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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS SISTEMA NEUROMUSCULAR Olá, Este é seu segundo guia de orientação para estudos na disciplina de Fisiologia do Exercício, devemos saber detalhadamente este capitulo, diferente de outros sistemas e linhas de estudos, o sistema neuromuscular será, um dos mais importantes para a nossa profissão. Neste sistema, o conteúdo da fisiologia do exercício foi retirado de um único livro: Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Autor: McArdle, William D, 5º edição. Abordaremos o capítulos 18 (paginas 364 a 393), ATENÇÃO, todos devem ler o conteúdo pelo livro. MÚSCULO: ESTRUTURA E FUNÇÃO (Capitulo 18) Estrutura Macroscópica do Músculo Esquelético: Endomísio: Camada de tecido conjuntivo mais profunda, que envolve cada fibra muscular e a separa das vizinhas. Perimísio: Camada de tecido conjuntivo “média”, que envolve um conjunto de fibras musculares (até 150), chamados de fascículos. Epimísio: Também conhecida como fáscia muscular, é a camada mais externa que envolve todo o musculo. O epimísio em suas extremidades proximal e distal se unem ao tecido conjuntivo oriundo dos tendões. Sarcolema: Encontrada abaixo do endomísio, é uma membrana fina e elástica que envolve o conteúdo celular da fibra. Possui a função de conduzir a eletroquímica de despolarização sobre a superfície da fibra. Reticulo Sarcoplasmático: É uma extensa rede longitudinal semelhante a conexões tubulares. Este componente é altamente importante para a contração muscular, pois, é quem realiza a partir do estimulo elétrico a despolarização da superfície externa para o meio interno através do sistema de túbulos T, a fim de realizar a contração muscular. O reticulo sarcoplasmático (representado pela cor azul na foto) circunda cada fibra muscular e realiza sua função (despolarização) a partir de suas bombas de Ca+ (cálcio). Fonte:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001724/0000020877.jpg Componentes Químicos: Corresponde 75% de agua (H2O), 20% proteína e 5% de sais minerais e outras substâncias como: fosfato, magnésio, fósforo, enzimas, lactato e íons de potássio, sódio e cloro entre outros. Ultraestruturas do Tecido Muscular: Sem mistério nenhum, cabe a nós termos o conhecimento de seus nomes e de sua interação em todo sistema de contração, estes componentes serão exclusivamente importantes para entendermos o processo de contração muscular. Miosina: Corresponde à 60% da proteína muscular, ou seja, 60% dos 20% de componente protéico no musculo. Filamento que irá se movimentar ao longo do filamento de actina, na presença de ATP (energia). Possui cabeça, corpo e cauda, tem volume molecular maior que actina mas em menor quantidade. Actina: Filamento mais fino e em maior quantidade, esta intimamente ligado à miosina no processo de contração muscular. Tropomiosina: Filamento proteico longo e fino, se liga à actina durante o processo de contração muscular. É responsável pela ligação entre a actina e a miosina. Fonte:http://www.medicina.com.co/grupovida/morfo2010/images/musculo/miosina%20y%20actina.gif Sarcômero: Basicamente, é a unidade básica de repetição entre duas linhas Z (“Z disk” na imagem). Esta estrutura constitui a unidade estrutural de uma fibra muscular. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001724/0000020877.jpg http://www.medicina.com.co/grupovida/morfo2010/images/musculo/miosina%20y%20actina.gif Fonte:http://www.icb.ufmg.br/lbcd/prodabi4/grupos/grupo1/figuras/sarcomero.jpg A área mais clara é faixa 1 (“1 band” na imagem) e a zona mais escura constitui a faixa A (“AI zone” na imagem). A linha Z divide ao meio a faixa I e adere ao Sarcolema para proporcionar estabilidade à estrutura inteira. A linha M corresponde à região mediana do sarcômero e a banda A (“band A”) corresponde a duas faixas A e a linha M. Os filamentos de actina estão dispostos entre a linha Z até a linha M, já os filamentos de miosina estão voltados mais para a linha M. É importante sabermos que tanto a miosina quanto a actina estão dentro do sarcômero e contribuem principalmente para o processo mecânico de contração muscular. Os sarcômero são distribuídos em serie. Mecanismo de Contração Muscular: Filamento Deslizante O músculo se encurta ou alonga devido os filamentos espessos (miosina) e finos (actina) que deslizam uns sobre os outros, em verdade sem qualquer modificação em seu comprimento. As pontes cruzadas de miosina, que se fixam, rodam e se separam ciclicamente dos filamentos de actina com a energia proveniente da quebra de ATP (disponibilização de energia), proporcionam o motor molecular que irá acionar o encurtamento das fibras. É interessante ressaltar que os filamentos possuem um tamanho especifico e que seus comprimentos podem diminuir, entretanto não há alteração seu tamanho, cabe a nós diferenciarmos quanto à mudança comprimento ou tamanho. Comprimentos neste contexto deve significar “encurtamento” e não perda de tamanho. Em uma contração isométrica, temos a utilização de hidrolise do ATP (quebra de energia), consequentemente geração de força, entretanto, ausência de movimento ou seja, se não há movimento não há também alteração de cumprimento dos filamentos, apenas força tênsil (geração de tensão). Antes da contração muscular, a cabeça da miosina está alongada e flexível com formato de pêra (na cabeça), inclina-se literalmente ao redor da molécula de ATP repleta de energia e se levanta, quase como uma espiral. A seguir, a miosina interage com o filamento adjacente de actina, arranca um fosfato do ATP (virando de adenosina trifosfatica para adenosina bifosfatica) e libera sua energia mecânica armazenada. Essa gera o movimento deslizante que produz tensão muscular. Acoplagem Excitação-Contração: Proporciona ao mecanismo fisiológico pelo qual uma descarga elétrica (estimulo do SNC) no músculo desencadeia eventos químicos na superfície da célula (musculo), liberando Ca+ intracelular e causando finalmente uma contração muscular. O Ca+ dentro de uma fibra muscular inativa (musculo em repouso) continua sendo relativamente baixa em comparação com aquela do líquido extracelular que banha a célula, isso quer dizer o seguinte, os músculos possuem uma quantidade de Ca+ intracelular, entretanto, realmente terão concentrações elevadas de Ca+ só com o estimulo elétrico. A estimulação da fibra muscular acarreta um aumento pequeno e imediato no Ca+ intracelular, que precede a atividade contrátil. O Ca+ celular aumenta quando o potencial de ação nos túbulos transversos (estrutura encontrada no reticulo) acarreta a liberação de Ca+ pelos sacos do retículo sarcoplasmático. http://www.icb.ufmg.br/lbcd/prodabi4/grupos/grupo1/figuras/sarcomero.jpg Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/img/plano-de-aula/ensino-medio/004_biologia_01.jpg Relaxamento: Quando a estimulação muscular cessa, o fluxo de Ca+ para e a troponina é liberada para inibir a interação actina-miosina. A recuperação envolve o bombeamento ativo de Ca+ para dentro do retículo sarcoplásmatico, onde se concentra nas vesículas laterais. A recuperação do Ca+ a partir do complexo protéico troponinatropomiosina “desliga” os locais ativos no filamento de actina. A desativação tem duas finalidade: (1) previne qualquer ligação mecânica entre as pontes cruzadas de miosina e os filamentos de actina e (2) inibe a atividade de miosina ATPase, o que reduz a cisão do ATP. O relaxamento muscular ocorre quando os filamentos de actina e de miosina retornam aos seus estados originais. Sequência de Eventos na Contração Muscular: Antes de tudo, devemos saber que há o estimulo oriundo do SNC (sistema nervoso central), este gera um potencialde ação (PA) que irá percorrer todo axônio (filamento do neurônio) até chegar na superfície da fibra (celular muscular), despolarizando sua membrana. 1º Etapa: Liberação de acetilcolina (ACh) pelo axônio. A ACh se difunde na fenda sináptica se liga aos receptores sobre o sarcolema (superfície da fibra muscular). 2º Etapa: O potencial de ação do músculo despolariza os túbulos transversos, na junção A-I do sarcômero. 3º Etapa: A despolarização do sistema de túbulos T acarreta a liberação de Ca+ pelos sacos laterais (cisternas terminais) do retículo sarcoplasmático. 4º Etapa: o Ca+ fixa-se ao complexo troponina-tropomiosina nos filamentos de actina. Isso libera (elimina) a inibição que impedia a combinação (junção) entre miosina e actina. 5º Etapa: Durante a contração muscular, a actina combina-se com miosina-ATP. A actina ativa também a enzima miosina ATPase, que a seguir fende o ATP. A energia dessa reação produz a movimentação das pontes cruzadas de miosina e gera tensão. 6º Etapa: O ATP se liga à ponte cruzada de miosina, o que rompe a conexão actina-miosina. Isso torna possível o deslizamento dos filamentos espessos e finos uns sobre os outros, com o encurtamento do musculo. 7º Etapa: A ativação das pontes cruzadas continua enquanto a concentração de Ca+ for suficientemente alta (por causa da despolarização da membrana) para inibir o sistema troponina- tropomiosina. 8º Etapa: Quando cessa a estimulação do músculo, a concentração intracelular de Ca+ cai rapidamente, pois o Ca+ retorna aos sacos laterais do retículo sarcoplásmatico através do transporte ativo que depende da hidrólise do ATP. 9º Etapa: A remoção do ATP restaura a ação inibitória de troponina-tropomiosina. Na presença de ATP, a actina e a miosina permanecem no estudo dissociado e relaxado. Obs: Para terminamos este guia, nos resta somente discutir sobre os tipos de fibras musculares, entretanto, gostaríamos que vocês refletissem sobre a contração do muscular em toda sua abrangência desde o estimulo nervoso a ligação de actina e miosina. Esperamos que vocês observem a complexidade da contração muscular nestas nove etapas. Neste guia vocês não encontraram detalhadamente a contração muscular, gerando assim, duvidas quanto a estruturas e alguns mecanismos não citados (nestas nove etapas). Deixaremos para vocês pesquisarem no livro ou discuti- http://revistaescola.abril.com.br/img/plano-de-aula/ensino-medio/004_biologia_01.jpg las nas próximas monitorias. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES O musculo esquelético em toda sua complexidade não possui apenas um grupo homogêneo de fibras. Temos fibras musculares com diferentes propriedades metabólicas e contráteis. Até hoje, os pesquisadores classificaram três tipos de fibras, Tipo I: fibras de contração lenta, Tipo IIa: fibras de contração “intermediária” e Tipo IIb: fibras de contração rápida. Fibras de Contração Lenta (Tipo I): Predomina a resistência muscular e fonte de energia aeróbica (utiliza O2), não geram tanta força mais entram mais devagar em fadiga. Atividade relativamente lenta de miosina ATPase; Menor capacidade de manipulação de cálcio e velocidade de encurtamento mais lento; Capacidade glicolítica menos bem desenvolvida que aquela das fibras de contração rápida; e numerosas mitocôndrias relativamente rápidas. Fibras de Contração Intermediaria (Tipo IIa): Representa a utilização dos dois sistemas de energia (aeróbio e anaeróbico), possui tanto fibras mais resistes a fadiga em relação a fibras Tipo IIb e com capacidade de gerar mais força em relação as Fibras Tipo I. Fibras de Contração Rápida (Tipo IIb): Predomina este tipo de fibra em atividades de alta velocidade e fonte de energia anaeróbica (não utiliza O2), geram grandes quantidades de força mas entram em fadiga facilmente. Possuem alta capacidade para transmissão eletroquímica dos potenciais de ação; Alta atividade de miosina ATPase; Liberação e captação rápidas de Ca+ por um retículo sarcoplásmatico eficiente: e Alta taxa de renovação das pontes cruzadas. Tabela de Resumo: Tipos de Fibras, propriedades metabólicas e contrateis Tipos de fibras I II-A II-B Inervação pequena Grande grande Velocidade de contração lenta veloz veloz Fatigabilidade baixa alta alta Densidade mitocôndrial alta intermediária baixa Capilarização tecidual alta intermediária baixa Concentração de mioglobinas alta intermediária baixa Metabolismo oxidativo oxidativo/glicolítico glicolítico Hipertrofiabilidade baixa intermediária alta
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