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Clínica de Aves e Suínos 1. Diagnóstico Laboratorial – Direto (busca o hosp) Microbiológico – Fungos • Colher o bordo da lesão. • Enviar material em tubos secos ou recipientes específicos – T℃ ambiente. • Ágar específico: Sabouraud. • Enriquecimento: extrato de carne, peptonas, extrato de leveduras, sangue, leite, soro, ágar, etc. • Incubação em temperatura ambiente (aprox. 35℃). • Observação por até 21 dias. • Avaliar tempo de crescimento, coloração e morfologia, conídeos Microbiológico – Bactérias • Colher o material clinicamente suspeito (pulmão, intestinos, secreções). • Enviar material em tubo secos, swabs ou recipientes específicos – refrigerado. • Ágar específico para isolamento: MacConkey, Sangue, XLD, BHI, etc. • Enriquecimento: extrato de carne, peptonas, extrato de leveduras, sangue, leite, soro, ágar, etc. • Incubação em estufa (aprox. 37℃). • Observação em 18-24 hrs. • Avaliar tempo de crescimento, coloração e morfologia. • Antibiograma •Exame direto – microscopia, Esfregaços corados, Coloração de Gram, Colorações citológicas, Ziehl-Neelsen (Mycobacterium), Azul de Metileno (leveduras). Antibiograma: é o resultado de um exame laboratorial para a sensibilidade de uma linhagem de bactéria isolada para diferentes antibióticos. • Ágar específico: MH • Seleção de discos de antibióticos de acordo com o agente. • Incubação em estufa (aprox. 37℃). • Observação em 18-24 hrs. • Avaliar o halo de inibição. • Resistência múltipla, Pan resistência, ESBL, etc Microbiológico – Parasitológico • Material: fezes. • Refrigeração – 24 horas. • Detecção de ovos, oocistos e larvas. • Exame direto, técnicas de Willis, Faust, etc. PCR: Uma técnica utilizada para amplificar, ou fazer muitas cópias de uma região de interesse específica do DNA. O objetivo da PCR é fabricar quantidade suficiente da região de interesse do DNA, de modo que essa possa ser analisada e utilizada de alguma outra maneira. Aumenta possibilidade de detecção do agente dentro da amostra. Os principais ingredientes de uma reação PCR são a Taq polimerase, primers, DNA molde e nucleotídeos (blocos que compõem o DNA). As etapas básicas são: Desnaturação: Aquece fortemente a reação para separar, ou desnaturar, as fitas de DNA. Isso proporciona um molde de fita simples para a próxima etapa. Anelamento: Resfria a reação para que os primers possam se ligar às suas sequências complementares no DNA molde de fita simples. Extensão: Eleva a temperatura da reação para que a Taq polimerase estenda os primers, sintetizando novas fitas de DNA. AFLP: Observar similaridade entre padrões genéticos de amostras SPF – Virologia: Isolamento de um vírus em ovos embrionados para saber qual é sua patogenicidade • 0,1 a 0,2 ml por ovo. • Incubação de 6 a 12 dias • Método de médio custo e que exige boas condições laboratoriais. Microscopia Eletrônica: Visualização de características específicas de um agente Cultivo Celular: Permite manter células e tecidos in vitro conservando suas propriedades com a finalidade de estudar seu comportamento fora do organismo animal 2. Diagnóstico Laboratorial – Indireto (busca resposta imunológica causada por hosp) Sorológico: Conhecer níveis de anticorpos vacinais (comparação com perfil de normalidade). • Detecção de doenças. • Comprovar eficácia das vacinas. • Ajustar e elaborar programas de vacinação Soroneutralização: Anticorpos presentes no soro previnem a replicação viral e a produção da infectividade nas células. Positivo: eficiente / Negativo: não eficiente Aglutinação: Detecção de anticorpos específicos (aglutininas) no sangue bruto ou soro, pela formação de grumos ou floculação do complexo antígeno- anticorpo. Imunodifusão em Ágar Gel: Visualiza o complexo antígeno-anticorpo como uma linha de precipitação em meio de difusão semi- sólido (agarose ou ágar). Detecta anticorpos presentes no soro das aves e suínos e na gema de ovos. Hemaglutinação: No teste de inibição da hemaglutinação (HI) a capacidade de hemaglutinação de um vírus é bloqueada quando um vírus reage com o anticorpo específico. ELISA: Um antígeno aderido a um suporte sólido (placa de ELISA) é preparado; a seguir coloca-se sobre este os soros em teste (ex. soro humano), na busca de anticorpos contra o antígeno. Imunofluorescêcia: Evidência da reação antígeno/anticorpo através da conjugação de um dos reagentes com substâncias fluorescentes. Sensibilidade: é a probabilidade de resultado positivo nos doentes (verdadeiro positivo) Especificidade: é a probabilidade de resultado negativo nos não-doentes (verdadeiro negativo) 3. Vacinas e vacinações em avicultura comercial Tipos de Vacinas: A vacina ideal deve induzir uma efetiva imunidade específica para um determinado tipo de infecção (por um longo tempo, não requerendo uma segunda vacinação, sendo segura), não induzir reações adversas e ser fácil de utilizar. • Vacinas vivas (vv) • Vacinas inativadas (vi) • Vacinas de subunidades 4. Anatomia de Aves Comerciais Estruturas anatômicas diferentes de outros animais devido a capacidade de voar: - Pele delgada, flexível e presa frouxamente à musculatura subjacente. - Cavidade celomática: Compartimento único para todos os órgãos – não apresenta diafragma para fazer a divisão de cavidades - Glândula uripigeana - substância oleosa que impermeabiliza as penas e evita ressecamento bico. - Crista mediana carnosa e as barbelas laterais na cabeça fazem a termorregulação. - Endotérmicos – produzem próprio calor. - Homeotérmicos – podem manter a temperatura razoavelmente alta ou em pouca oscilação (+-42ºC) Derivado dos Tegumentos: Bico, Ouvido, Narinas (na base do bico), Barbela e Crista (quando o animal tem uma dispneia muito grave, essas estruturas podem ficar cianóticas) Sistema Esquelético: - Ossos mais leves (pneumáticos): permitem o armazenamento de ar através dos sacos aéreos e auxiliam no voo – Úmero, Fêmur, Esterno, Vértebras, Costelas, Pelve, Crânio...... - Presença de Ossos Medulares: com cavidades medulares – Ulna e Tarso, Tibiotarso - Fusão do tronco com Esterno (unido pelo osso coracoide) - Fusão dos ossos pélvicos: sínfise pélvica - Sinsacro: União das vértebras lombares e sacrais - Pigóstilo (comanda movimentação da calda) Sistema Digestório: - Funções primárias: secreção, digestão e absorção dos nutrientes - Bico: seleção de alimentos, presença de glândulas salivares e botões gustativos e ausência de dentes - Esôfago, Inglúvio (expansão do esôfago) - Segmento do tubo digestivo com glândulas mucosas para lubrificação - Papo: Tem função de armazenar comida e permitir que o animal tenha energia - Estômago: Dividido em Proventrículo (glandular – secreta muco e ácidos digestivos) e Ventrículo/Moela (muscular – tritura o alimento e mistura os alimentos com as secreções digestivas) - Intestino Delgado: digestão enzimática e absorção de nutrientes (não produz lactase) - Cloaca: desemboca sistema reprodutor (ovos), urinário e digestório Sistema Respiratório: - Traqueia: localiza-se do lado esquerdo e contém anéis cartilaginosos completos (não distendem) - Pulmões: pulmões não se expandem ou contraem durante o ciclo respiratório (são fixos) - Brônquios: Se comunicam com sacos aéreos (o ar passa da traqueia-> brônquios-> sacos aéreos caudais -> parabrônquios -> sacos aéreos craniais -> eliminação do ar pela traqueia) - Ausência de Alvéolos e presença de Parabrônquios (aquele que realiza a troca gasosa) - Sacos Aéreos (9): regulam a respiração, diminuição do peso e temperatura (direcionam o ar para os pulmões / não realizam trocas gasosas, só armazenam o ar) - Musculatura Peitoral: Conforme sua contração e relaxamento, comprime a cavidade celomática e consequentemente os sacos aéreos, levando ar para os pulmões Sistema Cardiovascular: - Impulsão do sangue pelo coração através dos vasos com padrão circulatório - Coração localizado no tórax com pequeno desvio à esquerda com 2 átrios e 2 ventrículos - Frequência cardíaca – 250 a 550 batimentos/minuto- Volume de sangue – 7% do peso corporal Sistema Urinário: - Rins: Não há diferenciação clara de cortex e medula como em mamíferos / Localizados na depressão ventral do sinsacro – dissecção é difícil - Produz ácido úrico no final do metabolismo de nitrogênio - Ausência de Bexiga - Ausência de urina aquosa, excreta uratos que são adicionados às fezes como manchas brancas - Vantagem na produção de urina dentro dos ovos, pois a uréia é tóxica, o que impediria o crescimento dos embriões Sistema Reprodutor Feminino: - Ovários: Fêmeas em período de reprodução apresentam diversos folículos (gemas) - Ovário direito sofre atresia - Oviduto (útero e vagina incluídos nele) - Cloaca (órgão copulador e excretor) Sistema Reprodutor Masculino: -Testículo intracavitário -Dois testículos – região cranial dos rins - Mudança de cor e tamanho durante período reprodutivo - Não possuem vesículas seminais, glândulas bulbo uretrais nem próstata - Não têm pênis – falo erétil (pequeno e não funciona como órgão penetrante, o sêmen é transferido pelo contato com a cloaca) Sistema Linfático: - Vasos linfáticos – responsáveis pelo retorno dos líquidos extravasculares do sangue, unidos às paredes vasculares - Linfonodos – ausentes nas galinhas e perus - Timo (linfócitos T) – nas galinhas - série de lobos irregulares separados, vermelhos, pálidos ou amarelos. - Bursa/Bolsa de Fabricius ou bolsa cloacal (linfócitos B) – nas galinhas - divertículo médio do proctodeum, de forma globular. Atinge tamanho máximo de 3 cm com 4 ou 5 meses de idade e a involução começa com a maturidade sexual / localiza-se na porção final da cloaca 5. Principais doenças respiratórias em aves de criações comerciais Micoplasmose Aviaria: - Causa queda na produção de ovos, má eclodibilidade, baixa conversão alimentar podendo provocar anorexia nas aves, baixa mortalidade quando isolada, quando associada a outras infecções oportunistas pode gerar condenação de carcaça - Capacidade de aderir ao epitélio ciliado da traqueia, colonizando essa membrana e causando sua destruição, gerando um acúmulo de muco proveniente da infecção na traqueia – aves podem apresentar ronqueira devido esse tropismo (movimentação do muco) - É uma doença crônica (grande período de tempo) - Alto custo com os medicamentos - São bactérias pleomórficos (capacidade de variar sua forma) devido ausência de parede bacteriana (são resistentes a antibióticos que agem em síntese de parede bacteriana / ex: penicilina) - Transmissão Horizontal (contato direto com outra ave e fômites) e Vertical (transmissão da mãe para o filhote - ovo) - Nas matrizes é realizado eutanásia. Nas aves de corte podem ser realizado tratamento - Período de incubação – 6 a 21 dias (até que possam manifestar sintomas da doença) - Hospedeiro: galinhas, perus, codornas, faisões, patos, gansos e papagaios - Mortalidade – baixa (1 a 4%), associada a outros agentes (até 30%) - Morbidade – alta (chega a 100%) – número de infectados por população - Diagnóstico direto: Isolamento (aspecto ovo frito) - Meio Frey / Swabs / Órgãos / PCR - Diagnóstico indireto: Soroaglutinação rápida com sangue total ou soro - Tratamento: Antibioticoterapia / Tilosina - Vacinação em poedeiras (Vacinas atenuadas: Cepa F, Cepa Ts11, Cepa 6/85 e Vacinas inativadas) – não vacinam matrizes Mycoplasma gallisepticum – doença respiratória crônica • Hospedeiro: galinha, perus, codornas e pássaros • A infecção depende da presença concomitante de outros patógenos ou fatores debilitantes (Doenças virais, cepas patogênicas de E. coli, etc / Deficiências nutricionais, excesso de amônia e poeira, estresse) • Quadro respiratório: Espirros, Corrimento naso-ocular, Estertor traqueal (ronqueira), Respiração com bico aberto, Queda na conversão alimentar, Queda na postura de ovos, Queda no ganho de peso • Condenação de carcaças quando associada a E.Coli (PERICARDITE + PERIHEPATITE + PERITONITE = Tríade de condenação de carcaça) • Perus – quadro severo de sinusite – edema infra-orbitário pode comprimir a região ocular e causar cegueira. Mycoplasma synoviae – artrite e sinovite infecciosa • TROPISMO POR ARTICULAÇÕES, SINOVITE, INFECÇÃO SUBCLINICA DE SISTEMA RESPIRATÓRIO Mycoplasma meleagridis – sinusite em perus • OCORRE SOMENTE EM PERUS, EM FILHOTES (AEROSSACULITE), INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA EM ADULTOS Mycoplasma iowae – morte embrionária (acomete filhotes) Influenza Aviária: - Doença infecto contagiosa das aves causada pelo vírus RNA (muitas mutações) da influenza tipo A, da família Orthomyxoviridae, semelhante a gripe dos humanos. - Tipo A: Várias Espécies (aves) / Tipo B e C: Humanos - Antigenicidade: HA (16) e NA (9) (glicoproteínas presentes no exterior do vírus) - ALTA PATOGENICIDADE (HPAI) - H5 E H7 - Hospedeiros: Aves são reservatórios naturais, geralmente assintomáticas e Suínos podem levar ao aparecimento de novas amostras Mutações: - Drift Antigênico (mutação pontual ou variação Antigênica - Acúmulo de mutações pontuais dentro de um mesmo subtipo viral) • Variações antigênicas menores • Mudança gradual em HA e NA • Menor variação em virulência • Alta taxa de mutação - 1 ciclo a cada 8 horas - Shift Antigênico (recombinação genética) • Aumento da Virulência • Forma um vírus novo mais infectante através de rearranjos de outros subtipos virais, levando a uma mudança completa da estrutura antigênica Transmissão: Trato Resp. e através da água, alimento e fezes • Vírus - pode sobreviver por longos períodos no ambiente, na água e na matéria orgânica, dependendo das condições • Aves excretam os vírus por secreções do trato respiratório e alta concentração nas fezes • Período de incubação nas aves – de poucas horas a 3 dias Sintomas: Inespecífico / Manifestações clínicas isoladas ou combinadas Variam muito em função de idade, espécie e amostra viral, estado de saúde da ave. • Espirros • Corrimento ocular e nasal • Sinusite • Decréscimo na produção de ovos • Diarreia • Edema de cabeça e face Mortalidade: • Até 100% em amostras de alta patogenicidade • De 50 a 70% em amostras de média • Nenhuma mortalidade em baixa patogenicidade Diagnóstico: • Sinais clínicos e isolamento no embrião e identificação do agente • Sorologia – HI, ELISA, vírus neutralização Tratamento: Em aves não há tratamento / aves eutanasiadas Prevenção: Vacinação em aves: Brasil – proibida / EUA – vacina recombinante • Programa Nacional de Sanidade Avícola • Vigilância Epidemiológica • Monitoria de aves migratórias • Quarentena e monitoria de aves importadas • Despovoamento de trânsito Doença de Newcastle: Avulavírus • É uma infecção de aves causada por um paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1) • Apresenta disseminação rápida e consequências socioeconômicas • Notificação obrigatória OIE e barreira de exportação • Vigilância, interdição e sacrifício das aves. • Altamente contagiosa (Fezes e secreções) • Em humanos é uma Zoonose (Conjuntivite) • Período de incubação variável: 2 a 15 dias (5 a 6 dias) • Tropismo por sistema digestório, respiratório e neurológico • IPIC – índice de patogenicidade intracerebral (inoculação do vírus no cérebro de 10 pintinhos, classificando-o de acordo com as manifestações e patogenicidade) • Nomenclatura: (1) sorotipo, (2) espécie ou tipo de ave em que o vírus foi isolado, (3) localização geográfica do isolamento, (4) número ou nome de referência e (5) ano de isolamento Epidemiologia: Fonte de infecção: aves domésticas e silvestres; répteis e humanos Transmissão: Aerógena Mortalidade: 25 a 100% (Depende do vírus) • Velogênico - viscerotrópico (lesões intestinais e respiratórios com hemorragia e alta mortalidade) - Neurotrópico (sinais respiratórios e nervosos e alta mortalidade) • Mesogênico (sinais respiratórios brandos) • Lentogênico (infecções respiratórias brandas ou vacinais) Manifestações: Não existem lesões patognomônicas Em geral podem causar: Anorexia, Apatia, Lacrimejamento, Conjuntivite, Diarreia esverdeada ou hemorrágica, Redução de crescimento, Queda napostura e qualidade do ovo Manifestações clínicas inespecíficas • Sinais respiratórios: descarga nasal, rinite e dispneia • Sinais nervosos: ataxia, paresia, convulsões, paralisia de pernas e asas, tremores, opistótono e comportamento anormal Lesões Macroscópicas: • Edema de cabeça e pescoço • Hemorragias e ulcerações de laringe • Aerossaculite • Inflamação da traqueia • Hemorragias no coração • Petéquias no proventrículo e intestino Diagnóstico: • Material de eleição: Traqueia e Fezes • Teste Confirmatório: Isolamento viral em ovos embrionados • Testes: HI, PCR, IPIC Tratamento e Prevenção: Não existe tratamento / notificação MAPA e vacinação com cepa lentogênica 6. Doenças entéricas de aves comerciais Salmoneloses: Tifo (causada pelo sorotipo S. Gallinarum) • Aves jovens: alta mortalidade logo após a eclosão. (não tão comum) • Aves adultas: apatia, mortalidade é menor em comparação a Pulorose. (mais comum) Diarreia amarelo-esverdeada, cabeça pálida (captura do Fe pelo agente), cristas encolhidas pálidas, sem tônus e anêmicas. Afetam mais animais adultos próximo ao pico de postura causando mortalidade e queda na postura. As lesões são pericardite, baço com esplenomegalia e fígado com hepatomegalia (necrose focal), e alteração em folículos ovarianos, oviduto e septicemia. Pulorose (causada pelo sorotipo S. Pullorum) • Aves Jovens: mortalidade de 2 a 3 dias após a eclosão; 60 a 70%, principalmente em uma e duas semanas. Podem apresentar diarreia aquosa, desidratação. (mais comum) • Aves adultas: há infecção subclínica com queda na produtividade. As lesões são pericardite, esplenomegalia e hepatomegalia (necrose focal), e alteração em folículos ovarianos e oviduto. (não tão comum) Fonte de Infecção: Aves Via de Transmissão: Vertical (de mãe para filhos - ovos) e Horizontal (fezes/ração contaminada) Patogenia: A ave vai entrar em contato com a bactéria pela via oral enquanto estiver ciscando em um lugar que tem a presença de fezes contaminadas, ingerindo o agente e inicialmente tendo um tropismo dessa bactéria no trato gastrointestinal (células intestinais) conseguindo aderir a esse epitélio e penetrando-o, causando uma resposta inflamatória que vai produzir heterófilos (células de defesa da ave). Durante essa resposta inflamatória, uma série de fatores irão aumentar a secreção de água no lúmen intestinal (diarreia). Essa salmonela tem a capacidade de invadir os macrófagos presentes no organismo animal, sendo transportada por via linfática para outros órgãos (fígado, baço, coração e folículos ovarianos – proliferação bacteriana na gema) Fatores Predisponentes: Humanos: Abate Clandestino Sistemas Orgânicos Ingestão de produtos cru ou mal cozido Contaminação Cruzada (contaminação de outros alimentos) Idade e Condição Imunológica Aves: Idade das aves Imunidade Materna (transferência de anticorpos) Microbiota (desequilíbrio da flora/i pode causar a multiplicação da salmonela no intestino) Higiene de instalações Presença de roedores (podem atuar como vetores, levando de um galpão para o outro) Uso de farinhas de origem animal Jejum alimentar pré-abate (evita contaminação da carcaça) Manifestações Inespecíficas: Anorexia, Perda de peso, Asas caídas, Apatia, Diarreia (esbranquiçada - Pulorose), Queda na produção de ovos, Dispneia, Edema articular, Palidez de crista e barbela Diagnóstico: Anamnese, Manifestações Clínicas, Lesões Macroscópicas, Suporte de Diagnóstico Laboratorial (pré enriquecimento – coloca-se nutrientes para a bactérias consumir e proliferar / caldo seletivo – impede o crescimento de outras bactérias, selecionando as gram negativas / meio sólido – somente salmonela cresce / provas bioquímicas – avalia as características que somente as salmonelas podem ter), Prova de soroaglutinação, PCR. Tratamento: Antibioticoterapia, Exclusão Competitiva (colonizar a microbiota do animal com organismos favoráveis ao funcionamento do trato gastrointestinal - probiótico ou prebióticos – evitando a instalação de salmonela). Nos casos de Pulorose e Tifo aviária não é permitido o tratamento em qualquer ave, realizando sacrifício do lote inteiro; Nos casos de Paratifo aviário, somente os avós e bisavós não poderão ser tratados, sendo sacrificados; Nos casos das matrizes, é permitido o tratamento com monitora desses animais, mas seus ovos serão eliminados (transmissão vertical) Vacinas: Inativadas e Vivas Atenuadas específicas para cada tipo Clostridioses: Botulismo (causada pelo Clostridium botulinum) - Ocorre independente de qualquer bem estar físico do animal. - Doença neuroparalítica severa, causada pela exposição às toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum - Existem 7 tipos de toxinas – A a G, sendo o tipo C mais comum em aves - C. botulinum é uma bactéria gram-positiva, anaeróbica e produtora de esporos (anaerobiose) - Fonte de Transmissão: Água, alimento, insetos, larvas, carcaças de animais, lixo e fezes infectadas - Afeta aves domésticas e silvestres, exceto urubus Patogenia: Carcaça contaminada produz as toxinas botulínicas. As aves vão bicar e ingerir as toxinas dessa carcaça que serão absorvidas no TGI, tendo uma disseminação através do sangue. No sangue vão se disseminar até as terminações nervosas periféricas e bloquearão a ação da acetilcolina, causando uma paralisia flácida dos músculos. Os sinais vão aparecer em no máximo 2 dias (10h-2d), variando de acordo com a quantidade de toxina ingerida. Sinais Clínicos: Depende da quantidade de toxina ingerida - Paralisia flácida de asas, membros posteriores, pescoço e terceira pálpebra, relutância em mover-se, claudicação e decúbito, dispneia, tremores, queda de penas Diagnóstico e Tratamento: Sinas clínicos – paralisia de pálpebras • Caráter epidemiológico - surtos • Necrópsia e Histopatológico – ausência de lesões • Isolamento e caracterização de C. botulinum em amostras do ambiente Diagnóstico definitivo: • Detecção e tipagem da toxina no soro, conteúdo de TGI ou fígado por bioensaio em camundongo • Não existe um tratamento comprovadamente efetivo Tratamento: Soro anti-botulínico Prevenção: Alimento de alta qualidade, armazenamento adequado do alimento, inspeção das fontes de água, eliminação de carcaças de animais mortos no ambiente, remoção da cama após a saída de cada lote, limpeza e desinfecção Enterite Necrótica (causada pelo Clostridium perfringens) - Ocorre mediante uma situação de imunossupressão - Esporos: Resistem a 100°C por 1h, radiação solar, calor... - Só serão destruídos a 115°C por 4 min - Enterotoxemia aguda não contagiosa - Afeta principalmente aves jovens - Necrose da membrana mucosa do intestino delgado, com rápida debilidade e morte (irá prejudicar a absorção de nutrientes no intestino, levando os animais a perder peso) - Principal tipo é o A (O tipo A está presente no conteúdo intestinal de aves e humanos) - Isolados em diversos alimentos, incluindo matéria prima de rações Patogenia: Afeta frangos de corte entre 2 e 5 semanas, podendo ser encontrados casos em poedeiras. Encontrado em fezes, cama de frango, solo, alimentos, etc. Quando se tem a flora intestinal alterada, ocorre a proliferação dessa bactéria e uma produção de toxinas com invasão nas células. Alguns fatores que podem causar essa alteração são dietas de fácil fermentação que reduzem o peristaltismo, causando uma hipomotilidade intestinal que levará à modificação da flora intestinal e uso de drogas que alteram a flora intestinal. Estresse também é importante pois leva a um quadro de imunossupressão, deixando o organismo mais suscetível a infecção. Sinais Clínicos: Apatia,com diminuição do apetite, penas arrepiadas, desidratação e escurecimento do peito, fezes de coloração escura, podendo apresentar manchas de sangue, diarreia, em casos crônicos observa-se edema, hemorragias e necrose. Mortalidade de 5 a 15% do lote Lesões Macroscópicas: O intestino das aves mortas apresenta-se distendido com presença de gás no jejuno e íleo com a mucosa necrótica, Hepatomegalia, com focos esbranquiçados Diagnóstico e Tratamento: Sinais clínicos e histórico, Isolamento do agente, ELISA e PCR podem ser usados. Tratamento com antibióticos: lincomicina, bacitracina de zinco, oxitetraciclina, etc. Prevenção: Uso de promotores de crescimento, Controle de fatores Imunossupressores, Controle da coccidiose, Manejo adequado, Matéria prima de qualidade Coccidiose Aviária: E. acervulina E. maxima E. tenella - Fonte de infecção: Aves - Fonte de transmissão: Fezes de aves constaminadas - Via de Transmissão: Alimentos contendo oocistos esporulados ou transmissão mecânica por objetos animados ou inanimados - Morbidade: alta - Mortalidade: variável Patogenia: Forma de Resistência do parasita – Oocistos. 4 esporocistos com 2 esporozoítos Manifestações Clínicas: Apatia, Sonolência, Baixo peso x CA, Diarreia, Diarreia hemorrágica, Palidez, Anemia Diagnóstico e Tratamento: Contagem de oocistos por grama de fezes. Relação custo x benefício / Programa medicamentoso dual rotacional •Coccidicidas – Monensina, Diclazuril, Toltrazuril (tratamento) •Coccidostáticos – Amprólio, Sulfonamidas, Clopidol (controle – impede proliferação)
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