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Relatório individual sp4 neuro

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RELATÓRIO INDIVIDUAL SP4 “ATÉ ONDE EU SEI” 
ALUNO: PEDRO OLIVEIRA FLEURY 
TUTOR: LUIZ FELIPE 
DATA: 20/04/2021 
 
1. Definir os termos consciência e inconsciência. 
Não há definição satisfatória para o termo consciência, porem alguns livros definem 
como nosso fluxo contínuo de alerta, tanto de nossos arredores quanto de nossos 
pensamentos sequenciais. Pode-se trazer diferentes definições do termo consciência 
com diferentes significados entre si e alimenta a ideia do filósofo David Chalmers que 
propôs uma distinção para usar como ponto de partida, separando entre problemas 
fáceis da consciência e problemas difíceis da consciência. Este diz sobre a própria 
experiência do ser, já aquele diz sobre os fenômenos que podem aparentemente ser 
investigados por meio da metodologia cientifica padrão, como a diferença em estar 
acordado com estar dormindo. 
Contudo, segue-se uma definição com valor operacional, em que a consciência 
representa um estado de perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente, colocando 
dois componentes a serem analisados nessa definição: nível de consciência e o conteúdo 
de consciência. O primeiro diz respeito ao grau de alerta comportamental apresentado 
pelo indivíduo. O segundo é sobre a soma de todas as funções cognitivas e afetivas do 
ser humano, como memória, humor, linguagem e crítica. 
Já a inconsciência é tudo que altere a consciência de si próprio e do ambiente, ou seja, 
alterações do nível de consciência que pode ser sono, coma, desorientação têmporo-
espacial entre outros. 
 
2. Explicar os mecanismos neurofisiológicos de manutenção da consciência. 
A consciência apresenta diversas formas de caracterização, mas tem-se em comum que a 
mesma é responsável no geral pelo despertar e adormecer, em prestar atenção e iniciar a ação. 
Há vários aspectos da consciência que exigem diferentes subsistemas, podemos citar como 
aspectos da consciência: 
• Nível generalizado de alerta 
• Atenção 
• Seleção do objeto da atenção, baseada em objetivos 
• Motivação e início da atividade motora e da cognição 
Em cada aspecto da consciência há uma associação com neuromoduladores específicos 
produzidos pelos neurônios do tronco encefálico e transportados para a o cérebro pelo sistema 
de ativação reticular. Os neuromoduladores que atuam na manutenção da consciência são: 
Serotonina: produzida pelos núcleos da Rafe, a serotonina é amplamente distribuída por todo 
o cérebro e modula o nível geral de alerta. 
Norepinefrina: o locuscereleus e a zona reticular medial são a fonte da maior parte da 
norepinefrina no sistema nervoso. A norepinefrina contribui para a atenção e vigilância por 
intermédio das projeções do locuscereleus primariamente para as áreas sensoriais. 
Acetilcolina: produzida no núcleo pedunculopontino, é responsável para a direção voluntária 
da atenção para um objeto. 
Dopamina: produzido em duas áreas do mesencéfalo, a substancia negra e a área tegmentar 
ventral da formação reticular. A dopamina é responsável para o início das ações motoras ou de 
cognição baseadas em atividade cognitiva. 
Deve-se ressaltar que embora o tronco encefálico seja a fonte de neuromoduladores que 
regulam a consciência, a consciência também exige atividade do tálamo e do córtex cerebral. 
 
3. Caracterizar os métodos de avaliação da consciência. 
avaliação do nível de consciência de um paciente traumatizado ocorre pela realização de testes 
que avaliam a consciência. Dentre estes testes o mais comum é a escala de coma de Glasgow 
que avalia o paciente de acordo com a sua responsividade. Essa escala avalia o paciente entre 
1 (pior escore possível) e 15 (melhor escore possível). 
Foi atualizada recentemente na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, ou seja, a 
reatividade da pupila à luz. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma 
decrescente: o pior resultado apresenta a maior pontuação. 
 
Além da escala de coma de Glasgow, também há outras escalas menos utilizadas como: escala 
motor amplificado, ACDU e AVPU, escala de coma de Jouvet, escala FOUR score, coma 
recoveryscale, e escala de Edimburgh. 
 
4. Descrever os receptores, a detecção e as vias responsáveis pela percepção tátil. 
Os receptores da percepção tátil são divididos a partir da sua atuação em superfícies que contém 
pêlo ou não. Sendo assim, nas regiões em que há presença de pêlo os receptores presentes são 
as terminações nervosas específicas nos folículos capilares e os receptores de Ruffini, sendo 
que as terminações nervosas são formadas por um axônio que cobre o folículo piloso a fim de 
captar a pressão exercida nessa região e os receptores de Ruffini são aqueles que captam a 
energia provida do calor. 
Nas regiões desprovidas de pêlo, há uma diversidade maior de receptores, sendo eles os 
corpúsculos de Paccini e de Meissner, discos de Merkel, terminações nervosas livres e bulbos 
terminais de Krause. Os corpúsculos de Paccini são amielínicos e recobertos por células de 
sustentação, logo, tendem a captar vibrações e pressão; Os corpúsculos de Meissner, diferente 
dos de Paccini, são mielinizados e captam estímulos táteis; Os discos de Merkel são formados 
por uma fibra aferente que se ramificam e se fixam a células epidérmicas, dessa forma, quando 
há um estímulo tátil e pressórico na epiderme, os receptores conseguem o captar; As 
terminações nervosas livres se formam por axônios envoltos pelas células de Schwann que se 
sensibilizam por estímulos mecânicos, dolorosos e térmicos; Os bulbos terminais de Krause 
são aqueles que captam sinais que correspondem ao frio, formados por fibra nervosa e 
localizados em regiões de extremidade. 
As detecções de estímulos ocorrem de maneira diferente em cada receptor, pois depende muito 
da via sensorial pela qual esse estímulo irá passa. Dessa maneira, basicamente o estímulo chega 
às terminações/extremidades nervosas ou na célula receptora do neurônio atingido, passa pela 
região do axônio que pode ser mielinizado ou não e por fim chega a seu receptor específico. 
Logo, esses receptores iniciam o processo de transdução para que a informação chegue ao 
sistema nervoso central. 
A afirmação de que a detecção de estímulos depende muito da via sensorial, é provocada pelo 
simples fato de que essas vias de condução de potencial têm composição de fibras diferentes e 
por consequência a velocidade de condução do estímulo se altera de uma via para a outra. Cada 
via apresenta um receptor sensorial, neurônios de primeira, segunda e terceira ordem e um 
neurônio cortical. Este atinge a área do córtex cerebral, a qual interpreta as informações 
sensoriais que ali chegaram, em forma de percepções e/ou sensações. 
 
5. Diferenciar as diversas percepções táteis: temperatura, pressão, dor, tato fino e 
tato grosseiro, propriocepção. 
O sistema sensorial somático geral é o responsável pelas experiências sensoriais detectadas nos 
órgãos sensoriais que não pertencem ao sentido especial. Enquanto, os receptores sensoriais 
dos sentidos especiais (visão, audição, gustação, olfação e equilíbrio) estão restritos à cabeça, 
os do sentido somático geral estão espalhados pelo corpo todo. O sentido somático geral do 
corpo (somestesia) evoca as seguintes as modalidades perceptuais: Tato - no entanto o tato, a 
pressão e a vibração são tratados como sendo sensações diferentes, são evocados por 
mecanorreceptores da pele; Propriocepção - evocados pela estimulação de receptores 
mecânicos presentes dos músculos, tendões e articulações; Dor - sensação desconfortável 
evocada por receptores que detectam estímulos mecânicos e químicos muito intensos 
(ameaçam uma lesão) ou decorrentes de lesões teciduais em curso. Sensação térmica - eliciado 
por receptores térmico para o calor e frio. 
Os estímulos mecânicos que incidem sobre a pele são detectados por receptores cutâneos de 
dois tipos: 1) terminações livres e 2) receptores encapsulados (associadosa tecidos 
conjuntivos). Ambos são componentes periféricos do próprio neurônio aferente primário da via 
sensorial. 
Quase todos os receptores sensoriais especializados, tais como os corpúsculos de Meissner, os 
receptores em cúpula de Iggo, os receptores pilosos, os corpúsculos de Pacini e as terminações 
de Ruffini, transmitem seus sinais pelas fibras nervosas do tipo A beta, com velocidades de 
condução variando de 30 a 70 m/s. Ao contrário, os receptores táteis, como as terminações 
nervosas livres, transmitem sinais principalmente pelas fibras mielinizadas do tipo A delta que 
conduzem com velocidades de apenas 5 a 30 m/s. 
Algumas terminações nervosas livres táteis transmitem seus sinais pelas fibras amielínicas do 
tipo C, com velocidades variando de menos de um metro até 2 m/s; essas terminações enviam 
sinais para a medula espinhal e para a parte inferior do tronco cerebral, provavelmente 
transmitindo, em grande parte, a sensação de cócegas (comichão). 
Assim, os tipos mais críticos de sinais sensoriais, os que ajudam a determinar a localização 
precisa na pele, as mínimas graduações de intensidade, ou as alterações rápidas da intensidade 
do sinal sensorial, são todos transmitidos por fibras de condução mais rápida. Ao contrário, os 
sinais menos discriminativos, tais como a pressão, o tato pouco localizado e especialmente a 
sensação de cócegas (prurido e comichão), são transmitidos por fibras nervosas muito finas e 
muito mais lentas, que requerem menos espaço no feixe de fibras nervosas do que as fibras 
rápidas. 
Detecção da Vibração: Todos os receptores táteis estão envolvidos na detecção da vibração, 
embora diferentes receptores detectem diferentes frequências de vibração. Os corpúsculos de 
Pacini podem detectar sinais vibratórios de 30 a 800 ciclos por segundo, porque respondem de 
modo extremamente rápido a deformações mínimas e rápidas dos tecidos, e também transmite 
seus sinais por fibras nervosas do tipo A beta, que podem transmitir até 1.000 impulsos por 
segundo. Vibrações de baixa frequência de dois a 80 ciclos por segundo, ao contrário, 
estimulam outros receptores táteis, especialmente os corpúsculos de Meissner, que se adaptam 
menos rapidamente do que os corpúsculos de Pacini. 
Detecção de Cócegas e Prurido: Estudos neurofisiológicos demonstraram a existência de 
terminações nervosas livres mecanorreceptivas muito sensíveis e de adaptação rápida que 
desencadeiam apenas as sensações de cócegas (comichão) e prurido (coceira). Além disso, 
essas terminações são encontradas, quase que exclusivamente, nas camadas superficiais da 
pele, que é o único tecido do qual podem ser desencadeadas as sensações de cócegas e prurido. 
Essas sensações são transmitidas por fibras amielínicas muito finas do tipo C, semelhantes às 
que transmitem a dor em queimação contínua. 
A sensação de coceira tem como propósito alertar para os estímulos superficiais leves, como 
uma pulga se arrastando sobre a pele ou inseto prestes a picar, e os sinais desencadeados ativam 
o reflexo de coçar ou outras manobras que livram o hospedeiro do estímulo irritante. A coceira 
pode ser aliviada pelo coçar, se isto remover o estímulo irritante ou se o coçar é forte o 
suficiente para desencadear dor. Acredita-se que os sinais de dor suprimam os sinais da coceira 
na medula espinhal por inibição lateral. 
Detecção da propriocepção é uma modalidade sensorial resultante da estimulação de 
mecanorreceptores situados nos músculos esqueléticos (fusos musculares), tendões (órgãos 
tendinosos de Golgi), articulações, aponeuroses e tecido conjuntivo mais profundo. Segundo 
Sherrington o sentido proprioceptivo é o “nosso sentido secreto, nosso sexto sentido”. De fato, 
o principal contingente de informações proprioceptivas é projetado no cerebelo que opera em 
nível inconsciente. O neurologista contemporâneo Sacks, conceitua a propriocepção como “o 
continuo, mas inconsciente fluxo sensorial das partes moveis do corpo (músculos, tendões e 
articulações) por meio do qual a posição e tônus destas são continuamente monitorados e 
ajustados, porem de um modo que se mantém oculto de nós por ser automático e inconsciente”. 
No entanto, percebemos continuamente a posição e o movimento do corpo (cinestesia) e 
quando um paciente apresenta perda da sensibilidade proprioceptiva ele relata como se a área 
afetada ficasse “desencarnada” ou então inexistente. A propriocepção combinada com o 
sentido do tato proporciona-nos a capacidade de manipular e reconhecer os objetos 
tridimensionalmente sem o auxílio da visão, ou seja, a estereognosia. Assim, quando enfiamos 
a mão no bolso, graças a combinação do sentido cutâneo e proprioceptivo podemos discriminar, 
uma chave, duas moedas, pedaços de papel, etc. 
Percepção da dor- A dor evoca tanto uma experiência sensorial objetiva como também 
subjetiva. A segunda está associada à experiência emocional de desconforto variável 
podendo gerar ansiedade e depressão. Dependendo do tipo de dor, além da sensação em 
si, expressamos respostas comportamentais somáticas (vocalização, posição antálgica, 
reflexo de retirada, etc.), viscerais (alterações cardiocirculatórias e respiratórias, 
sudorese, etc.) e psíquicas (alterações do humor, irritabilidade, ansiedade, depressão, 
etc.). Por outro lado, a intensidade com que a dor é percebida varia com a idade, 
experiência e estado motivacional. Trata-se de uma percepção que anuncia uma lesão 
tecidual devido a estímulos muito intensos ou pela ocorrência de lesões teciduais reais 
(inflamação, por exemplo). Apesar de evocar uma sensação desconfortável, ela tem 
imenso valor biológico, pois afasta o indivíduo do agente nocivo e a experiência faz 
com que ele o evite quando o estímulo for novamente reapresentado. Quando ocorre 
uma lesão tecidual a dor é um sintoma de urgência e deve ser tratada juntamente com a 
sua causa. É importante assinalar que dor é a sensação evocada e que nocicepcão é o 
conjunto de respostas neurais que evocam a primeira. Os nociceptores (transdutores 
sensoriais dos estímulos dolorosos) são todos, terminações livres. Há duas teorias que 
tentam explicar o mecanismo da transdução nociceptiva: 
1) Teoria da especificidade: a sensibilidade nociceptiva seria processada como qualquer outra 
modalidade somestésica, possuindo transdutores próprios e linhas rotuladas, porém 
respondendo a estímulos de alta intensidade de natureza térmica, mecânica ou química. 
Teoria do padrão da dor: um mesmo nociceptor responderia a vários estímulos potencialmente 
lesivos, comportando-se poli modalmente. Denominamos as dores em geral de algias; 
hiperalgesia e hipoalgesia para o aumento e diminuição da percepção nociceptiva; analgesia 
quando a sensibilidade é suprimida. 
Há receptores que são sensíveis à adenosina trifosfato (ATP) produzida nos processos 
metabólicos da célula. Quando o suprimento de sangue é interrompido em determinadas 
regiões (isquemia) as moléculas de ATP são liberadas para fora da célula e estimula os 
terminais nervosos causando dor. 
Há dois tipos de sensações dolorosas que se originam da pele: 
Dor rápida (em agulhada) mediada por fibras aferentes primárias mielínicas do tipo Ag, é bem 
localizada quanto à intensidade e a natureza do estimulo, são provocadas por estímulos intensos 
de pressão e calor. 
Dor lenta (difusa e em queimação) mediadas fibras aferentes primárias amielínicos do tipo C 
de difícil localização e caracterização quanto a sua natureza e geralmente decorrente de lesões 
teciduais (queimaduras, inflamações). 
Já nos tecidos profundos - é mediada por fibras do tipo C, igualmente difusas e lentas (câimbras 
musculares). 
Nas vísceras – é mediada por fibras do tipo C, igualmente difusas e lentas (cólicas). 
Os nociceptores da dor rápida respondem com limiares elevados aos estímulos de pressão e 
calor intenso. A sensação desaparece com a remoção do estímulo, sem efeitos residuais. A dor 
lentaestá sempre acompanhada lesão tecidual e persiste após a remoção do estímulo que o 
causou. Geralmente é acompanhada de reações autonômicas e emocionais. 
Percepção do calor- Há devido às propriedades dos receptores térmicos:há dois tipos de 
receptores: receptores de calor e receptores de frio, ambos são terminações livres e detectam 
variações de centésimos de graus Celsius, no entanto há mais receptores de frio do que de calor. 
Podemos reconhecer graduações térmicas que vão do frio congelante (excessivo), gelado, frio, 
indiferente, morno, quente e muito quente (excessivo). Os receptores térmicos estão 
esparsamente espalhados pelo corpo. 
Quando amplas áreas são estimuladas, o sistema sensorial pode detectar variações de até 0,01 
°C, mas quando uma região pequena de 1 cm sofre uma variação de 100 vezes maior é como 
se não tivesse acontecido nada. 
Os receptores de frio começam a apresentar aumento crescente de atividade próximo a 7 °C 
atingindo o máximo, a 25 °C. Se a temperatura continuar a aumentar, a atividade nervosa 
diminuirá até não mudar mais (em torno de 45 °C), mesmo que a temperatura continue a 
aumentar. 
Já os receptores de calor começam a responder por volta dos 30 °C e atingem o máximo de 
atividade quando alcança 45°C. Se a temperatura continuar a aumentar, a atividade diminuirá 
rapidamente e os receptores de dor para calor excessivo anunciam o perigo iminente de uma 
possível queimadura. Nesse momento você afastará a mão do objeto agressor. Se a temperatura 
do objeto esfriar menos de 15°C, os receptores de dor para o frio excessivo é que entram em 
ação, agora anunciando o perigo de congelamento. A nossa capacidade de discriminação das 
graduações de sensações térmicas é devido a estimulação relativa e resultante dos dois tipos de 
receptores. 
 
6. Diferenciar urgência e emergência. 
É possível distinguir as duas ocorrências pelo grau de periculosidade, sendo a emergência de 
maior preocupação e a urgência de menor preocupação. É importante ressaltar que ambas são 
indícios de risco de vida para o paciente, entretanto a emergência é mais relevante e 
preocupante. A emergência se caracteriza pelo risco eminente de vida do paciente perante 
qualquer evento, sendo necessário realizar processos de imediato no paciente para preservar as 
funções vitais, por exemplo: parada cardiorrespiratória. A urgência, não menos importante, é 
uma situação de complicação aguda que não fornece de imediato o risco de vida eminente, 
entretanto, esta pode evoluir para uma emergência se não for levada a sério. Um exemplo de 
urgência é uma fratura, que por causar dor aguda e impossibilitar movimentos necessita de 
tratamento urgente, porém no momento não coloca em risco a vida do paciente. 
 
7. Descrever o conceito e localização da formação reticular. 
Denomina-se formação reticular a uma agregação mais ou menos difusa de neurônios de 
tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte 
central do tronco encefálico. A formação reticular é intermediária entre à sustância branca ou 
cinzenta. Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso. Estende-se um pouco ao 
diencéfalo e aos níveis mais altos da medula. Ela é responsável por várias funções, sendo a 
ativação cortical e principal delas. Ela serve como um interruptor para o SNC, e qnd estimulada, 
faz com que o indivíduo desperte. Lesões nessa formação podem induzir ao coma. 
A formação reticular não tem estrutura homogênea, podendo-se delimitar grupos mais ou 
menos bem definidos de neurônios, que consistem nos núcleos da formação reticular que são: 
• Núcleos da rafe: trata-se de um conjunto de 8 núcleos, em que um dos mais importantes 
é o núcleo magno da rafe q se dispõe ao longo de uma linha mediana em toda a extensão 
do tronco encefálico. Os núcleos de rafe contem neurônios ricos em serotonina. 
• Lócus ceruleus: situado logo abaixo da área de mesmo nome no assoalho do IV 
ventrículo, este núcleo apresenta células ricas em noradrenalina. Está relacionada com o 
mecanismo eferente do sono e quando lesada o indivíduo permanece, por tempo 
indeterminado em vigília, ou seja, incapaz de dormir 
• Substância cinzenta periquedutal: corresponde à substancia cinzenta que circunda o 
arqueduto cerebral, sendo considerado um núcleo da formação reticula importante na 
regulação da dor. 
• Área tegmentar ventral: situada na parte ventral do tegumento do mesencéfalo, 
medialmente à substancia negra, contém neurônios ricos em dopamina. 
 Possui diversas funções: 
- Manutenção do ciclo sono-vigília; 
- Controle da respiração; 
- Regulação do sistema nervoso autonômico; 
- Participação do sistema vestibular e extrapiramidal. 
 O estado de vigília é mantido pelos neurônios da formação reticular localizados no 
mesencéfalo e tálamo. Estes neurônios compõem a estrutura denominada formação 
reticular ascendente. Lesões ou compressões do mesencéfalo e da porção inferior do 
tálamo provocam o estado comatoso. Alguns neurônios da formação reticular pontina, 
como aqueles do locusceruleus (localizado no assoalho do quarto ventrículo), 
contribuem para a indução do sono. Neurônios da formação reticular do bulbo 
constituem o centro respiratório bulbar, responsável pela respiração involuntária. Na 
formação reticular do mesencéfalo e no núcleo centro-mediano do tálamo, encontra-se 
um grupo de neurônios que compõem a chamada “Formação Reticular Ascendente” 
(FRA). Estes neurônios mandam axônios para fazer sinapse com todo o córtex cerebral. 
Durante a sua ativação, a atividade elétrica cortical aumenta, mantendo o indivíduo 
acordado (vigília) e consciente. A diminuição da atividade dos neurônios da FRA reduz 
a atividade cortical, fazendo a pessoa dormir (sono). 
 
8. Correlacionar as funções da formação reticular com a manutenção dos níveis de 
consciência. 
A formação reticular, agregado de neurônios separados por fibras nervosas que não 
correspondem exatamente às substâncias branca ou cinzenta e ocupa a parte central do tronco 
encefálico. Possui essa denominação devido a sua estrutura macroscópica: uma rede ou malha 
de fibras nervosas que se estende por todo o neuroeixo (desde a medula espinhal até o cérebro). 
Esta rede situa-se entre os tractos e núcleos nervosos, há influência da formação reticular em 
todos os feixes nervosos ascendentes e descendentes. Dentre suas diversas funções a formação 
reticular dita o nível de consciência, lesões em suas estruturas levam o indivíduo ao coma 
(sistema reticular ativador ascendente – SRAA). 
A formação reticular é dividida em três colunas: mediana, medial e lateral. Seus corpos 
celulares influenciam em diversas sensações somáticas, viscerais, no sistema nervoso 
autônomo e sistema endócrino. 
Dentre os núcleos que fazem parte da formação reticular devemos citar: Núcleos da Rafe 
(conjunto de oito núcleos produtores de serotonina); Lócus Cerúleos (situado no assoalho do 
IV ventrículo, secretor de noradrenalina); Substância Cinzenta Periaquedutal (situada ao redor 
do aqueduto do mesencéfalo – realiza regulação analgésica) e Área Tegmentar Ventral 
(presente no tegmento do mesencéfalo produtor de dopamina). 
 O controle da respiração informações sobre o grau de distensão dos alvéolos pulmonares 
continuamente são levadas ao núcleo do trato solitário pelas fibras aferentes viscerais gerais do 
nervo vago. Desse núcleo os impulsos nervosos passam ao centro respiratório, localizado na 
formação reticular do bulbo. 
O controle vasomotor situado na formação reticular do bulbo, o centro vasomotor coordena os 
mecanismos que regulam o calibre vascular, do qual, é dependente da pressão arterial, 
influenciando também o ritmo cardíaco. A formação reticular exerce ação controladora sobre 
a motricidade somática, através dos tratos reticuloespinhaispontino e bulhar. Estes tratos são 
importantes para a manutenção da postura e da motricidade voluntária da musculaturaaxial e 
apendiculares proximais. Para suas funções motoras, a formação reticular recebe aferências do 
cerebelo e de áreas motoras do córtex cerebral. Entretanto, há evidência de que os tratos 
reticuloespinhais veiculam também comandos motores descendentes, gerados na própria 
formação reticular e relacionados com alguns padrões complexos e estereotipados de 
movimentos, como, por exemplo, os da locomoção. 
Os centros supraespinhais mais importantes para o controle do sistema nervoso autônomo são 
o sistema límbico e o hipotálamo. Ambos têm amplas projeções para a formação reticular, a 
qual, por sua vez, se liga aos neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, 
estabelecendo-se, assim, o principal mecanismo de controle da formação reticular sobre esse 
sistema. 
Sabe-se que estímulos elétricos da formação reticular do mesencéfalo causam liberação de 
ACTH e de hormônio antidiurético. Sabe-se também que, no controle hipotalâmico da 
liberação de vários hormônios adeno-hipofisários, estão envolvidos mecanismos 
noradrenérgicos e serotoninérgicos, o que envolve também a formação reticular, uma vez que 
nela se originam quase todas as fibras contendo essas monoaminas que se dirigem ao 
hipotálamo. 
 
9. Descrever as seguintes vias, identificando seus elementos constituintes: pressão e 
tato protopático; propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade 
vibratória; propriocepção inconsciente; trigeminal proprioceptiva. 
O sistema somático possui vias que captam sensações das diferentes extremidades do corpo e 
emitem até chegar ao córtex. As informações no córtex mantêm assim a consciência do que 
está acontecendo com o corpo nas periferias. (HALL; GUYTON,2011) Descreveremos a seguir 
algumas vias somáticas do corpo. 
 A sensação de pressão e tato protopáticos, são sensações mais grosseirassentidas nas 
extremidades. A captação pelo receptor é gerado um potencial de membrana dando início assim 
a uma cascata de comunicação. 
A via da pressão e tato protopático inicialmente os neurônios primários recebem essa 
informação vindo dos extremos e eles estão localizados nos gânglios espinhais. Seguem até a 
porção posterior da coluna, ou seja, no corno posterior cruzam na medula espinhal e seguem 
pelo corno anterior subindo. Atravessam o bulbo, ponte, mesencéfalo chegando ao tálamo. 
Nessa região ocorre a sinapse com neurônios terciários e esses neurônios formam radiações 
talâmicas que atingem a área somestésica do córtex, levando receptores de pressão e tato 
situados no tronco e nos membros. 
Outra via que estaremos descrevendo é a via propriocepção consciente, tato epicrítico e 
sensibilidade vibratória que tem como característica ser rápida, discriminativo e com 
representação espacial detalhada. Permite o reconhecimento de formas e tamanhos de objetos 
colocados nas mãos. Essa via também começa com a captação pelo receptor de extremidade 
gerando um potencial de membrana e dando a sequência de ativação de neurônios. Os 
neurônios primários estão localizados nos gânglios espinhais, seguem de forma ascendente até 
os Núcleos grácil e cuneiforme localizados no bulbo fazendo sinapse com os neurônios 
secundários ali estabilizados. Dos núcleos no bulbo seguem até o tálamo onde estão os 
neurônios terciários de onde originam axônios que formam radiações talâmicas que atingem a 
área somestésica do córtex. 
A via de propriocepção inconsciente é a via que leva ao cerebelo os impulsos originados na 
musculatura e nos tendões. Essa via é formanda por dois neurônios sendo que o primeiro 
neurônio se localiza no gânglio espinhal na qual o prolongamento periférico desses neurônios 
se liga aos receptores e o prolongamento central penetra na medula se dividindo em ramo 
ascendente longo e um ramo descendente curto, que terminam fazendo sinapse com os 
neurônios secundários da coluna posterior. 
Os neurônios secundários podem estar em duas posições, originando duas vias diferentes até o 
cerebelo, sendo que uma os neurônios secundários estão situados no núcleo torácico (localizado 
na coluna posterior) originam axônios que se dirigem para o funículo lateral do mesmo lado, 
inflectem-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior, que termina no 
cerebelo, onde penetra pelo pedúnculo cerebelar inferior. 
A segunda via é que os neurônios secundários, situados na base da coluna posterior e substância 
cinzenta intermédia originam axônios que, em sua maioria, cruzam para o funículo lateral do 
lado oposto, inflectem-se cranialmente constituindo o trato espinocerebelar anterior. Este 
penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior. Admite-se que as fibras que cruzam na 
medula cruzam novamente antes de penetrar no cerebelo, pois a via é homolateral. Através 
dessas vias, os impulsos proprioceptivos originados na musculatura estriada esquelética 
chegam até o cerebelo. 
A via trigeminal, diferente das outras vias descritas acimas está relacionada com V par de nervo 
craniano, que capta sensações da periferia. O nervo trigêmeo possui 3 inervações que passam 
pela maxila, mandíbula e oftálmico. Os axônios mecanorreceptores de grande calibre chegam 
ao núcleo sensorial principal do nervo trigêmio e estes são os neurônios primários. Do núcleo 
do trigêmio ascendem os neurônios secundários até o tálamo, respectivamente na porção do 
núcleo ventral posterior e deste núcleo saem os neurônios terciários em direção a área 
somatossensorial primária no córtex parietal. 
 
10. Reconhecer as consequências e implicações psicossociais, das sequelas de um 
trauma raquimedular para o paciente e sua família. 
O traumatismo raquimedular (TRM) é uma das lesões traumáticas mais comuns ao longo da 
vida e que mais causa sequelas ou óbitos. As sequelas decorrentes desse trauma, assim como 
as dificuldades sociais, fazem os níveis de qualidade de vida destes indivíduos serem inferiores 
aos da população em geral, mesmo em países desenvolvidos. 
O paciente conviverá com obstáculos que nunca havia lidado, precisando então de suporte para 
que seu mundo não desmorone e assim possa começar a lidar com as adversidades impostas 
neste momento particular de sua vida, com o objetivo de manter a sua disposição para gerir e 
enfrentar os novos desafios que se impõem. A família necessitará de atendimento e orientação 
tanto quanto a pessoa que será reabilitada, visando a ser mais do que um elemento de apoio e 
ajuda nesse processo, mas também constituir um núcleo de afetividade e inclusão, pois os 
membros da família não entendem as atitudes autodestrutivas da pessoa com lesão medular, 
que sofre e, ao mesmo tempo, se nega ao tratamento e aos cuidados. 
 O indivíduo precisa de avaliações, acompanhamento e cuidados específicos; por isso, se faz 
necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Tal equipe tem como função 
atuar no processo de reabilitação para minimizar ou atenuar as barreiras impostas pela lesão, 
aumentar a possibilidade de inclusão social, diminuir a dependência, estimular as aptidões 
preservadas e prevenção de agravos e possibilitar a reinserção social e reabilitação. 
Quanto à parte psicológica, a sensação de impossibilidade está relacionada ao sentimento de 
perda. A pessoa sente-se incapaz de se autogovernar, devido a sua dependência e à falta de 
controle sobre si mesma. Ela não se sente capaz de escolher quaisquer caminhos ou de agir 
sobre sua vida, ficando completamente à mercê de outras pessoas. Há, assim, a perda de si 
mesmo e o sujeito ideal é aquele anterior à nova condição, havendo a valorização da perda e 
do passado, em detrimento das capacidades restantes, pois parecem sem utilidade e sem 
perspectivas de mudança ou melhora. 
Além de reações psicológicas, como agressividade, insegurança, ansiedade, impulsividade, 
isolamento social, desespero, sentimento de inferioridade, ambivalência, raiva, medo e 
desesperança, a sociedade costuma relacionar a deficiênciaà questão da morte. Portanto, o 
trabalho psicossocial juntamente com o tratamento médico de rotina é essencial para estas 
pessoas, pois só assim terão condições de aceitar sua nova limitação, sem, entretanto, carregar 
a incerteza sobre sua função como pessoa e membro da sociedade. Soma-se a isso medidas de 
caráter educacional como campanhas de prevenção.

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