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Acordãos direito civil UNIP Estágio Supervisionado

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1. DIREITO CIVIL 
 
 1.1. PACTO ANTENUPCIAL 
 
EMENTA 
DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. CONVIVÊNCIA EM UNIÃO ESTÁVEL NO PERÍODO ENTRE 
CASAMENTOS. COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. PACTO ANTENUPCIAL, 
DURANTE A UNIÃO, PRÉVIO AO SEGUNDO CASAMENTO PELO REGIME DE 
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS. VIGÊNCIA IMEDIATA. ARTS. 1.725, DO CC, E 5.º, 
DA LEI 9.278/96. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. ALIMENTOS. 
REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. ÓBICE DA SÚMULA 7 DO STJ. 
1. O regime de bens vigente na constância da união estável durante o período entre os 
dois casamentos dos litigantes é o da comunhão parcial, caso não haja contrato escrito 
estabelecendo de forma diversa (Art. 1.725 do CC e 5.º da Lei 9.278/96). 2. O contrato 
pode ser celebrado a qualquer momento da união estável, tendo como único requisito 
a forma escrita. Assim, o pacto antenupcial prévio ao segundo casamento, adotando o 
regime da separação total de bens ainda durante a convivência em união estável, possui 
o efeito imediato de regular os atos a ele posteriores havidos na relação patrimonial 
entre os conviventes, uma vez que não houve estipulação diversa. 3. Inviável a análise 
do recurso especial quando dependente de reexame de matéria fática da lide (Súmula 
7 ( MIX 2010\1261 ) do STJ). 4. Recurso especial a que se nega provimento, na parte 
conhecida. (REsp 1.483.863/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA 
TURMA, julgado em 10/05/2016, DJe 22/6/2016) 
 
ACÓRDÃO 
Prosseguindo no julgamento, após o voto-vista do Sr. Min. Antonio Carlos Ferreira 
conhecendo em parte do recurso especial e, nesta parte, dando-lhe provimento, 
divergindo da relatora, e o voto do Sr. Min. Marco Buzzi acompanhando a relatora, e o 
voto do Sr. Min. Luis Felipe Salomão no sentido da divergência, e o voto do Sr. Min. 
Raul Araújo acompanhando a relatora, a 4.ª T., por maioria, conheceu parcialmente do 
recurso especial e, nesta parte, negou-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. 
Ministra Relatora. Vencidos os Srs. Min. Antonio Carlos Ferreira e Luis Felipe Salomão, 
que conheciam parcialmente do recurso e, nesta parte, lhes davam provimento. Os Srs. 
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Min. Marco Buzzi e Raul Araújo votaram com a Sra. Ministra Relatora. Brasília, 10 de 
maio de 2016 (data do julgamento). Ministra Maria Isabel Gallotti, relatora. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Supremo Tribunal de Justiça 4ª Turma, Ministra Relatoria Maria Isabel Diniz. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
Da possibilidade de atribuição de efeitos patrimoniais ao pacto pré-nupcial, 
anteriormente à realização do matrimônio. 
A discussão reflete na divisão dos bens contraídos neste período que transcorreu entre 
a separação judicial e o novo casamento, se deveriam ser repartidos entre os dois, como 
ocorreria em uma união estável, quando não há pacto escrito dispondo de forma diversa, 
ou se levar-se-ia em conta o novo pacto pré-nupcial, lavrado por escritura pública, 
visando à separação de bens no futuro casamento, de forma a não partilhar os bens 
havidos durante o relacionamento de união estável que o casal manteve, de acordo com 
uma das partes, entre os dois casamentos. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Negado o provimento do Recurso especial, com base na alínea “c” do inc. III do art. 105 
da CF. Isso porque, segundo pacífico entendimento da Corte, o dissenso jurisprudencial 
deve ser demonstrado de forma clara, realizando o cotejo analítico e mencionando as 
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, não bastando 
a mera transcrição de ementas, nos moldes exigidos pelos art. 255 do RISTJ, c/c 541, 
parágrafo único do CPC/1973. 
 
 
1.2. PACTO ANTENUPCIAL 
 
EMENTA 
PEDIDO DE ALVARÁ JUDICIAL. PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA LAVRAR 
ESCRITURA PÚBLICA DE PACTO ANTENUPCIAL. POSSIBILIDADE JURÍDICA DA 
ALTERAÇÃO DE REGIME. DESNECESSIDADE DE ESCRITURA PÚBLICA. 1. Não 
tendo havido pacto antenupcial, o regime de bens do casamento é o da comunhão 
parcial sendo nula a convenção acerca do regime de bens, quando não constante de 
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escritura pública, e constitui mero erro material na certidão de casamento a referência 
ao regime da comunhão universal. Inteligência do art. 1.640 NCCB. 2. A pretensão 
deduzida pelos recorrentes que pretendem adotar o regime da comunhão universal de 
bens é possível juridicamente, consoante estabelece o art. 1.639, §2º, do Novo Código 
Civil e as razões postas pelas partes são bastante ponderáveis, constituindo o pedido 
motivado de que trata a lei e que foi formulado pelo casal. Assim, cabe ao julgador a 
quo apreciar o mérito do pedido e, sendo deferida a alteração de regime, desnecessário 
será lavrar escritura pública, sendo bastante a expedição do competente mandado 
judicial. O pacto antenupcial é ato notarial; a alteração do regime matrimonial é ato 
judicial. 3. A alteração do regime de bens pode ser promovida a qualquer tempo, de 
regra com efeito ex tunc, ressalvados direitos de terceiros. Inteligência do artigo 2.039, 
do NCCB. 4. É possível alterar regime de bens de casamentos anteriores à vigência do 
Código Civil de 2002. Recurso provido. (SEGREDO DE JUSTICA) (Apelação Cível Nº 
70006423891, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio 
Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 13/08/2003). 
 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
 Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima Câmara Cível do Tribunal de 
Justiça do Estado, à unanimidade, prover o recurso. 
Custas, na forma da lei. 
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores 
Desembargadores José Carlos Teixeira Giorgis, Presidente, e Luiz Felipe Brasil 
Santos. 
Porto Alegre, 13 de agosto de 2003. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Sétima Câmara Cível do TJRS. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
De acordo com o acórdão acima transcrito, é possível aplicar a disposição constante no 
parágrafo segundo do artigo 1.639 do Código atual para alterar o regime de bens, 
inclusive para os casamentos realizados sob a égide do código anterior, ora revogado. 
 
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3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Recurso provido, o caso foi assemelhado a uma doutrina já existente. 
 
 
1.3. FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL 
 
EMENTA 
DIREITO PÚBLICO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FORNECIMENTO DE 
MEDICAMENTOS PARA TRATAMENTO DE FERTILIZAÇÃO ARTIFICIAL. 
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REQUISITOS DO ART. 273 DO CPC. Os medicamentos 
para o tratamento de fertilização artificial não se enquadram no art. 1º da Lei Estadual 
n° 9.908/93, que dispõe sobre o fornecimento de medicamentos excepcionais para 
pessoas carentes. Ausente a verossimilhança da alegação, assim como o risco de dano 
irreparável ou de difícil reparação (art. 273, I do CPC). Agravo desprovido. 
 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da 
Vigésima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em 
negar provimento ao agravo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além 
do signatário, os eminentes Senhores DES. FRANCISCO JOSÉ MOESCH 
(PRESIDENTE) E DESA. LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO. Porto Alegre, 18 
de maio de 2005. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Vigésima Primeira Câmara Cível do Rio Grande do Sul - TJRS. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
Trata-se de agravo de instrumento interposto por LFP e MG contra decisão que indeferiu 
antecipação de tutela visando o custeio de medicação necessária ao tratamento de 
fertilização artificial. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Negado o provimento ao agravo, ausentes os requisitos essenciais para o deferimento 
da antecipação da tutela, tanto a verossimilhançada alegação quanto o risco de dano 
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irreparável ou de difícil reparação, de acordo com o art. 273, I do Código de Processo 
Civil. 
 
1.4. FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL 
 
 EMENTA 
Apelação. Negativa do Plano de Saúde em arcar com a fertilização in vitro. Autora com 
37 anos de idade e portadora de endometriose profunda. Sentença de improcedência. 
Apelo da parte autora. Manutenção da sentença. A patologia apresentada pela autora 
não traz risco à sua saúde ou à sua vida. Em que pese o desejo de a parte autora querer 
engravidar o procedimento de fertilização in vitro não se encontra dentre os de cobertura 
obrigatória. Exclusão contratual válida. A Lei dos Planos de Saúde (Lei n° 9.656/98), ao 
tratar sobre o tema, dispôs expressamente quanto à possibilidade de exclusão da 
cobertura para inseminação artificial no art. 10, III. 3. A previsão contida no art. 35-C, III, 
da aludida Lei no que tange à cobertura para o planejamento familiar não alberga a 
hipótese de inseminação artificial, porque o parágrafo único daquele dispositivo prevê a 
necessidade de observância das normas regulamentares da ANS, que no exercício de 
seu poder normativo, editou a Resolução Normativa RN 387/2015, a qual no art. 8º, 
caput, estabeleceu que a cobertura para o planejamento familiar se restringe às 
atividades de educação, aconselhamento e atendimento clínico nela previstos, 
possibilitando a exclusão para inseminação artificial no seu art. 20, §1º, III, não havendo, 
portanto, qualquer antinomia na Lei n. 9656/98. RECURSO DESPROVIDO. 
 
ACÓRDÃO 
Examinados e discutidos estes autos, ACORDAM os Julgadores da Vigésima Sexta 
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por UNANIMIDADE, 
em NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos do voto da relatora. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
13ª VARA CÍVEL DA COMARCA Do RIO DE JANEIRO. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
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Trata-se de ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por danos morais e pedido de 
antecipação de tutela para que a ré (Plano de Saúde) custeie o tratamento para autora 
engravidar sob pena de multa diária. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Negado o provimento a apelação com A Lei dos Planos de Saúde Lei n° 9.656/98 e a 
Resolução Normativa RN 387/2015. 
 
1.5. HERANÇA JACENTE 
 
 EMENTA 
AGRAVOS REGIMENTAIS. PROCESSUAL CIVIL. EXAME DE MATÉRIA 
CONSTITUCIONAL, EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. DESCABIMENTO. 
HERANÇA JACENTE. BEM DEVOLVIDO AO ESTADO APENAS COM A SENTENÇA 
DE DECLARAÇÃO DA VACÂNCIA. PRECEDENTES DO STJ. REEXAME DE 
PROVAS, EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. INVIABILIDADE. 1. Em vista da clara 
delimitação constitucional das competências do STJ e do STF, incumbindo a estes 
Órgãos de superposição, respectivamente, a guarda da Lei Federal e da Constituição, 
a decisão ora recorrida - que manteve o decidido pelo Tribunal de origem - limitou-se a 
analisar a controvérsia pelo enfoque infraconstitucional, de modo que, se o recorrente 
entende que houve violação da Constituição por parte dos órgãos da Justiça Comum, 
deveria ter interposto oportuno recurso extraordinário para o egr. STF, sob pena de 
preclusão. Precedentes do STF. 2. "O bem integrante de herança jacente só é devolvido 
ao Estado com a sentença de declaração da vacância, podendo, até ali, ser possuído 
ad usucapionem. Incidência da Súmula 83/STJ". (AgRg no Ag 1212745/RJ, Rel. Ministro 
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 03/11/2010) 3. 
Quanto aos honorários sucumbenciais, arbitrados no valor de R$ 8.000,00 (oito mil 
reais), a serem arcados pelos ora recorrentes, não se mostram exorbitantes, sendo certo 
que cuida-se de demanda iniciada no longíquo ano de 1986. Como é evidente que os 
honorários arbitrados não são exorbitantes, a Súmula 7/STJ impõe óbice intransponível 
à sua revisão. 4. Agravos regimentais não providos. (AgRg no AREsp 126.047/RJ, Rel. 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 26/11/2013, DJe 
03/12/2013). 
 
ACÓRDÃO 
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Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Quarta Turma do Supremo 
Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a 
seguir, por unanimidade, negar provimento aos agravos regimentais, nos termos do voto 
do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministro Raul Araújo (Presidente), Maria Isabel Gallotti, 
Antônio Carlos Ferreira e Marco Buzii votaram com o Sr. Ministro Relator. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Quarta Turma Supremo Tribunal Justiça 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
Analise de controvérsia pelo enfoque infraconstitucional de modo que o recorrente 
endente violação da Constituição por parte dos órgãos de Justiça Comum. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Negado o provimento aos agravos regimentais, efeito de acordo com a jurisprudência 
do STJ, o bem integrante da herança jacente só é devolvido ao Estado com sentença 
de declaração de vacância. 
 
 
1.6. HERANÇA JACENTE 
 
EMENTA 
AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE INVENTÁRIO RITO ATINENTE À HERANÇA 
JACENTE SENTENÇA QUE DECLARA A VACÂNCIA DA HERANÇA PETIÇÃO NOS 
AUTOS DE HERDEIROS COLATERAIS QUE PRETENDEM A ANULAÇÃO DOS ATOS 
CONSUMADOS E AVOCAÇÃO À AÇÃO DE INVENTÁRIO POR ELES PROPOSTA 
IMPOSSIBILIDADE EXEGESE DO ARTIGO 1.158 DO CPC RECLAMAÇÃO DE 
DIREITO POR MEIO DE AÇÃO PRÓPRIA. À luz do artigo 1.158 do Código de Processo 
Civil, transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, os herdeiros 
e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta. Assim, não tendo os 
herdeiros se habilitado no prazo estabelecido na lei processual sentença que declara a 
vacância - referente à herança jacente e vacante, findo está o procedimento, cessando 
a competência do juiz da arrecadação de bens, devendo os pretensos herdeiros por 
meio de ação própria defenderem os alegados direitos, não havendo que se falar em 
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nulidade dos atos processuais já consumados. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO 
PROVIDO Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. (TJ-PR 8731915 PR 873191-5 
(Acórdão), Relator: Gamaliel Seme Scaff, Data de Julgamento: 23/05/2012, 11ª Câmara 
Cível). 
 
ACÓRDÃO 
Acordam os Senhores Desembargadores integrantes do 11ª Câmara Cível, por 
unanimidade, em negar provimento ao recurso de agravo de instrumento em apreço, 
nos termos do voto do Relator. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
A agravante sustenta ter ajuizado juntamente com os demais herdeiros processo de 
inventário, requerendo anulação dos atos já praticados. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Negou provimento ao recurso de agravo de instrumento, com base no artigo 1.158 do 
Código de Processo Civil, transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o 
cônjuge, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta. 
 
 
1.7. CURATELA DOS INTERDITOS 
 
EMENTA 
FAMÍLIA. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. CURATELA. INTERDITANDO PORTADOR DE 
DEFICIÊNCIA FÍSICA DECORRENTE DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. 
CAPACIDADE MENTAL PRESERVADA. NECESSIDADE DE REPRESENTAÇÃO EM 
VIRTUDE DA LIMITAÇÃO FÍSICA. ENCARGO, PORÉM, LIMITADO À VONTADE DO 
CURATELADO. APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA CURATELA ESPECIAL, SEM 
INTERDIÇÃO, PREVISTA NO ART. 1.780 DO CCB/02. SENTENÇA REFORMADA. 
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70018154153, Oitava 
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Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, Julgado 
em 08/03/2007) 
 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Desembargadores integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de 
Justiça doEstado, à unanimidade, em dar parcial provimento à apelação. 
Custas na forma da lei. 
Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores 
Des. Rui Portanova e Des. Claudir Fidélis Faccenda. 
Porto Alegre, 08 de março de 2007. 
DES. LUIZ ARI AZAMBUJA RAMOS, Presidente e Relator. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
O apelante sustenta, em síntese, que o interditando, irmão de sua esposa, é pessoa 
doente, sem condições de se locomover em razão de acidente vascular cerebral, 
residindo com o autor e sua família, estando cadastrado junto ao INSS como seu 
representante. Defende o reconhecimento da incapacidade do cunhado, 
consubstanciando o pedido nas provas acostadas. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Provimento parcial apelação com base em analogia a outros casos enfrentados pela 
corte. 
 
1.8. CURATELA DOS INTERDITOS 
 
EMENTA 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. ESTATUTO DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA. REGIME DAS INCAPACIDADES. MODIFICAÇÃO. PESSOA MAIOR. 
NATUREZA DA INCAPACIDADE. CURATELA. EFEITOS. RESTRIÇÃO. ATOS DE 
NATUREZA NEGOCIAL E PATRIMONIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. 
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PENSIONAMENTO. POSSIBILIDADE. EXIGÊNCIA. SENTENÇA REFORMADA. 1. O 
regime das incapacidades no Direito Brasileiro foi substancialmente modificado pelo 
advento da Lei n° 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que, entre outras 
mudanças, extinguiu, em termos normativos, a incapacidade absoluta das pessoas 
maiores de 18 (dezoito) anos, tratando como caso de incapacidade meramente relativa, 
vale dizer, unicamente quanto a certos atos da vida civil, qualquer causa impeditiva da 
expressão da vontade; 2. A redação do art. 4°, inc. III, do Código Civil, não deixa dúvidas 
de que eventual impedimento à expressão da vontade, ainda que permanente, não 
transforma o indivíduo em absolutamente incapaz e, por isso mesmo, não permite seja 
ela alijado do exercício próprio de seus direitos; 3. Desde o advento do novel diploma, 
descabe qualquer medida judicial voltada à interdição completa do curatelado para 
todos os atos da vida civil, seja pelas modificações realizadas no Código Civil, seja pela 
própria sistemática da Lei n° 13.146/2015; 4. Restringe-se, na espécie, os efeitos da 
curatela apenas para atos de natureza patrimonial e negocial, não abrangendo, 
portanto, atos de natureza existencial, eis que, quanto a estes, a apelante continua 
dotada de poderes para exercê-los pessoalmente, se necessário, valendo-se da tomada 
de decisão apoiada; 5. Havendo a possibilidade de a curadora vir a auferir renda em 
proveito da curatelanda, exsurge a necessidade da prestação de contas, podendo a 
obrigação ser extinta pelo Juízo de 1 instância, seja a pela eventual negativa do 
almejado pensionamento, seja pela natureza do numerário recebido; 6. Recurso 
conhecido e provido. 
 
ACÓRDÃO 
Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 7ª Turma Cível do Tribunal de Justiça 
do Distrito Federal e dos Territórios, GISLENE PINHEIRO - Relatora, FÁBIO EDUARDO 
MARQUES - 1º Vogal e GETÚLIO MORAES OLIVEIRA - 2º Vogal, sob a Presidência 
da Senhora Desembargadora GISLENE PINHEIRO, em proferir a seguinte decisão: 
CONHECIDO. PROVIDO. UNANIME., de acordo com a ata do julgamento e notas 
taquigráficas. Brasília (DF), 09 de Maio de 2018. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
7ª Turma Cível Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios TJDFT. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
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Recurso de apelação em face se sentença de primeiro grau, que submeteu apelante a 
regime de curatela. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Deu-se o provimento recurso para restringir os efeitos da curatela aos atos de natureza 
negocial e patrimonial e para determinar a necessidade de a curadora prestar contas, a 
cada dois anos, dos valores recebidos em benefício da curatelanda, cabendo ao juízo 
singular avaliar a necessidade de manter o encargo.

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