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CÓLERA AVIÁRIA INTRODUÇÃO Gênero Pasteurella Doença altamente contagiosa Distribuição mundial Alta morbidade e alta mortalidade Faz parte da microbiota dos sistemas respiratório e digestivo – “doença oportunista” Grandes perdas econômicas Patogenicidade variável HISTÓRICO 1782 – Primeiro estudo sobre a doença, na França 1836 – MAILLET: primeiro cientista a usar o termo cólera aviária 1851 – BENJAMIN: boa descrição da doença, procedimentos de prevenção 1879 – TOUSSAINT: isolamento da bactéria 1880 – PASTEUR: descrição mais completa da doença em aves, estudos sobre a vacinação utilizando bactéria atenuada ETIOLOGIA Pasteurella multocida Gênero: Pasteurella Família: Pasteurellaceae Morfologia: bastonete pequeno (0,25 – 0,4 de largura e 0,6 – 2,6 de comprimento), gram negativa, imóvel, encapsulada e não forma esporos Micro-organismo aeróbio e anaeróbio facultativo Crescimento ótimo a uma temperatura de 37°C pH ótimo de 7,2 a 7,8 Ágar dextrose com 5% de soro de aves Apresentação da colônia Iridescente de tamanho médio (casos agudos) Colônias azuis de tamanho pequeno (casos crônicos) Intermediário em suas propriedades de iridescência e virulência Sensibilidade Desinfetantes comuns Calor – 56°C, bactéria morre em 15 minutos Luz solar Dessecação Três subespécies reconhecidas: P. multocida, P. gallicida, P. séptica P. multocida → é a principal PATOGENICIDADE Varia de apatogênica a altamente patogênica Amostra Hospedeiro Contato Equilíbrio hospedeiro – parasita perturbado Estresse Mudança ambiental Infecções intercorrentes Imunodepressão Desenvolvimento da infecção: Colonização da parte superior do trato respiratório Aderência e invasão das células epiteliais Observação: células epiteliais ciliadas x microvilosidades das células não ciliadas Fatores de virulência Cápsula Endotoxinas Proteínas externas de membrana Proteínas de choque térmico Neuroaminidases Resistência ao soro Enzimas de clivagem de anticorpos Patogênese Mucosas, faringe, trato respiratório superior Conjuntiva, lesões cutâneas Rápida invasão Multiplicação em vários tecidos → SEPSE PATOGENIA E EPIZOOTIA Aves domésticas e silvestres Galinhas: infecção natural ocorre mortalidade de 0 a 20%, em duas semanas → início de mortalidade Patos: mortalidade de 50% Peru: condições experimentais: mortalidade 90 – 100% Gansos: mortalidade alcança 80% Principais reservatórios em granjas avícolas → gato e rato Áreas com bastante produção avícola → surtos em aves silvestres são importantes (sistema de biosseguridade) Sensível a agente físico e químico, portanto animal portador apresenta papel fundamental (animais que carreiam a bactéria e não apresentam sinais clínicos são portadores assintomáticos) Sazonal Extremas temperaturas Queda na resistência das aves Exposição aos fatores de susceptibilidade Transmissão horizontal Vias de eliminação: excreções orais, nasais e conjuntivais (contaminação: água, ração, instalações Fontes de infecção Sobreviventes de surtos – reservatórios Introdução de aves portadoras Contato com aves silvestres infectadas (pardal, pombo, urubu, garça) Roedores Homem infectado Insetos podem atuar como vetores: moscas, ácaros e malófagas Galinhas Estresse de natureza variada: alimentar, transferência de instalação, alteração brusca na fórmula da ração Aves adultas: 16º a 40º semana FORMA AGUDA Período de incubação: de algumas horas a 2-3 dias No caso de evolução muito rápida e sem tratamento: 80% de mortalidade, sem sinais clínicos, boa condição física, morte em progressão geométrica SINAIS CLÍNICOS – FORMA AGUDA Recusa a andar Animais tristes Penas arrepiadas Inapetência Sonolência Febre Descarga mucosa – cavidade oral Aumento da taxa respiratória Diarreia: inicialmente profusa, aquosa e esbranquiçada; posteriormente amarela, esverdeada e pode apresentar muco ou ser sanguinolenta Cianose: frequentemente acontece imediatamente antes da morte em crista e barbela Convulsões: precedente à morte FORMA CRÔNICA Apresentação: subsequente à forma aguda, cepa de baixa virulência Semanas ou meses Participação ativa em síndromes respiratórias de difícil controle: associação com agentes causadores primários de doenças respiratórias (coriza infecciosa, micoplasmose) SINAIS CLÍNICOS – FORMA CRÔNICA Perus: mortalidade imperceptível, aumento de condenação de carcaça Poedeiras e reprodutoras: corrimento mucoso nasal, edema nos seios infraorbitários, queda na produção de ovos Outras aves: sinais predominantes – enfraquecimento progressivo, palidez de crista e barbelas Outros sinais: localização, órgãos acometidos (articulações, coxim plantar, cavidade peritoneal, oviduto e orelha média) Torcicolo Opistótono Edema de barbela Osteomielite Artrite Inflamação da bolsa esternal Conjuntivite Complicação respiratória: dispneia, presença de muco na traqueia (em perus é mais comum pneumonia, enquanto em galinhas aerossaculite purulenta) Evolução: morte, infecção prolongada ou recuperação (reservatório) IMUNIDADE Diferenças a campo e experimentalmente Falhas: Vacinas impropriamente preparadas Maus procedimentos Sistema imune debilitado Doenças intercorrentes Micotoxinas na dieta Cepas que não apresentam imunidade cruzada Vacinas vivas: perus, galinhas DIAGNÓSTICO PRESUNTIVO Observação clínica Lesões – necropsia DIAGNÓSTICO DEFINITIVO Sinais clínicos Lesões macroscópicas Diagnóstico laboratorial DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Isolamento e identificação da P. multocida Forma aguda e crônica com lesões exsudativas - isolamento fácil Local de eleição: trato respiratório superior – swab nasal e muco nas narinas Forma crônica: ossos pneumáticos, cavidade peritoneal, coxim plantar, oviduto, articulações → fluido serofibrinoso Forma crônica sem evidência da doença: medula óssea Outros: sangue cardíaco, fígado, medula óssea, meninges, lesões localizadas Técnicas: Imunofluorescência (tecidos ou exsudatos) PCR Estudos promissores auxiliares de diagnóstico Uso em culturas puras Ainda não há confirmação de habilidade para diferimento de outras bactérias LESÕES Variam em tipo e severidade – curso da doença Forma aguda Distúrbios vasculares Hiperemia Hemorragia petequial – coração, pulmão, mucosa intestinal Coagulação intravascular – galinhas e patos Sangue na cavidade oral – perus Aumento de fluidos do pericárdio e peritônio Fígado hipertrofiado, congesto, com focos necróticos Infiltração coagulativa em pulmão e órgãos parenquimatosos Muco viscoso – faringe, papo e intestino Ovários: folículos flácidos, vasos hiperêmicos, folículos rompidos no abdome Forma crônica Infecções localizadas: orelha média, osso do crânio e meninges Infecções podem tornar-se supurativas e amplamente distribuídas Edema facial Cristas e barbelas inflamadas e endurecidas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Forma aguda X doenças septicêmicas Morte súbita, lesões hemorrágicas, alta mortalidade E. coli, Salmonella sp., Staphylococcus sp (lesões) Newcastle e outras enfermidades respiratórias agudas Laboratorial: outros micro-organismos (Coriza infecciosa) Infecções crônicas por Mycoplasma gallisepticum associado a E. coli Sinovite – outras bactérias PREVENÇÃO E CONTROLE Boas práticas de manejo Desinfecção de instalação Eliminação e destinoadequado de carcaças Evitar acesso de animais domésticos e outras espécies de aves na área da granja Não introduzir aves adultas nos lotes Vacinação Vacinas vivas atenuadas/ inativadas Proteção por determinado período Pode induzir a forma crônica TRATAMENTO Recomenda-se teste de sensibilidade a antimicrobianos: varia em susceptibilidade e resistência Sulfonamidas Sulfametazina, sulfadimetoxina, sulfaquinoxalina Sucesso X intoxicação Penicilina Estreptomicina Clortetraciclina Oxitetraciclina Eritromicina Enrofloxacina Vias de administração: água de bebida, ração Obs: via intramuscular → manipulação de aves pode ajudar na disseminação da doença no lote
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