunicação, seja oral 
ou escrita, nas diversas situações comunicativas, pois saber aplicar 
os	conteúdos	gramaticais	com	eficiência	demonstra	não	só	um	nível	
culto, mas também demonstra nossa capacidade de produzir e construir 
significados	que	estão	para	além	do	que	é	materializado	nos	textos.
De acordo com a estudiosa Inez Sautchuk (2018, p. 26), é o conhecimento 
dessa	gramática	“que	comporta	as	regras	essenciais	constitutivas	de	sua	
identidade, possibilita que todo falante de uma língua ‘saiba’ construir 
frases	e,	com	elas,	expressar	seus	pensamentos”.	
Para o início desse estudo, então, é necessário o conhecimento das 
classes	de	palavras,	isto	é,	a	divisão	elaborada	a	fim	de	que	as	palavras	
fossem estudadas isoladamente, desconsiderando-se a função que 
exercem dentro da frase ou da oração, com o objetivo de analisá-las 
por meio de seus aspectos semânticos (de sentido) e funcionais nas 
produções textuais e os efeitos de sentido que elas produzem na 
interação com os interlocutores. 
Classes de palavras1.3
As classes de palavras de uma língua são apresentadas na parte 
das gramáticas denominada morfologia. Sendo a gramática dividida, 
tradicionalmente, em fonética, morfologia e sintaxe, o estudo das classes 
de palavras pertence ao ramo da morfologia. Esta, por sua vez, estuda 
a estrutura e formação de palavras e as classes de palavras.
 UNIUBE 9
As	palavras	variáveis	são	as	que	sofrem	flexão	ou	modificação	em	
seu final	como	as	desinências	de	gênero	(masculino	e	feminino)	e	de	
número (singular e plural) para algumas, como neste caso da palavra 
gato (Figura 1):
Gat -o
-a
-o-s
-a-s
Figura 1: Gato.
Fonte: Getty images. Acervo Uniube.
A	palavra	é	uma	só,	mas	possui	quatro	“finais”	ou	terminações	em	suas	
ocorrências de uso ou funcionamento da língua. Não são, portanto, 
quatro palavras.
As	palavras	invariáveis	são	fixas,	não	apresentam	modificações	em	
seu	final,	como	no	caso	da	palavra	aqui, que permanece sempre nessa 
forma.
Invariáveis
• advérbio, preposição, conjunção, interjeição
Variáveis
• substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo
Em português, existem dez classes de palavras, assim distribuídas:
10 UNIUBE
1.3.1 Palavras variáveis
1.3.1.1 Substantivo
Tradicionalmente, substantivo é a palavra que designa os seres, entendidos 
estes como pessoas, animais e coisas, numa concepção concreta, e 
como ações, sentimentos, qualidades, estados, numa concepção abstrata.
A palavra substantivo relaciona-se com substância. Designa, portanto, 
o ser, entidade dotada de uma substância existencial. O substantivo é, 
então, o nome de um ser.
A importância dos substantivos
Os substantivos, como sabemos, são palavras que designam os seres em 
geral, reais ou imaginários. Eles são responsáveis, na maioria das vezes, 
por indicar a coerência de um texto, indicando o assunto de que se trata a 
produção textual. 
É importante lembrar que, geralmente, os substantivos são os mais 
importantes em um texto, pois se no texto não tivesse substantivos, ele 
(o texto) estaria sem sentido ou teria sentido incompleto. Eles, associados 
a outras classes de palavras, articulam as ideias e as relações entre as 
formas linguísticas presentes no texto, indicando certo efeito de sentido que 
o produtor textual quer conferir à sua produção, produzindo, por exemplo, 
ironia, humor etc.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Classificações do substantivo
A	tradição	de	estudos	gramaticais	expõe	as	seguintes	classificações	do	
substantivo:
 UNIUBE 11
Concreto: designa o ser que tem existência em si mesmo, própria, e não 
existente em outro ser. O substantivo concreto nomeia pessoas, animais 
e coisas.
Abstrato: designa o ser que não possui existência em si mesmo ou 
independente, mas situações de concepção da razão (seres de razão). 
O substantivo abstrato nomeia, principalmente, qualidades, sentimentos, 
estados e ações.
Aqui cabe uma explicação adicional, nem sempre compreendida pelas 
pessoas, inclusive por alguns estudiosos do idioma.
Substantivo concreto não é sinônimo de seres reais. E substantivo 
abstrato não é sinônimo de seres irreais ou imaginários. Essa confusão 
é frequente nas escolas.
O substantivo amor é abstrato, mas o amor é real, ele existe de fato, não 
é um ser apenas imaginário.
E o substantivo saci é concreto, embora o saci seja apenas uma criação 
fictícia,	um	ser	que	não	existe	de	fato.
PESSOAS ANIMAIS COISAS
homem, menino, 
criança, mulher, moço, 
José, Maria, Paulo.
cão, gato, macaco, urso, 
boi, leão, gafanhoto.
copo, cadeira, chave, livro, 
martelo, alçapão, garfo.
QUALIDADES ESTADOS
bondade, beleza, honestidade. 
Sentimentos: amor, ódio, alegria, tristeza.
cansaço, magreza, pressa. 
Ações: corrida, soco, chute, beijo.
12 UNIUBE
Comum: designa todos os seres de uma mesma espécie, ou uma 
abstração. 
Próprio: designa o indivíduo, um ser de uma espécie. 
Coletivo: é o substantivo comum que, morfologicamente palavra do 
singular, designa conjunto de seres de uma espécie. O substantivo 
coletivo,	todavia,	pode	ter	flexão	de	plural,	quando	designa	mais	de	um 
coletivo, como arquipélagos,as constelações, as turmas.
Alguns exemplos de substantivos coletivos: 
Arquipélago: ilhas.
Banda: músicos.
Cardume: peixes. 
Constelação: estrelas.
Corja: velhacos, vadios, desordeiros. 
Esquadrilha: aviões.
Fauna: animais de uma região ou país. 
Flora: vegetais de uma região ou país. 
Junta: bois, médicos, examinadores.
Matilha: cães caçadores. 
Nuvem: gafanhotos.
Prole:	filhos.
Quadrilha: ladrões. 
Turma: pessoas, alunos. 
Vara: porcos.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
COMUM
menino, laranja, laranjeira, 
árvore, país, cidade, clima, aluno, 
alma, anjo, jornal, mão.
COMUM
Carlos, Rio de Janeiro, Brasil, 
Jornal do Comércio.PRÓPRIO
 UNIUBE 13
Flexão do substantivo
O	substantivo	apresenta	as	flexões	de	gênero e de número.
• Gênero
Os gêneros são o masculino e o feminino. Em português não ocorrem 
substantivos do gênero neutro, como em algumas línguas, geralmente 
o latim e o grego.
Particularidades genéricas
Além das situações regulares de formação do gênero feminino, com a 
desinência -a, o substantivo possui as seguintes particularidades:
a) Substantivo comum de dois –	Possui	uma	só	forma,	sem	flexão	para	
o gênero masculino e para o feminino. A distinção entre os gêneros se 
faz pelos termos determinantes do substantivo, como o artigo, o adjetivo, 
o numeral. 
Exemplos:
o colega estudioso / a colega estudiosa 
o pianista famoso / a pianista famosa
o personagem estranho / a personagem estranha 
dois jovens bonitos / duas jovens bonitas
Observação!
O substantivo personagem é comum de dois, isto é, pode ser masculino 
ou	feminino,	conforme	se	refira	a	homem	ou	a	mulher. “O	personagem	
famoso” designa um homem. “A personagem famosa” designa uma 
mulher. 
14 UNIUBE
É comum vermos esse substantivo empregado sempre como sobrecomum, 
isto é, só no gênero feminino para se referir aos dois sexos. Errado. Até 
obras de estudos linguísticos ou literários adotam essa forma errada do 
feminino para designar homem ou mulher. 
Uma frase de uma questão de prova, por exemplo, como “qual é a 
personagem principal do romance?” significa	que	o	professor	elaborador 
da questão deseja que o aluno informe a personagem “mulher”, e não 
um	personagem	“homem”.	
A	afirmação	de	que	esse	substantivo	é	só feminino é falsa, 
enganosa, pode até induzir o aluno a erro em questões de 
avaliações escolares.
b) Substantivo sobrecomum – Possui um só gênero para os dois sexos. 
Atenção: o gênero é um só. Há substantivo só masculino e substantivo 
só feminino. 
Exemplos:
• a criança (feminino): designa o ser do sexo masculino e o do 
feminino.
• a testemunha (feminino): designa um homem ou uma mulher.
• o cônjuge (masculino): designa o homem ou a mulher, no casamento. 
• o monstro (masculino): designa tanto um ser do sexo ou do gênero 
masculino quanto do feminino.
Veja que não existe a forma feminina “monstra”!!
c) Substantivo epiceno – É como o sobrecomum, mas designa apenas 
animais. Possui, portanto, um só gênero para os dois sexos.
 UNIUBE 15
Exemplos:
• a onça (feminino): designa o macho e a fêmea. 
• a águia (feminino): designa o macho e a fêmea. 
• a cobra (feminino): designa o macho e a fêmea.
• o jacaré (masculino): designa o macho e a fêmea.
• o crocodilo (masculino): designa o macho e a fêmea. 
• o tatu (masculino): designa o macho e a fêmea.
O gênero desses substantivos é determinado pelas palavras 
“macho” ou “fêmea”: o jacaré macho/o jacaré fêmea; a 
cobra macho/a cobra fêmea.
d) Substantivo heterônimo – É um substantivo de um só gênero para 
designar	o	sexo	masculino,	e	“outro”	substantivo	para	designar	o	sexo 
feminino. 
Exemplos:
• o homem /a mulher 
• o bode / a cabra
• o cavalo / a égua
• o carneiro / a ovelha 
• o boi / a vaca
• o burro / a mula
Outras particularidades
Além das particularidades apresentadas, ocorrem outras situações de 
feminino dos substantivos, consideradas irregulares ou extravagantes. 
Exemplos:
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
16 UNIUBE
• o poeta / a poetisa
• o maestro / a maestrina
• o imperador / a imperatriz
• o embaixador / a embaixatriz (mulher do embaixador), a embaixadora 
(a titular da função)
• o perdigão / a perdiz
• o sacerdote / a sacerdotisa 
• o profeta / a profetisa
• o bispo / a episcopisa 
• o papa / a papisa
• o frade / a freira 
• o frei / a sóror
• o marajá / a marani 
• o judeu / a judia
Note	que	é	errada	a	flexão	do	feminino	“bispa”,	muito	frequente	nos	dias	
atuais devido à existência de mulheres que detêm esse título em certas 
religiões.
• Número
Os números são o singular e o plural. Além das situações regulares de 
formação do plural com a desinência -s, como em livro / livros, casa / 
casas, merece	destaque	a	flexão	de	plural	dos	substantivos	compostos, 
de largo emprego na língua oral e na escrita.
a) Plural de substantivos compostos
1 – Substantivos compostos constituídos de dois substantivos, de um 
substantivo e de um adjetivo, de um adjetivo e de um substantivo, ligados 
por	hífen:	ambos	os	elementos	flexionam-se	no	plural.
 UNIUBE 17
• couves-flores	(substantivo	+	substantivo)	
• cirurgiões-dentistas	(substantivo	+	substantivo)	
• amores-perfeitos	(substantivo	+	adjetivo)	
• guardas-noturnos	(substantivo	+	adjetivo)	
• guardas-civis	(substantivo	+	adjetivo)
• altos-relevos	(adjetivo	+	substantivo)
• terças-feiras	(numeral	adjetivo	+	substantivo)
No caso de substantivo composto de dois substantivos em 
que	o	segundo	determina	o	primeiro	com	ideia	de	finalidade	
ou semelhança, a tradição gramatical determina que somente 
o primeiro flexione-se	no plural, embora livros didáticos e certas 
gramáticas permitam	a	flexão	de	ambos.	Mas	a	flexão	só	do	
primeiro é a mais ortodoxa, sendo, portanto, a preferível.
bananas-maçã
escolas-modelo
mangas-espada
navios-escola
palavras-chave
pombos-correio
2 – Substantivos constituídos de elementos não ligados por hífen: só o 
segundo	flexiona	no plural.
claraboias
girassóis
pontapés
vaivéns
3 – Substantivos constituídos de verbo e substantivo: só o segundo 
elemento	flexiona	no plural.
beija-flores
furta-cores
guarda-chuvas
guarda-roupas
pega-ladrões
18 UNIUBE
4 – Substantivos constituídos de dois substantivos ligados por preposição: 
só	o	primeiro	flexiona	no	plural.
pés de moleque
pães de ló
fogões a gás
mulas sem cabeça
Observação!
Às vezes, a preposição é subentendida, ou ausente:
horas-aula (de aula)
mestres-escola (de escola)
5 – Substantivos constituídos de dois verbos antônimos, ou de verbo e 
advérbio,	ligados	por	hífen:	ambos	permanecem	invariáveis,	ficando	a	
noção de plural a cargo dos elementos determinantes desses substantivos.
os bota-fora
os leva-e-traz
os perde-ganha
os pisa-mansinho
6 – Substantivos constituídos de palavras onomatopaicas: só o último 
elemento	flexiona	no plural.
reco-recos
tico-ticos
tique-taques
bem-te-vis
7 – Substantivos compostos cujo primeiro elemento é constituído de 
palavra	invariável:	só	o	segundo	elemento	flexiona	no	plural.
ex-diretores
sempre-vivas
vice-presidentes
alto-falantes
(note	que	“alto”,	neste	caso,	é	
advérbio, palavra invariável)
abaixo-assinados
 UNIUBE 19
b) Plural dos diminutivos
Os	substantivos	no	grau	diminutivo	sofrem	flexão	de	plural	de	modo 
peculiar.	A	flexão	apresenta as seguintes situações:
• Ocorre	apenas	no	final	da	palavra,	como	nas	formas	primitivas.
Exemplos:
ÁRVORE: árvore-s > arvore-zinha-s 
PÉ: pé-s > pe-zinho-s
• Ocorre	em	duas	posições	da	palavra:	no	meio	e	no	final.
Para os substantivos terminados em -r, a letra -e da desinência -es fica 
após a palavra primitiva, antes do	sufixo,	e	a	letra	-s vai	para	o	final	da 
palavra, depois do	sufixo.
TRATOR: trator-es > trator-e-zinho-s 
MOTOR: motor-es > motor-e-zinho-s 
MULHER: mulher-es > mulher-e-zinha-s 
BAR: bar-es > bar-e-zinho-s
Prefixo e sufixo	são	morfemas	que	se	juntam	às	palavras	a	fim	de	formar	
novas	palavras.	Ambos	são,	na	verdade,	afixos.	O	nome	prefixo	ou	sufixo	é	
dado dependendo do lugar que ocupam na palavra. Ou seja, se estiver antes 
do	radical,	é	prefixo,	mas	se	estiverdepois	do	radical,	é	sufixo.
Morfema:	menor	unidade	de	uma	palavra	que	possui	significado.
EXPLICANDO MELHOR
20 UNIUBE
Se a letra S for parte da palavra primitiva no singular, e não 
a desinência de plural, permanece essa letra S no seu lugar 
próprio do radical primitivo, e não é substituída pela letra Z, 
consoante de ligação. Exemplos:
pires > pires-inho, pires-inho-s 
lápis > lapis-inho, lapis-inho-s
Note que, aqui, não ocorre a consoante de ligação -z- antes	do	sufixo	
-inho.	A	letra	S	de	“pires”	e	de	“lápis”	é	parte	da	palavra	primitiva,	e	não	
desinência de plural.
Para os substantivos terminados em -ão, o processo é o mesmo: apenas 
a letra -s vai	para	o	final	da	palavra,	depois do	sufixo.	As	letras	dos 
ditongos -ão, -ãe, -õe permanecem na ou após a palavra primitiva, antes 
do	sufixo.
Irmão: irmão-s > irmão-zinho-s 
pão: pã-es > pã-e-zinho-s
coração: coraç-ões > coraç-õe-zinho-s 
limão: lim-ões > lim-õe-zinho-s
Para os substantivos terminados em -L, a letra -i da desinência -is fica 
após a palavra primitiva, antes do	sufixo,	e	a	letra	-s vai	para	o	final	
da palavra, depois do	sufixo.
jornal: jorna-is > jorna-i-zinho-s 
móvel: móve-is > move-i-zinho-s 
papel: papé-is > pape-i-zinho-s
 UNIUBE 21
1.3.1.2 Adjetivo
Adjetivo é a palavra que indica qualidade, estado, característica, aspecto, 
modo	de	ser	do	substantivo.	Sua	acepção	primordial	é	de	modificação	
do substantivo. 
Exemplos:
livro novo 
casa nova 
cidade grande 
menina bonita 
carro branco 
rua estreita 
conta errada
Sintaticamente, o adjetivo é o determinante do substantivo e com ele 
concorda, podendo, portanto, palavras de outras classes gramaticais 
funcionarem como adjetivo. 
Exemplos:
dois livros (numeral) 
duas revistas (numeral) 
uns livros	(artigo	indefinido)
umas revistas	(artigo	indefinido)
estes livros (pronome) 
meus filhos	(pronome)
22 UNIUBE
Classificação do adjetivo
O adjetivo pode ser restritivo ou explicativo.
Um caso de uso necessário do adjetivo explicativo pode ser notado no 
conhecido provérbio água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
ADJETIVO
Restritivo
Explicativo
RESTRITIVO
EXPLICATIVO
• indica aspecto acidental do substantivo. É o adjetivo 
propriamente dito, no uso diário da linguagem, como nos 
exemplos citados no conceito de adjetivo.
• Ex.: livro novo, casa nova, cidade grande, menina 
bonita, carro branco.
• indica aspecto essencial ou inerente ao substantivo. 
Seu uso é restrito, portanto, aos casos de necessidade 
de clareza na comunicação, constituindo uma forma de 
pleonasmo:
• Ex.: gelo frio, fogo quente, água mole, pedra dura.
 UNIUBE 23
Flexão do adjetivo
O	adjetivo,	assim	como	o	substantivo,	apresenta	flexão	em	gênero e 
número.
• Gênero
Na situação de noção de gênero, o adjetivo pode ser biforme e uniforme.
Biforme: o feminino é formado pelo acréscimo de desinências, especialmente 
e com maior índice de ocorrência a desinência -a.
novo(a) / casa nova 
bonito(a) / menina bonita 
limpo(a) / roupa limpa
hospitaleiro(a) / cidade hospitaleira
Uniforme: o adjetivo permanece invariável em gênero. 
menina inteligente
mulher elegante 
pessoa feliz 
atitude louvável
• Número
Nas	situações	de	flexão	de	número,	merece	destaque	o	plural	dos	
adjetivos compostos nos seguintes principais casos:
1 – Adjetivos compostos formados de dois ou mais adjetivos: só o último 
elemento	flexiona	no plural.
camisas amarelo-claras 
clínicas médico-cirúrgicas 
24 UNIUBE
nações latino-americanas 
conferências luso-brasileiras
conferências luso-franco-brasileiras
reações físico-químicas
Note	 que,	 neste	 caso,	 a	 flexão	só do último elemento é 
dupla,	isto	é,	flexão	de	número	e	de	gênero.	Em	“conferências 
luso-franco-brasileiras”,	só	o	elemento	“brasileiras”	é	que	se	flexiona	
no plural	e	no	feminino,	ficando	os	anteriores	na	forma	invariável	
masculina.
2 – Adjetivos compostos constituídos de adjetivo e substantivo: ambos 
os elementos permanecem invariáveis.
camisas verde-água 
saias vermelho-sangue 
blusas amarelo-limão 
paredes azul-piscina
Graus do adjetivo
Um aspecto das noções gramaticais do adjetivo são os graus, conhecidos 
como comparativo e superlativo, merecendo destaque, neste estudo, 
o grau superlativo e suas subdivisões.
a) Superlativo relativo
De superioridade: o mais...de. 
Ex.: João é o mais estudioso dos alunos. 
De inferioridade: o menos...de.
Ex.: João é o menos estudioso dos alunos.
 UNIUBE 25
b) Superlativo absoluto
Analítico: forma-se com o acréscimo de palavras com o sentido de 
intensidade: muito, excessivamente.
Aquele prédio é muito alto.
O aluno foi excessivamente elogiado.
Aquele homem é muito pobre.
O exercício é muito fácil.
Suas palavras foram muito doces.
Sintético: forma-se	com	o	acréscimo	dos	sufixos	-íssimo, -rimo, -imo.
Aquele prédio é altíssimo.
O aluno foi elogiadíssimo. 
Aquele homem é paupérrimo. 
O exercício é facílimo.
Suas palavras foram dulcíssimas.
O grau superlativo absoluto sintético constitui um dos aspectos de 
domínio da língua culta ou da norma padrão em português, pois grande parte 
dos adjetivos nesse grau são formados a partir do radical em latim, e não 
em português. São os chamados superlativos absolutos sintéticos eruditos.
Essa	situação	é	traço	apenas	da	variante	culta	da	língua.	Sua	modificação	
ou adulteração decorre de ignorância do usuário da língua quanto à 
norma padrão de uso do idioma. É o que ocorre com alguns adjetivos, 
especialmente com o superlativo do adjetivo magro: macérrimo. 
Na sociedade,	é	comum	ouvir-se	a	palavra	“magérrimo”,	pronunciada	por 
pessoas cultas, como apresentadores e locutores de televisão, atores, 
professores universitários, palestrantes. Pessoas mais simples, por sua vez, 
ouvem os doutoress pronunciarem essa forma errada e a adotam como correta.
26 UNIUBE
A forma erudita provém do adjetivo magro em latim: macer. Com o 
acréscimo	do	sufixo	formador	do	grau	superlativo	-rimo, formou-se o 
adjetivo macérrimo.
A	pronúncia	“magérrimo”	não	se	justifica	por	se	tratar	de	palavra	erudita, e 
não vulgar. Portanto, se se pretende usar o superlativo absoluto sintético 
do	adjetivo	“magro”	na	forma	vulgar, deve-se falar magríssimo, forma 
correta,	e	não	a	forma	ridícula	e	errada	“magérrimo”.
São, portanto, dois superlativos, um vulgar, magríssimo, e outro erudito, 
macérrimo. A	forma	“magérrimo”	simplesmente	não	existe,	pois	não 
deriva	nem	do	adjetivo	“magro”,	em	português,	nem	do	adjetivo	“macer”, 
em	latim.	Então,	“magérrimo”	não	provém	de	radical	primitivo	nenhum, 
nem do português, nem do latim.
A título de informação, mencionamos os seguintes adjetivos no grau 
superlativo absoluto sintético erudito:
agudo: acutíssimo 
amargo: amaríssimo 
áspero: aspérrimo
benéfico:	beneficentíssimo
benévolo: benevolentíssimo 
célebre: celebérrimo
comum: comuníssimo 
cristão: cristianíssimo 
cruel: crudelíssimo 
doce: dulcíssimo 
fácil: facílimo
fiel:	fidelíssimo
humilde: humílimo 
incrível: incredibilíssimo
íntegro: integérrimo 
 UNIUBE 27
livre: libérrimo
magro: macérrimo
magnífico:	magnificentíssimo
maléfico:	maleficentíssimo
malévolo: malevolentíssimo 
negro: nigérrimo
nobre: nobilíssimo 
pessoal: personalíssimo 
pobre: paupérrimo 
sábio: sapientíssimo 
sagrado: sacratíssimo
1.3.1.3 Artigo
Esta classe é mencionada neste estudo apenas como informação, pois 
seu emprego é natural e espontâneo na sociedade falante, restando raros 
casos de emprego estilístico ou regional.
Sua característica principal é a de acompanhar e preceder o substantivo:
AR
TI
G
O
S DEFINIDOS
INDEFINIDOS
O, A, OS, AS.
UM, UMA, UNS, 
UMAS.
o livro, um livro, a casa, uma casa, os livros, umas casas
O	artigo	classifica-se	em:
28 UNIUBE
1.3.1.4 Numeral
Numeral é a palavra da língua que exprime a ideia ou noção de número. 
Não se trata dos símbolos aritméticos ou matemáticos. Trata-se da 
palavra que nomeia os números.
O	numeral	classifica-se	em:	cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.
No emprego dos numerais na língua falada, requer maioratenção a 
denominação dos numerais ordinais,	bastante	“judiados”	pelas	pessoas 
que falam em público, tais como locutores de jornais e de telejornais, 
apresentadores de programas de televisão, palestrantes, oradores.
A seguir, apresentaremos apenas os numerais cardinais seguidos das 
respectivas denominações como numerais ordinais, nas dezenas e nas 
centenas.
Cardinais Ordinais Dezenas
dez décimo
vinte vigésimo
trinta trigésimo
quarenta quadragésimo
cinquenta quinquagésimo
sessenta sexagésimo
setenta setuagésimo ou septuagésimo
oitenta octogésimo (Atenção: octogésimo,	e	não	“octagésimo”)
noventa nonagésimo
CARDINAIS
exprimem 
os números 
básicos.
exprimem 
ideia de ordem 
em série.
exprimem ideia 
de número 
multiplicado.
exprimem ideia 
de número 
dividido
um, dois, 
doze, oitenta, 
duzentos, 
quatrocentos.
primeiro, 
segundo, 
décimo segundo, 
octogésimo.
dobro, triplo, 
quádruplo, 
quíntuplo.
meio, um terço, 
um quinto, 
um oitavo.
ORDINAIS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOS
 UNIUBE 29
Centenas
cem centésimo
duzentos ducentésimo	(e	não	“duocentésimo”)
trezentos trecentésimo 
quatrocentos quadringentésimo 
quinhentos quingentésimo
seiscentos sexcentésimo ou seiscentésimo
setecentos septingentésimo
oitocentos octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo
1.3.1.5 Pronome
Você já estudou as situações morfológicas e sintáticas do adjetivo, nas 
quais consta a classe gramatical do pronome. A menção do pronome na 
classe do adjetivo deve-se a uma de suas funções sintáticas análoga à 
do	adjetivo,	que	é	a	de	modificador	do	nome	substantivo.
No presente capítulo, apresenta-se a classe do pronome em sua 
estrutura	mórfica	com	as	respectivas	classificações	e	subdivisões,	bem 
como algumas situações sintáticas de funcionamento do pronome.
Etimologicamente, pronome é	uma	palavra	 que	 ocorre	 “em	 lugar 
do	nome”.	Por	extensão,	pronome	é	a	palavra	que	substitui	o	nome 
substantivo ou a ele se refere como determinante na estrutura sintática 
da frase. Essa dupla função na frase determina o conceito de pronomes 
substantivos e pronomes adjetivos para todos os tipos de pronomes. 
Assim, temos:
Pronomes substantivos: substituem o nome substantivo, funcionando 
como núcleo de um termo sintático.
30 UNIUBE
Eu cheguei. (Pronome pessoal sujeito da oração)
Vou comprá-lo. (Pronome pessoal objeto direto da oração) 
Não lhe direi a verdade. (Pronome pessoal objeto indireto) 
Isto é muito bom. (Pronome demonstrativo sujeito)
Tudo está	consumado.	(Pronome	indefinido	sujeito)
Ninguém me viu.	(Pronome	indefinido	sujeito	–	ninguém; 
 pronome pessoal objeto direto – me)
Pronomes adjetivos: determinam o nome substantivo, exercendo a 
função sintática própria do adjetivo, como adjunto adnominal.
Meu filho	viajou.	(Pronome	possessivo	adjunto	adnominal	do	sujeito) 
Quero ver minha filha.	(Pronome	possessivo	adjunto	adnominal	do 
objeto direto)
Esse livro é meu. (Pronome demonstrativo adjunto adnominal do 
sujeito)
Quero ler essa revista. (Pronome demonstrativo adjunto adnominal 
do objeto direto)
Comprei outro carro.	(Pronome	indefinido	adjunto	adnominal	do	
objeto direto)
Outras denúncias	foram	apresentadas.	(Pronome	indefinido	adjunto	
adnominal do sujeito)
Classificações do pronome
Morfologicamente,	o	pronome	apresenta	as	seguintes	classificações: 
pessoal,	possessivo,	demonstrativo,	indefinido	e	relativo.	Num	caso	à 
parte, cita-se também o pronome interrogativo.
a) Pronomes pessoais
Como o nome sugere, designam as pessoas do discurso. Subdividem-se em 
pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo.
 UNIUBE 31
• Caso reto: exercem a função sintática de sujeito da oração. 
Singular Plural
1.ª pessoa: eu nós
2.ª pessoa: tu vós
3.ª pessoa: ele / ela eles / elas
• Caso oblíquo: exercem a função sintática de complementos da 
oração, distribuídos em objeto direto, objeto indireto e complemento 
nominal. Alguns são de intensidade átona, presos ao verbo, e outros 
possuem intensidade tônica, ocorrendo precedidos de preposição.
Singular Plural
1a pessoa: me, mim, comigo nos; conosco
2a pessoa: te, ti; contigo vos; convosco
3a pessoa: se, si; consigo; o, a; lhe se, si; consigo; os, as; lhes
• Caso oblíquo: exercem a função sintática de complementos da 
oração, distribuídos em objeto direto, objeto indireto e complemento 
nominal. Alguns são de intensidade átona, presos ao verbo, e outros 
possuem intensidade tônica, ocorrendo precedidos de preposição.
Singular Plural
1.ª pessoa: me, mim, comigo nos; conosco
2.ª pessoa: te, ti; contigo vos; convosco
3.ª pessoa: se, si; consigo; o, a; lhe se, si; consigo; os, as; lhes
Particularidades de alguns pronomes
Os pronomes pessoais oblíquos de terceira pessoa O, A, OS, AS, que 
exercem apenas a função sintática de objeto direto, sofrem as seguintes 
transformações, com a mesma função sintática de objeto direto:
32 UNIUBE
• LO, LA, LOS, LAS: depois de formas verbais terminadas nas letras 
R, S ou Z, letras que se eliminam.
Quero comprá-lo (compraR-O).
Compramo-lo (compramoS-O).
Fê-lo (feZ-O).
Fê-las (feZ-AS)
• NO, NA, NOS, NAS: depois de formas verbais terminadas em M ou 
em ditongo nasal ÃO, ÕE, letras que permanecem.
Fizeram-no	(fizeraM-O)
Fizeram-nas	(fizeraM-AS)
Dão-no (dÃO-O).
Propõe-na (propÕE-A).
Quanto à relação com o sujeito e com o objeto direto e objeto indireto, os 
pronomes	oblíquos	classificam-se	em	reflexivos	e	não	reflexivos.
• Pronomes reflexivos: o complemento é da mesma pessoa do 
sujeito. Este pratica a ação em si mesmo. 
Exemplos:
Eu me feri. 
Tu te feriste. 
Ele se feriu.
Nós nos ferimos. 
Vós vos feristes. 
Eles se feriram.
• Pronomes não reflexivos: O complemento é de pessoa diferente 
da pessoa do sujeito. Este pratica a ação em outro ser, e não nele 
mesmo.
 UNIUBE 33
Exemplos:
Ele me feriu. 
Eu te feri.
Ele nos feriu. 
Eu os feri.
Nós o ferimos. 
Eu vos feri.
Alguns	pronomes	pessoais	do	caso	oblíquo	são	só	reflexivos.
Ele se feriu.
Ele	ficou	fora	de	si.
Ele fala consigo mesmo.
Outros	são	só	não	reflexivos.
Eu o feri.
Eu a conheço. 
Eu falo com ele.
Sintaticamente, alguns pronomes funcionam como objeto direto e como 
objeto indireto:
Ele me viu. (objeto direto)
Ele me entregou o dinheiro. (objeto indireto) 
Eu te conheço. (objeto direto)
Eu te entreguei o dinheiro. (objeto indireto)
Outros funcionam ou só como objeto direto, ou só como objeto indireto.
34 UNIUBE
a) Só objeto direto: o, a, os, as e suas transformações.
Eu o conheço.
Há tempo não a vejo. 
Quero encontrá-lo.
Encontraram-no.
b) Só objeto indireto:
Vou entregar-lhe o dinheiro. 
Eu lhe mostrei o erro.
Não lhes devo explicação. 
Vou dizer-lhes a verdade.
Constitui	erro,	desvio	da	norma	culta,	dizer	“Eu	lhe	conheço”,	“Há	tempo 
não	lhe	vejo”,	pois	o	pronome	lhe não funciona como objeto direto, e os 
verbos	“conhecer”	e	“ver”	são	transitivos	diretos.
b) Pronomes possessivos
Indicam as pessoas do discurso a quem uma coisa pertence, isto é, ideia 
de	posse.	Daí	o	nome	“possessivo”.
Esse conceito determina as seguintes situações para as noções de 
posse:
Um só possuidor e uma só coisa possuída, ou singular do possuidor e 
singular da coisa possuída:
1a pessoa: meu / minha 
2a pessoa: teu / tua
3a pessoa: seu / sua
 UNIUBE 35
Exemplo: Meu livro sumiu (um só livro pertencente a um só possuidor).
Um só possuidor e mais de uma coisa possuída, ou singular do possuidor e 
plural da coisa possuída:
1a pessoa: meus / minhas 
2a pessoa: teus / tuas
3a pessoa: seus / suas
Exemplo: Meus livros sumiram (mais de um livro pertencente a um só 
possuidor).
Mais de um possuidor e uma só coisa possuída, ou plural do possuidor 
e singular da coisa possuída:
1a pessoa: nosso / nossa 
2a pessoa: vosso / vossa 
3a pessoa: seu / sua
Exemplo: Nosso livro sumiu (um só livro pertencente a mais de um 
possuidor).
Mais de um possuidor e mais de uma coisa possuída, ou plural do 
possuidor e plural da coisa possuída:
1a pessoa: nossos / nossas 
2a pessoa: vossos / vossas 
3a pessoa:seus / suas
Exemplo: Nossos livros sumiram (mais de um livro pertencente a mais 
de um possuidor).
36 UNIUBE
c) Pronomes demonstrativos
Indicam o lugar em que uma pessoa ou coisa se encontra ou o tempo em
que um fato ocorre, em relação às pessoas do discurso.
Perto da 1a pessoa: este, estes / esta, estas / isto 
Perto da 2a pessoa: esse, esses / essa, essas / isso
Afastado da 1a e da 2a pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas / 
aquilo
Os pronomes isto, isso e aquilo não	possuem	flexão	de	gênero	nem	
de número.
Alguns exemplos:
Este relógio que está comigo é novo (relógio perto da 1a pessoa – a 
que fala).
Esse relógio é novo? (relógio perto da 2a pessoa – com quem se 
fala). 
Aquele relógio é novo (relógio distante da pessoa que fala e da 
pessoa com quem se fala).
Nas indicações de tempo, as relações são:
Tempo simultâneo ao momento da fala: este, estes / esta, estas. 
Tempo não simultâneo ao momento da fala: esse, esses / essa, 
essas; ou: aquele, aqueles / aquela, aquelas.
Alguns exemplos:
Neste ano choveu muito. (no ano em que ocorreu a fala).
Esta semana passou muito depressa. (a semana em que ocorreu 
a fala).
Em 1960, completei dez anos. Nesse ano, a cidade de Brasília foi 
inaugurada. (a fala não ocorreu em 1960). 
 UNIUBE 37
No enunciado acima, pode ser, também, “naquele ano”.
Note que os pronomes demonstrativos podem ter a combinação com 
algumas preposições:
DE: deste, desta, dessa, daquele, daquelas. 
EM: neste, nesta, nessa, naquele, naquelas.
d) Pronomes indefinidos
Referem-se a pessoas ou coisas de modo vago, impreciso. 
Morfossintaticamente, são todos da 3.ª pessoa, do singular ou do plural. 
Alguns se referem a pessoas e a coisas, outros só a pessoas, outros só 
a coisas. 
Os principais são:
algum, alguns / alguma, algumas / algo 
nenhum / nenhuma / nada 
alguém 
ninguém 
todo, todos / toda, todas / tudo 
outro, outros / outra, outras / outrem 
certo, certa / certos, certas 
muito, muitos / muita, muitas 
bastante, bastantes 
pouco, poucos / pouca, poucas 
cada / vários 
qualquer, quaisquer 
38 UNIUBE
Alguns exemplos:
Alguns livros foram destruídos.
Tenho muitos amigos e muitas amigas.
Tenho bastantes amigos.
Certas coisas não devem ser ditas.
Os pronomes nada, alguém, ninguém, tudo e cada não	possuem	fl	exão	
de gênero nem de número. 
Exemplos:
Alguém me chamou?
Ninguém me viu. 
Nada se perde.
Tudo lhe agrada.
Cada coisa em seu lugar.
e) Pronomes relativos
Referem-se a termos citados anteriormente. Os principais são:
Alguns exemplos: O livro que comprei é bom. 
O	pronome	“que”	retoma	o	substantivo “livro”.
As pessoas que chegaram estão com fome.
O	pronome	“que” retoma	o	substantivo	“pessoas”.
Esse é o autor cujas obras foram premiadas.
O	pronome	“cujas” retoma	o	substantivo	“autor”	e	indica	
ideia de posse (obras do autor).
QUE QUEM
O QUAL
A QUAL
OS QUAIS 
AS QUAIS
CUJO 
CUJA
CUJOS 
CUJAS
ONDE 
AONDE
QUANTO 
QUANTA
QUANTOS 
QUANTAS
 UNIUBE 39
1.3.1.6 Verbo
Neste item, é apresentada a estrutura do verbo com os detalhes necessários 
ao seu estudo e à sua compreensão.
Detalhes	 da	 estrutura	mórfica	 expõem	 os	 elementos	 constitutivos 
do verbo, como radical, vogal temática, desinência modo-temporal e 
desinência número-pessoal. 
Tais morfemas são expostos na formação dos tempos e modos de verbos 
regulares e irregulares. Acresce, ainda, a apresentação de quadros de 
conjugação e formação dos tempos, com as formas primitivas e as 
derivadas.
Classificação dos verbos
Quanto	à	conjugação,	os	verbos	classificam-se	em:	
Regulares são	os	verbos	que	não	sofrem	modificação	ou	alteração 
em seu radical ou nas desinências dos verbos considerados modelos ou 
paradigmas para os demais verbos da mesma conjugação, tradicionalmente 
assim expostos:
1a conjugação: mand-ar
2a conjugação: vend-er
3a conjugação: part-ir
Como exemplo, o radical mand- do	verbo	“mand-ar”	é	o	mesmo	em	todas 
as pessoas de todos os tempos e modos. Assim também as desinências 
de cada tempo e modo são as mesmas para todos os verbos da mesma 
classe.
REGULARES IRREGULARES ANÔMALOS DEFECTIVOS ABUNDANTES AUXILIARES
40 UNIUBE
As desinências e a vogal temática, para o tempo presente do modo 
indicativo dos verbos da 1a conjugação, regulares, são:
-o
-as
-a
-amos
-ais
-am
Isso	significa	que	qualquer	verbo	da	1.ª	conjugação	se	forma,	no	tempo 
presente do modo indicativo, com o acréscimo dessas terminações (vogal 
temática e desinências) aos respectivos radicais. 
Exemplos:
Eu mand- / fal- / cant- / estud- o 
Tu mand- / fal- / cant- / estud- as 
Ele mand- / fal- / cant- / estud- a
Nós mand- / fal- / cant- / estud- amos 
Vós mand- / fal- / cant- / estud- ais 
Eles mand- / fal- / cant- / estud- am
Irregulares são os verbos que sofrem alteração em seu radical ou 
nas desinências dos verbos considerados modelos ou paradigmas da 
respectiva conjugação a que pertencem.
Assim, por exemplo, o verbo faz-er, cujo radical original é faz-, possui, nas 
flexões	de	pessoas,	números,	tempos	e	modos,	as	seguintes	alterações 
do radical, constituindo, portanto, mais de um radical:
faz-: faz-emos, faz-em 
faç-: faç-o, faç-am
 UNIUBE 41
fiz-	:fiz,	fiz-emos
fez-: fez
far-: far-ei, far-ia 
feit-: feito
A ocorrência de verbos irregulares é vasta em português. O conheci-
mento de cada um deles, com as devidas variações de radical e de 
desinências, é necessário e importante para o bom desempenho da 
língua no nível culto ou norma padrão.
Alguns exemplos de verbos irregulares, apresentados com a separa-
ção dos diferentes radicais:
diz-er / dig-o / diss-e 
traz-er / trag-o / troux-e 
da-r / de-r
te-r / tenh-o / tiv-e 
ve-r / vi-ram
vi-r / vie-ram
pô-r / ponh-o / pus-eram 
cab-er / caib-o / coub-e 
sab-er / saib-a / soub-e
• Anômalos são os verbos irregulares que se formaram com radicais 
de verbos diferentes na sua etimologia latina. São apenas os verbos 
ser e ir.
se-r / se-rei; e-ra / e-ram; fo-r / fo-ram
i-r / i-rei; va-mos / va-is; fo-r / fo-ram
• Defectivos são os verbos que não possuem todas as formas ou 
não se conjugam completamente. Subdividem-se em defectivos 
impessoais e defectivos pessoais.
42 UNIUBE
• Defectivos impessoais: designam fenômenos da natureza, como 
chover, ventar, trovejar. Tais verbos empregam-se apenas na 3a 
pessoa do singular dos tempos e modos ou nas formas nominais.
São denominados impessoais porque não possuem sujeito, 
sendo as orações constituídas por eles analisadas como 
orações sem sujeito.
São também impessoais, em português, o verbo haver, no sentido de 
“existir”	ou	de	tempo	decorrido,	e	o	verbo	fazer, no sentido de tempo 
decorrido. Assim, pois, são empregados apenas na 3a pessoa do singular. 
Exemplos:
Houve	reclamações.	(e	não	“houveram”)	
Havia	crianças	na	rua.	(e	não	“haviam”) 
Caso	haja	vagas,...	(e	não	“hajam”)
Se	houver	dúvidas,...	(e	não	“houverem”)
Faz	dez	anos	que	ele	se	formou.	(e	não	“Fazem”) 
Ele	se	formou	faz	dez	anos.	(e	não	“fazem”)
Em locuções verbais com verbo impessoal, os verbos auxiliares também se 
tornam	impessoais,	não	sofrendo,	portanto,	flexão	de	plural.	
Exemplos:
Vai haver reclamações.	(e	não	“Vão”)
Pode haver muitos	candidatos.	(e	não	“Podem”)
Deve haver vagas.	(e	não	“Devem”)
Vai fazer dez	anos	que	ele	se	formou.	(e	não	“Vão”)
Está fazendo dois	meses	que	ele	morreu.	(e	não	“Estão”)
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
 UNIUBE 43
• Defectivos pessoais: são verbos que possuem sujeito, mas não se 
conjugam em todas as formas, faltando algumas pessoas em alguns 
tempos. 
Exemplo:
a) abolir – No presente do indicativo não possui a 1a pessoa do singular, 
ficando	assim sua conjugação nesse tempo e modo:
Eu ..............
Tu aboles 
Ele abole
Nós abolimos 
Vós abolis 
Eles abolem
Por não possuir a 1a pessoa do singular, não possui, também, nenhuma 
das seis pessoas do tempo presente do modo subjuntivo, que é uma 
forma derivada daquela pessoa do presente do indicativo. Não existe, 
portanto,	uma	forma	do	verbo	“abolir”	para	uma	frase	como	esta,	por 
exemplo:Ex.: O reitor quer que eu .................. este artigo do regimento.
Quando ocorre semelhante situação, supre-se a defectibilidade do 
verbo	empregando-se	um	verbo	sinônimo	ou	de	significado	análogo	ou 
equivalente. 
Exemplo:
O reitor quer que eu [elimine, retire] este artigo do regimento.
São também defectivos, entre outros, os verbos reaver, precaver-se, 
colorir, falir, adequar.
44 UNIUBE
Abundantes são os verbos que possuem mais de uma forma para 
a mesma estrutura número-pessoal ou modo-temporal, ou de forma 
nominal,	geralmente	do	particípio.	Neste	caso	específico	do particípio, 
ocorre dupla denominação: particípio regular e particípio irregular.
a) Particípio regular: formado com as vogais temáticas -a, para os 
verbos da 1a conjugação, e -i, para os verbos da 2a e da 3a conjugação, 
e da desinência -do, acrescidas ao radical do respectivo verbo, sempre 
regular.
b) Particípio irregular: formado por um radical regular ou irregular de um 
verbo, sem a vogal temática e com a desinência -o. Alguns exemplos 
de particípio abundante:
REGULAR IRREGULAR
matar matado morto
aceitar aceitado aceito
imprimir imprimido impresso
pagar pagado pago
ganhar ganhado ganho
gastar gastado gasto
eleger elegido eleito
entregar entregado entregue
O emprego de uma ou de outra forma dos particípios abundantes se faz 
da seguinte maneira:
Particípio regular: com os verbos auxiliares ter e haver. 
Exemplos: 
Eu tinha aceitado o convite.
Eu havia aceitado o convite.
Ele tinha imprimido o texto. 
 UNIUBE 45
Ele havia imprimido o texto.
O povo tinha elegido o deputado. 
O povo havia elegido o deputado.
Particípio irregular: com os demais verbos auxiliares, como ser, estar, 
ficar, continuar, parecer. 
Exemplos:
O convite foi aceito.
O convite está aceito.
O convite ficou aceito.
O convite continua aceito.
O convite parece aceito.
O texto foi impresso.
O texto está impresso. 
O texto ficou impresso. 
O deputado foi eleito.
O deputado está eleito.
O deputado ficou eleito.
Note que existem verbos que não são abundantes no particípio, sendo 
alguns só regulares, e outros só irregulares.
Alguns verbos de particípio só regular:
chegado (chegar) – não existe	o	particípio	“chego”.
falado (falar) – não existe	o	particípio	“falo”.
trazido (trazer) – não existe	o	particípio	“trago”.
As formas irregulares desses verbos são largamente empregadas por 
pessoas cultas, instruídas, como se fossem corretas, havendo pessoas 
que	até	“corrigem”	as	que	falam	corretamente.	São,	portanto,	erradas 
as seguintes expressões:
46 UNIUBE
Fui à casa do Alfredo, mas ele ainda não tinha chego. (correto: chegado) 
O deputado tinha falo a verdade. (correto: falado)
O funcionário não tinha trago o dinheiro. (correto: trazido) 
Alguns verbos de particípio só irregular:
coberto, descoberto (cobrir, descobrir) 
dito (dizer)
escrito (escrever) 
feito (fazer)
visto (ver)
• Auxiliares são os verbos que servem para a formação e conjugação 
de tempos compostos ou locuções verbais.
Os principais verbos auxiliares são: ser, estar, ter, haver.
Como exemplos de emprego de verbos auxiliares, citam-se os mencionados 
no emprego dos particípios regulares e irregulares dos verbos abundantes, 
no item anterior.
Conjugações
Em	português,	conforme	exposto	no	item	da	classificação	dos	verbos, 
existem	 três	 conjugações,	 identificadas	 pela	 vogal	 temática	 que, 
geralmente, antecede a desinência -r	do	infinitivo.	As	denominações	são 
feitas pelos numerais ordinais primeira, segunda e terceira.
Primeira conjugação: -ar (mandar, falar, cantar) 
Segunda conjugação: -er (vender, receber, escrever) 
Terceira conjugação: -ir (partir, dividir, repetir)
 UNIUBE 47
O verbo pôr não constitui conjugação à parte. Pertence à segunda 
conjugação, conforme se aduz das pessoas em que a vogal temática -E 
está presente:
pus-E-r 
pus-E-sse
1.3.2 Palavras invariáveis
1.3.2.1 Advérbio
Advérbio	é	a	palavra	invariável	que	modifica	o	verbo,	o	adjetivo	e	outro 
advérbio, indicando-lhes uma circunstância. Sintaticamente, o advérbio 
é o termo que determina uma dessas três classes de palavras.
Classificação do advérbio
Morfologicamente,	o	advérbio	classifica-se	nas	seguintes	circunstâncias:
De lugar: aqui, ali, lá, longe.
De tempo: agora, já, cedo, tarde, ontem, hoje, nunca.
De modo: bem, mal, melhor, pior, claramente, calmamente. 
Advérbio modifica verbo:
Ele estuda muito. Elas estudam muito.
Advérbio modifica adjetivo:
Ele é muito alto. Elas são muito altas.
Advérbio modifica outro advérbio:
Ele mora muito longe. Elas moram muito longe.
48 UNIUBE
De intensidade: muito, bastante, pouco, mais, menos, tão. 
De dúvida: talvez, porventura, acaso, quiçá, provavelmente. 
De afirmação: sim, realmente, perfeitamente, deveras.
De negação: não.
Locuções adverbiais
Denomina-se locução adverbial o conjunto de duas ou mais palavras 
que	equivalem	a	um	advérbio.	Neste	caso,	classifica-se	e	analisa-se	a 
expressão toda, e não cada uma das palavras que constituem a locução.
Algumas locuções adverbiais:
Algumas locuções adverbiais podem ter os advérbios delas derivados e 
a elas equivalentes:
em breve: brevemente
às pressas: apressadamente 
às claras: claramente
de propósito: propositalmente
1.3.2.2 Preposição
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos entre si, dentro da 
oração, estabelecendo entre esses termos uma relação de complemento ou 
de subordinação sintática e semântica. 
às vezes
de cor
às claras
de vez em 
quando
às ocultas
pouco a 
pouco
às mil 
maravilhas
em breve
às pressas
de propósito
 UNIUBE 49
Exemplos:
Eu gosto de doce (relação de complemento do verbo).
Ele	confia	em Deus (relação de complemento do verbo).
Comprei um anel de ouro (noção de matéria, determinante do substantivo 
“anel”).
Trabalhamos para viver	(relação	de	finalidade	ligada	ao	verbo).
Principais preposições: de, em, para, por, com, sem, contra, sobre, sob, 
entre, desde, ante, antes, após.
Combinação
Morfologicamente, algumas preposições podem combinar-se com 
palavras de outra classe gramatical, como os artigos e alguns pronomes, 
situação denominada combinação. Exemplos:
de: do,	da,	dos,	das	(combinação	com	os	artigos	definidos),
deste, desta, destes, destas (combinação com os pronomes 
demonstrativos),
dele, dela, deles, delas (combinação com pronomes pessoais),
em: no,	na,	nos	nas	(combinação	com	os	artigos	definidos),
num,	numa,	nuns,	numas	(combinação	com	os	artigos	indefinidos),
neste, nesta, nestes, nestas (combinação com pronomes
demonstrativos),
nele, nela, neles, nelas (combinação com pronomes pessoais),
noutro, noutra, noutros, noutras (combinação com pronomes
indefinidos).
por: pelo,	pela,	pelos,	pelas	(combinação	com	os	artigos	definidos).
50 UNIUBE
Locuções prepositivas
Denomina-se locução prepositiva o conjunto de duas ou mais palavras 
que equivalem a uma preposição.
Algumas locuções prepositivas:
abaixo	de,	acima	de,	acerca	de,	a	fim	de,	além	de,	a	respeito	de,	na	conta 
de, ao redor de, a par de, apesar de, depois de, diante de, em torno de, 
em vez de, por causa de, através de, junto a, por detrás de, para com.
Nota: as locuções prepositivas terminam sempre por uma preposição.
1.3.2.3 Conjunção
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações entre si, dentro 
do período, estabelecendo entre essas orações relações de coordenação e 
de subordinação. 
Daí sua divisão em conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.
As conjunções são palavras da língua que têm como função ligar orações 
ou termos de mesmo valor gramatical, por exemplo:
• Concluiu o relatório, mas não o enviou ao diretor. (conjunção adversativa).
• Fez a entrevista e entregou o currículo. (conjunção aditiva).
• Deixou de comparecer à reunião, pois estava adoentado. (conjunção 
explicativa).
• Conseguiu vencer as metas da empresa, portanto foi promovido à 
coordenador. (conjunção conclusiva).
• Durante	a	assembleia,	ficou	estabelecido	aos	presentes	que,	ao	final,	
cada membro vota na primeira opçãoou na segunda, não sendo 
permitido o voto nulo. (conjunção alternativa).
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 51
Conjunções coordenativas
Ligam orações coordenadas, isto é, orações que não exercem função 
sintática em outra oração. Semântica e sintaticamente, possuem as 
seguintes	classificações:
a) Aditivas: ligam simplesmente duas orações sem qualquer ideia 
subsidiária ou secundária. São elas: e, nem. 
Exemplos:
João estuda e trabalha.
João não estuda nem trabalha.
 Constitui	desvio	da	norma	culta	o	emprego	do	conjunto	“e	nem”	
quando empregado como simples adição de orações ou de termos 
da oração. 
Exemplos:
Não estuda e nem trabalha. (forma errada)
Corrija-se: Não estuda nem trabalha. (forma correta)
Ele não leu o livro e nem o jornal. (forma errada)
Corrija-se: Ele não leu o livro nem o jornal. (forma correta)
b) Adversativas: ligam orações com ideia de oposição, advertência, 
ressalva, entre outras. As principais são: mas, contudo, porém, todavia, 
no entanto. 
ALTERNATIVASEXPLICATIVASCONCLUSIVASADVERSATIVASADITIVAS
52 UNIUBE
Exemplos:
Esse aluno estudou, mas foi reprovado. 
Você pode sair. Leve, porém, o paletó.
Os negócios foram bons, todavia houve alguns prejuízos. 
Ele recebeu o dinheiro, no entanto as notas eram falsas.
Algumas conjunções adversativas podem ocorrer no início, no meio ou 
no	final	da	oração.	
Exemplos:
No início da oração: Ele estudou, porém foi reprovado. 
No meio da oração: Ele estudou, foi, porém, reprovado. 
No	final	da	oração:	Ele	estudou,	foi	reprovado,	porém.
Constitui desvio da norma culta o emprego de mais de uma 
conjunção adversativa na ligação de duas orações, como em: 
“Ele estudou, mas porém	foi	reprovado”.
c) Conclusivas: ligam orações com ideia de conclusão. As principais 
são:	logo,	portanto,	pois	(no	meio	ou	no	final	da	oração),	por	conseguinte, 
por isso. 
Exemplos:
Esse aluno estudou, portanto será aprovado. 
Ele não estudou, por isso foi reprovado.
Ele foi aprovado em primeiro lugar, é, pois, muito estudioso.
 UNIUBE 53
d) Explicativas: ligam duas orações de modo que a segunda explique 
a primeira. As principais são: que, porque, pois (no início da oração), 
porquanto. Exemplos:
Corra, que a polícia está chegando.
Ande	depressa,	meu	filho,	pois vai chover. 
Choveu esta noite, porque o chão está molhado.
e) Alternativas: ligam dois pensamentos de ocorrência alternada. As 
principais são: ou (repetida ou não), já...já, ora...ora, quer...quer. 
Exemplos:
(Ou) Você estuda ou vê televisão. 
Naquela cidade, ora faz frio, ora faz calor.
Conjunções subordinativas
Ligam orações subordinadas, isto é, orações que exercem função 
sintática em outra oração, denominada oração principal. 
Classificam-se	em:
CONJUNÇÕES 
SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS INTEGRANTES
54 UNIUBE
a) Integrantes: ligam orações subordinadas substantivas à oração 
principal. São elas: que, se. 
Exemplos:
Quero que você viaje hoje mesmo. 
Não sei se ele vai viajar hoje.
b) Adverbiais: ligam orações subordinadas adverbiais à oração principal. 
Subdividem-se em:
• Causais: porque, pois, já que, desde que (com verbo no indicativo), 
uma vez que (com verbo no indicativo), como (no início do período 
ou antes da oração principal). Exemplos:
Ele não foi pescar porque estava chovendo.
Como estava chovendo, ele não foi pescar.
Esse menino não vai passear, uma vez que obteve notas muito 
baixas.
Já que você atrasou o pagamento das parcelas, seu contrato foi 
cancelado.
• Condicionais: se, caso, contanto que, desde que (com verbo no 
subjuntivo	e	infinitivo),	uma	vez	que	(com	verbo	no	subjuntivo).	
Exemplos:
Ela vai pescar se não chover.
Caso chova, ela não vai pescar.
Uma vez que você obtenha boas notas, eu deixo você passear.
Constitui desvio da norma culta o emprego de mais de uma 
conjunção condicional na ligação de duas orações, como em “Se 
caso” você vier, traga o dinheiro.
 UNIUBE 55
Corrija-se: Caso você venha, ...
Ou: Se você vier, ...
• Concessivas: embora, ainda que, por mais que, conquanto. 
Exemplos:
Embora esteja chovendo, ele vai pescar.
Ele não consegue vencer o jogo, por mais que se esforce.
Ainda que você implore de joelhos, não lhe perdoarei.
• Comparativas: que, do que, como, quanto, assim como. Exemplos:
Ele chorou como uma criança. Jorge estuda mais que seu irmão.
Jorge estuda tanto quanto seu irmão.
• Conformativas: como, conforme, consoante, segundo. Exemplos:
Ele agiu como seu pai recomendou.
O mecânico trabalhou conforme recomendei.
Segundo consta no regimento, a matrícula pode ser cancelada.
• Consecutiva: apenas a conjunção que, precedida de palavras de 
valor intensivo como tão, tal, tamanho, tanto, na oração principal. 
Exemplos:
O orador falou de tal maneira, que comoveu os ouvintes. 
A moça chorou tanto, que seus	olhos	ficaram	inchados. 
Ele é tão rico, que comprou uma ilha e um avião.
• Temporais: quando, enquanto, antes que, depois que, até que, 
desde que, sempre que, logo que, assim que. Exemplos:
Enquanto o orador falava, muitas pessoas dedilhavam o aparelho 
celular.
Ainda chovia muito quando o avião pousou.
Ficarei na sala até que todos os alunos terminem a prova.
56 UNIUBE
Desde que ele se casou, nunca mais foi pescar.
Depois que os pais saíram, as crianças começaram a algazarra.
Assim que os pais saíram, as crianças começaram a algazarra.
• Finais: para	que,	a	fim	de	que,	porque.	Exemplos:
Venha cedo, para que você	não	fique	em	pé	durante	a	cerimônia.
Estude bastante, a fim de que seja aprovado.
 
• Proporcionais: à proporção que, à medida que, quanto mais... tanto 
mais, quanto mais...tanto menos, quanto menos...tanto menos, quanto 
menos...tanto mais. Exemplos:
O funcionário ia salvando o texto à medida que o digitava.
Quanto mais eu estudo, (tanto) mais aprimoro meus conhecimentos.
Locuções conjuntivas
Denomina-se locução conjuntiva o conjunto de duas ou mais palavras 
que equivalem a uma conjunção.
Algumas locuções conjuntivas:
já que, visto que, desde que, uma vez que, ainda que, por mais que, a 
menos que, contanto que, à medida que, à proporção que, antes que.
Note que algumas conjunções são homônimas, isto é, pertencem 
a	mais	de	uma	classificação.	O	que	as	diferencia	e	identifica	é	
o sentido em cada contexto. 
 UNIUBE 57
Exemplo:
desde que: 1 – causal; 2 – condicional; 3 – temporal.
como: 1 – causal; 2 – comparativa; 3 – conformativa.
1.3.2.4 Interjeição
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoção ou sentimento 
súbito, como alegria, dor, espanto, saudação, chamamento ou vocativo, 
medo, indignação, advertência, desagrado. 
Exemplos:
admiração ou alegria: ah! oh! oba! viva!
animação: eia! avante!
dor: ai! ui!
espanto ou exclamação: oh! puxa! 
saudação: oi, olá! salve! viva! 
chamamento ou vocativo: ó, ô, alô. 
medo: uh! ui! credo!
indignação: fora! morra! abaixo! 
advertência: cuidado! devagar! 
desagrado: oh! ora bolas! 
desejo: oxalá! tomara!
silêncio: psiu! silêncio!
Locuções interjetivas
Denomina-se locução interjetiva o conjunto de duas ou mais palavras 
que equivalem a uma interjeição.
Algumas locuções interjetivas
ai de mim! quem me dera! ó de casa, bem feito! muito bem! valha-me Deus!
58 UNIUBE
Conclusão1.4
A gramática é um dos pilares de uma língua, pois não existe língua sem 
gramática. A simples fala de um sertanejo analfabeto possui gramática. 
Quando	um	caminhante	encontra	outro	e	pergunta	“Cê	tá	bão?”,	existe, 
nessa	fala,	uma	estrutura	gramatical:	“cê”,	para	a	3.ª	pessoa	do	singular; 
“tá”,	forma	verbal	na	mesma	pessoa	para	concordar	com	o	sujeito	“cê”; 
“bão”,	masculino,	para	se	referir	ao	sexo	masculino	do	interlocutor.	E,	na 
resposta	do	outro,	“tô”,	há	também	uma	estrutura	gramatical:	“tô”,	na	1.ª 
pessoa	do	singular,	para	concordar	com	o	sujeito	“eu”.	
Os interlocutores não	disseram	“cê	tô”	e	“eu	tá”.	Essas	relações	entre	
as palavras constituem a gramática da língua, em qualquer de suas 
modalidades ou níveis, tanto culta, elevada, quanto coloquial. Estudar 
gramática é apreender e aprender os elementos constitutivosdo idioma 
para o bom domínio desse maravilhoso objeto de estudo no campo do 
conhecimento científico	da	língua	que	falamos.
Resumo
Neste capítulo, você viu alguns tópicos da estrutura da Língua Portuguesa 
que constituem elementos da gramática descritiva e da gramática 
normativa. São situações que tornam possível o bom desempenho da 
língua na modalidade culta, ou na língua padrão. Foram apresentados 
aspectos	ortográficos,	morfológicos,	sintáticos	e	semânticos,	entre	outros,	
com destaque para o tópico referente às classes de palavras, pois esse 
conteúdo constitui o seguro alicerce para o bom domínio do idioma.
 UNIUBE 59
Referências
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TORRES, Artur de Almeida. Moderna gramática expositiva da língua portuguesa. 
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VOCABULÁRIO	Ortográfico	da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Global, 2009.
Introdução
Aspectos pragmáticos: 
usos e normasCapítulo2
A correta expressão do pensamento por meio de linguagem
verbal é peculiaridade de uma língua, ou idioma. No nível culto, 
ou norma padrão, existem estruturas próprias e distintas da 
simples comunicação coloquial diária. São situações de pronúncia, 
de escrita ou	ortografi	a,	de	fl	exão	de	palavras	e,	acima	de	tudo,	de	
signifi cado. A palavra certa para o lugar certo é uma questão 
de respeito com a identidade daquilo que desejamos expressar. 
Essa identidade tem a mesma natureza da identidade de uma 
pessoa, por exemplo, em todas as suas marcas. Se a palavra 
possui tantas letras, e eu elimino, acrescento ou troco uma letra, 
eu adulterei a identidade dessa palavra. Ela passa a ser outra 
palavra, como no caso de um nome próprio de pessoa: se o 
nome é, por exemplo, Eliana, e eu escrevo ou falo Eliane, deixou 
de ser a pessoa a quem desejo referir-me. Eu falei ou escrevi o 
nome errado. É outra pessoa.
O mesmo ocorre com a estrutura de uma língua. Se, na escrita, 
a palavra	tem	a	letra	“S”,	e	eu	grafo	“Z”,	deixou	de	ser	o	termo	
que eu desejava expressar. Se a forma verbal se refere a um 
sujeito de determinada pessoa e número, e eu expresso essa 
62 UNIUBE
Neste capítulo, serão apresentadas situações práticas de emprego 
correto de diversos aspectos da língua, tanto no campo da 
ortografia	quanto	da	morfologia,	da	sintaxe	e	da	semântica,	entre 
outros. O leme deste tópico é a norma padrão, ou nível culto da 
Língua Portuguesa. Isto é: a forma correta da palavra, da expressão, 
da frase, dos termos estruturais da língua.
A	falta	de	estudo	ou	o	“esquecimento”	do	que	foi	aprendido	no 
passado são os principais culpados dos desvios ou erros praticados 
por pessoas de certa cultura intelectual em suas falas ou em 
seus escritos. Muitas e muitas vezes são erros cometidos por 
professores, escritores, palestrantes, ou por qualquer pessoa que, 
por ofício, fala em público ou ao público. O descuido e o hábito 
sedimentado para a expressão errada fazem a pessoa pensar 
que o errado é certo, e esse erro se alastra e se torna uma 
espécie de paradigma para outras pessoas menos instruídas ou 
menos escolarizadas.
A quantidade desses erros ou desvios é enorme. Aqui serão 
expostos apenas alguns fatos dos mais frequentes e geralmente 
apresentados em gramáticas, livros didáticos ou simples manuais 
de boa linguagem, para estudiosos ou autodidatas.
forma em outra pessoa ou em outro número, deixou de ser a 
expressão pretendida por	mim,	o	que	“autoriza”,	de	certa	forma,	
o interlocutor a entender de maneira diferente a minha ideia ou 
o meu pensamento.
 UNIUBE 63
Ao término deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• explicar	algumas	normas	de	pontuação,	acentuação	gráfica	
e	ortografia;
• realizar a forma correta da pronúncia e da escrita de palavras e 
expressões;
• mostrar a relação entre morfologia e sintaxe;
• explicar	as	variantes	ortográficas	e	semânticas	presentes	nas	
palavras.
Objetivos
2.1 A estrutura da sentença e a pontuação
2.1.1 Pontuação no período simples
2.1.2 Pontuação no período composto
2.1.3 Emprego da vírgula com a conjunção e
2.2	Acentuação	gráfica
2.2.1 Posição da sílaba tônica
2.2.2 Casos especiais
2.3	Dificuldades	mais	frequentes	da	Língua	Portuguesa
2.3.1 Por que, por quê, porque, porquê
2.3.2 Crase
2.3.3 Palavras e expressões
2.3.4 Funções do pronome se
2.3.5 Regência de alguns verbos
2.3.6 Emprego do pronome relativo que com verbos que 
 regem preposição
2.4 Conclusão
Esquema
64 UNIUBE
A estrutura da sentença e a pontuação2.1
Em outra obra e/ou gramáticas são expostos os elementos constituintes 
da oração e do período, ou, por extensão, constituintes da frase ou 
sentença. O conhecimento das estruturas oracionais ou frasais conduz 
ao conhecimento das situações e normas de pontuação, para a correta 
expressão do pensamento.
Neste item, serão retomadas essas estruturas para o estabelecimento 
do emprego dos sinais de pontuação ocorrentes no uso diário do 
idioma, nos textos escritos. Sim, os sinais de pontuação constituem 
recursos da língua escrita, e não da língua falada. Nesta, os recursos de 
compreensão da	mensagem	são	as	inflexões	de	voz,	a	entonação	e	
outras situações de expressão oral.
Na	escrita,	os	sinais	de	pontuação	determinam	significados	e	orientam o 
leitor	às	inflexões	de	voz	e	de	entonação,	no	caso	da	leitura	dos	textos 
escritos.	Esses	sinais	possuem,	portanto,	dupla	finalidade	semântica e 
de orientação de leitura.
Frase mal pontuada pode gerar confusões, ambiguidades e 
mal-entendidos. O mau emprego dos sinais de pontuação constitui erro 
não	só	sob	o	aspecto	gramatical	ou	ortográfico,	mas	de	entendimento 
real daquilo que se deseja comunicar. Isto é, o emissor deseja 
comunicar ou	informar	uma	coisa,	mas	diz	outra.	Nesse	caso,	a	“culpa”	
do mal-entendido não é do leitor, mas de quem produziu e redigiu o 
texto. Como ocorre no seguinte diálogo (Figura 1) de um texto mal 
pontuado:
 UNIUBE 65
Figura 1: Visualizando a barata.
Fonte: Getty images. Acervo Uniube.
– Você matou a barata?
– Matei Maria.
Coitada da Maria!... Com a falta da vírgula na fala do segundo personagem, 
quem morreu assassinada foi a Maria, e não a barata!
Agora chegou a vez de conhecer a estrutura sintática da frase constituída de um 
período simples. O conhecimento dos termos da oração é indispensável para 
a aprendizagem o correto desempenho no emprego dos sinais de pontuação.
A	frase	com	o	“desvio”	na	fala	do	segundo	personagem	do	diálogo	citado	
possui a

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