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RELATÓRIO INDIVIDUAL SP4 “ATÉ ONDE EU SEI” ALUNO: PEDRO OLIVEIRA FLEURY TUTOR: LUIZ FELIPE DATA: 20/04/2021 1. Definir os termos consciência e inconsciência. Não há definição satisfatória para o termo consciência, porem alguns livros definem como nosso fluxo contínuo de alerta, tanto de nossos arredores quanto de nossos pensamentos sequenciais. Pode-se trazer diferentes definições do termo consciência com diferentes significados entre si e alimenta a ideia do filósofo David Chalmers que propôs uma distinção para usar como ponto de partida, separando entre problemas fáceis da consciência e problemas difíceis da consciência. Este diz sobre a própria experiência do ser, já aquele diz sobre os fenômenos que podem aparentemente ser investigados por meio da metodologia cientifica padrão, como a diferença em estar acordado com estar dormindo. Contudo, segue-se uma definição com valor operacional, em que a consciência representa um estado de perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente, colocando dois componentes a serem analisados nessa definição: nível de consciência e o conteúdo de consciência. O primeiro diz respeito ao grau de alerta comportamental apresentado pelo indivíduo. O segundo é sobre a soma de todas as funções cognitivas e afetivas do ser humano, como memória, humor, linguagem e crítica. Já a inconsciência é tudo que altere a consciência de si próprio e do ambiente, ou seja, alterações do nível de consciência que pode ser sono, coma, desorientação têmporo- espacial entre outros. 2. Explicar os mecanismos neurofisiológicos de manutenção da consciência. A consciência apresenta diversas formas de caracterização, mas tem-se em comum que a mesma é responsável no geral pelo despertar e adormecer, em prestar atenção e iniciar a ação. Há vários aspectos da consciência que exigem diferentes subsistemas, podemos citar como aspectos da consciência: • Nível generalizado de alerta • Atenção • Seleção do objeto da atenção, baseada em objetivos • Motivação e início da atividade motora e da cognição Em cada aspecto da consciência há uma associação com neuromoduladores específicos produzidos pelos neurônios do tronco encefálico e transportados para a o cérebro pelo sistema de ativação reticular. Os neuromoduladores que atuam na manutenção da consciência são: Serotonina: produzida pelos núcleos da Rafe, a serotonina é amplamente distribuída por todo o cérebro e modula o nível geral de alerta. Norepinefrina: o locuscereleus e a zona reticular medial são a fonte da maior parte da norepinefrina no sistema nervoso. A norepinefrina contribui para a atenção e vigilância por intermédio das projeções do locuscereleus primariamente para as áreas sensoriais. Acetilcolina: produzida no núcleo pedunculopontino, é responsável para a direção voluntária da atenção para um objeto. Dopamina: produzido em duas áreas do mesencéfalo, a substancia negra e a área tegmentar ventral da formação reticular. A dopamina é responsável para o início das ações motoras ou de cognição baseadas em atividade cognitiva. Deve-se ressaltar que embora o tronco encefálico seja a fonte de neuromoduladores que regulam a consciência, a consciência também exige atividade do tálamo e do córtex cerebral. 3. Caracterizar os métodos de avaliação da consciência. avaliação do nível de consciência de um paciente traumatizado ocorre pela realização de testes que avaliam a consciência. Dentre estes testes o mais comum é a escala de coma de Glasgow que avalia o paciente de acordo com a sua responsividade. Essa escala avalia o paciente entre 1 (pior escore possível) e 15 (melhor escore possível). Foi atualizada recentemente na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, ou seja, a reatividade da pupila à luz. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma decrescente: o pior resultado apresenta a maior pontuação. Além da escala de coma de Glasgow, também há outras escalas menos utilizadas como: escala motor amplificado, ACDU e AVPU, escala de coma de Jouvet, escala FOUR score, coma recoveryscale, e escala de Edimburgh. 4. Descrever os receptores, a detecção e as vias responsáveis pela percepção tátil. Os receptores da percepção tátil são divididos a partir da sua atuação em superfícies que contém pêlo ou não. Sendo assim, nas regiões em que há presença de pêlo os receptores presentes são as terminações nervosas específicas nos folículos capilares e os receptores de Ruffini, sendo que as terminações nervosas são formadas por um axônio que cobre o folículo piloso a fim de captar a pressão exercida nessa região e os receptores de Ruffini são aqueles que captam a energia provida do calor. Nas regiões desprovidas de pêlo, há uma diversidade maior de receptores, sendo eles os corpúsculos de Paccini e de Meissner, discos de Merkel, terminações nervosas livres e bulbos terminais de Krause. Os corpúsculos de Paccini são amielínicos e recobertos por células de sustentação, logo, tendem a captar vibrações e pressão; Os corpúsculos de Meissner, diferente dos de Paccini, são mielinizados e captam estímulos táteis; Os discos de Merkel são formados por uma fibra aferente que se ramificam e se fixam a células epidérmicas, dessa forma, quando há um estímulo tátil e pressórico na epiderme, os receptores conseguem o captar; As terminações nervosas livres se formam por axônios envoltos pelas células de Schwann que se sensibilizam por estímulos mecânicos, dolorosos e térmicos; Os bulbos terminais de Krause são aqueles que captam sinais que correspondem ao frio, formados por fibra nervosa e localizados em regiões de extremidade. As detecções de estímulos ocorrem de maneira diferente em cada receptor, pois depende muito da via sensorial pela qual esse estímulo irá passa. Dessa maneira, basicamente o estímulo chega às terminações/extremidades nervosas ou na célula receptora do neurônio atingido, passa pela região do axônio que pode ser mielinizado ou não e por fim chega a seu receptor específico. Logo, esses receptores iniciam o processo de transdução para que a informação chegue ao sistema nervoso central. A afirmação de que a detecção de estímulos depende muito da via sensorial, é provocada pelo simples fato de que essas vias de condução de potencial têm composição de fibras diferentes e por consequência a velocidade de condução do estímulo se altera de uma via para a outra. Cada via apresenta um receptor sensorial, neurônios de primeira, segunda e terceira ordem e um neurônio cortical. Este atinge a área do córtex cerebral, a qual interpreta as informações sensoriais que ali chegaram, em forma de percepções e/ou sensações. 5. Diferenciar as diversas percepções táteis: temperatura, pressão, dor, tato fino e tato grosseiro, propriocepção. O sistema sensorial somático geral é o responsável pelas experiências sensoriais detectadas nos órgãos sensoriais que não pertencem ao sentido especial. Enquanto, os receptores sensoriais dos sentidos especiais (visão, audição, gustação, olfação e equilíbrio) estão restritos à cabeça, os do sentido somático geral estão espalhados pelo corpo todo. O sentido somático geral do corpo (somestesia) evoca as seguintes as modalidades perceptuais: Tato - no entanto o tato, a pressão e a vibração são tratados como sendo sensações diferentes, são evocados por mecanorreceptores da pele; Propriocepção - evocados pela estimulação de receptores mecânicos presentes dos músculos, tendões e articulações; Dor - sensação desconfortável evocada por receptores que detectam estímulos mecânicos e químicos muito intensos (ameaçam uma lesão) ou decorrentes de lesões teciduais em curso. Sensação térmica - eliciado por receptores térmico para o calor e frio. Os estímulos mecânicos que incidem sobre a pele são detectados por receptores cutâneos de dois tipos: 1) terminações livres e 2) receptores encapsulados (associadosa tecidos conjuntivos). Ambos são componentes periféricos do próprio neurônio aferente primário da via sensorial. Quase todos os receptores sensoriais especializados, tais como os corpúsculos de Meissner, os receptores em cúpula de Iggo, os receptores pilosos, os corpúsculos de Pacini e as terminações de Ruffini, transmitem seus sinais pelas fibras nervosas do tipo A beta, com velocidades de condução variando de 30 a 70 m/s. Ao contrário, os receptores táteis, como as terminações nervosas livres, transmitem sinais principalmente pelas fibras mielinizadas do tipo A delta que conduzem com velocidades de apenas 5 a 30 m/s. Algumas terminações nervosas livres táteis transmitem seus sinais pelas fibras amielínicas do tipo C, com velocidades variando de menos de um metro até 2 m/s; essas terminações enviam sinais para a medula espinhal e para a parte inferior do tronco cerebral, provavelmente transmitindo, em grande parte, a sensação de cócegas (comichão). Assim, os tipos mais críticos de sinais sensoriais, os que ajudam a determinar a localização precisa na pele, as mínimas graduações de intensidade, ou as alterações rápidas da intensidade do sinal sensorial, são todos transmitidos por fibras de condução mais rápida. Ao contrário, os sinais menos discriminativos, tais como a pressão, o tato pouco localizado e especialmente a sensação de cócegas (prurido e comichão), são transmitidos por fibras nervosas muito finas e muito mais lentas, que requerem menos espaço no feixe de fibras nervosas do que as fibras rápidas. Detecção da Vibração: Todos os receptores táteis estão envolvidos na detecção da vibração, embora diferentes receptores detectem diferentes frequências de vibração. Os corpúsculos de Pacini podem detectar sinais vibratórios de 30 a 800 ciclos por segundo, porque respondem de modo extremamente rápido a deformações mínimas e rápidas dos tecidos, e também transmite seus sinais por fibras nervosas do tipo A beta, que podem transmitir até 1.000 impulsos por segundo. Vibrações de baixa frequência de dois a 80 ciclos por segundo, ao contrário, estimulam outros receptores táteis, especialmente os corpúsculos de Meissner, que se adaptam menos rapidamente do que os corpúsculos de Pacini. Detecção de Cócegas e Prurido: Estudos neurofisiológicos demonstraram a existência de terminações nervosas livres mecanorreceptivas muito sensíveis e de adaptação rápida que desencadeiam apenas as sensações de cócegas (comichão) e prurido (coceira). Além disso, essas terminações são encontradas, quase que exclusivamente, nas camadas superficiais da pele, que é o único tecido do qual podem ser desencadeadas as sensações de cócegas e prurido. Essas sensações são transmitidas por fibras amielínicas muito finas do tipo C, semelhantes às que transmitem a dor em queimação contínua. A sensação de coceira tem como propósito alertar para os estímulos superficiais leves, como uma pulga se arrastando sobre a pele ou inseto prestes a picar, e os sinais desencadeados ativam o reflexo de coçar ou outras manobras que livram o hospedeiro do estímulo irritante. A coceira pode ser aliviada pelo coçar, se isto remover o estímulo irritante ou se o coçar é forte o suficiente para desencadear dor. Acredita-se que os sinais de dor suprimam os sinais da coceira na medula espinhal por inibição lateral. Detecção da propriocepção é uma modalidade sensorial resultante da estimulação de mecanorreceptores situados nos músculos esqueléticos (fusos musculares), tendões (órgãos tendinosos de Golgi), articulações, aponeuroses e tecido conjuntivo mais profundo. Segundo Sherrington o sentido proprioceptivo é o “nosso sentido secreto, nosso sexto sentido”. De fato, o principal contingente de informações proprioceptivas é projetado no cerebelo que opera em nível inconsciente. O neurologista contemporâneo Sacks, conceitua a propriocepção como “o continuo, mas inconsciente fluxo sensorial das partes moveis do corpo (músculos, tendões e articulações) por meio do qual a posição e tônus destas são continuamente monitorados e ajustados, porem de um modo que se mantém oculto de nós por ser automático e inconsciente”. No entanto, percebemos continuamente a posição e o movimento do corpo (cinestesia) e quando um paciente apresenta perda da sensibilidade proprioceptiva ele relata como se a área afetada ficasse “desencarnada” ou então inexistente. A propriocepção combinada com o sentido do tato proporciona-nos a capacidade de manipular e reconhecer os objetos tridimensionalmente sem o auxílio da visão, ou seja, a estereognosia. Assim, quando enfiamos a mão no bolso, graças a combinação do sentido cutâneo e proprioceptivo podemos discriminar, uma chave, duas moedas, pedaços de papel, etc. Percepção da dor- A dor evoca tanto uma experiência sensorial objetiva como também subjetiva. A segunda está associada à experiência emocional de desconforto variável podendo gerar ansiedade e depressão. Dependendo do tipo de dor, além da sensação em si, expressamos respostas comportamentais somáticas (vocalização, posição antálgica, reflexo de retirada, etc.), viscerais (alterações cardiocirculatórias e respiratórias, sudorese, etc.) e psíquicas (alterações do humor, irritabilidade, ansiedade, depressão, etc.). Por outro lado, a intensidade com que a dor é percebida varia com a idade, experiência e estado motivacional. Trata-se de uma percepção que anuncia uma lesão tecidual devido a estímulos muito intensos ou pela ocorrência de lesões teciduais reais (inflamação, por exemplo). Apesar de evocar uma sensação desconfortável, ela tem imenso valor biológico, pois afasta o indivíduo do agente nocivo e a experiência faz com que ele o evite quando o estímulo for novamente reapresentado. Quando ocorre uma lesão tecidual a dor é um sintoma de urgência e deve ser tratada juntamente com a sua causa. É importante assinalar que dor é a sensação evocada e que nocicepcão é o conjunto de respostas neurais que evocam a primeira. Os nociceptores (transdutores sensoriais dos estímulos dolorosos) são todos, terminações livres. Há duas teorias que tentam explicar o mecanismo da transdução nociceptiva: 1) Teoria da especificidade: a sensibilidade nociceptiva seria processada como qualquer outra modalidade somestésica, possuindo transdutores próprios e linhas rotuladas, porém respondendo a estímulos de alta intensidade de natureza térmica, mecânica ou química. Teoria do padrão da dor: um mesmo nociceptor responderia a vários estímulos potencialmente lesivos, comportando-se poli modalmente. Denominamos as dores em geral de algias; hiperalgesia e hipoalgesia para o aumento e diminuição da percepção nociceptiva; analgesia quando a sensibilidade é suprimida. Há receptores que são sensíveis à adenosina trifosfato (ATP) produzida nos processos metabólicos da célula. Quando o suprimento de sangue é interrompido em determinadas regiões (isquemia) as moléculas de ATP são liberadas para fora da célula e estimula os terminais nervosos causando dor. Há dois tipos de sensações dolorosas que se originam da pele: Dor rápida (em agulhada) mediada por fibras aferentes primárias mielínicas do tipo Ag, é bem localizada quanto à intensidade e a natureza do estimulo, são provocadas por estímulos intensos de pressão e calor. Dor lenta (difusa e em queimação) mediadas fibras aferentes primárias amielínicos do tipo C de difícil localização e caracterização quanto a sua natureza e geralmente decorrente de lesões teciduais (queimaduras, inflamações). Já nos tecidos profundos - é mediada por fibras do tipo C, igualmente difusas e lentas (câimbras musculares). Nas vísceras – é mediada por fibras do tipo C, igualmente difusas e lentas (cólicas). Os nociceptores da dor rápida respondem com limiares elevados aos estímulos de pressão e calor intenso. A sensação desaparece com a remoção do estímulo, sem efeitos residuais. A dor lentaestá sempre acompanhada lesão tecidual e persiste após a remoção do estímulo que o causou. Geralmente é acompanhada de reações autonômicas e emocionais. Percepção do calor- Há devido às propriedades dos receptores térmicos:há dois tipos de receptores: receptores de calor e receptores de frio, ambos são terminações livres e detectam variações de centésimos de graus Celsius, no entanto há mais receptores de frio do que de calor. Podemos reconhecer graduações térmicas que vão do frio congelante (excessivo), gelado, frio, indiferente, morno, quente e muito quente (excessivo). Os receptores térmicos estão esparsamente espalhados pelo corpo. Quando amplas áreas são estimuladas, o sistema sensorial pode detectar variações de até 0,01 °C, mas quando uma região pequena de 1 cm sofre uma variação de 100 vezes maior é como se não tivesse acontecido nada. Os receptores de frio começam a apresentar aumento crescente de atividade próximo a 7 °C atingindo o máximo, a 25 °C. Se a temperatura continuar a aumentar, a atividade nervosa diminuirá até não mudar mais (em torno de 45 °C), mesmo que a temperatura continue a aumentar. Já os receptores de calor começam a responder por volta dos 30 °C e atingem o máximo de atividade quando alcança 45°C. Se a temperatura continuar a aumentar, a atividade diminuirá rapidamente e os receptores de dor para calor excessivo anunciam o perigo iminente de uma possível queimadura. Nesse momento você afastará a mão do objeto agressor. Se a temperatura do objeto esfriar menos de 15°C, os receptores de dor para o frio excessivo é que entram em ação, agora anunciando o perigo de congelamento. A nossa capacidade de discriminação das graduações de sensações térmicas é devido a estimulação relativa e resultante dos dois tipos de receptores. 6. Diferenciar urgência e emergência. É possível distinguir as duas ocorrências pelo grau de periculosidade, sendo a emergência de maior preocupação e a urgência de menor preocupação. É importante ressaltar que ambas são indícios de risco de vida para o paciente, entretanto a emergência é mais relevante e preocupante. A emergência se caracteriza pelo risco eminente de vida do paciente perante qualquer evento, sendo necessário realizar processos de imediato no paciente para preservar as funções vitais, por exemplo: parada cardiorrespiratória. A urgência, não menos importante, é uma situação de complicação aguda que não fornece de imediato o risco de vida eminente, entretanto, esta pode evoluir para uma emergência se não for levada a sério. Um exemplo de urgência é uma fratura, que por causar dor aguda e impossibilitar movimentos necessita de tratamento urgente, porém no momento não coloca em risco a vida do paciente. 7. Descrever o conceito e localização da formação reticular. Denomina-se formação reticular a uma agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. A formação reticular é intermediária entre à sustância branca ou cinzenta. Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso. Estende-se um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais altos da medula. Ela é responsável por várias funções, sendo a ativação cortical e principal delas. Ela serve como um interruptor para o SNC, e qnd estimulada, faz com que o indivíduo desperte. Lesões nessa formação podem induzir ao coma. A formação reticular não tem estrutura homogênea, podendo-se delimitar grupos mais ou menos bem definidos de neurônios, que consistem nos núcleos da formação reticular que são: • Núcleos da rafe: trata-se de um conjunto de 8 núcleos, em que um dos mais importantes é o núcleo magno da rafe q se dispõe ao longo de uma linha mediana em toda a extensão do tronco encefálico. Os núcleos de rafe contem neurônios ricos em serotonina. • Lócus ceruleus: situado logo abaixo da área de mesmo nome no assoalho do IV ventrículo, este núcleo apresenta células ricas em noradrenalina. Está relacionada com o mecanismo eferente do sono e quando lesada o indivíduo permanece, por tempo indeterminado em vigília, ou seja, incapaz de dormir • Substância cinzenta periquedutal: corresponde à substancia cinzenta que circunda o arqueduto cerebral, sendo considerado um núcleo da formação reticula importante na regulação da dor. • Área tegmentar ventral: situada na parte ventral do tegumento do mesencéfalo, medialmente à substancia negra, contém neurônios ricos em dopamina. Possui diversas funções: - Manutenção do ciclo sono-vigília; - Controle da respiração; - Regulação do sistema nervoso autonômico; - Participação do sistema vestibular e extrapiramidal. O estado de vigília é mantido pelos neurônios da formação reticular localizados no mesencéfalo e tálamo. Estes neurônios compõem a estrutura denominada formação reticular ascendente. Lesões ou compressões do mesencéfalo e da porção inferior do tálamo provocam o estado comatoso. Alguns neurônios da formação reticular pontina, como aqueles do locusceruleus (localizado no assoalho do quarto ventrículo), contribuem para a indução do sono. Neurônios da formação reticular do bulbo constituem o centro respiratório bulbar, responsável pela respiração involuntária. Na formação reticular do mesencéfalo e no núcleo centro-mediano do tálamo, encontra-se um grupo de neurônios que compõem a chamada “Formação Reticular Ascendente” (FRA). Estes neurônios mandam axônios para fazer sinapse com todo o córtex cerebral. Durante a sua ativação, a atividade elétrica cortical aumenta, mantendo o indivíduo acordado (vigília) e consciente. A diminuição da atividade dos neurônios da FRA reduz a atividade cortical, fazendo a pessoa dormir (sono). 8. Correlacionar as funções da formação reticular com a manutenção dos níveis de consciência. A formação reticular, agregado de neurônios separados por fibras nervosas que não correspondem exatamente às substâncias branca ou cinzenta e ocupa a parte central do tronco encefálico. Possui essa denominação devido a sua estrutura macroscópica: uma rede ou malha de fibras nervosas que se estende por todo o neuroeixo (desde a medula espinhal até o cérebro). Esta rede situa-se entre os tractos e núcleos nervosos, há influência da formação reticular em todos os feixes nervosos ascendentes e descendentes. Dentre suas diversas funções a formação reticular dita o nível de consciência, lesões em suas estruturas levam o indivíduo ao coma (sistema reticular ativador ascendente – SRAA). A formação reticular é dividida em três colunas: mediana, medial e lateral. Seus corpos celulares influenciam em diversas sensações somáticas, viscerais, no sistema nervoso autônomo e sistema endócrino. Dentre os núcleos que fazem parte da formação reticular devemos citar: Núcleos da Rafe (conjunto de oito núcleos produtores de serotonina); Lócus Cerúleos (situado no assoalho do IV ventrículo, secretor de noradrenalina); Substância Cinzenta Periaquedutal (situada ao redor do aqueduto do mesencéfalo – realiza regulação analgésica) e Área Tegmentar Ventral (presente no tegmento do mesencéfalo produtor de dopamina). O controle da respiração informações sobre o grau de distensão dos alvéolos pulmonares continuamente são levadas ao núcleo do trato solitário pelas fibras aferentes viscerais gerais do nervo vago. Desse núcleo os impulsos nervosos passam ao centro respiratório, localizado na formação reticular do bulbo. O controle vasomotor situado na formação reticular do bulbo, o centro vasomotor coordena os mecanismos que regulam o calibre vascular, do qual, é dependente da pressão arterial, influenciando também o ritmo cardíaco. A formação reticular exerce ação controladora sobre a motricidade somática, através dos tratos reticuloespinhaispontino e bulhar. Estes tratos são importantes para a manutenção da postura e da motricidade voluntária da musculaturaaxial e apendiculares proximais. Para suas funções motoras, a formação reticular recebe aferências do cerebelo e de áreas motoras do córtex cerebral. Entretanto, há evidência de que os tratos reticuloespinhais veiculam também comandos motores descendentes, gerados na própria formação reticular e relacionados com alguns padrões complexos e estereotipados de movimentos, como, por exemplo, os da locomoção. Os centros supraespinhais mais importantes para o controle do sistema nervoso autônomo são o sistema límbico e o hipotálamo. Ambos têm amplas projeções para a formação reticular, a qual, por sua vez, se liga aos neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, estabelecendo-se, assim, o principal mecanismo de controle da formação reticular sobre esse sistema. Sabe-se que estímulos elétricos da formação reticular do mesencéfalo causam liberação de ACTH e de hormônio antidiurético. Sabe-se também que, no controle hipotalâmico da liberação de vários hormônios adeno-hipofisários, estão envolvidos mecanismos noradrenérgicos e serotoninérgicos, o que envolve também a formação reticular, uma vez que nela se originam quase todas as fibras contendo essas monoaminas que se dirigem ao hipotálamo. 9. Descrever as seguintes vias, identificando seus elementos constituintes: pressão e tato protopático; propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória; propriocepção inconsciente; trigeminal proprioceptiva. O sistema somático possui vias que captam sensações das diferentes extremidades do corpo e emitem até chegar ao córtex. As informações no córtex mantêm assim a consciência do que está acontecendo com o corpo nas periferias. (HALL; GUYTON,2011) Descreveremos a seguir algumas vias somáticas do corpo. A sensação de pressão e tato protopáticos, são sensações mais grosseirassentidas nas extremidades. A captação pelo receptor é gerado um potencial de membrana dando início assim a uma cascata de comunicação. A via da pressão e tato protopático inicialmente os neurônios primários recebem essa informação vindo dos extremos e eles estão localizados nos gânglios espinhais. Seguem até a porção posterior da coluna, ou seja, no corno posterior cruzam na medula espinhal e seguem pelo corno anterior subindo. Atravessam o bulbo, ponte, mesencéfalo chegando ao tálamo. Nessa região ocorre a sinapse com neurônios terciários e esses neurônios formam radiações talâmicas que atingem a área somestésica do córtex, levando receptores de pressão e tato situados no tronco e nos membros. Outra via que estaremos descrevendo é a via propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória que tem como característica ser rápida, discriminativo e com representação espacial detalhada. Permite o reconhecimento de formas e tamanhos de objetos colocados nas mãos. Essa via também começa com a captação pelo receptor de extremidade gerando um potencial de membrana e dando a sequência de ativação de neurônios. Os neurônios primários estão localizados nos gânglios espinhais, seguem de forma ascendente até os Núcleos grácil e cuneiforme localizados no bulbo fazendo sinapse com os neurônios secundários ali estabilizados. Dos núcleos no bulbo seguem até o tálamo onde estão os neurônios terciários de onde originam axônios que formam radiações talâmicas que atingem a área somestésica do córtex. A via de propriocepção inconsciente é a via que leva ao cerebelo os impulsos originados na musculatura e nos tendões. Essa via é formanda por dois neurônios sendo que o primeiro neurônio se localiza no gânglio espinhal na qual o prolongamento periférico desses neurônios se liga aos receptores e o prolongamento central penetra na medula se dividindo em ramo ascendente longo e um ramo descendente curto, que terminam fazendo sinapse com os neurônios secundários da coluna posterior. Os neurônios secundários podem estar em duas posições, originando duas vias diferentes até o cerebelo, sendo que uma os neurônios secundários estão situados no núcleo torácico (localizado na coluna posterior) originam axônios que se dirigem para o funículo lateral do mesmo lado, inflectem-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior, que termina no cerebelo, onde penetra pelo pedúnculo cerebelar inferior. A segunda via é que os neurônios secundários, situados na base da coluna posterior e substância cinzenta intermédia originam axônios que, em sua maioria, cruzam para o funículo lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente constituindo o trato espinocerebelar anterior. Este penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior. Admite-se que as fibras que cruzam na medula cruzam novamente antes de penetrar no cerebelo, pois a via é homolateral. Através dessas vias, os impulsos proprioceptivos originados na musculatura estriada esquelética chegam até o cerebelo. A via trigeminal, diferente das outras vias descritas acimas está relacionada com V par de nervo craniano, que capta sensações da periferia. O nervo trigêmeo possui 3 inervações que passam pela maxila, mandíbula e oftálmico. Os axônios mecanorreceptores de grande calibre chegam ao núcleo sensorial principal do nervo trigêmio e estes são os neurônios primários. Do núcleo do trigêmio ascendem os neurônios secundários até o tálamo, respectivamente na porção do núcleo ventral posterior e deste núcleo saem os neurônios terciários em direção a área somatossensorial primária no córtex parietal. 10. Reconhecer as consequências e implicações psicossociais, das sequelas de um trauma raquimedular para o paciente e sua família. O traumatismo raquimedular (TRM) é uma das lesões traumáticas mais comuns ao longo da vida e que mais causa sequelas ou óbitos. As sequelas decorrentes desse trauma, assim como as dificuldades sociais, fazem os níveis de qualidade de vida destes indivíduos serem inferiores aos da população em geral, mesmo em países desenvolvidos. O paciente conviverá com obstáculos que nunca havia lidado, precisando então de suporte para que seu mundo não desmorone e assim possa começar a lidar com as adversidades impostas neste momento particular de sua vida, com o objetivo de manter a sua disposição para gerir e enfrentar os novos desafios que se impõem. A família necessitará de atendimento e orientação tanto quanto a pessoa que será reabilitada, visando a ser mais do que um elemento de apoio e ajuda nesse processo, mas também constituir um núcleo de afetividade e inclusão, pois os membros da família não entendem as atitudes autodestrutivas da pessoa com lesão medular, que sofre e, ao mesmo tempo, se nega ao tratamento e aos cuidados. O indivíduo precisa de avaliações, acompanhamento e cuidados específicos; por isso, se faz necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Tal equipe tem como função atuar no processo de reabilitação para minimizar ou atenuar as barreiras impostas pela lesão, aumentar a possibilidade de inclusão social, diminuir a dependência, estimular as aptidões preservadas e prevenção de agravos e possibilitar a reinserção social e reabilitação. Quanto à parte psicológica, a sensação de impossibilidade está relacionada ao sentimento de perda. A pessoa sente-se incapaz de se autogovernar, devido a sua dependência e à falta de controle sobre si mesma. Ela não se sente capaz de escolher quaisquer caminhos ou de agir sobre sua vida, ficando completamente à mercê de outras pessoas. Há, assim, a perda de si mesmo e o sujeito ideal é aquele anterior à nova condição, havendo a valorização da perda e do passado, em detrimento das capacidades restantes, pois parecem sem utilidade e sem perspectivas de mudança ou melhora. Além de reações psicológicas, como agressividade, insegurança, ansiedade, impulsividade, isolamento social, desespero, sentimento de inferioridade, ambivalência, raiva, medo e desesperança, a sociedade costuma relacionar a deficiênciaà questão da morte. Portanto, o trabalho psicossocial juntamente com o tratamento médico de rotina é essencial para estas pessoas, pois só assim terão condições de aceitar sua nova limitação, sem, entretanto, carregar a incerteza sobre sua função como pessoa e membro da sociedade. Soma-se a isso medidas de caráter educacional como campanhas de prevenção.
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