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MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 1 
 
 
 
Mercado de Capitais 
 
 Material de Apoio 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 2 
1- SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – Agentes Participantes e 
Reguladores. 
 
Com o processo de globalização, que resultou em um intenso intercâmbio entre os países, 
cada vez mais o mercado acionário vem adquirindo uma crescente importância no cenário 
financeiro internacional.Seguindo essa tendência mundial, os países em desenvolvimento 
procuram abrir suas economias para poder receber investimentos externos. Assim, quanto mais 
desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais. 
 
Por ser um canal fundamental na captação de recursos que permitem o desenvolvimento das 
empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso do País, o mercado 
acionário também se constitui em uma importante opção de investimento para pessoas e 
instituições. 
 
A seguir você vai conhecer as informações básicas sobre o Sistema Financeiro Nacional, com 
seus órgãos reguladores e/ou fiscalizadores, seus principais participantes e o seu processo de 
auto-regulação. 
O Sistema Financeiro Nacional faz une a necessidade de quem precisa tomar dinheiro 
emprestado com a daquele que tem dinheiro disponível para emprestar. No Sistema Financeiro 
Nacional são realizadas, também, outras operações, além destas de intermediação entre 
aplicadores e tomadores de recursos (algumas decorrentes desta intermediação) como 
operações para proteção de riscos (hedge), estruturações, serviços, etc. 
Podemos dizer que o Sistema Financeiro Nacional tem o papel social de intermediador de 
recursos financeiros no mercado. Sem o Sistema Financeiro, os agentes econômicos não 
teriam segurança para emprestar seus recursos excedentes, e os tomadores de recursos 
teriam muita dificuldade em encontrar quem os emprestasse. O resultado disso seria uma 
Economia com grandes dificuldades para crescer. 
Veja a seguir um esquema simplificado do Sistema Financeiro Nacional. 
 
 
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O sistema Financeiro Nacional foi estruturado e regulamentado pela Lei de Reforma Bancária 
(1964). Lei de Mercado de Capitais (1965). Lei de criação dos Bancos Múltiplos (1988) e nova Lei 
das S.A. (2001). 
Órgãos Reguladores e Fiscalizadores 
Conselho Monetário Nacional (CMN) é um órgão exclusivamente normativo com a finalidade 
principal de formular as políticas monetária, cambial e de crédito. O CMN, que é o órgão máximo 
do Sistema Financeiro Nacional, não desempenha funções executivas, seu objetivo é atender aos 
interesses econômicos e sociais do país. 
 A partir do Plano Real (1994), a composição do CMN foi simplificada e ficou assim: 
Ministro da Fazenda (presidente do Conselho), 
 Ministro de Planejamento e 
Presidente do Banco Central. 
Estes três cargos são indicados pelo Presidente da República. O Presidente do Banco Central, 
além disso, precisa ser aprovado pelo Senado Federal, em votação secreta. 
Banco Central do Brasil (Bacen)- Vinculado ao Ministério da Fazenda, pode ser definido como 
sendo o órgão executivo e fiscalizador das políticas determinadas pelo CMN, junto ao Sistema 
Financeiro Nacional. 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Tem por finalidade normatizar e controlar o Mercado 
de Valores Mobiliários, ou seja, títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizados pelo 
CMN. A CVM é uma autarquia do Ministério da Fazenda, e atua sob a orientação do CMN. 
O principal objetivo da CVM é o fortalecimento do mercado de ações e títulos mobiliários: 
a. estimulando a aplicação de recursos no mercado acionário; 
b. garantindo o funcionamento das bolsas, corretoras e distribuidoras; 
c. protegendo os investidores em valores mobiliários; e 
d. atuando na fiscalização da emissão, registro, distribuição e negociação de títulos emitidos pelas 
empresas de capital aberto. 
A CVM tem seu poder disciplinador e fiscalizador atuando sobre os seguintes segmentos do 
mercado: 
• instituições financeiras, 
• companhias de capital aberto (com valores mobiliários negociados em bolsa e em mercado de 
balcão), 
• investidores (protegendo seus direitos), 
• outras entidades do mercado financeiro que transacione Títulos e Valores Mobiliários (exemplo: 
Bolsa de Valores e BM&F). 
 
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A CVM tem poder disciplinador e fiscalizador sobre as seguintes matérias: 
• Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; 
• Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários e no mercado de derivativos 
qualquer que seja o ativo subjacente; 
• Organização, funcionamento e operações das Bolsas de Valores e das Bolsas de Mercadorias e 
Futuros; 
• Administração de fundos de investimento, carteiras e custódia de valores mobiliários; 
• Auditoria das companhias abertas; 
• Serviços de consultor e analista de valores mobiliários. 
Sociedades Corretoras - As sociedades corretoras são aquelas que atuam com exclusividade 
na intermediação nos pregões de bolsas de valores e mercadorias. 
Essas sociedades podem ser Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e também atuar no 
mercado de câmbio, como Corretoras de câmbio. 
Para investir em ações você deve procurar uma Corretora de Valores. As Corretoras e outros 
intermediários financeiros dispõem de profissionais voltados à análise de mercado, de setores e de 
companhias, e com eles você poderá se informar sobre o momento certo de comprar e vender 
determinadas ações para obter melhores resultados. 
As sociedades corretoras podem: 
• Promover ou participar do lançamento público de ações; 
• Administrar e custodiar carteiras de títulos e valores mobiliários; 
• Administrar e organizar fundos e clubes de investimento; 
• Intermediar, ou comprar e vender, no mercado de metais preciosos; 
• Intermediar títulos e valores mobiliários; 
• Operar nas bolsas de mercadorias e de valores, por conta própria ou de terceiros; 
• Assessorar clientes nas operações de mercado financeiro; 
• Intermediar operações de câmbio; 
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) - As Sociedades 
Distribuidoras se assemelham às Sociedades Corretoras, sendo que a principal diferença é que as 
sociedades distribuidoras não podem atuar nos mercados de bolsa de valores e de mercadorias, 
diretamente. 
 
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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - O objetivo principal das Bolsas de Valores é 
proporcionar liquidez aos títulos negociados, a um preço justo, de acordo com o consenso de 
mercado. 
A Bovespa é uma associação civil sem fins lucrativos, cujo patrimônio é constituído pelos recursos 
advindos das Sociedades Corretoras, que adquirem títulos patrimoniais, tornando-se membros da 
Bolsa. 
Para tanto, as bolsas: 
• fornecem o local para realização dos negócios com títulos e valores mobiliários 
• definem regras que permitem a organização, o controle e a fiscalização dos negócios realizados 
• definem regras para garantir que os negócios aconteçam de forma livre e transparente 
• definem regras de modo a propiciar a continuidade dos preços e a liquidez dos negócios 
realizados 
• comprometem-se a divulgar todos os negócios realizados no tempo mais curto possível 
A Bovespa possui quatro mercados: à vista, a termo, opções, e futuros de ações: 
a) No mercado à vista o título objeto da negociação deve ser transferido de uma parte para a outra, 
mediante pagamento imediato do valor à vista (o comprador “entrega” 100% do valor da operação 
ao vendedor das ações) 
b) O mercado a termo envolve a negociação de uma quantidade de ações para entrega futura, a 
um preço pré-fixado, resultando em um contrato entre as partes. 
c) O mercado futuro de ações negocia contratos futuros, cujos titulares pagam ou recebem ajustes 
diários, dependendo da oscilação da ação que é objeto do contrato. As operações são feitas tendo 
como contraparte a Bolsa de valores (ex: o compradorcompra da Bolsa e o vendedor vende para a 
Bolsa, o que significa que a Bolsa é quem corre o risco da contraparte) 
d) Por fim, o mercado de opções negocia direitos de compra ou venda de ações, com preços e 
prazos de exercício pré-estabelecidos. 
CBLC - Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - Sociedade anônima que presta 
serviços de compensação, controle de riscos e liquidação física e financeira de operações com 
títulos e valores mobiliários nos mercados à vista e a prazo da BOVESPA e de outros mercados. A 
CBLC também opera os sistemas de custódia de títulos e valores mobiliários em geral. Utiliza os 
mecanismos de Entrega Contra Pagamento. A CBLC é a clearing para liquidação das operações 
da Bolsa de Valores de São Paulo. 
 
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O que é poupança e investimento? 
 Os recursos necessários para uma aplicação provêm da parcela não consumida da renda, a qual 
se dá o nome de poupança. Qualquer pessoa que tenha uma poupança (por menor que seja seu 
valor) ou uma disponibilidade financeira, pode efetuar um investimento, dele esperando obter: 
• Reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia para o futuro- Segurança. 
• Boa remuneração – Rentabilidade; 
• Esperança de ver crescer o capital empregado – Valorização; 
• Defesa contra eventual desvalorização do dinheiro – Proteção; 
• Oportunidade de associação com empresas dinâmicas – Desenvolvimento Econômico 
• Rápida disponibilidade do dinheiro aplicado – Liquidez. 
Por que e onde investir? 
Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno, 
prazo e proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de 
risco. A rentabilidade é sempre diretamente relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o 
nível de risco que está disposto a correr, em função de obter uma maior ou menor lucratividade. 
INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS 
Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Para a economia como um 
todo, entretanto, a compra de um imóvel já existente não constitui investimento, mas apenas a 
transferência de propriedade. 
Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente distintos daqueles almejados pelos que 
procuram aplicar em valores mobiliários sobretudo no que se refere ao fator liquidez de um e 
de outro investimento. 
INVESTIMENTOS EM TÍTULOS 
Abrangem aplicações em títulos diversos negociados no mercado financeiro (de crédito), que 
apresentam características básicas: 
Renda – Fixa ou variável 
Prazo – Variável ou fixo 
Emissão – Particular ou público. 
RENDA: 
A renda é quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título. 
Nesse caso o rendimento pode ser pós ou prefixado. 
Já a renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou 
instituição emissora do título. 
 
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PRAZO: 
Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não tem data definida para 
resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já 
os títulos de prazo fixo apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, quando seu 
detentor receberá o valor correspondente à aplicação, acrescido da respectiva 
remuneração. 
EMISSÃO: 
Os títulos podem ser particulares, ou públicos. Particulares quando lançados por sociedades 
anônimas ou instituições financeiras autorizadas. Públicos se emitidos pelos governos federal, 
estadual ou municipal. De forma geral, emissões públicas tem o objetivo de propiciar a 
cobertura de déficits orçamentários. 
O que é mercado de capitais? 
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito 
de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de 
capitalização. 
É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras 
autorizadas. 
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de 
empresas – as ações ou empréstimos tomados via mercado, por empresas. 
Por que e como investir no mercado de capitais? 
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. A poupança 
individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do financiamento 
dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e 
este, por sua vez, gera aumento de renda, com conseqüente aumento da poupança e do 
investimento, e assim por diante. 
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de desenvolvimento 
econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que 
podem ser obtidos por meio de: 
• empréstimos de terceiros; 
• reinvestimentos de lucros; 
• participação de acionistas. 
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam-nas para 
manter sua atividade operacional. 
Mas é pela participação de novos sócios — os acionistas — que uma empresa ganha condição 
de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital. 
 
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Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos 
ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais 
eficiente e beneficiando toda a comunidade. 
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também é 
consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de 
dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. 
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus 
lucros. 
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a uma 
sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados 
poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, 
de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. 
Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor 
deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que 
participem do lançamento das ações pretendidas. 
POR QUE TORNAR-SE UMA COMPANHIA ABERTA? 
Muitas das mais conhecidas empresas brasileiras têm suas ações negociadas na BOVESPA. 
Isso quer dizer que qualquer pessoa pode tornar-se seu acionista, ou seja, seu sócio. Para 
tanto, basta compras ações por meio de uma corretora de valores da BOVESPA. 
Certamente você conhece ao menos uma empresa que seja listada na BOVESPA. Apenas para 
citar alguns exemplos, temos a Gerdau e a Sadia no Sul, o Banco Itaú e o Bradesco no 
Sudeste, a Braskem no Nordeste, a Eletrobrás no Centro-Oeste e a Itautec no Norte. 
Além da diversidade regional, empresas de vários setores estão registradas na BOVESPA. Por 
exemplo, temos representantes do setor de telecomunicações, energia elétrica, siderurgia, 
petroquímica, tecnologia e de varejo. 
Dentro da BOVESPA, as empresas listadas também são diferentes quanto à natureza de seu 
controle. Há empresas de controle privado nacional, de controle estrangeiro e de controle 
estatal. Ainda em relação aos controladores, geralmente acionistas que detêm a maioria das 
ações com direito de voto, há companhias cujo controle está concentrado em famílias 
fundadoras/ grupos empresariais ou companhias com controle compartilhado, situação em que 
diversos sócios controlam a companhia por meio de um acordo de acionistas. 
Além dessas estruturas de controle também existem empresas com controle difuso, situação na 
qual os controladores não possuem a maioria do capital votante e, por fim, as que têm o 
controle disperso no mercado. 
Essas empresas utilizaram e utilizam-se da Bolsa para captar recursos dos investidores com o 
objetivo de financiar seus projetos de investimento e setornarem mais competitivas. O mercado 
de capitais, por viabilizar essa captação, exerce importante papel no desenvolvimento 
econômico e na criação de empregos no Brasil. 
 
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O que é abertura de capital? 
Empresas como Petrobras, Banco do Brasil e Vale do Rio Doce, para terem suas ações 
negociadas na BOVESPA, precisaram ABRIR O CAPITAL. A legislação define como 
companhia aberta aquela que pode ter os seus valores mobiliários, tais como ações, 
debêntures e notas promissórias, negociados de forma pública. Por exemplo, na bolsa de 
valores. Em outras palavras, somente empresas que abriram o capital podem ter os seus 
valores mobiliários negociados publicamente. 
O primeiro procedimento formal para a empresa abrir o capital é entrar com um pedido de 
registro de companhia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão regulador e 
fiscalizador do mercado de capitais brasileiro. 
É comum, junto com esse pedido, que as empresas também solicitem à CVM a autorização 
para realizar uma venda de ações ao público, tecnicamente conhecida como distribuição 
pública de ações. Por ser a primeira colocação pública de títulos da companhia, é chamada de 
Oferta Pública Inicial, em português, ou IPO (sigla em inglês para Initial Public Offering). 
Utilizaremos, ao longo, a expressão “abertura de capital” para significar o processo conjunto de 
registro de companhia aberta e sua primeira venda de ações ao público. 
Simultaneamente à entrada dos pedidos na CVM, a empresa também pode solicitar a listagem 
na BOVESPA. Somente as empresas que obtêm esse registro podem ter suas ações 
negociadas na Bolsa. 
É interessante notar que, se o empresário estiver pensando em vender ações da sua empresa 
para o público, essa operação pode ocorrer por meio de uma distribuição primária, de uma 
distribuição secundária ou de uma combinação entre as duas. 
Depende apenas das suas motivações para abrir o capital. 
Na distribuição primária, a empresa emite e vende novas ações ao mercado. No caso, o 
vendedor é a própria companhia e, assim, os recursos obtidos na distribuição são canalizados 
para ela. 
Por sua vez, numa distribuição secundária, quem vende as ações é o empreendedor e/ou 
algum de seus atuais sócios. Portanto, são ações existentes que estão sendo vendidas. Como 
os valores arrecadados irão para o vendedor, ele é que receberá os recursos, e não a empresa. 
Independentemente de a distribuição ser primária ou secundária, neste momento a companhia 
amplia o seu quadro de sócios, com os compradores das ações. 
Os investidores passam então a ser seus parceiros e proprietários de um pedaço da empresa. 
 
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 POR QUE VALE A PENA ABRIR O CAPITAL? 
Na BOVESPA, temos companhias que estão listadas desde 1910. Por que elas abriram o 
capital? Afinal de contas, quais foram as vantagens ou as motivações que as levaram a tomar 
essa decisão tão importante? 
Para essa pergunta, não existe uma resposta única, uma vez que as realidades das empresas 
diferem muito entre si. 
Muitas vezes, uma mesma empresa realiza diversas colocações de ações ao longo de sua vida 
como companhia aberta, tendo cada uma dessas vendas um objetivo específico. 
A seguir, listamos alguns dos benefícios que a abertura de capital pode trazer para o 
empreendedor e para a sua empresa. 
A empresa passa a ter maior acesso a capital 
Entre as motivações, sem dúvida, a mais comum é o acesso a recursos para financiar projetos 
de investimento. Evidentemente, existem diversas formas para a empresa se financiar. 
a) Recursos gerados pelo negócio 
Uma delas é a utilização dos recursos gerados pelo próprio negócio. Entretanto, essa 
alternativa restringe os projetos da empresa ao montante de recursos que ela é capaz de gerar, 
o que pode levar ao desperdício de oportunidades e à limitação das perspectivas de 
crescimento 
b) Capital de terceiros 
Outra possibilidade é recorrer ao capital de terceiros, por meio de dívida. Além da forma mais 
tradicional de dívida, empréstimos bancários, duas opções a serem consideradas são a 
emissão de títulos de renda fixa (debêntures ou notas promissórias) e a securitização de 
recebíveis (FIDCs - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Tanto as debêntures e as 
notas promissórias quanto os FIDCs podem ser negociados na própria BOVESPA. 
Embora, às vezes, seja interessante se financiar por meio de dívida, nem sempre essa 
oportunidade está disponível e é adequada às necessidades da empresa. Muitos projetos de 
investimento sofrem com a ausência de fontes de crédito de longo prazo, que seria o perfil mais 
compatível com sua maturação. 
Adicionalmente, a utilização de capital de terceiros tem limites claros. Quando usado em 
excesso, aumenta a vulnerabilidade da empresa aos humores da economia e a expõe a um 
maior nível de risco. Como conseqüência, o custo do financiamento eleva-se 
exponencialmente, podendo, em alguns casos, levar à inviabilização do próprio negócio. 
c) Abertura de capital 
Uma terceira alternativa é, justamente, o financiamento por meio da emissão de ações, ou seja, 
do aumento do capital próprio e admissão de novos sócios. 
 
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É uma fonte de recursos que não possui limitação. Enquanto a empresa tiver projetos viáveis e 
rentáveis, os investidores terão interesse em financiá-los. 
A abertura de capital representa uma excepcional redução de risco para a empresa. Os 
recursos dos sócios investidores, da mesma forma que o dinheiro que o empresário colocou no 
empreendimento, não tem prazo de amortização ou resgate. 
Também, diferentemente de empréstimos, não exigem rendimento definido: o retorno dos 
investidores depende do desempenho da empresa. 
Assim, uma companhia aberta é muito menos afetada pela volatilidade econômica. 
Os seus executivos têm maior facilidade e flexibilidade para planejar, sem que energia e 
criatividade sejam consumidas totalmente na administração das pressões diárias dos 
compromissos financeiros. 
Risco mais baixo tem outro efeito benéfico 
A redução do custo de capital, que pode induzir a companhia a um ciclo virtuoso. 
Nas empresas que têm certo grau de endividamento, a abertura de capital confere equilíbrio à 
estrutura de capital, balanceando o uso do crédito e do capital próprio. Com um custo de capital 
menor, o retorno de projetos que anteriormente poderiam não ser atrativos passa a superar o 
custo do financiamento, abrindo um leque muito maior de oportunidades de investimento. 
Liquidez patrimonial para os empreendedores 
A abertura de capital também pode proporcionar liquidez patrimonial, que nada mais é do que a 
possibilidade de empreendedores e/ou seus sócios transformarem, a qualquer tempo, parte das 
ações que possuam na empresa em dinheiro. É possível vender algumas dessas ações no ato 
da abertura de capital ou, no futuro, negociando na Bolsa. 
Dar alguma liquidez ao patrimônio é uma forma muito razoável de protegê-lo. 
Os sócios podem querer diversificar os investimentos, seguindo o princípio que aconselha não 
colocar todos os ovos numa única cesta. 
Além disso, se a empresa tiver recebido investimentos de algum fundo de venture capital ou 
private equity, a abertura de capital pode representar a saída que esses sócios desejam. 
Geralmente, tais investidores atuam em empresas de capital fechado de menor porte, 
proporcionando-lhes estrutura, condições financeiras e, muitas vezes, apoio administrativo. 
Em contrapartida, só se tornam sócios de empresas em que possam ter uma posição relevante 
no capital e desde que vislumbrem a possibilidade de vender sua participação societária, no 
futuro, de preferência por meio da abertura de capital. 
Outra situação que ilustra o benefício que a liquidez patrimonial pode trazer é o momento do 
processo sucessório e de partilha da herança. Muitas empresas brasileiras já estão na segunda 
ou terceira geração da família fundadora. Osfundadores, como empreendedores, têm o sonho 
de viver o dia-a-dia da empresa, mas nem sempre o mesmo ocorre com os herdeiros ou, pelo 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 12 
menos, com todos os herdeiros. Adicione-se a esse fato a impossibilidade de todos os 
herdeiros permanecerem no comando. 
São casos de potencial conflito que, se não forem bem administrados, poderão afetar e 
paralisar as atividades e projetos da empresa, ameaçando sua competitividade e até sua 
sobrevivência. Uma solução preventiva é, desde o início, facilitar a partilha e o processo 
sucessório por meio da abertura de capital, proporcionando uma saída para os que não Deseje 
permanecer na sociedade. 
Utilização das ações como forma de pagamento em aquisições 
Uma alternativa de crescimento a ser considerada por empresas de diversos setores é a 
realização de aquisições. As razões para uma empresa optar por adquirir uma outra 
organização são várias, por exemplo a obtenção de ganhos de escala; diversificação e 
complementação de linhas de produto, clientes e regiões de atuação; oportunidades como 
concorrentes subavaliados / mal administrados; e interesse em ativos específicos utilizados por 
outra organização. Porém, aquisições podem consumir uma grande quantia de recursos que, 
por sua vez, podem não estar disponíveis na forma de caixa. 
Dessa forma, as empresas de capital aberto são beneficiadas, já que dispõem da alternativa de 
realizar aquisições a serem pagas com suas ações, sem que seja necessário descapitalizar a 
empresa. 
Companhia Fechada - São empresas em que seus títulos não são negociados em Bolsa e 
quando necessitam obter recursos financeiros promovem subscrições de ações pelos próprios 
acionistas ou por um grupo restrito de pessoas, através do direito de preferência em subscrever 
ou através de contrato de participação acionária. 
Companhia Aberta - Uma companhia é considerada aberta quando promove a colocação de 
valores mobiliários em bolsas de valores ou no mercado de balcão. São considerados valores 
mobiliários: 
• ações, 
• bônus de subscrição, 
• debêntures, 
• partes beneficiárias, 
• notas promissórias para distribuição pública (Commercial Papers),os contratos de 
investimento coletivo, 
• Brazilian Depositary Receipts. 
As operações de abertura de capital precisam ter autorização da Comissão de Valores 
Mobiliários - CVM, o órgão fiscalizador do mercado de capitais brasileiro, o qual também 
registra e autoriza a emissão dos valores mobiliários para distribuição pública. As companhias 
abertas devem atender a diversos requisitos, definidos na Lei das S.As. e nas regulamentações 
da CVM, com o objetivo de garantir a fidedignidade das informações e demonstrações 
financeiras divulgadas. O mercado considera que a plena abertura de capital ocorre quando há 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 13 
o lançamento de ações ao público, em função das transformações impostas à empresa e pelo 
incremento no volume de negócios com seus títulos. 
Tipos de papéis emitidos pelas empresas de capital aberto. 
Ações 
Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração 
do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou 
certificados. 
O investidor em ações é um co-proprietário da sociedade anônima da qual é acionista, 
participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo. 
-Ordinárias (ON): que concedem o direito de voto nas assembléias da empresa; 
-Preferenciais (PN): que oferecem preferência no recebimento de resultados ou no 
reembolso do capital em caso de liquidação da companhia. Entretanto, as ações preferenciais 
não concedem o direito de voto, ou o restringem. 
As ações também podem ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que 
apareça após o "ON" ou o "PN". As características de cada classe são estabelecidas pela 
empresa emissora da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças variam de empresa para 
empresa, portanto, não é possível fazer uma definição geral das classes de ações. 
Debênture:Títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de 
empréstimo contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos 
pelo ativo da empresa. 
No caso de debêntures não conversíveis, o empréstimo é liquidado normalmente no prazo 
previsto. Quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos 
determinados e sob condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valor em 
ações, incorporando-o ao capital da sociedade emitente. 
As debêntures podem ser de dois tipos: 
Simples: não podem ser convertidas em ações, prazo mínimo de emissão de 1 ano e seu 
resgate só pode ser efeito em moeda nacional; 
Conversíveis: podem ser convertidas em ações de emissão da empresa, nas condições 
estabelecidas pela escritura de emissão, podendo ser resgatada em moeda nacional. Assim, 
esse tipo, além das taxas de remuneração, oferece como atrativo o fato de poder proporcionar 
eventuais lucros por ocasião da conversão em ações. Seu prazo mínimo de emissão é de 3 
anos. 
Quanto à forma, as debêntures podem ser classificadas da seguinte maneira: 
Nominativas: são debêntures em cujos certificados consta o nome do titular, sendo a 
transferência de propriedade registrada em livro mantido pela companhia emissora e o 
certificado substituído por outro com o nome do novo titular; 
 
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Escriturais: são as que não têm certificado, sendo mantidas em conta de depósito, em nome 
de seus titulares, em instituição financeira depositária designada pela emissora. 
Quanto às espécies de garantia, classificam-se em: 
Sem garantia: Não oferecem privilégio algum sobre o ativo da emissora, concorrendo em 
igualdade de condições com os demais credores quirografários, em caso de falência da 
companhia; 
Com garantia real: garantidas por bens (móveis ou imóveis) dados em hipoteca, penhor ou 
anticrese, pela companhia emissora, pelo conglomerado ou por terceiros; 
Com garantia flutuante: com privilégio geral sobre o ativo da empresa, mas não impede a 
negociação dos bens que compõem esse ativo. 
Quanto ao vencimento, as debêntures podem ser: 
Com prazo determinado; 
Com prazo indeterminado (debênture perpétua), ficando o vencimento condicionado a 
eventos especiais expressos na escritura da emissão. 
Todas as condições pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos, conversão em 
ações e vencimento de debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral de 
acionistas. 
Nota Promissória: As notas promissórias, também conhecidas como commercial papers, são 
títulos de curto prazo emitidos por empresas e sociedades anônimas para captar recursos de 
capital de giro. Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo 
máximo de 180 dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias. Na Bolsa de Valores 
de São Paulo, as notas promissórias são negociadas no BOVESPA FIX. 
Diferença entre ações, debêntures e notas promissórias. 
As ações fazem parte do Mercado de Renda Variável, e ao comprar ações de uma empresa, 
você se torna sócio dela e divide os riscos do negócio. 
Já as debêntures e as notas promissórias fazem parte do Mercado de Renda Fixa. Quem 
investe em debêntures ou em notas promissórias deve analisar o risco de crédito da emissão, 
pois se torna credor da empresa e terá de volta os recursos emprestados, nos prazos, 
condições e garantias pré-determinados no ato da emissão do título. 
Underwriting (IPO) Segundo, Pinheiro (2005): “A operação de Underwriting tem por objetivo 
prover recursos às sociedades anônimas, com a finalidade de capitalizar ou de consolidar a 
estrutura e/ou seus investimentos. Para tanto, os instrumentos disponíveis são ações e/ou 
debêntures, estas em suas diversas formas”. 
A operação de aumento de capital com colocação de novas ações junto ao público investidoré 
denominada de Underwriting (Mercado Primário). Já o leilão de ações antigas (de posse da 
companhia ou de algum acionista), com colocação junto ao público investidor é denominado de 
Block-trade (Mercado Secundário), não resultando na captação de novos recursos para a 
companhia. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 15 
Formas de Underwriting 
A operação pode ser feita das seguintes formas: 
- Abertura do Capital: Operação em que as ações ou debêntures são oferecidas pela primeira 
vez ao público em geral e passam a ser admitas para negociação em Bolsa ou Mercado de 
Balcão. A lei determina que as empresas possam emitir os seguintes títulos de propriedade: 
• Ações 
• Bônus de Subscrição 
• Debêntures 
• Partes Beneficiárias 
• Notas Promissórias (Commercial Paper) 
- Aumento de Capital: Operação em que a empresa de capital aberto oferece 
preferencialmente aos seus acionistas e público em geral suas ações ou debêntures. 
- Abertura de Capital através de Block-Trade: Operação de leilão feita na Bolsa de 
Valores onde são negociadas a um preço mínimo estabelecido as ações ou debêntures da 
empresa. 
- Block-Trade de ações ou debêntures de companhias abertas: Processo igual ao anterior 
de negociação, com exceção de haver procedimentos especiais segundo normas da CVM e 
Bolsa de Valores. 
Quando a empresa passa a ser de capital aberto e que mantenha essa condição, são 
necessárias, de início, que sejam cumpridas exigências legais e institucionais decorrentes 
da abertura, tais como: 
• Relatório da administração, demonstrações financeiras anuais e respectivos 
pareceres de auditores independentes; 
• Demonstrações financeiras padronizadas (DFP); 
• Informações trimestrais (ITR); 
• Informações anuais (IAN); 
• AGO/E(s) divulgadas com edital; 
• Divulgação de fato relevante 
• Proibição de uso de informação privilegiada por parte dos administradores; 
• Pagamento de taxa de fiscalização à CVM; 
• Pagamento de anuidade à bolsa. 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 16 
Etapas do processo de abertura da capital 
I. Análise preliminar sobre a conveniência da abertura 
II. Escolha de auditoria independente e instituição financeira 
III. Definição de preço e volume da operação 
IV. Procedimentos legais 
V. Negociação com instituições financeiras 
VI. Assembléia geral extraordinária deliberativa 
VII. Registro na comissão de valores mobiliários e nas bolsas de valores 
VIII. Pool de instituições financeiras 
IX. Divulgação da empresa (Marketing da operação) 
X. Anúncio do início do processo de distribuição pública 
XI. Underwriting (Subscrição) 
XII. Liquidação financeira e dos títulos 
XIII. Anúncio do encerramento da distribuição pública 
XIV. Manutenção da condição de companhia aberta 
XV. Política de distribuição de resultados. 
 
Modalidades de operação de Underwriting 
Underwriting Firme: É o processo de lançamento no qual a instituição financeira, ou um 
consórcio de instituições subscreve a emissão total, encarregando-se, por sua conta e risco, 
de colocá-Ia no mercado junto aos investidores individu¬ais (público) e institucionais. Neste 
tipo de operação, no caso de um eventual fracasso, a empresa já recebeu integralmente o 
valor correspon¬dente às ações emitidas. O risco é inteiramente do underwriter 
(interme¬diário financeiro que executa uma operação de underwriting). O fato de uma 
emissão ser colocada através de underwriting firme oferece uma garantia adicional ao 
investidor, porque, se as instituições financeiras do consórcio estão dispostas a assumir o 
risco da operação, é porque confiam no êxito do lançamento, uma vez que não há interesse 
de sua parte em imobilizar recursos por muito tempo. 
Melhor Esforço ou "Best-Effort Underwriting": É o lançamento de ações no qual a 
instituição financeira assume apenas o compromisso de fazer o melhor esforço para colocar 
o máximo de uma emissão junto à sua clientela, nas melhores condições possíveis e num 
determinado período de tempo. Neste caso, as dificuldades de colocação das ações irão se 
refletir diretamente na empresa emissora. Neste caso o investidor deve proceder a uma 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 17 
avaliação mais cuidadosa, tanto das perspectivas da empresa quanto das instituições 
financeiras encarrega¬das do lançamento. 
Residual ou "Stand-By Underwriting": É um esquema de lançamento, no qual as 
instituições financeiras se comprometem a promover a colocação de determinado 
percentual das ações (por exemplo, 70% da emissão) no mercado dentro de certo prazo. 
Atingindo esse percentual antes do término do prazo, as próprias instituições absorverão a 
parcela restante (no exemplo 30%) encerrando a operação. Caso o prazo expire sem que 
se tenha colocado a quantidade pretendida as instituições dependendo do estabelecido 
previamente no contrato, poderá comprar somente a parcela com a qual estava 
comprometida (em nosso exemplo, 30%) ou, até mesmo devolver a empresa à totalidade 
dos títulos não adquiridos pelos investidores. “A condição dessas operações pode estar a 
cargo de Bancos e Corretoras, enquanto líderes de sindicatos formados para o lançamento, 
ou ser realizada em bolsas de valores, nos chamados li leilões especiais.” 
Block Trade: Oferta de grande lote de ações antigas (de posse da Companhia ou de algum 
acionista) com colocação junto ao público através das bolsas de valores e/ou mercado de 
balcão. 
Book Building: Trata-se da oferta global – global offering – das ações de uma empresa 
visando à colocação de seus papéis no País e no exterior.
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 18 
 
Vantagens e desvantagens do Underwriting 
 
 
Vantagens Novos Custos e Obrigações 
- Fortalecimento da empresa com a criação de um 
instrumento de capitalização democrática, isto é, acesso a 
uma nova fonte permanente de recursos. 
- Ampliação da base de captação de recursos financeiros e 
de seu potencial de crescimento. 
- Maior flexibilidade de decisões estratégicas sobre a 
estrutura de capitais (relação entre capitais próprios e de 
terceiros). 
- Desenvolvimento de imagem institucional da empresa 
junto aos meios financeiros, clientes e fornecedores. 
- Visualização patrimonial da empresa, com a cotação 
pública dos títulos de sua emissão. 
- Criação de liquidez para os títulos de emissão de 
companhia aberta e, conseqüentemente, para o 
patrimônio dos acionistas. 
- Melhor condição de expansão via aquisição de outras 
empresas ou outro tipo de investimento, tendo como 
contrapartida os recursos provenientes do mercado de 
capitais. 
- Aumento da Alavancagem financeira, isto é, aumento da 
capacidade de negociação, junto ao intermediador 
financeiro. 
- Redução da dependência das instabilidades e 
imprevisibilidades do mercado financeiro (Crédito). 
- Custo de captação compatível com a rentabilidade da 
empresa (processo de ações, dividendos) e participação 
nos resultados e nas debêntures. 
- Melhor solução para os problemas de sucessão no caso 
de empresas familiares. 
 
- Estruturar o departamento de acionistas ou contratar 
instituição financeira para relacionamento com 
investidores acionistas ou debenturistas. 
- Transparência / disclosure junto aos investidores. 
- Profissionalização. 
- Custos legais e administrativos. 
- Manter fluxo de informações à CVM, Bolsa de Valores e 
mercado. 
- Trimestralmente, apresentar contas de resultado. 
- Semestralmente, contas patrimoniais e de resultado, 
comentando o desempenho da empresa. 
- Necessidade de debater à estratégia empresarial e 
divulgação de qualquer fato relevante acerca da vida da 
companhia. 
- Eleição de um dos diretores com a função de diretor de 
relações com o mercado. 
- Contratação de auditoria independente. 
- Distribuição de resultados aos novos acionistas. 
- Criação de conselhos de administração e fiscal. 
- Publicações legais. 
- Anuidade à Bolsa de Valores. 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO– MERCADO DE CAPITAIS 19 
 
 
 
Direitos e Proventos 
As empresas propiciam benefícios a seus acionistas, sob a forma de proventos (dividendos, 
bonificações) ou de direito de preferência na aquisição de ações (subscrição). 
Dividendo - valor representativo de parte dos lucros da empresa, que é distribuído aos 
acionistas, em dinheiro, por ação possuída. Por lei, no mínimo 25% do lucro líquido do exercício 
devem ser distribuídos entre os acionistas. 
Juros sobre o Capital - remuneração paga em dinheiro pela empresa aos seus sócios (os 
acionistas). Para a empresa, a principal vantagem da distribuição de juros sobre o capital, em 
vez de dividendos, é que o valor pago aos acionistas é contabilizado como custo e, portanto, 
reduz o montante do imposto de renda pago pela companhia. 
Bonificação - ação nova, proveniente de aumento de capital por incorporação de reservas, 
que é distribuída, gratuitamente, aos acionistas, na proporção das originalmente possuídas. 
Eventualmente, a empresa pode optar por distribuir essas reservas, ou parte delas, em 
dinheiro, gerando o que se denomina bonificação em dinheiro. 
Direito de Subscrição - preferência de que goza o acionista para adquirir ações novas – 
lançadas para venda pela empresa, com a finalidade de obter recursos para elevar seu capital 
social –, na quantidade proporcional às já possuídas. O acionista poderá transferir o direito de 
subscrição a terceiros, por meio de venda desse direito em pregão. 
Ações “Com” e Ações “Ex” 
Ações “Com” (cheias) - são ações que conferem a seu titular o direito aos proventos 
distribuídos pelas empresas. 
Ações “Ex” (vazias) - são ações cujo direito ao provento já foi exercido pelo acionista. 
Somente podem ser negociadas em bolsa as ações que não possuam proventos anteriores a 
receber. Assim, quando a assembléia de uma empresa aprova a distribuição de um provento, 
as ações passam a ser negociadas “ex”. 
Desdobramento e agrupamento 
Como ocorre na bonificação, no desdobramento há a distribuição gratuita de ações ao 
investidor. Geralmente o desdobramento ocorre quando o valor do lote da ação apresenta-se 
relativamente caro, pouco acessível para muitos investidores. 
Tomando um exemplo real: em 31 de agosto de 2005 a Petrobras realizou o desdobramento 
das ações em 300%, resultando na distribuição gratuita de três novas ações para cada ação 
possuída da mesma espécie. Como conseqüência, o valor desses papéis foi dividido em 
quatro. Para ficar mais claro, vamos então imaginar um investidor que possua cem ações 
preferenciais da respectiva companhia. Observe então o quadro a seguir: 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 20 
Demonstrativo das modificações ocorridas na carteira de um dado investidor antes e após o 
desdobramento verificado pelas ações da Petrobras 
 Antes do desdobramento Após o desdobramento 
Quantidade Valor por Quantidade de Valor por 
de ações Valor unitário lote" Valor total ações Valor unitário lote Valor total 
 R$ R$ 
100 R$ 130,00 13.000,00 13.000,00 400 R$ 32,50 R$ 3.250,00 R$ 13.000,00 
 
Perceba então que o valor total (em R$ 13.000,00) das ações do investi-dor em questão 
permaneceu o mesmo, mas houve uma sensível redução do valor unitário e conseqüentemente 
do lote das ações. E esta é justamente a finalidade do desdobramento: facilitar a aquisição das 
ações pelo pequeno e médio investidor e, conseqüentemente, ampliar a base de acionistas da 
companhia em questão. 
Situação inversa à verificada no desdobramento é o chamado grupamento, que consiste em 
agrupar o número de ações de determinada companhia, mas sem perdas ao investidor. A título 
de exemplificação, a Telemar, no segundo trimestre de 2004, anunciou um grupamento de mil 
ações para um. Assim, o investidor que possuía mil ações cotadas a R$ 43,00 (o que daria o 
preço por ação na casa dos centavos) passou a possuir uma ação cotada aos mesmos R$ 
43,00. 
Em alguns casos de grupamento o preço da cotação cai, mas também sem prejuízos ao 
acionista. Isso ocorre quando o grupamento é em proporção diferente de mil para um. No 
segundo trimestre de 2005, a Braskem efetuou um grupamento na proporção de 250 ações, 
para uma. Assim o investidor que possuía cem mil ações da companhia, cotadas a R$ 100,00 
(valor para mil ações), passou a possuir quatrocentas ações ao preço de R$ 25,00 cada. O 
quadro, a seguir, exemplifica essas diferentes situações. 
Demonstrativo da simulação de um dado investidor com cem mil ações de cada uma das 
referidas companhias antes e após a ocorrência do grupamento: 
Antes do grupamento (Telemar) 1.000:1 Após o grupamento 1.000:1 
 Valor Quantidade de 
Quantidade de ações para mil ações Valor total ações Valor unitário Valor total 
100.000 R$ 43,00 R$ 4.300,00 100 R$ 43,00 R$ 4.300,00 
 
 
Antes do grupamento (Braskem) 250:1 Após o grupamento 250:1 
Quantidade de Valor 
ações para mil ações Valor total Quantidade de ações Valor unitário Valor total 
100.000 R$ 100,00 R$ 10.000,00 400,00 R$ 25,00 R$ 10.000,00 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 21 
Tais operações tendem a facilitar a vida do investidor, pois, ao passo que buscam a 
padronização das variáveis de negociação, propiciam me-lhor compreensão sobre a dinâmica 
mercado acionário. 
 
Como participar do mercado 
Os fundos de investimentos 
Muitos investidores ainda não sabem escolher com segurança onde aplicar seus recursos, não 
possuem capital suficiente para garantir a diversificação das carteiras ou não se interessam por 
notícias financeiras ou outras relacionadas ao tema, mas ainda assim desejam participar do 
mercado acionário. Os fundos de investimentos seriam portanto, uma alternativa para tais 
investidores. 
De maneira geral, os fundos são produtos disponíveis em instituições financeiras como bancos 
de investimentos, bancos múltiplos, bancos comerciais, corretoras de valores, distribuidoras de 
títulos e valores mobiliários. 
Por meio de fundos, você aplica, juntamente com outros investidores, o dinheiro em ativo 
(ações, CDBs, títulos públicos federais, debêntures dentre outros) específico ou conjunto 
destes. Dessa forma você deixa de possuir o valor do dinheiro investido em si, para ter cotas do 
fundo que nada mais são que frações desse patrimônio. O valor das cotas varia ao longo do 
tempo, a depender da composição da carteira de investimento. Por isso é comum designar 
quem participa do fundo de cotista. Quando você confere o extrato bancário, lá aparece a 
quantidade de cotas que você possui, o valor de cada uma e o valor total em reais que você 
teria em dinheiro naquele instante. (também conhecido como saldo contabilizado). Fica a cargo 
do gestor da administração dos recursos do fundo, basta imaginar que o fundo é o condomínio 
e o gestor é o síndico. Ele recebe o dinheiro de quem mora no local e aplica em melhorias, ou 
seja, em ativos buscando é claro valorização do valor disponibilizado pelos cotistas. 
Sobre o patrimônio total do fundo incide a taxa de administração, valor mínimo inicial, resgate 
mínimo, saldo remanescente, dentre outros aspectos. Pouco usual, mas permitido por lei, pode 
ser cobrada uma taxa pela entrada nessa modalidade de investimento. 
Em alguns fundos há também a taxa de performance, estabelecida por meio de fórmulas ou 
tendo como referência algum índice do mercado. Caso a rentabilidade do fundo ultrapasse esse 
índice, sobre o valor adicional será subtraída parte dos ganhos, uma espécie de prêmio ao 
gestor do fundo por ultrapassar determinada meta de rendimento. 
O gestor apesar de experiente e qualificado, pode não prover ganhos ao fundo, essa situação 
ocorre porque, em busca de maior rentabilidade, a própria carteira em que o fundo se baseia 
pode colocar o gestor em situação maior de risco. 
Os fundos são classificados em dois grandes grupos: os de renda fixa e os de renda variável. 
Os de renda fixa são aqueles que aplicam os recursos com predominância em produtos de 
rentabilidade conhecida ou facilmenteestimada como aqueles que seguem a variação da taxa 
de juros doméstica ou índices de preços. O cotista desta modalidade de fundo tem facilidade de 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 22 
projetar seus ganhos, fato que lhe confere certa segurança (menor risco). São exemplos de 
títulos de renda fixa os que aplicam em CDBs, Títulos públicos federais, debêntures etc. 
Já os fundos de renda variável, são aqueles que predominantemente aplicam os recursos na 
compra de ações, derivativos e dólar por exemplo. Ao optar por esta modalidade o investidor se 
propõe a correr mais risco em troca de maior rentabilidade. 
Vale lembrar que em se tratando de fundos de ações existem aqueles que priorizam papéis 
com maior distribuição de proventos, maior liquidez, etc... 
Outros fundos já aplicam em ações de empresas de determinados setores como: energia, 
mineração, setor bancário, enquanto outros aplicam isoladamente em ações de uma dada 
companhia como os fundos Petrobrás e Vale do Rio Doce. Em algumas dessas situações é 
comum o gestor alocar uma parcela dos recursos em títulos de renda fixa, na tentativa de 
proteger o capital do investidor, caso haja quedas das cotações das ações das empresas que 
compõem o investimento. Lembrando que: a aplicação de parte dos recursos em posições mais 
conservadoras poderá, também, comprometer-lhe os ganhos em momentos de alta do mercado 
acionário. 
Os clubes de investimentos 
Possuem características e muitos pontos em comum com fundos, porém guardam para si 
alguns diferenciais importantes, que tendem a privilegiar o investidor que realiza este tipo de 
aplicação. Os valores investidos também são transformados em cotas. No caso dos clubes o 
número máximo de cotista admitido é de 150 e cada participante pode adquirir cotas até o limite 
de 40% do total disponível. 
 
A rentabilidade dos clubes, como ocorre com os fundos, é variável e depende, é claro da 
performance dos ativos que compõem a carteira. Os clubes podem aplicar em títulos de renda 
fixa e ações, respeitando o mínimo de 51% para estas últimas. 
 
Um importante diferencial, sem se tratando de clubes, é a possibilidade de os integrantes do 
clube participarem ativamente da gestão dos recursos, sendo convocados em intervalos 
periódicos, geralmente de um mês, em assembléias gerais ou mesmo extraordinárias, 
propiciando maior aprendizado aos participantes. Quando comparados aos fundos de 
investimento, geralmente os clubes possuem funcionamento mais simples, menos burocrático, 
o que se traduz em menores taxas e redução dos custos para os participantes. 
A Bovespa juntamente com a CVM é quem registra o clube e o fiscaliza, sendo necessário a 
elaboração de um estatuto social com as regras do clube, por exemplo, tempo mínimo de 
permanência, quem será o representante taxa de manutenção etc. 
A grande vantagem dos clubes de investimentos é que os participantes são constantemente 
estimulados a poupar, canalizando periodicamente parte dos ganhos para este fim, mesmo que 
em pequenas quantias, e aplicar de forma regular constitui interessante estratégia de redução 
dos riscos de aplicações em ações. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 23 
 
Home – Broker 
Para permitir que cada vez mais pessoas possam participar do mercado acionário e, ao mesmo 
tempo, tornar ainda mais ágil e simples a atividade de compra e venda de ações, foi criado um 
moderno canal de relacionamento entre os investidores e as Corretoras da BOVESPA: o Home 
Broker. 
O Home Broker é o instrumento que permite a negociação de ações via Internet. Ele permite 
que você envie ordens de compra e venda de ações através do site de sua corretora na 
internet. 
Qualquer investidor está sujeito a encontrar problemas em suas conexões à internet, devido à 
diversidade de fatores inerentes ao uso desse meio. Mesmo com a utilização das mais 
modernas tecnologias de informática, é importante que o usuário tenha certos cuidados básicos 
ao operar seus equipamentos domésticos, sobre os quais a instituição provedora do serviço 
não tem responsabilidade e os quais esta não tem formas de gerenciar. 
GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Nível 1 
As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de 
informações ao mercado e com a dispersão acionária. Por exemplo, a companhia aberta listada 
no Nível 1 tem como obrigações adicionais à legislação: 
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – 
documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado 
ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: 
demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos de caixa. 
• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações 
Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à 
CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras 
anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa. 
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – 
documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado 
ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a quantidade e 
características dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos grupos de 
acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, diretores e membros do 
Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições. 
• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano. 
• Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos 
corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc. 
• Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 24 
• Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de 
emissão da companhia por parte dos acionistas controladores. 
• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e 
cinco por cento) do capital social da companhia. 
• Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que 
favoreçam a dispersão do capital. 
A BOVESPA não registra automaticamente as empresas no Nível 1, mesmo que, 
voluntariamente, as companhias atendam a todos os requisitos de listagem desse segmento. É 
necessária a assinatura do Contrato de Adoção de Práticas Diferenciadas de Governança 
Corporativa Nível 1, celebrado entre, de um lado, a BOVESPA e, do outro, a Companhia, os 
administradores e o acionista controlador. 
O contrato é imprescindível pois, enquanto estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento 
dos requisitos do Nível 1, tendo a BOVESPA o dever de fiscalizar e, se for o caso, punir os 
infratores. 
Exclusão do Nível 1 - Está prevista, no regulamento, a possibilidade de uma empresa do 
Nível 1 solicitar a sua exclusão desse segmento, indo para o mercado tradicional. Esse fato 
representa a rescisão do contrato. 
A principal implicação é a empresa não estar mais obrigada a cumprir os requisitos do 
regulamento. Isso quer dizer que os investidores não terão mais garantido o conjunto de 
compromissos assumidos anteriormente pela empresa, por seus controladores e 
administradores. A saída do Nível 1 exige a aprovação da decisão por uma assembléia geral e 
a comunicação da decisão à BOVESPA com 30 dias de antecedência. 
A íntegra do regulamento de práticas diferenciadas de Governança Corporativa Nível 1 pode 
ser obtida na página da BOVESPA: 
www.bovespa.com.br (Empresas/ Para Investidores/Governança Corporativa/ Níveis 1 e 2 de 
Governança Corporativa). 
Nível 2 
As Companhias Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, 
adicionalmente, um conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos 
societários dos acionistas minoritários. Porexemplo, a companhia aberta listada no Nível 2 tem 
como obrigações adicionais à legislação: 
• Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou 
US GAAP. 
• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 
(dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão 
ser conselheiros independentes. 
• Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, 
incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 25 
empresas do mesmo grupo sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam 
deliberados em assembléia geral. 
• Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições 
obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 
80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along). 
• Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, 
pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro 
de negociação neste Nível; 
• Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários. 
• Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser 
aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. 
Bovespa Mais 
O BOVESPA MAIS é o segmento de listagem do mercado de balcão organizado administrado 
pela BOVESPA idealizado para tornar o mercado acionário brasileiro acessível a um número 
maior de empresas, em especial, àquelas que sejam particularmente atrativas aos investidores 
que buscam investimentos de médio e longo prazo e cuja preocupação com o retorno potencial 
sobrepõe-se à necessidade de liquidez imediata. 
As empresas candidatas ao BOVESPA MAIS são aquelas que desejam ingressar no mercado 
de capitais de forma gradativa, ou seja, que acreditam na ampliação gradual da base acionária 
como o caminho mais adequado à sua realidade, destacando- se as de pequeno e médio porte 
que buscam crescer utilizando o mercado acionário como uma importante fonte de recursos. 
No BOVESPA MAIS, os investidores encontrarão companhias com firme propósito e 
compromisso de se desenvolver no mercado, o que é refletido: 
• adoção de elevados padrões de governança corporativa; 
• busca da liquidez das suas ações; e 
• postura pró-ativa para conquista de investidores. 
Todas as regras de listagem do BOVESPA MAIS são compatíveis com as do Novo Mercado. 
As empresas que se listam no BOVESPA MAIS, apesar de não ser obrigatório, tendem a migrar 
naturalmente para o Novo Mercado, à medida que diversifiquem a sua base acionária. 
As empresas listadas no BOVESPA MAIS tendem a atrair investidores que visualizem nelas um 
potencial mais acentuado, quando comparadas com empresas listadas no mercado principal. 
Além disso, ao escolherem o BOVESPA MAIS, as empresas sinalizam com clareza o seu 
desejo de ter os investidores como parceiros, seja pelo comprometimento com as boas práticas 
de governança corporativa, seja pela pró-atividade no relacionamento com o mercado. 
Consistente com o acesso gradual, para as empresas do BOVESPA MAIS não há exigência de 
um mínimo de ações em circulação no momento da listagem. No entanto, as empresas 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 26 
deverão, ao longo de sete anos, a partir da listagem, atingir o mínimo de 25% de ações em 
circulação ou o patamar mínimo de 10 negociações/mês e presença em 25% dos pregões. 
O segmento pode comportar várias estratégias de ingresso no mercado deações, dentre as 
quais: 
Captação de volumes menores: Empresas que queiram realizar captação de recursos em 
volumes inferiores aos usualmente captados por empresas que estão no mercado principal, 
mas que sejam suficientes para financiar seus projetos de crescimento. 
Distribuições mais concentradas: Empresas que desejam realizar, em um primeiro 
momento, uma distribuição de ações concentrada em um grupo de investidores com maior 
conhecimento dos setores de atuação das empresas e maior entendimento sobre a fase em 
que elas se encontram, mesmo quando pré-operacionais. 
Construção de histórico para criar valor: Empresas que, por meio da listagem, 
pretendem aumentar a sua exposição junto ao mercado, construindo um histórico de 
relacionamento para posteriormente realizar uma distribuição pública de ações. 
Compromissos societários: 
• Emitir apenas ações ordinárias. 
• As ações preferenciais já emitidas não são admitidas à negociação e devem ser 
conversíveis em ordinárias. 
• Não ter partes beneficiárias. 
• Em caso de alienação de controle, todos os titulares de ações ordinárias têm direito de 
vendê-las nas mesmas condições obtidas pelo controlador (tag along). 
• Realizar oferta pública de aquisição de ações em circulação, no mínimo, pelo valor 
econômico nos casos de deslistagem ou fechamento de capital. 
• Aderir à Câmara de Arbitragem do Mercado para a solução de conflitos societários. 
• Compromissos de transparência 
Divulgar: 
• Informações adicionais em ITRs, 
• DFPs e IANs, tais como: fluxo de caixa; consolidado trimestral; e posições acionárias de 
administradores e controladores e de todo acionista que detiver mais que 5%. 
• Calendário anual de eventos corporativos. 
• Contratos com partes relacionadas. 
• Negócios com ações da empresa efetuados pelos acionistas controladores, em bases 
mensais. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 27 
• Todas as informações adicionais são apenas enviadas para a BOVESPA que as divulgada 
imediatamente pela internet. 
 
Novo Mercado 
A valorização e a liquidez das ações são influenciadas positivamente pelo grau de segurança 
oferecido pelos direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade das informações prestadas 
pelas companhias. Essa é a premissa básica do Novo Mercado. 
A entrada de uma companhia no Novo Mercado ocorre por meio da assinatura de um contrato e 
implica a adesão a um conjunto de regras societárias, genericamente chamadas de "boas 
práticas de governança corporativa", mais exigentes do que as presentes na legislação 
brasileira. Essas regras, consolidadas no Regulamento de Listagem do Novo Mercado, 
ampliam os direitos dos acionistas, melhoram a qualidade das informações usualmente 
prestadas pelas companhias, bem como a dispersão acionária e, ao determinar a resolução dos 
conflitos societários por meio de uma Câmara de Arbitragem, oferecem aos investidores a 
segurança de uma alternativa mais ágil e especializada. 
A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação, é a exigência de que o capital 
social da companhia seja composto somente por ações ordinárias. Porém, esta não é a única. 
Por exemplo, a companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações 
adicionais: 
• Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores 
quando da venda do controle da companhia (tag along). 
• Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, 
pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro 
de negociação no Novo Mercado. 
• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 
(dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão 
ser conselheiros independentes. 
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – 
documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado 
ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: 
demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos de caixa. 
• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações 
Financeiras Padronizadas (DFPs)– documento que é enviado pelas companhias listadas à 
CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras 
anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa. 
• Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou 
US GAAP. 
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – 
documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 28 
ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a quantidade e 
características dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos grupos de 
acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, diretores e membros do 
Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições. 
• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano. 
• Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos 
corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc. 
• Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas. 
• Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de 
emissão da companhia por parte dos acionistas controladores. 
• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e 
cinco por cento) do capital social da companhia. 
• Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que 
favoreçam a dispersão do capital. 
• Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários. 
• Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser 
aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 29 
 
O que diferencia os níveis de governança – quadro comparativo 
 
 
 
BOVESPA 
MAIS 
NOVO 
MERCADO 
NÍVEL 
2 
NÍVEL 
1 
TRADICIONAL 
Percentual 
Mínimo de Ações 
em Circulação 
(free float) 
25% de free 
float até o 
sétimo ano de 
listagem, ou 
condições 
mínimas de 
liquidez 
No mínimo 25% 
de free float 
No mínimo 25% 
de free float 
No mínimo 
25% de free 
float 
Não há regra 
Características 
das Ações 
Emitidas 
Somente ações 
ON podem ser 
negociadas e 
emitidas, mas é 
permitida a 
existência de 
PN 
Permite a 
existência 
somente de ações 
ON 
Permite a 
existência de 
ações ON e PN 
(com direitos 
adicionais) 
Permite a 
existência de 
ações ON e 
PN 
Permite a 
existência de ações 
ON e PN 
Conselho de 
Administração 
Mínimo de três 
membros 
(conforme 
legislação) 
Mínimo de cinco 
membros, dos 
quais pelo menos 
20% devem ser 
independentes 
Mínimo de cinco 
membros, dos 
quais pelo menos 
20% devem ser 
independentes 
Mínimo de 
três membros 
(conforme 
legislação) 
Mínimo de três 
membros 
(conforme 
legislação) 
Demonstrações 
Financeiras 
Anuais em 
Padrão 
Internacional 
Facultativo 
US GAAP ou 
IFRS 
US GAAP ou 
IFRS 
Facultativo Facultativo 
Concessão de Tag 
Along 
100% para 
ações ON 
100% para ações 
ON 
100% para ações 
ON 
80% para ações 
PN 
80% para 
ações ON 
(conforme 
legislação) 
80% para ações ON 
(conforme 
legislação) 
Adoção da 
Câmara de 
Arbitragem do 
Mercado 
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Facultativo Facultativo 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 30 
 
Câmara de Arbitragem do Mercado 
 
A arbitragem, há décadas utilizadas nos países desenvolvidos, é regulamentada no Brasil pela 
Lei 9.307/96, a chamada Lei da Arbitragem, e vem sendo reconhecida como o método mais 
eficiente de resolução de conflitos, contribuindo para o descongestionamento do Poder 
Judiciário. 
Na arbitragem impera a autonomia da vontade das partes envolvidas, manifestada na medida 
em que são elas que definem os procedimentos que disciplinarão esse processo, que estipulam 
o prazo final para sua condução, que indicam os árbitros que avaliarão e decidirão a 
controvérsia instaurada. 
• Resumidamente, é como se fossem criadas regras particulares e de comum acordo entre os 
interessados. Isso garante, além de uma boa solução para o caso, sigilo, economia, a 
certeza de que o julgamento do problema será realizado por pessoas com profundo 
conhecimento do assunto em questão e, além de tudo, rapidez, já que a arbitragem deve 
ser concluída no prazo máximo legal de 180 dias, se outro prazo não for acertado pelas 
próprias partes. 
• A Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM) é o foro mais adequado para resolver disputas 
societárias e do mercado de capitais. 
• A Câmara do Mercado, como ficou conhecida, foi inicialmente idealizada para resolver as 
disputas surgidas no âmbito das companhias participantes dos segmentos especiais de 
listagem da BOVESPA, conhecidos como Novo Mercado e Nível 2 de Governança 
Corporativa. É possível, entretanto, a sua utilização também por outras empresas, listadas 
ou não na BOVESPA, investidores institucionais ou não, enfim, por qualquer interessado em 
solucionar seus conflitos, sempre que o foco da disputa envolver questões societárias ou 
relacionadas ao mercado de capitais. 
• A CAM oferece um ambiente independente, sigiloso, ágil e econômico para a solução de 
controvérsias, pautado nas diretrizes da Lei de Arbitragem. 
ÍNDICES 
Tipos de índices de ações 
Índice de preços: indicador que considera apenas as variações dos preços das ações, ajustando 
as quantidades teóricas exclusivamente para proventos em ações. Outros proventos em dinheiro 
(ex. dividendos, direitos de subscrição, etc.) não são levados em consideração na apuração desse 
índice. 
Índice de retorno total: valor do índice de preços acrescido do reinvestimento de dividendos e 
outros proventos distribuídos pelas empresas emissoras. Os proventos são reinvestidos no índice 
na data "ex-provento" (data em que a ação começa a ser negociada com o provento já descontado 
do seu valor). Assim, esse é um índice que mede o retorno total das ações componentes de sua 
carteira. 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 31 
 
Índices amplos: representam o mercado como um todo. Podem ser compostos por todas as 
ações listadas naquele mercado, ou por um grupo de ações que têm significativa participação na 
negociação total e, assim, refletem de modo acurado o desempenho médio de todas as ações (ex. 
o Ibovespa representa, no mínimo, 80% do número de negócios e do volume financeiro 
transacionados no mercado à vista, e também aproximadamente 70% da capitalização das 
empresas negociadas). 
Índices restritos: representam o comportamento de uma parte determinada do mercado, como, 
por exemplo, o grupo das ações mais negociadas ("blue chips") ou o grupo das ações bem 
conceituadas junto aos investidores mas que não estão incluídas entre as mais negociadas (ações 
de "segunda linha"). 
Índices setoriais: representam o comportamento de setores econômicos específicos (ex. energia 
elétrica; telecomunicações; metalurgia; etc.), sendo compostos exclusivamente por ações de 
indústrias desses setores. 
Índice Bovespa - IBOV 
O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado 
de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato de o Ibovespa retratar o comportamento dos 
principais papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a 
integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua 
implementação, em 1968. 
O que é o Índice Bovespa? 
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 2/1/1968 
(valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética*. Supõe-se não ter sido efetuado 
nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em 
decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de 
dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutençãoem 
carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as 
variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo 
considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes. 
Extremamente confiável e com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado, o Índice 
Bovespa representa fielmente o comportamento médio das principais ações transacionadas e o 
perfil das negociações a vista observadas nos pregões da BOVESPA. 
Finalidade: 
A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do 
mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se da real configuração das negociações 
a vista (lote-padrão) na BOVESPA. 
As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número 
de negócios e do volume financeiro verificados no mercado a vista (lote-padrão) da BOVESPA. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 32 
A BOVESPA calcula seu índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios 
efetuados no mercado a vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira. 
Sua divulgação é feita pela rede de difusão da BOVESPA e também retransmitida por uma série de 
vendors, sendo possível, dessa forma, acompanhar on-line seu comportamento em qualquer parte 
do Brasil ou do mundo. 
Uma metodologia de cálculo simples e, dados à disposição do público investidor asseguram grande 
confiabilidade ao Índice Bovespa. Isso pode ser constatado pela chancela do mercado, traduzida 
pelo fato de o Ibovespa ser o único dos indicadores de performance de ações brasileiras a ter um 
mercado futuro líquido (um dos maiores mercados de contrato de índice do mundo). 
Critérios de inclusão e exclusão do índice. 
A carteira teórica do Ibovespa é composta pelas ações que atenderam cumulativamente aos 
seguintes critérios, com relação aos 12 meses anteriores à formação da carteira: 
• Estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados 
representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais; 
• Apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total; 
• Ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período. 
Uma ação selecionada para compor a carteira só deixará de participar quando não conseguir 
atender pelo menos dois dos critérios de inclusão anteriormente indicados. 
Deve-se ressaltar que companhias que estiverem sob regime de recuperação judicial, processo 
falimentar, situação especial ou sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação não 
integrarão o Ibovespa. 
No caso de suspensão de uma ação componente, o índice utilizará o preço do último negócio 
registrado em bolsa até a normalização das negociações com o papel. Não havendo liberação para 
negociação por 50 dias, a contar da data da suspensão, ou em caso de ausência de perspectivas 
de reabertura dos negócios ou de rebalanceamento da carteira, a ação será excluída da carteira. 
Nessa eventualidade, serão efetuados os ajustes necessários para garantir a continuidade do 
índice. 
Para que a representatividade do Ibovespa mantenha-se ao longo do tempo, sua carteira é 
reavaliada ao final de cada quadrimestre, utilizando-se os procedimentos e critérios da 
metodologia. Nas reavaliações, identificam-se as alterações na participação relativa de cada ação 
no índice, bem como sua permanência ou exclusão, e a inclusão de novos papéis. 
Vigência: A carteira teórica do Ibovespa tem vigência de quatro meses, vigorando para os 
períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 33 
 
Exemplo de cálculo do Ibovespa 
Nos rebalanceamentos quadrimestrais são adotados os seguintes procedimentos: 
• A BOVESPA calcula o índice de negociabilidade para cada uma das ações nela negociadas 
nos últimos 12 meses. Esses índices são colocados em uma tabela em ordem decrescente 
e uma coluna apresenta a soma de tais índices à medida que se percorre a tabela do maior 
para o menor. 
Para simplificação utilizaremos no exemplo os dados abaixo como sendo representativos de todo o 
mercado. 
 
O passo seguinte para o cálculo do índice , é calcular as participações das ações em termos de 
volume , número de negócios e presença em pregão, se seu índice de negociabilidade , conforme 
demonstrado abaixo: 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 34 
 
 
As ações devem, depois, ser classificadas em ordem decrescente de negociabilidade, e deve-se 
verificar se atendem ou não aos critérios de inclusão/exclusão na carteira. 
 
 
 
 
 
 
 Procede-se então à seleção das ações para a nova carteira. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 35 
 
 
A nova carteira é montada, supondo-se que o índice de fechamento de D0, apurando 
com base na carteira anterior, tenha sido de 10.000 pontos. 
 
 
 
Uma vez constituída a carteira, o cálculo do índice ao final de D+1 é efetuado com base nos preços 
das ações componentes para esse dia, conforme quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 36 
 
Objetivando auxiliar os participantes do mercado que utilizam a carteira do Ibovespa como 
instrumento na elaboração de suas políticas de investimento, a BOVESPA divulga regularmente 
três prévias das novas composições, quando faltam 30 dias, 15 dias e um dia para a entrada em 
vigor da nova carteira do quadrimestre. Em situações especiais, entretanto, visando a tranqüilizar o 
mercado, a BOVESPA poderá antecipar a difusão das prévias e/ou ampliar seu número. 
 
Índice Brasil - IBRx 
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta 
por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de 
negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do índice pelo seu 
respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado. 
Índice de energia elétrica - IEE 
O Índice de Energia Elétrica (IEE) tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado 
acionário e mede o comportamento do setor de energia elétrica. 
O IEE é composto pelas ações das empresas mais representativas do setor de energia elétrica, 
listadas na BOVESPA, que têm igual peso na carteira teórica do índice. Essas ações devem 
atender aos critérios de inclusão descritos a seguir. 
Pertencem à carteira do índice as ações que atendem aos seguintes critérios: 
a) participação em termos de volume financeiro igual a, no mínimo, 0,01% do volume do mercado a 
vista (lote padrão) da BOVESPA nos últimos 12 meses; 
b) ter sido negociada em, no mínimo, 80% do total de pregões do período; 
c) ter apresentado, no mínimo, dois negócios/dia em pelo menos 80% dos pregões em que foi 
negociada. 
Uma empresa participa da carteira somente com seu tipo mais líquido (aquele que apresentar o 
maior índice de negociabilidade no período). 
Uma ação será excluída da carteira nas reavaliações periódicas quando apresentar menos de 70% 
de presença nos pregões do período-base para a reavaliação ou também se deixar de atender a 
um dos outros critérios de inclusão. 
Se durante a vigência da carteira a empresa emissora alterar sua área de atuação principal 
(mudando de setor) ou entrar em regime de recuperação judicial ou falência, as ações de sua 
emissão serão excluídas da carteira do índice. No caso de oferta pública que resultar em retirada 
de circulação de parcela significativa de ações os papéis também serão excluídos. Nessas 
eventualidades, serão efetuados os ajustes necessários para que o índice não tenha quebra de 
continuidade. 
As carteiras teóricas do índice têm vigência de quatro meses e vigoram para os seguintes 
períodos: de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. 
 
MATERIAL DE APOIO – MERCADO DE CAPITAIS 37 
Ao final de cada quadrimestre as carteiras são recalculadas, utilizando-se os procedimentos e 
critérios da metodologia. 
 
Outros Índices

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