Buscar

DIREITO PENAL IV CASO 8

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL IV – CASO 8
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
ADALTO foi abordado por policiais militares que faziam ronda próximo a uma Universidade particular. Ao perceberem a atitude suspeita de ADALTO, os policiais resolveram proceder a revista pessoal e identificaram que ADALTO trazia consigo um cigarro (0,279g) e uma porção de maconha (0,594g), totalizando 0,873g. Alegou inicialmente que se tratava de droga para consumo pessoal, tendo sido lavrado termo circunstanciado consoante o disposto no art.48, §2º, da lei n.11343/2006 e designada audiência preliminar. Ante o exposto, responda de forma objetiva e fundamentada às questões abaixo: 
a) Qual a correta tipificação da conduta de ADALTO? 
R= Adalto será enquadrado no artigo 28, caput, da lei 11.343/2006 de acordo com o §2.
b) Há alguma tese defensiva com vistas à exclusão da responsabilidade jurídico-penal da conduta de ADALTO? 
R= Poderá ser suscitada, para fins de exclusão da tipicidade material da conduta, a incompatibilidade do seu aspecto material (normativo) com os princípios da intervenção mínima, lesividade e insignificância. Cabe ainda destacar que o delito tipificado desse artigo 28 da lei 11.343/2006 está sendo objeto de exame pelo STF através do Recurso Extraordinário .635.659/SP cujo relator é Gilmar Mendes e está sendo analisada a descriminalização da conduta face a eventual violação às garantias constitucionais da intimidade e da vida privada.
Na visão do Ministro Gilmar Mendes, relator do julgado acima, a incongruência entre a criminalização das condutas circunscritas ao consumo pessoal de drogas e os objetivos estabelecidos pelo legislador em relação aos usuários e dependentes, potencializada pela falta de critérios de distinção entre o usuário e o traficante, evidencia a clara inadequação da norma impugnada (art. 28) e a manifesta violação também ao princípio da proporcionalidade.
C) Aplicam-se as medidas despenalizadoras da lei n.9099/1995? 
R= Sim, cabem as medidas dispostas nos artigos 28 e 48, §5, da lei 1343/2006.
d) Caso ADALTO tivesse sido flagrado dividindo o cigarro de maconha com sua namorada, sua conduta poderia ser caracterizada como tráfico ilícito de drogas?
R= Não, mesmo com previsão expressa no art.33 §3º, da lei n.11343/2006. Conforme o Artigo 61, da Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), infrações penais de menor potencial ofensivo são as que cominem pena máxima não superior a um ano. A pena do crime previsto no Artigo 33, parágrafo terceiro, da Lei 11.343/2006 é de detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, detenção é uma forma de privação de liberdade. Neste sentido, o crime de consumo compartilhado é um crime de menor potencial ofensivo. 
Questão objetiva.
 Em relação aos crimes previstos na lei n.11343/2006 para fins de prevenção do uso indevido, é correto afirmar que: (Concursos Públicos – Modificadas) 
A) Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, pratica crime equiparado a hediondo de modo a ensejar a aplicação dos institutos repressores previstos na lei n. 8072/1990 (errada) Conforme o Artigo 61, da Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), infrações penais de menor potencial ofensivo são as que cominem pena máxima não superior a um ano. A pena do crime previsto no Artigo 33, parágrafo terceiro, da Lei 11.343/2006 é de detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, detenção é uma forma de privação de liberdade. Neste sentido, o crime de consumo compartilhado é um crime de menor potencial ofensivo, não podendo dizer que é crime equiparado a hediondo como diz a questão. 
b) O cultivo de drogas para consumo próprio não configura crime. (errada) de acordo com artigo 28, §1 da lei 11.343/2006 é crime. Pelo entendimento do STF está apenas despenalizado o consumo de uso pessoal. 
c) Prescrevem em 5 (cinco) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. (errada) prescrevem em 02 anos de acordo com artigo 30 da lei 11.343/2006 cominado com artigo 107, CP.
d) Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente, sendo irrelevante a natureza da droga. (errada) a questão está errada, pois trata-se da letra do artigo 28, §2 da lei 11.343/06. A natureza da droga tem relevância jurídica no artigo 42 da mesma lei para adotar os critérios de fixação da pena. E não para saber se é destinada para consumo pessoal. 
Artigo 28, § 2º Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
Art. 42. da lei 11.343/06 O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
e) Em se tratando de “posse de droga para consumo pessoal”, previsto no artigo 28, da Lei n° 11.343/2006, os lapsos prescricionais tanto da pretensão punitiva quanto da executória são de 2 (dois) anos, reduzidos da metade se o agente, ao tempo do crime, era menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. (correta) Conforme dispõe o art. 30 da Lei 11.343/2006, a aplicação das penas dispostas no art. 28 da mencionada lei, prescrevem em 02 (dois anos), aplicando-se o disposto no art. 115 do CP.

Continue navegando