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Doenças transmitidas por alimentos 1 Alimentos para o consumo humano São produzidos, manipulados e consumidos em um meio ambiente contaminado. Homem x micro-organismos Defesas naturais x invasores Evitar a ingestão de um número elevado de micro-organismos. 2 Alimento Seguro Considera-se alimento seguro todo o alimento que não causa nenhum dano à saúde quando ingerido; Compreende a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica do alimento; Atende a um dos diversos aspectos da Segurança Alimentar e Nutricional – SAN. (BRASIL, 2011; SILVA;MECHI;MELO,s.d) 3 Algumas informações que envolve alimentação segura: A OMS tem colocado que por ano mais de um terço da população mundial adoece devido a Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) (ALVES, 2014) As DTAs podem ser causadas por: Contaminação biológica: Bactérias, Vírus, Parasitas, Toxinas e Prions. 4 Contaminação química - Agrotóxicos, Produtos químicos, Metais pesados. Contaminação Física – Parafusos, Dentes, Cabelo, Curativos, Insetos, outros. 5 • Investimento do consumidor no ultimo ano 17% para 30% Hábito de almoçar fora do lar durante a semana ,devido ao trabalho, representa 65%, já no final de semana o motivo principal é lazer com 55%. Alimentação fora do lar Doenças Transmitidas por Alimentos - DTAs São doenças adquiridas por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, que ocorrem entre 1 a 72 horas depois do consumo e, duram de 1 a 18 dias. Os sintomas são geralmente náusea, vômito, dores abdominais, dores de cabeça, diarreia e, nos casos mais graves desidratação, diarreia sanguinolenta, comprometimento renal, cardíaco, respiratório, mental e, morte. (HAZELWOOD;McLEAN,1994; FIGUEIREDO,2003; GARCIA;DUARTE,2014) 7 DTAs Acontecem devido a: Falta de higiene de utensílios, mãos e equipamentos; Cruzamento entre alimentos crus e cozidos (principalmente na arrumação da geladeira); Uso de alimentos contaminados; Exposição prolongada dos alimentos a temperatura inadequada ou cozimento insuficiente (tempo e temperatura). São atribuídas à ingestão de alimentos e/ou água contaminados por agentes de origem biológica, física, química ou pela produção de toxinas por determinados agentes, cuja presença no organismo em determinadas concentrações pode afetar a saúde humana, em nível individual ou coletivo. 8 Via de transmissão ORAL Excretas de animais Fezes humanas Insetos e roedores Utensílios contaminados Ambiente contaminado Solo Alimento ou água contaminados De acordo com os estudos estatísticos da Organização Mundial da Saúde, das doenças de origem alimentar 60% Técnicas inadequadas de processamento Contaminação dos alimentos servidos em restaurantes. DTAs Pratos muito manipulados (empadão, salpicão etc.); Preparações a base de maionese; Pratos preparados de véspera quando mal conservados (feijoada, carne assada, cozido etc.); Doces e salgados recheados. Os alimentos mais envolvidos em casos de DTA são: 12 Infecções – causadas pela ingestão de microrganismos que no interior do organismo “atacam” órgãos ou tecidos. Ex.: Clostridium botulinum (FIGUEIREDO, 2003) As DTAs se dividem em duas categorias Infecção Direta – Ingestão do microrganismo presente no alimento. Ex.: Salmonelose. Toxinfecção – Causada por microrganismos patogênicos que liberam toxina, no organismo humano. Ex.: Escherichia coli, Víbrio cholerae. (FIGUEIREDO, 2003) Há dois tipos de Infecção Alimentar: 13 2. Intoxicação – quando ingerimos um alimento que contenha toxina liberada devido a intensa proliferação do microrganismo patogênico no alimento. 14 Sintomas característicos de infecção e intoxicação alimentar Infecção Intoxicação Febre, diarréia e vômitos Raramente acontece febre Necessidade da administração de antibióticos Quando necessário, administração de anti-soros Características Gerais de Doenças Transmitidas por Alimentos Existem aproximadamente 250 tipos de doenças alimentares e, dentre elas, muitas são causadas por micro-organismos patogênicos. As DTA podem ser identificadas quando uma ou mais pessoas apresentam sintomas similares, após a ingestão de alimentos contaminados com micro-organismos patogênicos, suas toxinas, substâncias químicas tóxicas ou objetos lesivos. A maioria dos surtos tem sido relacionada à ingestão de alimentos com boa aparência, sabor e odor normais, sem qualquer alteração organoléptica visível. Características Gerais de Doenças Transmitidas por Alimentos Os surtos de DTA podem ser investigados através da identificação etiológica laboratorial, exames clínicos, bromatológicos ou por critérios epidemiológicos. As DTAs é um problema mundial, os relatos oficiais demonstram um aumento significativo dessas doenças . Entre alguns dos fatores que contribuem para o aumento do registro dessas doenças, pode-se destacar: a) o aumento da população, b) o aumento de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, c) o processo de urbanização, muitas vezes, desordenado, d) a produção e consumo de alimentos em condições inadequadas, e) o aumento da produção de alimentos e do comércio internacional, f) a melhoria dos sistemas de vigilância epidemiológica e, g) a melhoria dos métodos de diagnóstico e estrutura laboratorial para análises. Principais Fatores Causais de Surtos de DTA Os fatores que contribuem para a ocorrência das DTA podem ser agrupados como: aqueles que influenciam na contaminação dos alimentos, b) nos que permitem a proliferação dos patógenos e c) nos que permitem a sobrevivência dos patógenos nos alimentos. 1 - 10% Notificado 90 - 99 % Ignorado Doenças Transmitidas p/ Alimentos (DTA) Importância: A detecção e investigação precoce de surtos são essenciais para a vigilância das doenças transmitidas por água/alimentos, pois permitem: Identificar e eliminar fontes, controlar e prevenir outros casos Aprender sobre novas doenças ou obter novas informações sobre velhas doenças Conhecer os fatores causadores de surtos Desenvolver programas educativos, criar subsídios para novos regulamentos sanitários e/ou novas condutas médicas Melhorar a qualidade e segurança de alimentos/água Melhorar a qualidade de vida e saúde da população Dificuldades: Complexidade dos quadros: distintas e inúmeras síndromes (diarréicas, neurológicas, etc.) Um grande número de patógenos: cerca de 250 agentes etiológicos, incluindo-se os microrganismos, toxinas naturais e outros contaminantes químicos e físicos. Inúmeras fontes/vias de transmissão: vários alimentos, água, pessoa-a-pessoa e animais. Forma de transmissão: fecal-oral, podendo alguns patógenos se transmitirem também por vias respiratórias. falha no controle da cadeia de produção contaminação: biológica, química ou física investigar casos, identificar agentes e vias de transmissão - diagnosticar o problema rastrear a cadeia de produção, identificar pontos críticos/erros no processo produtivo Ações de controle e prevenção Ocorrência de surto: investigação Vigilância Epidemiológica – conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. A investigação epidemiológica é realizada a partir de ações intersetoriais com objetivo de: • coletar informações básicas necessárias ao controle do surto de DTA; • diagnosticar a doença e identificar os agentes etiológicos relacionados ao surto; • identificar a população de risco; • identificar os fatores de risco associados ao surto; • identificar a provável fonte de contaminação; • propor medidas de prevenção e controle pertinentes; • divulgaros resultados da investigação epidemiológica às áreas envolvidas e à comunidade; • evitar que novos surtos ocorram O quadro epidemiológico das DTA constitui-se em um dos principais indicadores de avaliação das ações de vigilância sanitária na área de alimentos, de modo a reorientá-las com vistas a evitar a ocorrência de novos agravos. Eixos da Investigação investigação epidemiológica: onde são utilizados formulários com entrevistas aos envolvidos no surto (doentes e não doentes); investigação ambiental: investigação do local de ocorrência/ambiente, cadeia de produção de alimentos (desde a matéria-prima, seu transporte, manipulação/preparo/fabricação) até chegar ao consumidor (para se detectar os fatores contribuintes que possibilitaram o surgimento do surto); investigação laboratorial: coleta de amostras clínicas de pacientes, alimentos, utensílios e água para confirmação do agente etiológico Processo de investigação CONDIÇÃO/PASSO 1: PLANEJAMENTO PARA O TRABALHO DE CAMPO 1) Conhecimento da ocorrência da doença através da notificação (de vítimas ou parentes, da imprensa, de médicos, de laboratório, etc.) - buscar obter, logo no momento da notificação, o maior número de dados possíveis Utilizar o Formulário 01 2) Planejar as ações: ter conhecimento suficiente sobre a doença suspeita e quadros relacionados (quadro clínico, vias de transmissão, diagnóstico diferencial, condutas médicas, exames laboratoriais e complementares, tratamento, etc.) munir-se de equipamentos e material necessário para a investigação destacar pessoal adequado/perfil (equipe múltipla) para a investigação nos vários âmbitos; estabelecer o papel e as tarefas de cada um na investigação; agir com a maior rapidez/urgência Condições/Etapas da investigação de um surto: CONDIÇÃO/PASSO 2: ESTABELECER A RELAÇÃO ENTRE OS CASOS/EXISTÊNCIA DO SURTO Verificar se o surto notificado é de fato um surto: se o número de casos excede o número de casos esperados (recorrer a outras fontes de dados) se há fontes suspeitas comuns (refeição/alimento/água suspeitos, local comum de ocorrência, contato com esgoto, hábitos, ocupação dos pacientes, lagos, viagens, outros casos na família com sintomas semelhantes, contatos com outros casos na escola/trabalho (datas), condições da moradia, condições da creche, escola ou trabalho; qual o quadro clínico de cada paciente, faixa etária, história anterior saber que exames já foram feitos e resultados/diagnósticos diferenciais verificar se há casos semelhantes em outros hospitais/Unidades de saúde da cidade/há casos antecedentes na cidade? CONDIÇÃO/PASSO 3: VERIFICAR O DIAGNÓSTICO Caracterizar o quadro clínico. O diagnóstico está correto? Conferir os achados clínicos e laboratoriais Quais os diagnósticos diferenciais? Evidências epidemiológicas entre os casos Propor ou mesmo providenciar técnicas que ajudem no diagnóstico diferencial - testes específicos se for o caso - coleta de amostras de fezes de pacientes (no mínimo amostras de 10 doentes). CONDIÇÃO/PASSO 4: DEFINIR E IDENTIFICAR CASOS Como detectar os casos? Estabelecer uma definição de caso (inclui 4 componentes): 1) informação clínica sobre a doença (diarréia, vômito, níveis de anticorpo ou teste positivo para..., etc.) 2) características das pessoas afetadas (freqüentou uma festa ou restaurante, nadou no lago, etc.) 3) informações sobre o local (mora ou trabalha em determinada área, freqüenta creche, etc.), e 4) especificações sobre o tempo de ocorrência do surto (início dos sintomas dentro de um determinado período). CONDIÇÃO/PASSO 4: DEFINIR E IDENTIFICAR CASOS Outras definições importantes: Caso confirmado: clínica compatível e confirmação laboratorial. O surto será confirmado laboratorialmente quando há isolamento do organismo nas fezes de duas ou mais pessoas doentes ou do alimento consumido implicado epidemiologicamente (v. definição para cada tipo de agente) Caso provável: caso clinicamente compatível ligado epidemiologicamente ao caso confirmado Caso possível: clínica compatível ocorrendo dentro do mesmo período do surto e na mesma área Caso primário: contato com uma fonte principal de transmissão - por exemplo, alimento, esgoto, creche, etc.. - Taxa de incidência dos casos primários Caso secundário: contato com um caso primário - por ex. via de transmissão pessoa-a-pessoa, em casa, etc..- Taxa de incidência dos casos secundários Inquéritos/questionários apropriados para a coleta de dados sobre os pacientes e história antecedente (Ficha Individual de DTA - Formulários 2 e Resumo das Histórias de Casos e Controles - Formulário 3) Informações demográficas - para calcular coeficientes por faixa etária, sexo, etc.. Informações clínicas e estatísticas complementares sobre a doença na área (morbi-mortalidade) Informações sobre fatores de risco na área (criação de animais, industrias clandestinas, esgoto, etc., dependendo da doença) Como identificar e contar os casos? FORMULÁRIO 1 - Registro de Notificação de Doença Transmitida por Alimentos/Água FORMULÁRIO 2 - Ficha Individual de Investigação de Surto de Doença Transmitida por Alimentos/Água FORMULÁRIO 3 - Resumo das Histórias de Casos e Controles - Investigação Epidemiológica de Surto de Doença Transmitida por Alimentos/Água FORMULÁRIO 4 - Ficha de Identificação de Refeição/Fonte Suspeita FORMULÁRIO 5 - Relatório Final de Investigação de Surto de DTAA OBS: serão apresentados e discutidos em detalhe durante os exercícios FORMULÁRIOS DE TRABALHO: DISQUE CVE Município Região Estado IAL Nível Federal Outros países AL VE VS Utilizar os formulários do SVE DTA - Investigação de Surtos: F01 - Registro de Notificação F02 - Ficha Individual de Investigação de DTA F03 - Resumo das Histórias de Casos e Controles F03A - Resumo de Resultados Laboratoriais F04 - Ficha de Identificação da Refeição/Fonte Suspeita F05 - Relatório de Investigação de Surto de DTA Ficha SINAN Surtos NOTIFICAÇÃO DE SURTOS (Sistema de Informação) : UBS, Hospitais, Laboratórios, Consultórios, Escolas, Creches, Cidadãos, etc. Epidemiologia Descritiva: possibilita a caracterização do surto no: Tempo: curso da epidemia, o tipo de curva e período de incubação Lugar: extensão geográfica do problema Pessoa: grupo de pessoas, faixa etária, exposição aos fatores de risco Estudos Descritivos informam sobre a distribuição de um evento na população, em termos quantitativos: Incidência ou Prevalência Estudos epidemiológicos: Tx de Incidência = Número de casos novos* X 1000 hab. Número de pessoas expostas ao risco* (*) em determinado período Tx de Prevalência = Número de casos novos e antigos*X 1000 hab. Número de pessoas na população* (*) em determinado período Tx de Ataque = número de de Doentes* X 100 número de comensais/população sob risco* (*) em determinado período É a incidência da doença calculada para cada fator de risco provável/causa, isto é, por fator suspeito. Por ex., O alimento que apresentar a taxa de ataque mais alta, para os que o ingeriram, e a mais baixa, para os que não o ingeriram, é provavelmente o responsável pelo surto. Principais medidas de freqüência em Surtos de DTA: Mapear casos por locais de ocorrência: bairros, ruas, estabelecimentos, locais de lazer, etc..Detectar grupos de surtos/casos ou padrões que podem fornecer pistas para identificação do problema. O ideal é fazer o mapa utilizando a Taxa de Incidência dos casos na população. Caracterização do surto por lugar: determinar a extensão geográfica do problema Grupos de pessoas - faixa etária, sexo, raça, ocupação, renda, tipo de lazer, uso de medicamentos, doenças antecedentes, etc. = suscetibilidade à doença e riscos de exposição Caracterização do surto por pessoa: determinar as características dos grupos e a suscetibilidade à doença e riscos de exposiçãoDIREITOS DOS CONSUMIDORES Acesso aos alimentos Alimentos seguros/saudáveis Informação Reclamar e ter reparação Educação alimentar Ser ouvido Ambiente saudável Editar estilos de texto Mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível Riscos Qual a percepção dos consumidores ? Qual a atitude das empresas ? Qual a resposta dos governos? Quais são os riscos dos alimentos ? Conheça os riscos dos embutidos Por mais que sejam práticos para os lanches rotineiros, os embutidos podem trazer graves consequências futuras, causadas por uma alimentação desequilibrada, rica em sal, colesterol, gorduras saturadas e conservantes, que em nosso organismo são convertidos em substâncias potencialmente cancerígenas, além de serem pobres em fibras, vitaminas e sais minerais. Confira alguns aditivos e seus efeitos colaterais: – Conservadores (ácido benzoico, nitratos, nitrito): alergia, distúrbios gastrointestinais, dermatite, aumento de mutações genéticas, hipersensibilidade, câncer gástrico e do esôfago. – Corantes: reações alérgicas, convulsões e câncer. – Espessantes: irritação da mucosa intestinal e ação laxante. – Estabilizantes: cálculos renais e distúrbios gastrointestinais. – Umectantes: distúrbios gastrointestinais e da circulação pulmonar. – Acidulantes (ácido acético): cirrose hepática, descalcificação dos dentes e dos ossos. – Flavorizantes: câncer e alergias. Que riscos se escondem nos alimentos ? Contaminação microbiana (bactérias, vírus, parasitas, etc) Contaminação química (agrotóxicos, metais pesados, toxinas, etc) Contaminação física (sujeira, substâncias estranhas, radiação, etc) Alergias Substâncias desruptoras do sistema endócrino A percepção dos consumidores ? Países desenvolvidos: Vaca louca Dioxina Bactérias resistentes Surtos Transgênicos No Brasil: os anabolizantes, testes do IDEC e INMETRO, monitoramentos da ANVISA, polêmica dos transgênicos, a preocupação com os agrotóxicos, o recente caso do caldo de cana. A percepção dos consumidores ? Pesquisa Instituto Ipsos, realizada em 33 países: o consumidor, em sua maioria, não confia na qualidade e na segurança dos alimentos. No Brasil, 61% da população acredita que sua alimentação é menos segura que há dez anos. Apesar de ser o índice mais baixo na América Latina tal indicador torna mais urgente a questão da segurança alimentar no País. Isto É setembro de 2001 A resposta dos governos Canadá CANADA: CRIAÇÃO DA AGÊNCIA CANADENSE DE INSPEÇÃO DE ALIMENTOS – 1997 Unificação institucional Base científica Racionalização de recursos Propostas inovadoras – MPIP Sistemas de alerta Enfoque de eficiência-efetividade e unificação A resposta dos governos União Européia Redirecionamento do controle de alimentos Regulamento (CE) n° 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de janeiro de 2002, que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Européia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos gêneros alimentícios Enfoque precautório e resgate de credibilidade A resposta dos governos União Européia Livro Verde 1997 Livro Branco 2002 Criação da Autoridade Européia de Segurança Alimentar Princípios Básicos: Responsabilidade do produtor Legislação genérica e comunitária Informação ao consumidor Ciência e Princípio da Precaução Análise de riscos Rastreabilidade 59 A atitude das empresas ? Aumento da influência nos fóruns de regulamentação Responsabilidade social Mundialmente, o lançamento, em 1º de setembro de 2005, da ISO 22000 – Sistema de gestão da segurança de alimentos - Requisitos para qualquer organização da cadeia produtiva de alimentos e tem a intenção de harmonizar as normas internacionais que tratam da segurança de alimentos Globalização e Mercosul exigiu que os órgãos governamentais se “adaptassem” à nova realidade. Criação da ANVISA MAPA – “verniz regulatório” e propostas isoladas INMETRO – Política de qualidade e “olhar” para o consumidor Imprensa interessada Associações de consumidores muito ativas a partir dos anos 90. DPDC, Procons e MP (incorporam temas de alimentos) Indústrias – forte na defesa dos seus interesses junto ao governo. Mas, E no Brasil ? União, estados e municípios desarticulados Paralelismo Antagonismo Duplicidade Controle de alimentos pré-mercado Não envolvimento da sociedade Falta de transparência Baixa eficiência e efetividade Ainda não houve um processo de discussão sobre a estruturação do controle de alimentos Ênfase no registro de produtos, aprovação de rotulagem, alvarás, licenças Falta de referência epidemiológica Ausência de uma referência de risco Ausência de participação social do consumidor Sem transparência Pessoal técnico pouco capacitado Ausência de sanção uniforme ou de políticas legais estruturadas Recursos no controle de grandes empresas (multinacionais), alimentos para exportação com pouca atenção ou preocupação à segurança dos alimentos consumidos pela população Controle de pré-mercado Controle de pré-mercado: países menos desenvolvidos (América Latina) Controle de pós-mercado: Canada, EUA e na maioria dos países na União Européia. Controle com modelos mistos: países asiáticos, EUA, EU, Canadá Sistemas de controle de alimentos Controle de pós-mercado Pouco valor ao registro de produtos Responsabilidade pelo produto é da empresa Preocupação com o que se come internamente Valor elevado na inspeção nas empresas e nos produtos no mercado Inspeções tipo GMP (depois HACCP) Vigilância das doenças veiculadas por alimentos (sistemas de alerta) Consumidor é ouvido e informado Conhecimento sobre Codex Alimentarius e Acordos da OMC, GMP, HACCP. Mecanismos de transparência Articulação com níveis locais e com a sociedade Controle de pós-mercado Há uma postura ativa dos serviços no enfrentamento dos agravos e riscos dos alimentos Os serviços conhecem a realidade onde atuam Os serviços têm uma visão ampliada da sua atuação Os funcionários são verdadeiros inspetores Valoriza a ferramenta técnica e a informação Há um equilíbrio entre os aspectos técnicos, legais e políticos A sociedade é chamada a participar ativamente da gestão dos riscos A perspectiva ... Repensar o controle de alimentos no Brasil Evitar propostas setoriais: a construção de uma nova realidade deve ser feita em conjunto Lembrar que o Estado nem tudo sabe e nem tudo pode Instituir um novo marco legal Pensar na participação ativa do cidadão em todo o ciclo da decisão Plataforma dos Consumidores 2002 Qualidade Sanitária Implantação de um programa integrado de controle sanitário de alimentos, do campo à mesa, envolvendo a sociedade e os órgãos governamentais federais, estaduais e municipais. Avaliação do impacto das novas tecnologias, como engenharia genética e a irradiação, proibindo a comercialização de produtos sem uma adequada análise de riscos, aplicando o princípio da precaução; Estruturação de um Sistema Nacional de Investigação de Doenças Veiculadas por Alimentos. Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor Plataforma dos Consumidores 2002 Qualidade Sanitária Implementação de controle rigoroso de aditivos, drogas veterinárias, pesticidas e seus resíduos, metais pesados e micotoxinas, abrangendo, de maneira efetiva, os alimentos destinados ao consumo interno. Ampliação da cobertura de inspeção sanitária e rastreabilidade de produtos de origem animal e vegetal, consumidos no mercado interno, atingindo todas as regiões do país. Criação de sistema que permita à população acessar e/ou receber informações sobre ações de fiscalização, apreensões, interdições e proibições de produtos alimentícios. Botulismo Clostridium botulinum Bacilos G(+), formadores de esporos, flagelos peritríqueos, anaeróbios estritos Botulus linguiça Amplamente distribuído na natureza (solo e água principal) Tipos de toxina:A, B, C1, C2, D, E, F e G botulismo clássico, botulismo de lesão e botulismo infantil Mais grave processo de doença alimentar 1 μg de toxina é letal Produção da toxina ocorre durante a reprodução bacteriana Toxina termolábil : 80ºC por 30 min ou 100ºC pouco minutos Período de incubação: 12 a 36h após ingestão da toxina Sintomas: problemas gastrointestinais, dificuldade de deglutição, visão dupla, parada respiratória, parada cardíaca Tratamento: anti-soro e lavagens estomacal e intestinal. Toxina não é formada em pH <4,5. Alimentos associados: de pH elevado e ambiente anaeróbio (conservas vegetais, hambúrgueres, patês) Medidas de controle: tratamento térmico adequado, acidificação, redução da Aa, uso de nitratos e nitritos Clostridium botulinum A maioria dos casos de botulismo clínico, deve-se ao consumo de alimentos caseiros em conserva, preservados de maneira inadequada; Distribuídos no solo e em sedimentos de lagos e mares; Manifestações neurológicas e/ou gastrintestinais; Oito diferentes tipos de toxina. Reino: Bactéria Filo: Firmicutes Classe: Clostridia Ordem: Clostridiales Família: Clostridiaceae Gênero: Clostridium Espécie: C. botulinum Classificação Filogenética Anaeróbio: Preste muita atenção: latas enferrujadas e estufadas devem ser descartadas. Conservas e enlatados devem ter procedência conhecida, data de fabricação e de validade afixadas à embalagem. Produtor de toxina (termolábil) inativada pelo calor em uma T de 80ºC por 10’. Características Gênero Escherichia Bastonetes de 1,1 a 1,5 por 2 a 6 micrometros Gram negativos Anaeróbios facultativos Móvel através de um flagelo Não esporulados fermentam glicose com produção de gás Habitat trato intestinal do homem e animais de sangue quente Causador de infecções Ser vivo mais estudado pelo homem Temperatura ótima: 35 a 37ºC pH ótimo: 6,5 a 7,5 Disseminação: material fecal e por meio de vários veículos pode vir a contaminar a água e o alimento Sintomas: diarréias intensa, febre, náuseas, vômitos, dores abdominais, fezes sanguinolentas Período de incubação> 6 a 36h Duração: 1 a 4 dias Microrganismo Sintomas E. Coli enteroagregativa Diarréia E. Coli enterohemorrágica Diarréia, Diarréia com sangue, Sindrome Uremica Hemolítica E. Coli enteroinvasiva Diarréia com sangue E. Coli enteropatogênica Diarréia E. Coli enterotoxigênica Diarréia Quadro 6: Cepas de E. coli e sintoma relacionado Isolada em 1982 consumo de hambúrguer no EUA 2000 infecções/ano com 250 mortes nos EUA Caso mais famoso Sakai City ,Japão em 1996 com 5700 casos registrados Grupo de risco : crianças entre 4 e 5 anos É muito tolerante ao ácido Tolerante ao frio sobrevive abaixo de 5°C Diferencia-se pela habilidade de secretar Shiga toxina E. coli O157:H7 Principais alimentos envolvidos Carne mal cozida Leite cru Água não clorada Cidra de maçã Queijo Outros alimentos Iogurte Salame Molho de tomate Países com casos documentados EUA Canadá U.K África Japão Argentina Arábia Saudita Staphylococcus aureus Bactéria pertencente à família Micrococcaceae Cocos Gram-Positivos Mesófila Associada à contaminação cruzada e a má higienização Inúmeros problemas em surtos de DTA’s Intoxicação alimentar apesar dos S.aureus causarem infecção mas Nunca via alimentos! Staphylococcus aureus Cocos G(+), facultativas anaeróbias, mas crescem melhor em aerobiose Mucosa nasal, garganta, cabelo e pele. Associado a baixas condições de higiene 7- 47,8ºC com produção de toxina de 10º-46ºC Suportam altas concentrações de NaCl (10-20%) Crescem em Aw até 0,83. Toxina termoestável Intoxicação acontece quando 106 células/g de alimento. Alimentos associados: muito manipulados (pizzas, produtos de confeitaria...) Medidas de controle: condições higiênico-sanitária satisfatória, refrigeração adequada, não manter alimentos aquecido em temperatura que favoreça o crescimento Bactéria gram (+) Forma de bastonete curto Não esporulado Mobilidade pelo flagelo peritríquio Anaeróbios facultativos Crescimento entre 2,5 a 44ºC – relatos a 0ºC pH 4,5 a 9,5 Sobrevive em altas concentrações de sal Amplamente disseminada na natureza: homens, animais e ambiente. Listeria monocytogenes distribuído na natureza e Reservatório: amplamente também nos homens e animais Suporta sucessivos congelamentos e descongelamentos Alta mortalidade em imunodeprimidos, debilitados, recém- nascidos Alimentos associados: leite cru, pasteurizado, carnes de diferentes animais Medidas de controle: limpeza e sanificação de equipamentos e utensílios, evitar contaminação cruzada Mulheres grávidas Recém- nascidos Pessoas idosas Pacientes imunocomprometidos Vítimas de câncer Recém-transplantados Pessoas em diálise Pacientes aidéticos Sintomas: Infecção de mulheres grávidas pode ser assintomática ou caracterizado por influenza com febre, mialgia e dor de cabeça Abortos espontâneos, morte fetal, septicemia neonatal e meningite Em adultos: Infecções do sistema nervoso central, meningite, infecções parenquimais Sintomas de gastroenterite Vegetais, laticínios, carne e produtos do mar Leite pasteurizado resitência térmica Mais especificamente: Leite achocolatado Milho Sorvete Manteiga Queijo leve Produtos de carne Camarão Salmão defumado truta Características do microrganismo: Bacilos Gram-negativos Microaerófilos (ambiente com 5% O2) Necessário dióxido de carbono para o crescimento Trato intestinal de amimais e humanos Propriedades potencialmente patogênicas aderência e colonização caráter invasivo produção de citotoxina e uma enterotoxina (similar a da cólera) Rapdamente destruídas pelo calor (10 min a 60ºC) Gênero Campylobacter 14 espécies 7 ou 8 causam doenças no homem C. jejuni C. coli Alimentos envolvidos: Carne Vegetais Leite não pasteurizado Água Dose infecciosa 2x102 UFC/g de alimento 95%
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