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Doenças transmitidas por água e alimentos. Os alimentos estão sujeitos a uma série de alterações desde o momento da obtenção (matéria-prima), processamento, modo de comercialização e consumo (RIEDEL, 2005). Vida de prateleira. Métodos de conservação x controle da multiplicação de alimentos. Características sensoriais, Físicas, químicas; Rotulagem MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Breve Histórico Remontam a pré‐história Secagem Há 5 milhões de anos‐ hominídeos Defumação Há cerca de 500 mil anos ‐Homo erectus Homo erectus ( SANCLIVIER, 1985; NUNES; PEDRO, 2011) MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Breve Histórico Salga Primeiras referencias de peixe salgado Civilização egípcia Idade Média Alterações processo de salga. Século XV Descoberta do bacalhau. Século XVIII processo de salga estava mais consolidado. ( SANCLIVIER, 1985; NUNES; PEDRO, 2011) MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Breve Histórico Novos métodos de conservação Fermentação ‐ Anchova Enlatamento Embalagens CMS Atualmente o processamento de carnes/pescados visa: Conferir Conservabilidade; 2)Permitir um maior aproveitamento da matéria‐prima; 3)Desenvolver novos produtos = maior variedade e conveniências (produtos dietéticos, infantis, para idosos e enfermos, pré‐preparados, etc.); e 4) Adicionar valor agregado à matéria‐prima original Segundo Riedel (2005) e Goncalves (2011), os métodos de conservação de alimentos se classificam em: Conservação pela salga, Conservação pelo secagem, Enlatamento, Defumação, Pastas e Embutidos. 6 Vigilância sanitária: Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens de consumo que direta ou indiretamente relacionam-se com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos da produção, do consumo e controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Alimento: Toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento Vigilância Epidemiológica: monitoramento das doenças de origem alimentar (perfil, causas, características, variações); conhecimento para o controle e prevenção. Vigilância Nutricional: monitoramento da situação alimentar e nutrição; promoção de práticas alimentares e estilos de vidas saudáveis. Vigilância Sanitária: garantir o alimento seguro, atuando na redução ou eliminação de fatores de risco que comprometam a qualidade e inocuidade. VIGILÂNCIA DE ALIMENTOS Alimentos ► meio adequado para o crescimento microbiano - deterioração (“prontos para consumo” - aumento dos custos) - disseminação de infecções - intoxicações - produção de alimentos - conservação de alimentos ► Frutos: Leveduras na casca das uvas - fermentação para fabricação do vinho pH 2,3-5,0 - baixa incidência de bactérias ► Carnes: Corte e manuseio - bactérias proteolíticas, lipolíticas, fungos e ocasionalmente patógenos (Clostridium perfringens, Staphylococcus aureus) ► Leite: Microbiota característica do ambiente Bactérias do ácido lático, leveduras, coliformes, Pseudomonas Patógenos: Staphylococcus (mastite), Mycobacterium, Brucella, Salmonella, Coxiella Microbiota própria Adquirida com o processo/manuseio Manipulador: Toda a pessoa que tem contato, ainda que ocasional, com a matéria-prima ou alimento já elaborado, seja na sua recepção, preparação, armazenamento, distribuição ou comercialização . Higiene: É o conjunto de medidas de limpeza visando a manutenção de um perfeito estado de saúde. Saúde: É a condição fundamental para uma vida plenamente realizada. Sem saúde o ser humano não pode aproveitar ao máximo suas energias e inteligência. Condições necessárias aos alimentos Nutritivos Atrativos Limpos É a presença de qualquer objeto, substância ou organismo indesejável nos alimentos. Visível ao olho nu Invisível ao olho nu CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS Pode ser: Física = pregos, parafuso, vidro, cabelo, insetos... Química = inseticidas, raticidas, desinfetantes... Biológica = Microrganismos: bactérias, fungos, vírus e protozoários e ainda os vermes... Os testes microbiológicos foram feitos pelo Centro Universitário UniMetrocamp Wyden em saladas in natura, sendo 12 provenientes de entregas delivery e as outras oito de fast foods. Dezoito delas continham coliformes fecais em quantidade dez vezes maior do que o tolerável pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foram encontradas bactérias conhecidas como coliformes termotolerantes em quantidade 100 vezes maior do que o limite permitido pela legislação brasileira. Os resultados revelaram que 11,46% de todas as amostras apresentaram água contaminada por coliformes totais e 1,04% contaminação por coliformes termotolerantes. Conclui-se, portanto, que a qualidade da água disponível nos estabelecimentos produtores de alimentos estudados encontra-se em estado de alerta, uma vez que o percentual significativo das amostras analisadas mostrava-se impróprio para o consumo humano de acordo com a legislação vigente, a qual preconiza ausência de coliformes totais e termotolerantes. Pesquisas nos EUA também descobriram que as máquinas de gelo em restaurantes fast-food e cafés são suscetíveis a estarem contaminadas. O HPA informou que a falta de higiene na preparação do gelo também pode dar oportunidade para proliferação de bactérias. A principal forma de saber que ele não está contaminado é garantir que o gelo é proveniente de água potável e que todas as máquinas ou colheres são higienizadas da forma correta Um time de pesquisadores portugueses chegou a essa conclusão após diagnosticar um homem de 32 anos. O paciente chegou ao hospital reclamando de dores abdominais, febre e vômitos que duravam já havia uma semana. Após uma endoscopia, os médicos descobriram que larvas de um tipo de parasita do gênero Anisakis estavam dentro do estômago do homem. Os resultados obtidos foram: fungo, Escherichia coli, Klebsiella sp., Proteus sp. Pseudomonas sp. Staphylococcus sp. e Streptococcus sp. E para as análises de CTT, uma prevalência de 20% para os self-services e 90% para os restaurantes populares. Com isso, evidenciaram-se condições higiênico-sanitárias ineficientes nos estabelecimentos estudado. Deterioração: ► Qualquer alteração na aparência, odor, sabor decorrentes da atividade metabólica dos microrganismos O tipo de deterioração depende: - tipo de alimento - microrganismo envolvido (bactérias entéricas raramente deterioram frutos) - número de microrganismos presentes Micro-0rganismos e a deterioração de alimentos Controle dos microrganismos em alimentos ► Forma mais comum de conservação Refrigeração (4 a 10 ºC): inibição das reações enzimáticas, levando à paralisação do crescimento microbiano - Crescem os psicrotolerantes Congelamento (-20 ºC): água congelada não está disponível para o metabolismo. Formação de cristais de gelo que a membrana Pode haver crescimento em bolsas de água não congelada Frio ► Pasteurização 63 ºC por 30 min (LTLT: low temperature long time) 72 ºC por 15 s (HTST: high temperature short time) O tempo e temperatura, estão definidos para eliminação da Coxiella burnetti (patógeno mais resistente – 61,6 °C) ► Esterilização UHT (ultra-high temperature): 150 ºC por até 3 s sistemas contínuos elimina o gosto de leite cozido Calor ►Secagem: sol, câmaras secagem, liofilização alimentos perdem água, provocando a inibição do crescimento ►Adição de solutos (elevação da pressão osmótica) - adição de açúcar: doces, geléias, - secagem: leite condensado, frutas secas - adição de sal: carnes e peixes - defumação Redução da atividade água (Aw) Doençatransmitida por alimento (DTA) Causada pela ingestão de água ou alimento contendo agentes etiológicos em quantidade que afetam a saúde do consumidor Agentes Bactérias, toxinas, vírus, parasitas Agrotóxicos, produtos químicos e metais pesados Surto de DTA Episódio em que duas ou mais pessoas apresentam uma doença semelhante após ingerirem alimentos da mesma origem Onde a evidência epidemiológica ou a análise laboratorial apontam os alimentos como veículos da enfermidade Doenças raras: 1 caso é surto (Ex: Botulismo) Notificação compulsória e imediata Pratos muito manipulados (empadão, salpicão etc.); Preparações a base de maionese; Pratos preparados de véspera quando mal conservados (feijoada, carne assada, cozido etc.); Doces e salgados recheados. Os alimentos mais envolvidos em casos de DTA são: Exemplos de Agentes Etiológicos causadores de DTAs Bactérias: 83,5% Vírus: 14,1% Parasitas: 1,1% Químicos: 1,3% Ignorado: 50,3% 2.834 surtos 2.865 surtos 5.699 surtos Agentes etiológicos Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 Agente etiológico Nº surtos % Salmonella spp 1195 42,2 Staphylococcus sp 572 20,2 Bacillus cereus 193 6,8 Clostridium perfringens 130 4,6 Salmonella Enteritidis 115 4,1 Shigella sp 82 2,9 Clostridium botulinum 16 0,6 Salmonella Typhi 14 0,5 Cryptosporidium sp 12 0,4 Norovirus 9 0,3 Vibrio cholerae O1 6 0,2 Toxoplasma gondii 4 0,1 Campylobacter sp 4 0,1 Trypanossoma cruzii 1 0,03 Outros 481 16,97 Total 2834 100,0 Surtos por agentes mais freqüentes Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 Alimentos Nº surtos % Com ovos crus e mal cozidos 874 22,6 Mistos 666 17,2 Carnes vermelhas 450 11,6 Sobremesas 422 10,9 Água 333 8,6 Leite e derivados 276 7,1 Outros 849 21,9 Total 3870 100,0 Alimentos contaminados mais freqüentemente Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 Locais de ocorrência do surto Alimentos Nº surtos % Residências 1979 34,7 Restaurantes 852 14,9 Instituições de ensino 473 8,3 Refeitórios 457 8,0 Outros 364 6,4 Festas 151 2,6 Unidades de Saúde 72 1,3 Ambulantes 22 0,4 Total 4370 76,7 Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 DTAs Fatores de risco determinantes de DTAs Contaminação Adulteração Deterioração Envenenamento DTAs Contaminação Além dos fatores anteriores, podemos citar: Adubação do solo com material contaminado por fezes humanas ou de animais portadores de doenças; Irrigação de hortaliças com águas procedentes de córregos e valas poluídas por esgotos; vetores e roedores tem sido incriminados pela alta incidência de diarréias infecciosas; Carnes cruas contaminadas pela utilização de utensílios e tábuas de madeira; para carne em condições de uso inadequadas Adição intencional ou incidental de substâncias químicas tóxicas aos alimentos, etc. DTAs Adulteração O alimento é considerado adulterado quando: contém substância tóxica ou perigosa à saúde além dos limites de tolerância; contém qualquer substância estranha às suas características; contém elemento deteriorado; foi retirada dele substância alimentícia além do limite de tolerância; foi produzido em condições sanitárias inadequadas; foram acrescentados a ele: corantes, conservantes ou quaisquer substâncias não permitidas pela legislação sanitária vigente. DTAs Deterioração Dependendo do tipo de alimento e do tempo que este ficar submetido a certas temperaturas, as bactérias presentes multiplicam-se com grande intensidade, ocasionando a deterioração do alimento e a produção de toxinas. Algumas toxinas são altamente nocivas, podendo causar intoxicação imediata de pessoas que ingerem estes alimentos deteriorados. DTAs Envenenamento Pode-se dar por Ingestão de vegetais de espécies venenosas semelhante a outros não venenosos e que podem ser adquiridos erroneamente; Utilização inescrupulosa de certos produtos tóxicos como: raticidas, inseticidas, fungicidas e herbicidas; Ingestão de determinados mariscos (moluscos e crustáceos) que se alimentam de algas e plânctons capazes de liberar toxinas; Ingestão de tetrodoxinas presentes nos intestinos e gônodas de pescado tipo baiacu; Doenças de origem microbiana veiculadas por alimentos Categorias de doenças: * infecções - microrganismo ativo presente nos tecidos - ingestão do patógeno através do alimento contaminado (muitos desses agentes também são transmitidos pela água) * intoxicações - microrganismo ativo ausente nos tecidos - ingestão da toxina bioativa pré-formada infecções a. Gastroenterites Bacillus cereus: toxina liberada no trato intestinal Infecção que atinge o sistema gastrointestinal ocasionando diarréias, cólicas intestinais e vômitos. - decréscimo na absorção de fluidos - aumento da secreção de fluidos do sangue para o intestino Vegetais crus, carnes, leite e derivados, farinhas contendo esporos infecções b. Salmoneloses Salmonella thyphimurium: espécie mais comum, presente no intestino dos animais e esgotos. S. typhi: febre tifóide Carnes, salsichas, aves, ovos, leite e laticínios, produtos à base de ovos crús Contaminação: manuseio por indivíduos portadores, água contaminada c. Escherichia coli patogênicas Escherichia coli enterotóxica (linhagens ETEC), produtora de enterotoxinas potentes - verotoxina:diarréia hemorrágica e insuficiência renal. Linhagem E. coli O157:H7 produz grande quantidade da toxina Alimentos crús ou mal cozidos, particularmente carnes moídas processadas em grande escala, água. d. Listeriose Listeria monocytogenes – presente em todos os ambientes - Bastonetes ácido tolerantes, psicrotolerantes e halotolerantes - Pessoas imonocomprometidas: septicemia, meningite, encefalite, infecção intra-uterina Carne, laticínios, produtos frescos Contaminação: solo, água e. Hepatite A Picornavírus (RNA vírus) - Inflamação e necrose do fígado Frutos do mar coletados em águas poluídas, leite Contaminação: contaminação fecal da água ou alimento Intoxicações a. Intoxicação por estafilococos Staphylococcus aureus – intoxicação bastante comum (gastroenterites) Cremes, doces recheados, carnes, pudins, saladas com maionese Contaminação do alimento: pelo manipulador, seguida pela multiplicação da bactéria no alimento não refrigerado e produção de enterotoxinas (7 tipos) termoestáveis. b. Intoxicação por clostrídios Clostridium perfringens: bactéria anaeróbia, produtora de endósporos Carnes, aves e peixes, crús ou cozidos Toxinas: enterotoxina produzida quando a bactéria esporula no intestino, após ser ingerida com o alimento. Sintomas: alteração da permeabilidade das células epiteliais do intestino, produzindo sintomas de gastroenterites. Clostridium botulinum: bactéria anaeróbia, produtora de endósporos (botulus, do latim, salsicha) Carnes, vegetais enlatados, peixes fermentados, alimentos embutidos, batatas assadas, ... Toxinas: exotoxina (proteína sensível ao calor, 80 ºC/10 min) geralmente fatal. - 1 g mataria 30 bilhões de ratos. Vídeo Matadouro clandestino Matadouro oficial Elaboração, Implantação e Cumprimento das Boas Práticas Proteger a saúde da população; Aperfeiçoar as ações de controle sanitário; Proporcionar a melhoria das condições higiênico sanitárias dos alimentos, produtos e serviços. Elaboração, Implantação e Cumprimento das Boas Práticas HIGIENE PESSOAL. HIGIENE E DESINFECÇÃO DE AMBIENTES. CONSERVAÇÃO DE PRODUTOS EM TEMPERATURA ADEQUADA. PROTEÇÃO E PORCIONAMENTO DE ALIMENTOS. MANUTENÇÃO E CONTROLE ADEQUADO DE LIXO. DISTANCIAR PRODUTOS DE LIMPEZA DOS ALIMENTOS. CONTROLE DE INSETOS E ROEDORES. Doenças vinculada a água EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUA DOENÇA TRANSMITIDA PELA ÁGUA - gerada pela contaminação da água em algum ponto do sistema de abastecimento: Água paraconsumo humano - para beber Águas de recreação -piscinas, cascatas,/cachoeiras, lagos, rios, mar. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUA Ocorrência de Surtos de DT Água - notificação obrigatória do evento, investigação epidemiológica dos casos, análises laboratoriais (pacientes) para detecção do agente etiológico. Identificação dos fatores causais - deficiências nos sistemas de água e identificação dos agente etiológico. Avaliação dos dados de surtos - adequacidade do tratamento da água potável e de recreação - pesquisas complementares. Intersetorialidade - órgãos responsáveis pela vigilância de aspectos ambientais e de engenharia . Dados sobre os surtos - análise da tendência dos distintos agentes etiológicos causadores - parâmetro importante para a avaliação da adequação de tecnologias utilizadas para monitoramento da qualidade e segurança da água; indicador de necessidades de mudança dos métodos de controle e identificação de problemas. Dados sobre o tipo de sistemas de água Água para beber - rotinas de tratamento, sistema de distribuição e outros fatores ou múltiplos fatores (estudo das deficiências, HACCP) Águas para a recreação - piscinas, spas, lagos, parques aquáticos, etc.. Tipos de sistemas VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUA Saneamento básico e qualidade de vida A expressão saneamento básico é reconhecida no Brasil, no estágio atual, como parte do saneamento do meio que trata dos problemas de abastecimento de água, coleta e disposição de esgotos sanitários, incluindo os resíduos líquidos industriais, controle da poluição provocada por esses esgotos, drenagem urbana(águas pluviais) e acondicionamento, coleta, transporte e destino dos resíduos sólidos. A OMS define saneamento como o controle de fatores que atuam sobre o meio ambiente e que exercem, ou podem exercer, efeitos prejudiciais ao bem- estar físico mental ou social do homem. Portanto, o objetivo final do saneamento é a promoção da saúde, um direito fundamental de todos os seres humanos. Ter serviço de saneamento é um direito assegurado pela Constituição Federal ESPM SANEAMENTO BÁSICO E AMBIENTAL: É o conjunto de ações destinado a alcançar a salubridade Ambiental, através da: Disponibilização de água potável; Coleta e Disposição final adequada dos resíduos sólidos (lixo); Coleta e disposição adequada dos resíduos líquidos (esgoto); Drenagem urbana; Controle das emissões atmosféricas de resíduos gasosos (poeiras, fumos, outros); Disciplinamento do uso do solo; Controle de doenças de importância sanitária; Serviços e obras especializadas destinadas à proteção dos recursos naturais. Saneamento básico e qualidade de vida O último Censo do IBGE revela que cerca de ¼ das residências do país não conta com serviço de água potável e quase metade não tem serviço de esgoto. A ausência deste saneamento básico é a causa de 80% das doenças e de 65% das internações hospitalares no Brasil,cujos gastos anuais com doentes por estas causas são da ordem de U$ 2,5 bilhões,de acordo com a Organização mundial de Saúde. Segundo dados do Sistema Único de Saúde - SUS, a cada R$ 1,00 investido em saneamento, as cidades economizam R$ 5,00 em medicina curativa da rede de hospitais e ambulatórios públicos. A pobreza, combinada com baixos índices de saneamento básico, é responsável pela morte de uma criança a cada dez segundos.(PNSB-IBGE) Saneamento básico e qualidade de vida As diferenças regionais são muito grandes no Brasil. Na região Sudeste o número de casas atendidas pelo fornecimento de água chega a 70,5%, enquanto a região Norte possui um índice de apenas 44,3%. A coleta de esgotos também sofre variações regionais: na região Sudeste , 53% das casas são atendidas pelas redes de esgoto, já no Norte do país, apenas 2,4 % possuem o mesmo serviço. No Brasil, apenas 52% dos municípios e 33 % dos domicílios tem serviço de coleta de esgoto Na região Norte, só 2% dos domicílios tem rede de esgoto 68,5% dos resíduos das grandes cidades são jogados em lixões e alagados 24 mil pessoas trabalham como catadores nos lixões brasileiros. Destes 22% são crianças com menos de 14 anos Apenas 451 municípios dos 5.507 existentes no Brasil fazem coleta seletiva. Formas de contaminação da água Somente 0,8% do total da água do planeta é água doce passível de consumo e grande parte dessa reserva já está poluída ou continua ameaçada pela poluição. A água é um poderoso solvente. Ela dissolve algumas porções de quase tudo com que entra em contato. Cidade- a água é contaminada por esgoto, monóxido de carbono, poluição, produtos derivados de petróleo e bactérias. O cloro utilizado para proteger a água pode contamina-la ao reagir com substâncias orgânicas presentes na água, formando os nocivos trialometanos[substância cancerígena] Agricultura- contamina a água com fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas, nitratos que são carregados pela chuva ou infiltrados no solo, contaminando os mananciais subterrâneos e os lençóis freáticos. Ausência de sistema de esgoto e de abastecimento Práticas de higiene insuficientes. Homem e animais (fezes) Ambiente Água e Alimentos Elevada capacidade de disseminação Contato direto, alimentos, contaminação do ambiente Eventos climáticos - chuvas excessivas, temperaturas altas e aumento plâncton (El Niño), Tsunami e furacão (Katrina) Transporte marítimo - água de lastro (90% embarcações transportam organismos vivos) Doenças de veiculação Hídrica VEICULAÇÃO DE DOENÇAS PELA ÁGUA Agente biológico Poluente químico e/ou radioativo ÁGUA Ingestão direta Irrigação/ Preparo de alimentos Contato com a pele ou mucosas Morbidade HOMEM Mortalidade Parasitas - Ameba, Giardia, Cryptosporidium, Cyclospora amebíase giardíase criptosporidiose verminoses Bactérias – V. cholerae, S. thypi, Shigella, E. coli enteropatogênicas cólera, febre tifóide doenças diarreicas agudas Vírus Rotavírus, Norovírus, Adenovírus diarréia Vírus da Hepatite A e E, hepatite A e hepatite E Doenças de Veiculação Hídrica Patógenos Gênero Enterovirus poliomelite (já erradicada no Brasil), conjuntivite doenças cardíacas Salmonella spp Shigella spp Escherichia coli enteropatogênicas. Vibrio cholerae 100 -10.000 UFC 10 -100 UFC 1.000.000 UFC 1.000.000 UFC 10 -100 cistos 10 oocistos 1 -10 ovos 1 -10 UI 10 -100 UI Dose infectante Giardia lamblia Cryptosporidium parvum Ascaris lumbricoides Doenças de Veiculação Hídrica Norovírus e outros entéricos Vírus da hepatite A Patógenos Doenças de Veiculação Hídrica Prolongada Moderada a elevada Doenças de veiculação hídrica Doenças Virais Quadros diversos: Conjuntivite, Doenças cardíacas e paralisias Vírus da Poliomielite Coxsackievírus Enterovírus Echovírus Vírus entéricos São todos aqueles capazes de infectar as células do trato gastrointestinal, pois é neste local que encontram todas as condições necessárias para sua multiplicação São eliminados com as fezes pelos indivíduos infectados durante períodos de tempo que variam de semanas a meses Diarréicos Rotavírus Adenovírus tipos 40 e 41 Norovírus Causadores de Hepatites A e E HAV HEV TTV Surtos de gastrenterite e hepatite A atribuídos à veiculação hídrica descritos no Brasil Presença dos vírus na água não pôde ser demonstrada na época Linhares et al., 1981 - índios Tiriyós (Belém/PA) Sutmoller et al., 1982 - escolares (Rio de Janeiro) Villar et al., 2002 - escolares (Rio de Janeiro) Doenças de veiculação hídrica Doenças Virais Diarréias bacterianas Doenças de veiculação hídrica Doenças Bacterianas Casos graves de diarréia e vômitos intensos, desidratação rápida e morte Escherichia coli Febre tifóide Salmonellatyphi período de incubação de 5 a 23 dias fonte de infecção é o doente (desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois) Salmonella paratyphi tipos A, B ou C Febre paratifóide é mais rara que a tifoide fonte de infecção é a mesma da febre tifoide: doentes e portadores Doenças de veiculação hídrica Doenças Bacterianas Doenças de veiculação hídrica Doenças Bacterianas Outros patógenos bacterianos http://www.who.int/water_sanitation_health/diseases/en/ http://www.who.int/water_sanitation_health/gdwqrevision/watborpath/en/ O lote 1702 do produto Água Mineral Natural, da marca Santa Rita do Sapucaí, exibiu concentração elevada da bactéria Pseudomonas aeruginosa, capaz de causar infecções respiratórias, urinárias, de ouvido. Já a Indústria de Laticínios Santa Tereza Eirel constatou, ela própria, a presença de Listeria monocytogenes em três lotes de queijo. Outra bactéria oportunista, ela provoca sintomas parecidos com os da gripe e meningite. A empresa ZD Alimentos S.A. anunciou que quatro lotes do seu chocolate Barra de Confeiteiro ao Leite, da marca Cobertop, possuíam filamentos metálicos. Essas substâncias podem intoxicar o organismo Doenças causadas pela água não adequada Poliomielite-[ já erradicada no Brasil- desde 1989 e na Região das Américas] Ascaridíase Febre tifóide Febre paratifóide Doenças respiratórias- por vírus Esquistossomose E. coli- perturbações gastrintestinais e diarréias Leptospirose Intoxicações por agrotóxicos Fluorose Saturnismo Intoxicações por metais pesados[cadmio, e outros] Intoxicações por mercúrio Doenças onde a água é criadouro p/ vetores : dengue, malária,febre amarela e outras Algumas doenças... Diarréias 4% de todas as mortes do mundo 2,2 milhões de mortes por ano Aumento na susceptibilidade a outras enfermidades Bactérias, parasitas, vírus Verduras irrigadas com água contaminada Frutos do mar em regiões contaminadas…. É um SINAL CLÍNICO!!! Diarréias 4 bilhões de casos por ano Registrados…. 88% das diarréias são atribuídas a falta de água, e inadequadas condições de higiene Melhoria na qualidade da água pode reduzir de 35 – 39% a ocorrência da doença Sub-diagnosticado... ORIGEM PARASITÁRIA Ascaridíase Amebíase Giardíase Esquistossomose Malária Teníase Ascaris lumbricoides Ovos em solos contaminados – viáveis por meses ou anos Disseminação hematógena – pulmão Dores abdominais, tosse, dificuldade de respirar, febre 10% da população em países em desenvolvimento 60.000 mortes por ano - crianças ASCARIDÍASE Amebíase Protozoário Entamoeba hystolytica Desinteria Cistos na água e alimentos Viáveis em média 20 dias fora do hospedeiro Invasão de tecidos epiteliais, febre, diarréia 10.000 mortes por ano no mundo Diarréia aguda, sanguinolente a mucóide. 84 Giardia lamblia – protozoário; Dores estomacais e diarréias; Cistos resistentes ao ambiente; Removidos pela filtração da água; Pode atingir 50% da população de forma assintomática. GIARDÍASE Doença crônica Doença hepática, renal, sistema nervoso, paralisia, tosse, hematúria, hepatomegalia Endêmica em 76 países Maioria dos casos na África, Brasil, Suriname e Venezuela 600 milhões de pessoas sob risco de infecção 200 milhões infectados ESQUISTOSSOMOSE Cólera Campilobacteriose Leptospirose ORIGEM BACTERIANA Cólera Vibrio cholerae *Toxina Bactéria, Gram - Doença de humanos, não tem animais reservatórios 7 pandemias desde século 19 15 de dezembro de 2010 117.580 casos confirmados de cólera com 2.481 óbitos CÓLERA Origem: um turista infectado (Forças da paz da ONU vindas do Nepal) ou água do litoral contaminada com a bacteria 89 Cólera Vibrio cholerae *Toxina Bactéria, Gram - Doença de humanos, não tem animais reservatórios 7 pandemias desde século 19 Frerichs, 2012. Origem: um turista infectado (Forças da paz da ONU vindas do Nepal) ou água do litoral contaminada com a bacteria 90 Leptospirose Bactéria - Leptospira spp. Febre alta, dores musculares, abdominais, cefaleia, ictericia, hemorragias na pele e mucosas, vômito, diarreia; Contato com urina de animais infectados; Ambientes contaminados com urina – geralmente após chuvas/inundações. LEPSTOPIROSE ORIGEM VIRAL Hepatite A Hepatite E Sintomatologia: Infecção fígado náuseas – vômito – dores no corpo/abdômen – dor de cabeça – icterícia. * 70% = assintomáticos, mas eliminam o vírus. * 1% necrose hepática – morte. HEPATITE A Doença viral - Vírus RNA, família Picornaviridae Contaminação Feco-oral Hepatite E Doença viral - Vírus RNA, família Hepeviridae Contaminação feco-oral, água contaminada Suínos e javalis Hepatite aguda, auto-limitante, *gestantes Medidas de controle São necessárias melhorias: nas redes de esgoto; encanamento; fornecimento de água para população; recolhimento de lixo; habitação adequada; programas de controle e prevenção… Medidas de controle O que se pode fazer em casa: Desinfecção caseira de água: Fervura: ferver durante 15 minutos; 1 gota de água sanitária (2%) em 1 litro d’água; Evitar ingestão e contato com água contaminada; Não andar descalço.
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