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TCC -A APOSENTADORIA ESPECIAL E A FIXAÇÃO DE REQUISITO ETÁRIO: ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ 
ESCOLA DE DIREITO 
CURSO DE DIREITO 
 
 
ANA CAROLINA BAUMGARTNER FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A APOSENTADORIA ESPECIAL E A FIXAÇÃO DE REQUISITO ETÁRIO: 
ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA 
2020
 
 
 
ANA CAROLINA BAUMGARTNER FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A APOSENTADORIA ESPECIAL E A FIXAÇÃO DE REQUISITO ETÁRIO: 
ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS 
 
Artigo de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Direito da 
Pontifícia Universidade Católica do 
Paraná, como requisito parcial à obtenção 
do título de bacharel em Direito. 
 
Orientador: Prof. Me. Paul Jürgen Kelter. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA 
2020
 
 
 
ANA CAROLINA BAUMGARTNER FERREIRA 
 
 
A APOSENTADORIA ESPECIAL E A FIXAÇÃO DE REQUISITO ETÁRIO: 
ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Direito da 
Pontifícia Universidade Católica do 
Paraná, como requisito parcial à obtenção 
do título de bacharel em Direito. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________________ 
Professora Mestra Fernanda Raquel Thomaz de Araújo 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 
 
_____________________________________ 
Professor Mestre Paul Jürgen Kelter 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 
 
_____________________________________ 
Professora Mestra Raquel Cristina Silva das Neves 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 
 
 
 
Londrina, 25 de outubro de 2020. 
 
 
 
 
A APOSENTADORIA ESPECIAL E A FIXAÇÃO DE REQUISITO ETÁRIO: 
ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS 
 
THE SPECIAL RETIREMENT AND AGE REQUIREMENT SETTING: 
ANALYSIS OF CONSTITUCIONAL FOUNDATIONS 
 
Autor: Ana Carolina Baumgartner Ferreira1 
Orientador: Prof. Me. Paul Jürgen Kelter2 
 
RESUMO 
A Aposentadoria Especial consiste em uma espécie de benefício previdenciário 
conferido ao trabalhador que exerce suas atividades sujeitadas a condições 
especiais. O presente estudo busca analisar as principais mudanças da reforma da 
previdência no que concerne à aposentadoria especial e esgrimir o descumprimento 
dos princípios basilares da Constituição Federal, tais como o princípio da dignidade 
da pessoa humana e o principio do não retrocesso, entre outros, que configuram 
inconstitucional tal mudança e concomitantemente, o vislumbre da fixação de idade 
mínima como lesivo ao direito adquirido assegurado por lei. O problema a ser 
enfrentado se foca na ideia de que os danos concernentes à saúde e integridade 
dos trabalhadores que laboram em atividades insalubres ou perigosas não se 
encontram subordinada a uma faixa etária, mas ao tempo que ficam expostos aos 
agentes tidos como nocivos, pois o objetivo central da aposentadoria especial 
consiste na prevenção ou condução preventiva de lesões adversas, que não podem 
ser restauradas ou revertidas. O método de abordagem será dedutivo, de técnica 
argumentativa, com finalidade básica. Para resolução do problema será utilizada 
pesquisa qualitativa; já para elaboração do presente trabalho será utilizada pesquisa 
bibliográfica e documental composta principalmente de livros e artigos científicos, 
análise da legislação atual e levantamento jurisprudencial e doutrinário. O novo 
requisito culminaria, aparentemente, na descaraterização da aposentadoria especial 
com natureza preventiva, no que tange a proteção e preservação da saúde e 
integridade física e psíquica do laborado, sendo este o problema a ser pautado. 
 
Palavras-chave: Aposentadoria Especial. Fixação de Idade Mínima. 
Inconstitucionalidade. 
 
 
_______________ 
 
1 Graduando do Curso de Direito do Curso da Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 
2Advogado, mestre em Ciências Jurídicas pelo Centro de Ensino Superior de Maringá, professor de 
direito previdenciário, ética profissional e direito processual civil da PUC-PR. Professor dos cursos 
de pós-graduação em Direito da PUC-PR, IDCC, UNIVEL, Faculdade Integrado, UNIFIL, UNIPAR e 
EMATRA. 
 
 
 
ABSTRACT 
The Special Retirement consists of a security benefit conferred to workers who 
execute their activities in particular conditions. This study analyzes the most 
significant changes in the special retirement after the social security reform and 
examines the non fulfillment of basic principles found in the Federal Constitution, as 
the principle of dignity of the human person and the non-retrogression which 
configure unconstitutionally such change, and concomitantly foresees the glimpse of 
minimum age fixed as a harmful act to the constitutional rights ensured by law. The 
matter discussed focuses on the idea that the damages concerned to the health and 
integrity of workers who labor at hazardous activities are not related to their age 
range but the frequency they are exposed to toxic agents since the main objective of 
special pension consists in the prevention of adverse injuries that cannot be restored 
or reverted. The approach method will be deductive, based on argumentative 
technique with basic finality. Qualitative research will be used for problem-solving 
and the work will be elaborated by bibliographic and documental research of books, 
scientific articles, current legislation analyses, jurisprudence, and doctrinaire survey. 
This current requirement would culminate in the mischaracterization of the special 
pension preventive nature, regarding the protection and preservation of laborer’s 
physical and mental health, addressing the total attention to this problem. 
 
Key-words: Special Pension. Minimum Age Fixed. Unconstitutionality 
 
 
 
4 
1 INTRODUÇÃO 
 
A aposentadoria especial consiste em um benefício previdenciário. É uma das 
modalidades de aposentadoria por tempo de contribuição, contudo, o tempo é 
reduzido em detrimento aos demais. Isto porque, a finalidade primordial desta 
modalidade de aposentaria é garantir ao beneficiário do Regime Geral da 
Previdência Social uma compensação em razão do desgaste derivado do tempo de 
labor, que fora realizado em condições prejudiciais à sua integridade física ou 
psíquica, com potencial dano à saúde. 
Em 2019, foi promulgada a Emenda Constitucional 103, que alterou os 
requisitos para concessão da aposentadoria especial. Antes a promulgação da EC, o 
laborado tinha o direito de receber a aposentadoria especial caso preenchesse o 
requisito temporal de contribuição referente ao trabalho realizado. 
Após a Emenda, com a Reforma da Previdência, um novo requisito foi 
adicionado ao rol que regulamenta a concessão do benefício previdenciário: o 
requisito etário. Este requisito consiste na ideia de que o trabalhador, além de ter 
que preencher o requisito temporal de exposição ao ambiente nocivo, precisa atingir 
um segundo requisito, etário, sem o qual não poderá ser beneficiário da 
aposentadoria especial. 
Desta forma o trabalhador que labora exposto a agentes físicos, químicos e 
biológicos sendo nocivos à saúde, deverá cumprir tanto o requisito de contribuição 
quanto a idade mínima e tempo de exposição aos agentes prejudiciais. 
O problema a ser exposto encontra respaldo quando se verifica que a 
inclusão do requisito etário não considera o tempo que o agente já passou exposto a 
agentes físicos, químicos e biológicos nocivos à sua saúde. 
Os danos concernentes à saúde e integridade dos trabalhadores que laboram 
em atividades insalubres ou perigosas não se encontram subordinados a uma faixa 
etária, mas ao tempo que passam expostos aos agentes tidos como nocivos, pois o 
objetivo central da aposentadoria especial consiste na prevenção ou condução 
preventiva de lesões adversas, que não podem ser restauradas ou revertidas. 
A presente pesquisa tem como objetivo principal verificar a 
constitucionalidade da previsão que exige idade mínima para obtenção da 
aposentadoria especial, independente do tempo ao qual otrabalhador está exposto 
ao ambiente nocivo. 
 
 
 
5 
A reforma da aposentadoria especial recém imposta, aparentemente, fere a 
Constituição, pois pode levar a sofrimento os segurados que desempenham 
atividades insalubres ou perigosas, o que justifica a necessidade e utilidade do 
presente estudo. 
Para atingir a finalidade imposta, o método utilizado é o dedutivo, de técnica 
argumentativa, com finalidade básica. Para resolução do problema fora utilizada 
pesquisa qualitativa, tendo sido necessária uma pesquisa preliminar bibliográfica e 
documental composta principalmente de livros e artigos científicos, análise da 
legislação atual e levantamento jurisprudencial e doutrinário. 
 
2 QUESTÕES FUNDAMENTAIS SOBRE APOSENTADORIA ESPECIAL 
 
O trabalho humano sempre se fez presente, contudo, primordialmente, sequer 
havia a noção de direito do trabalho, visto que nas sociedades antigas o tema era 
abordado por leis de servidão, regulando a relação entre o trabalhador e seu 
senhorio, onde o trabalhador era reduzido ao estado de coisa. 
 
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CONSTITUCIONAL 
 
Durante toda história, o homem e a mulher sempre cuidaram em garantir o 
seu próprio sustento e de sua família, entretanto, diante cenário de pobreza e 
enfermidade, o cidadão, por si só, não logra êxito, sendo este dependente do 
Estado. 
 Os primeiros indicios da aposentadoria especial foram vistos na história por 
meio da advento da Lei Eloy Chaves, em 1923, que estabeleceu a proteção aos 
ferroviários, no qual, mais tarde abarcaram os marítimos e portuários, além dos 
trabalhadores dos serviços radiográficos e telegráficos, uma vez que se tinha o 
conhecimento de que estas profissões se encontravam vinculada a atividades 
árduas3. 
Esta modalidade de aposentadoria com caráter especial é um benefício 
previdenciário de prestação continuada, que surgiu com a Lei nº 3.807, de 28 de 
_______________ 
 
3 AMADO, Frederico. Curso de Direito e Processo Previdenciário. Editora Jusprovm. 6ª ed. 2015. p. 
88. 
 
 
 
6 
agosto de 1960. Na origem, sua avaliação juntava as opiniões trabalhistas de 
insalubridade, periculosidade e penosidade, sendo admitido, em suma, duas 
suposições de concessão, à pela categoria profissional e pela submissão a agentes 
nocivos4. A redação originária determinava que o segurado que contasse com, no 
mínimo, cinquenta anos de idade, quinze anos de contribuição e que tivesse 
trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos em atividade laboral cujo exercício fora 
considerado insalubre, perigoso ou penoso5. 
Em 23 de maio de 1968, a Lei nº 5.440-A, suprimiu a exigência de idade, além 
disso, em 8 de junho de 1973 se teve a redução da carência para 5 anos por 
intermédio da Lei nº 5.8906. 
Posteriormente, em 24 de julho de 1991, a Lei nº 8.213, ao tratar da 
aposentadoria especial, retomou a carência em 15 anos e acabou por determinar a 
concessão do benefício ao segurado que se encontrasse abarcado pelo exercício de 
atividade que viesse a prejudicar sua saúde ou integridade física. 
A edição da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, acabou por modificar a Lei 
nº 8.213/91, trouxe uma relevante mudança no tocante aos conceitos da 
aposentadoria especial. O enquadramento por categoria profissional foi extinto, 
sendo o benefício, então, concedido em razão da comprovação do tempo de 
trabalho permanente, não intermitente, nem ocasional, em condições especiais que 
maleficiem a saúde ou a integridade física do trabalhador e da efetiva exposição dos 
laborados aos agentes nocivos ou prejudiciais a saúde. 
De acordo com Carlos Domingos, essa lei “poder ser rotulada como o marco 
incial das significativas alterações que sofreu a aposentadoria especial na vigência 
do Plano de Benefício da Previdência Social7. 
A partir da Lei 9.528/97, a relação de agentes nocivos para fins da 
aposentadoria especial passou a ser determinada pelo Poder Executivo e sua 
comprovação seria realizada por intermédio a apresentação do Perfil 
_______________ 
 
4BARROSO, Geny Helena Fernandes. Aposentadoria Especial e a Conversão em tempo comum. 
Disponível em:<https://jus.com.br/artigos/15051/aposentadoria-especial-e-a-conversao-do-tempo-
de-servico-especial-em-comum/3>. Acesso em: 15/09/2020, 
5 DEUD, Cláudia Augusta Ferreira. Legislação Relativa à Aposentadoria Especial. Disponível 
em:<https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estudos-e-notas-tecnicas/publicacoes-da-
consultoria-legislativa/areas-da-conle/tema15/2005_4559.pdf>. Acesso em: 18/09/2020. 
6DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020, p. 25. 
7 DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020, p. 28. 
 
 
 
7 
Profissiográfico, sendo este um formulário emitido pela empresa fundado em laudo 
técnico das condições ambientais, expedido por engenheiro de segurança do 
trabalho ou médico do trabalho8. 
Em 11 de dezembro de 1998, a Lei nº 9.723, instituiu contribuição específica 
para esse benefício, sendo assim, passou a ter um custeio próprio. Além disso, 
estabeleceu que o laudo técnico das condições do ambiente de trabalho deveria 
abarcar as informações concernentes a utilização da tecnologia de proteção 
individual. Por fim, determinou que o segurado que retornasse ou permanecesse à 
mesma atividade que deu inicío a aposentadoria especial teria seu benefício 
abolido.9 
Em seguida fora publicada a Emenda Constitucional n. 20/1998 onde alterou 
substancialmente o status da aposentadoria especial, a redação original detinha 
como garantia e com esta EC n. 20/98, passou a ser uma ressalva, sendo deslocado 
o artigo 202 para o artigo 20110. 
Em 2003, o Decreto n. 4.827 alterou os artigos 65 e 68 da Decreto n. 
3.048/99, modificando substancialmente o conceito de permanência e instituiu uma 
nova metodologia para aferir alguns agentes nocivos. Alterou também os critérios 
acerca do enquadramento dos agentes biológicos e do elemento físico ruído11. 
No tocante a sua origem, no período de restauração da aposentadoria por 
tempo de serviço para os ferroviários e demais categorias de trabalhadores, esta 
provocou certo conflito com as aposentadorias da legislação específica, em especial, 
a do professor. 
_______________ 
 
8DEUD, Cláudia Augusta Ferreira. Legislação Relativa à Aposentadoria Especial. Disponível 
em:<https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estudos-e-notas-tecnicas/publicacoes-da-
consultoria-legislativa/areas-da-conle/tema15/2005_4559.pdf>. Acesso em: 18/09/2020. 
9DEUD, Cláudia Augusta Ferreira. Legislação Relativa à Aposentadoria Especial. Disponível 
em:<https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estudos-e-notas-tecnicas/publicacoes-da-
consultoria-legislativa/areas-da-conle/tema15/2005_4559.pdf>. Acesso em: 18/09/2020. 
10“Art. 201. A previdência social será organizada sob forma 
(...) 
§1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão da aposentadoria aos 
beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados aos casos de atividades exercicias 
sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei 
complementar.” 
 
11DEUD, Cláudia Augusta Ferreira. Legislação Relativa à Aposentadoria Especial. Disponível 
em:<https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estudos-e-notas-tecnicas/publicacoes-da-
consultoria-legislativa/areas-da-conle/tema15/2005_4559.pdf>. Acesso em: 18/09/2020. 
 
 
 
8 
Após dez anos sem modificações, em 16 de outubro de 2013 o Decreto n. 
8.123 trouxe significativas mudanças aos artigos 64 a 69 do RGPS.12 
Por fim, em 13 de novembro de 2019, a Emenda Constitucional restabeleceu 
o requisito etário para que houvesse a concessão do benefício, tal exigência, 
conforme aludido fora extirpada do ordenamento jurídico em 196813. 
Portanto, até novembro de 2019, a aposentadoria exigia carência mínima de 
180contribuições, sendo devido ao segurado que se encontra submetido de forma 
habitual e permanente a riscos ambientais por exposição a agentes insalubres ou 
periculosos por 15, 20 ou 25 anos, conforme a natureza e o grau de nocividade do 
agente nocivo (físico, químico ou biológico). 
Atualmente a redação14 determina que para a concessão do benefício 
especial se faz necessário a permanência e habitualidade em atividade laboral 
_______________ 
 
12DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020, p. 31. 
13DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020, p. 31. 
14 " Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações: 
Art. 19. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição a que se refere o inciso I do § 7º do art. 
201 da Constituição Federal, o segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social após a data 
de entrada em vigor desta Emenda Constitucional será aposentado aos 62 (sessenta e dois) anos 
de idade, se mulher, 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, com 15 (quinze) anos de 
tempo de contribuição, se mulher, e 20(vinte) anos de tempo de contribuição, se homem. 
 
§ 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição 
prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria: 
I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a 
caracterização por categoria profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) 
ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho 
de 1991, quando cumpridos: 
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos 
de contribuição; 
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de 
contribuição; ou 
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de 
contribuição; 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade 
avançada; 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, 
ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de 
contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos 
segurados: 
 
 
 
 
9 
expostas a agentes prejudiciais ou nocivos a saúde do trabalhador, além de cumprir 
a carência de 180 contribuições. 
 
2.2 APOSENTADORIA ESPECIAL 
 
A aposentadoria especial, desde o princípio, foi um benefício com muitos 
questionamentos e sua aplicabilidade era concedida com rígidos requisitos, com 
avaliação e validação do direito e, consequentemente, sua concessão labutável. 
Consideráveis modificações sucederam em sua jornada legal até os dias atuais, 
entretanto, ainda se faz necessário diversos requisitos até sua concessão. 
 
2.2.1 Conceito e Natureza Jurídica: 
A aposentadoria especial consiste em um benefício distinto concedido pelo 
Estado ao segurado que venha comprovar a permanente exposição a agentes 
nocivos. É umas das modalidades de aposentadoria por tempo de contribuição, 
entretanto, com redução do tempo. A finalidade primordial desta consiste na garantia 
ao beneficiário do Regime Geral da Previdência Social como forma de compensação 
em razão do desgaste derivado do tempo de labor realizado em condições 
prejudiciais à sua integridade física ou psíquica ou saúde. 
Nas palavras de Horvath Júnior, a aposentadoria especial consiste em um 
“Direito subjetivo excepcional de quem preenche aspecto especial porque requer, 
além do tempo de serviço, principalmente, a exposição ao risco15.” 
Sérgio Pardal, por sua vez, a define historicamente como “modalidade de 
aposentadoria por tempo de serviço/contribuição diminuído para 15, 20 ou 25 anos 
em razão das condições de trabalho insalubres, perigosas ou penosas a que estiver 
submetido o trabalhador16”. 
É de suma importância ressaltar que, essa modalidade de aposentadoria se 
denomina “especial” em razão do efeito compensatório ou indenizatório ao 
trabalhador com o propósito de gratificar, de algum modo, a execução de atividades 
 
I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe 
multiprofissional e interdisciplinar; 
 
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos 
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação. 
15HORVATH JÚNIOR. Miguel. Direito Previdenciário. 10. ed. São Paulo: QuartierLatin, 2014, p 333. 
16 FREUDENTHAL, Sérgio Pardal. Aposentadoria Especial. São Paulo: LTr, 2000. p. 13. 
 
 
 
10 
excepcionais, no entanto essenciais, com sua exposição constante ao risco, 
diferente das demais atividades comuns por representarem perigo de dano à sua 
saúde e integridade, física e psíquica. 
No tocante a sua característica “especial”, esta consiste no fato de retirar o 
trabalhador da exposição da atividade nociva como maneira de prevenir ocorrência 
futura de certeza relativa, enquanto as demais modalidades de aposentadoria 
apontam precaução à evento futuro e incerto. 
Para que haja a devida concessão deste benefício se faz necessário a 
comprovação de exposição da integridade física do empregado a agentes nocivos 
que é feita por meio do preenchimento do formulário Perfil Profissiográfico 
Previdenciário (PPP), sendo preenchido pela empresa com base em Laudo Técnico 
de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) declamado por médico do trabalho 
ou engenheiro de segurança do trabalho. 
Vale frisar, desde o princípio, a indicação nas diferenças típicas aos conceitos 
de prevenção e precaução. Enquanto a precaução consiste na proteção do 
segurado frente aos acontecimentos de determinado evento, tempo de contribuição 
ou até mesmo, idade avançada. A prevenção consiste na retirada prévia do 
trabalhador em atividade cuja execução são exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou integridade. 
Nas palavras de Carlos Domingos, 
é um benefício de natureza preventiva, que permite ao segurado exposto a 
agentes nocivos físicos, químicos, biológicos ou à associação destes 
agentes, “retirar-se aos aposentos” mais cedo, com o fito de preservar o que 
ainda lhe resta de saúde, exaurida justamente devido à esta exposição 
insalutífera ao longo de 15, 20 ou 25 anos.17 
 
Para que haja a concessão deste benefício especial, o segurado deverá 
cumprir com os requisitos dispostos pela lei18 em vigor ao tempo em que este 
exerceu o labor com condição especial pelo qual, atualmente se faz necessário 
cumprir a carência de 180 contribuições e o requisito etário, além da habitualidade e 
permanência em atividades que prejudiquem a saúde ou a integridade física do 
trabalhador. 
_______________ 
 
17DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020, p. 24. 
18Art. 57 da Lei 2.213/91. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida 
nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde 
ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser 
a lei. 
 
 
 
11 
Destarte, conclui-se que aposentadoria especial, nas palavras de Saliba: “a 
aposentadoria especial pode ser definidacomo benefício previdenciário em razão 
das condições de trabalho com exposição a agentes físicos, químicos, biológicos ou 
associação desses agentes, passíveis de prejudicar a saúde ou a integridade física 
do trabalhador19.” 
 
2.2.2 Princípios previdenciários e constitucionais 
Os princípios basilares de proteção do trabalhador encontram-se assegurados 
na Costituição Federal vigente, sendo estes o direito à vida, à saúde e direito ao 
meio de trabalho equilibrado. 
Estes direitos sociais são assegurados através dos princípios da dignidade da 
pessoa humana, da igualdade, da cidadania, princípio da vedação da proteção 
social insuficiente e do não retrocesso, tais são considerados de segunda geração, 
com força de cláusula pétrea, uma vez que são fundamentais. 
No tocante ao sistema de Seguridade Social, este tem previsão na 
Constituição Federal de 1988, tendo como finalidade auferida pelo Estado o bem 
estar social, atuando concomitantemente nas áreas de saúde, assistência social e 
previdência social, de maneira que as contribuições sociais galgaram a custear as 
ações do estado nas áreas citadas. 
A Constituição Federal traz em seu artigo 194, o conceito de seguridade 
social, onde dispõe ser o “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social”. 
 A Previdência Social, por sua vez, possui caráter contributivo e de filiação 
obrigatória, encontra-se prevista no artigo 201 da Carta Magna, tendo como objetivo 
resguardar os segurados contra eventuais doenças, invalidez, morte, desemprego 
involuntário e idade avançada, ficando garantido a proteção à maternidade, o 
auxílio-reclusão e o salário família. 
Já a aposentadoria especial é um benefício de proteção ao trabalhador que 
esta sujeito a riscos ambientais que possam causar eventuais danos a saúde 
integridade física, psíquica, biológica e fisiológica ou ao risco de morte, tendo 
respaldo constitucional no artigo 201, parágrafo primeiro, consistindo em um direito 
_______________ 
 
19 SALIBA, Tuffi Messias. Aposentadoria Especial. 2. ed. São Paulo: LTR, 2013, p. 7. 
 
 
 
12 
de segunda dimensão, de cunho social, com amparo no artigo 7º, Incisos XXIII e 
XXIV da Constituição Federal. 
Segundo Castro e Lazzari, 
a aposentadoria especial é espécie de aposentadoria por tempo de 
contribuição, com redução do tempo necessário à inativação, concedida em 
razão do exercício de atividades consideradas prejudiciais à saúde ou à 
integridade física, pelo que seria um benefício de natureza previdenciária 
que busca reparar financeiramente o trabalhador sujeito a condições de 
trabalho inadequadas20. 
 
Diante disso, a aposentadoria especial consiste em um benefício excepcional, 
com natureza extraordinária, tendo concessão restrita a determinadas categorias de 
segurados do Regime Geral de Previdência Social, objetivando preservar a 
integridade física do trabalhador, ao retirar o trabalhador antecipadamente do 
mercado de trabalho, sendo evidente seu cunho preventivo. 
Nas palavras de Frederico Augusto, 
fato é que o legislador poderia ter continuado categórico na oposição do 
trabalho em ambiente nocivo, o que levaria a inexistência desse benefício, 
fosse o caso de ter fixado um prazo para a eliminação ou a neutralização da 
insalubridade do ambiente de trabalho e penalidades rigorosas para aqueles 
que não cumprissem, contrapondo a aceitação do simples pagamento de 
adicional ao operário que fica exposto, o que implicaria na não obrigação de 
instituição do benefício especial21. 
 
 A Emenda Constitucional 103/2019 que trouxe a reforma previdenciária, no 
que tange a aposentadoria especial, com relação à fixação da idade mínima violará 
os princípios garantidos na Constituição Federal, restando caracterizado o 
retrocesso, nos transportando de volta ao ano de 1960, onde se deu inicio a tudo. 
 A recente fixação de idade mínima, por meio da Emenda Constitucional 
103/09, caracteriza na prática a supressão da aposentadoria especial, podendo ser 
enquadrada em uma anulação a conquistas legislativas e judiciais dos segurados. 
Em suma, as alterações feitas no Regime Geral de Previdência Social, são as 
mais crúeis no tocante a Aposentadoria Especial, com prejuízo à diversos princípios 
legais. 
Muitos são os princípios constitucionais que norteiam a seguridade social e a 
aposentadoria especial, conforme encontram se alencados nos artigos 194, 
_______________ 
 
20 CASTRO, Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João Batista Lazzari. Manual de Direito 
Previdenciário.12 a. ed. São José: Conceito Editoria, 2010. p. 637. 
21 AMADO, Frederico Augusto Di Trindade, Direito Previdenciário Sitematizado. ed. 2. Salvador: 
Juspodivm, 2011. 
 
 
 
13 
paragráfo único e artigo 195, paragráfo 5º da Constituição Federal. Contudo, alguns 
princípios merecem destaques. 
Após a promulgação da atual Carta Magna na década de 90, algumas classes 
trabalhistas passaram a sofrer ataques no tocante a direitos sociais por meio de 
emendas constitucionais e medidas provisórias, com restrições e exclusões nos 
direitos fundamentais dos trabalhadores. Em razão disso, para ser resguardado os 
direitos constitucionais e conquistas sociais, surgiu o princípio do não retrocesso. 
Nas palavras de Cunha, este princípio consiste na “vedação ao legislador de 
suprimir arbitrariamente a disciplina constitucional ou infraconstitucional de um 
direito fundamental social” 22. 
Sendo assim, os direitos sociais já realizados e efetivados via medidas 
legislativas devem ser consideradas garantidas constitucionalmente e, caso haja 
quaisquer medidas que venham por extinguir, anular ou revogar estas, sem que se 
tenha uma medida alternativas que a substituam, são consideradas inconstitucionais 
visto a inviabilidade de proteção ao índividuo. 
Portanto, é dever do legislador manter o propósito de aumentar, 
progressivamente, as ferramentas para que se concretizem os direitos fundamentais 
sociais, por meio de garantias protetivas à medida que nela se evolui. 
 Além disso, a dignidade da pessoa humana é, de modo geral, um dos 
grandes princípios do direito brasileiro. Sendo assim, dignidade é um termo que 
detém diversos significados, mas comumente está ligada a ideia de “merecimento 
ético”, em virtude de um status social ou de condutas baseadas em honradez e 
honestidade. É um cargo conferido a quem seja “merecedor”. 
Ingo Wolgang Sarlet, conceitua dignidade da pessoa humana como sendo 
uma 
qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor 
do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, 
implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais 
que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho 
degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições 
existentes mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover 
_______________ 
 
22CUNHA, Jarbas Ricardo Almeida. O princípio da proibição do retrocesso social como norte para o 
desenvolvimento do direito à saúde no Brasil. Disponível em: 
https://www.ipea.gov.br/code2011/chamada2011/pdf/area8/area8-artigo3.pdf>. Acesso em: 
10/10/2020 
 
 
 
14 
sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e 
da vida em comunhão com os demais seres humanos23. 
 
A Pessoa humana, por sua vez, consiste em uma identificação jurídica 
baseada em critérios filosóficos e biológicos, distinguindo o homem dos demais 
seres vivios e objetos. 
Outrossim, os princípios constitucionais encontram sua compreensão e 
origem no homem, fundamento de todo dever, direito e arrazoamentos ao indivíduo. 
E, por se tratar de um fundamento, o homem não institui, em si, um princípio, uma 
vez que, o “fundamento não é um princípio, mas a justificação radical dos próprios 
princípios”24. 
Na esfera jurídica, como nas demais áreas,“o homem é a medida de todas as 
coisas25”. Em vista disso, o objetivo final do direito consiste na realização dos 
valores do ser humano, ou seja, o direito mais se aproxima de seu objetivo quanto 
mais se aproxima o homem, em todas as suas dimensões, sucedendo os valores 
que lhe são mais validos. 
Desta forma, a dignidade traduz-se em um atributo essencial da pessoa 
humana pelo simples fato de alguém “ser humano”, se tornando instantaneamente 
merecedor de proteção e respeito, independente de sua raça, origem, sexo, estado 
civil ou condição econômica. 
Nas palavras de Gisela Ramos, dignidade da pessoa humana consiste “no 
ponto de partida na construção dos direitos fundamentais, estes só podem ser assim 
qualificados se e quando forem expressão perfeita daquela, e não apenas nos 
estreitos limites das normas jurídicas, mas no amplo espaço da realidade pela qual 
todos e cada um de nós somos, indiscutivelmente, responsável”26. 
É um princípio fundamental inerente a todos os seres humanos desde a 
concepção ulterina, não sendo dependente ou vinculado a atribuição de 
personalidade jurídica ao titular, pelo qual automaticamente ocorre devido ao 
nascimento com vida. 
_______________ 
 
23Sarlet, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constiuição 
Federal de 1988, pág 60. 
24 COMTE-SPONVILLE, André. A sabedoria dos Modernos. Ed. Martins Fontes. 1999, p. 90. 
25 Conforme renomada frase de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas 
que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.” 
26RAMOS, Gisela Gondin. Princípios jurídicos. Belo Horizonte: Fórum, 2012. p. 407. 
 
 
 
15 
Rizzato Nunes27, por sua vez, declara ser este princípio como sendo um 
supraprincípio constitucional, ou seja, estando este acima dos demais princípios 
constitucionais. 
 A dignidade constitui um valor universal, independente das diversidades 
sócio-culturais dos povos. Embora diferentes em sua singularidade, detém, pela sua 
condição humana, as mesmas faculdades e necessidades vitais.28 
 Outrossim, esta é composta por um conjunto de direitos existenciais 
compartilhados por todos os cidadãos, em igual proporção. Em razão disso, não há 
que se falar em maior ou menor dignidade, o homem apenas por ser não perde sua 
dignidade, por mais reprovável que seja sua conduta. 
 Portanto, este princípio infere a igualdade entre os indivíduos. Este é um de 
seus pilares, segundo Peter Singer “o princípio da igual consideração de interesses 
não permite que a nossa prontidão em considerar os interesses dos outros dependa 
de aptidões ou de outras características destes, excetuando-se a característica de 
ter interesses.29” 
 Outro pilar da dignidade é a liberdade na sua concepção ampla, onde permite 
o homem efetivar plenamente seus direitos existenciais. É imprescindivel a pessoa 
humana a liberdade interior, para realizar suas escolhas, sonhar, construir projetos e 
planos, manifestar suas opiniões. Contudo, isso não significa que o homem seja livre 
para ofender a honra alheia, ou expor a vida do outrem. A liberdade encontra limite 
frente a outros direitos que integram a personalidade humana, como é o caso da 
honra e da intimidade. 
 Tais pilares encontram-se destacados no texto do artigo 1º da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, conforme traçado “Todas as pessoas nascem livres 
e iguais em dignidade e em direitos. São dotados de razão e de consciência, devem 
agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. 
 Desta forma, a partir do momento em que o homem não é verdadeiramente 
livre, ou seja, não tem acesso a condições mínimas e dignas, como é o caso da 
saúde, educação, informação, não há que se falar em dignidade. 
_______________ 
 
27 NUNES, Rizzato. Princípio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana: Uma Análise do Inciso 
III, do Art. 1º, da Constituição Federal de 1988. São Paulo: Celso Bastos Editor, Intituto Brasileiro de 
Direito Constitucional, 1999, p. 19-20. 
28 Cf. DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna. 2002. p. 8. 
29 SINGER, Peter. Ética Prática. Ed. Martins Fontes. 1998, p. 32. 
 
 
 
16 
Certamente, o trabalho é considerado imprescindível à sobrevivência 
humana. Na origem da humanidade, o homem tem a possibilidade de usufruir de 
uma vida digna por meio do trabalho, visto que, em razão disso se afirma que o 
trabalho dignifica o homem. 
Em razão disso, quando se trata de trabalho, este deve ser visto sob a óptica 
daquele que preserva a integridade moral e física do trabalhador, uma vez que, caso 
contrário, o trabalho deixaria de ser uma ferramenta que dignifica o homem, 
resultando em uma fonte maléfica, sendo retomado sua antiga conotação que 
remetia ao instrumento romano de tortura, tornando este, um meio propicio a violar o 
princípio constitucional da dignidade humana. 
Sendo assim, é possível notar através da Constituição Federal em seus 
artigos 1º, inciso IV; artigo 6º; artigo 170 e artigo 193 buscam proteger a dignidade 
do trabalhador. Quando se trata de proteção da dignidade do trabalhor, isto significa 
em proteger o trabalhador em sua atividade e de seu ambiente de trabalho. “ulterior 
ao seu estado físico, psíquico e emocional da sua jornada de trabalho. 
Ademais, este princípio traz a vida como um bem inviolável, sendo 
subentendido respeito a integridade psíquica e física do trabalhador, assegurando 
condições adequadas e justas para a vida do individuo e de seus familiares, visto 
que tais condições devem ser estendidos e aplicados no meio de trabalho. 
Em uma nova era de valorização e ampliação dos direitos trabalhistas, a 
Constituição Federal inovou ao dedicar um capítulo exclusivamente ao ambiente de 
trabalho, o que antes não passava de uma fundamentação teórica, passou a ter 
status de norma fundamental, mesmo que não esteja presente no rol de direitos e 
garantias fundamentais. 
O conceito de ambiente de trabalho encontra-se fundado no artigo 225, 
conjugado com os dispositivos30 que tratam acerca da saúde e direitos do 
trabalhador presentes no texto da Constituição Federal. 
Em vista disso, a garantia do ambiente de trabalho equilibrado implica além 
de inexistência de fatores de risco no local de trabalho, mas também de condições 
que efetivam o bem-estar social do trabalhador e sua proteção. 
_______________ 
 
30 Artigo 1º, inciso III, c/c artigo 3º, incisos I e IV, c/c artigo 5º, caput, c;c artigo 6º, c/c artigo 7º, caput, 
e incisos, c/c artigo 170, caput e inciso VI, c/c artigo 200, incisos II e VIII, caput, CF. 
 
 
 
17 
Desta forma, o ambiente de trabalho deve ser íntegro, haja vista proteger a 
saúde e segurança do empregado, para que assim este não seja acometido da 
dignidade do trabalhador em vista a relação trabalhista. 
Vale salientar que, a mera existência de EPI (equipamentos de proteção 
individual e/ou coletivo), que devem ser ofertados pelo empregador, não extinguem 
os riscos que possam vir a sofrer os trabalhadores, apenas buscam garantir a 
proteção frente a exposição aceitável, dentro de um limite de tolerância. No entanto, 
o legislador se importou em resguardar os trabalhadores que laboram em condições 
especiais, com a finalidade de impedir que o trabalhador viesse a ser tomado pela 
invalidez antes mesmo de usufruírem dos direitos previdenciários assegurados 
constitucionalmente pela aposentadoria especial em seu artigo 201 da Constituição 
Federal. 
Portanto, ampliar o tempo de exposição aos agentes nocivos, perigosos e 
penosos é, equivalente a reduzir o tempo de vida do segurado, agregando 
problemas a saúde, doenças ocupacionais, incapacidades. Além disso, acabará por 
aumentar o númedo de trabalhadores afastados por auxílio a doença e 
aposentadoria por invalidez, sendo violado a finalidade primordial inerente à 
aposentadoria especial. 
Outrossim, no que tange a igualdade, proporcionalidade e razoabilidade,a 
Constituição Federal de 1988 prevê, logo em seu preâmbulo que o ordenamento 
jurídico brasileiro tem como fim, dentres outros, assegurar a igualdade como 
soberano vulto de uma sociedade fraterna. 
Segundo Flávia Piovesan, encontra-se consolidado “tanto do Direito 
Internacional como no Direito Brasileiro, o valor da igualdade, com o respeito à 
diferença e à diversidade.31” 
Desta forma, nota-se que em nosso sistema jurídico, a igualdade fora elevada 
a uma condição especial, junto ao princípio da dignidade da pessoa humana, acima 
dos demais princípios. Nesse sentido José Afonso da Silva, citando Carmen Lúcia 
Rocha, afirma que “a igualdade constitucional é mais que uma expressão de Direito; 
é um modo justo de se viver em sociedade. Por isso é princípio posto como pilar de 
_______________ 
 
31 PIOVESAN, Flávia. Implementação do direito à igualdade, Temas de direitos humanos, 2. ed., São 
Paulo: Max Limonad, 2003, p. 196 
 
 
 
18 
sustentação e estrela de direção interpretativa das normas jurídicas que compõem o 
sistema jurídico fundamental.32” 
O artigo 5º, caput, da Constituição Federal traz, por sua vez, o princípio 
constitucional da igualdade perante a lei. 
Este princípio dispõe a identidade de eficiência e possibilidades virtuais entre 
os cidadãos de usufruir de tratamento igualitário pela lei. Sendo assim, em vista do 
princípio da igualdade ficam vedadas quaisquer diferenciações arbitrárias e utópicas, 
não amparado pelos valores dispostos na Carta Magna. 
Nas palavras de José Afonso Silvam a “igualdade constitui o signo 
fundamental da democracia.33 
Desta forma, o princípio da equidade pressupõe que os indivíduos sejam 
colocados em diferentes situações e em razão disso sejam tratados de forma 
deseiguais, na medida de suas desigualdades. Nas palavras de Nery Junior “dar 
tratamento isonômico às partes significa tratar os igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades34”. 
Portanto, ao pegar um grupo variado e tralá-los de forma igual, no que se 
refere a aposentadoria especial, viola o princípio resguardado pela Constituição 
Federal, visto que ao se fixar um requisito etário para os benefícios distintos, 
levando em consideração a expectativa de vida de cada individuo, acaba por aplicar 
uma fórmula àqueles que buscam a inatividade ao serem submetidos à condições 
severas. 
Conforme esclarece José Afonso Silva, 
o princípio não pode ser entendido em sentido individualista, que não leve 
em conta as diferenças entre grupos. Quando se diz que o legislador não 
pode distinguir, isso não significa que a lei deva tratar todos abstratamente 
iguais, pois o tratamento igual não se dirige a pessoas integralmente iguais 
entre si, mas àquelas que são iguais sob aspectos tomados em 
consideração pela norma, o que implica que os iguais podem diferir 
totalmente sob outros aspectos ignorados ou considerados irrelevantes pelo 
legislador.35 
 
Ademais, a inconstitucionalidade não consiste na fixação de uma idade 
mínima, mas ao definir tal requisito sem ser considerado os agentes nocivos caso a 
_______________ 
 
32SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo, 20. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 
213. 
33 Ibidem, p. 210. 
34NERY, Junior, 1999. p. 42. 
35 SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo, cit, p. 215.. 
 
 
 
19 
caso, havendo desproporcionalidade frente as questões fáticas que são impostas, 
como é o caso do ambiente de trabalho nocivo capaz de incapacitar o trabalhador ao 
fulminar a saúde do mesmo. 
Destarte, o presente princípio ainda requer que haja proporcionalidade e 
razoalidadedo requisito etário frente aos critérios previstos na atual Constituição 
Federal, de modo que, ao ser fixado algum novo requisito, não se tenha excesso de 
rigor ou acabe por diminuir a proteção social a ponto de a torná-la insuficiente. 
 Por fim, o princípio da vedação da proteção insuficiente consiste em uma 
proibição de uma proteção deficiente, ou seja, consiste em uma não permissão de 
uma deficiência na prestação legislativa, de maneira a não resguardar bens jurídicos 
fundamentais, visto que, na aposentadoria especial, bem jurídico protegido é a 
saúde física, psíquica e biológica do trabalhador. 
Portanto, ao condicionar o benefício especial a requisitos etários, sem se 
observar as particularidades de nocividade das atividades insalubres, acabará 
aumentar radicalmente, o número de segurados afastados em razão de acidentes, 
invalidades, adoecimentos e até mortes decorrentes dos ambientes de trabalho. 
 
3 ANÁLISE COMPARATIVA DA APOSENTADORIA PRÉ E PÓS REFORMA 
3.1 APOSENTADORIA ESPECIAL ANTES DA REFORMA: 
Conforme já aludido, a aposentadoria especial é benefício previdenciário 
antecipado conferido ao trabalhador que labora em atividades expostas a agente 
químicos, biológicos e físicos, que acabam por causar prejuízo a integridade e saúde 
do trabalhador. 
Antes da promulgação da Emenda Constitucional 103/2019, o laborado 
detinha o direito à aposentadoria especial se preenchido o requisito temporal de 
contribuição referente ao trabalho realizado. 
Sendo assim os trabalhadores que exerciam atividades em minas 
subterrâneas detinham o direito ao benefício com 15 anos de contribuição. 
Nos casos de segurados que exerciam atividades em contato direto com 
amianto ou trabalho em minas podiam se aposentar com 20 anos de contribuição. 
 
 
 
20 
Já aqueles que exerciam atividades laborativas em outras funções, porém, 
expostos a agente nocivos, seriam necessários 25 anos de contribuição. 
A referida carência encontrava-se disposta no artigo 57 da Lei 8.213/91, 
conforme redação: 
A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida 
nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei36. 
 
Vale ressaltar que aqueles trabalhadores que atingiram o tempo de 
contribuição antes da entrada em vigor da nova lei, detém direito adquirido e ainda 
há a possibilidade de se aposentar com as condições aqui descritas. 
Entretanto, já o segurando que se encontrava no mercado de trabalhando 
durante a promulgação da EC 103/19, porém, não preenchendo os requisitos, 
deverão seguir as novas regras. 
O trabalhador que estava no mercado de trabalho durante a reforma e não 
preencheu os requisitos deverá cumprir as novas condições. 
3.2 APOSENTADORIA ESPECIAL APÓS A REFORMA: 
Após a Reforma da Previdência, promulgada com a Emenda Constitucional 
103/2019, foi adicionado um novo requisito para a concessão desse benefício 
previdenciário, sendo este, o chamado requisito etário. 
Desta forma o trabalhador que labora exposto a agentes físicos, químicos e 
biológicos sendo nocivos à saúde, deverá cumprir tanto o requisito de contribuição 
quanto a idade mínima e tempo de exposição aos agentes prejudiciais. 
Tais requisitos são destinados aos segurados vinculados ao Regime Geral de 
Previdência Social e, encontram-se dispostos no artigo 19, paragráfo 1º, da Emenda 
Constituicional 103/19, que estabelece: 
Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou 
tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição 
Federal, será concedida aposentadoria: 
I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 
_______________ 
 
36BRASIL, lei 8.213/91. Art. 57 
 
 
 
21 
(vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 
8.213, de 24 de julho de 1991, quando cumpridos: 
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade 
especial de 15 (quinze)anos de contribuição; 
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade 
especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou 
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 
(vinte e cinco) anos de contribuição.37 
 
Portanto, em conformidade com o requisito etário, os trabalhadores em minas 
subterrâneas deverão ter 15 anos de contribuição e idade mínima de 55 anos. Os 
segurados que trabalham em contato com amianto ou em minas deverão ter 20 anos 
de contribuição e idade mínima de 58 anos. Já os trabalhadores que exercem 
atividade laborativa exposto a agentes nocivos, deverão seguir os requisitos de 25 
anos de contribuição e idade mínima de 60 anos. 
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
A aposentadoria especial se distingue das demais aposentadorias, 
especialmente, por retirar o trabalhador da exposição aos agentes nocivos de modo 
preventivo e na tentativa de amenizar ou afastar a possibilidade de ter sua saúde ou 
integridade física e psíquica afetada em razão do labor. Na concepção de Martins: 
“Trata-se de um benefício de natureza extraordinária, tendo por objetivo compensar 
o trabalho do segurado que presta serviços em condições adversas à sua saúde ou 
que desempenha atividade com riscos superiores aos normais38“. 
A grande problemática esta na ideia de que os danos concernentes à saúde e 
integridade dos trabalhadores que laboram em atividades insalubres ou perigosas 
não se encontram subordinada a uma faixa etária, mas ao tempo que ficam 
expostos aos agentes tidos como nocivos, pois o objetivo central da aposentadoria 
especial consiste na prevenção ou condução preventiva de lesões adversas, que 
não podem ser restauradas ou revertidas. 
Até a Emenda Contitucional 103/2019 o segurado detinha o direito de obter a 
aposentadoria especial preenchendo o requisito do tempo de contribuição 
_______________ 
 
37BRASIL. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019. Art. 19. 
§1º. 
38MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2009, p. 353. 
 
 
 
22 
relacionado a atividade que ele realizava, após, ficou sujeito também ao requisito da 
idade mínima. 
O novo requisito culmina na descaraterização da aposentadoria especial 
como natureza preventiva, no que tange a proteção e preservação da saúde e 
integridade física e psíquica do trabalhador, sendo este o problema a ser pautado. 
A Emenda Constitucional 103, de novembro de 2019, trouxe sérias e 
profundas mudanças na Previdência Social Brasileira, mediante a admissão de 
novas regras, obstando sobremaneira o acesso a diversos benefícios 
previdenciários, impondo novos requisitos, alterando diversos tópicos, sendo 
prejudiciais aos segurados. 
A referida emenda constitucional é oriunda da PEC n. 06/2019, de autoria do 
Poder Executivo, tramitando perante o Congresso Nacional somente dez meses. 
Segundo o Carlos Domingos 
queimando importantes etapas do processo legislativo, aprovada em tempo 
que reputo insuficiente para que ocorressem os necessários estudos, 
análises e debates imprescindíveis para respaldar alterações de tamanha 
magnitude, que reduziram de maneira drástica e incisiva direitos e garantias 
fundamentais dos cidadãos brasileiros39. 
 
Ademais, segundo Domingos, a Nova Previdência é extremamente lesiva 
para os trabalhadores brasileiros e seus segurados, uma vez que caracteriza um 
evidente retrocesso social e colide de frente aos alicerces e finalidades da República 
Federativa do Brasil, estando dispostos nos artigos 1º e 3º da Carta Magna. 
A necessitade do requisito etário contrária a própria essência da 
aposentadoria especial, uma vez que, retira do benefício sua natureza 
necessariamente protetiva e preventiva. Este tema, inclusive, já fora debatido em 
sede do Congresso Nacional em 1968, onde os parlamentares e estudiosos da 
época entendido pelo descabimento da imposição de requesito etário para esta 
modalidade de prestação. 
Nas palavras de Carlos Domingos, 
mesmo decorridos quase cinquenta e dois anos da publicação da Lei nº 
5.440-A/68, não surgiu nada de tão inovador nós cenários jurídico, médico e 
cientifico, nem nas décadas de 1970, 1980, etc., nem em 2019 capaz de 
provar que o organismo humano suporta uma considerável carga maior de 
exposição aos agentes nocivos conhecidos de forma que permita ao 
_______________ 
 
39DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020, p. 361. 
 
 
 
23 
segurado permanecer tanto tempo mais sujeito a tais elementos deletérios, 
sem prejudicar incisivamente sua saúde.40 
 
O legislador constituinte originário determinou como alicerce da nossa Carta 
Magna os valores sociais do trabalho e a dignidade da pessoa humana, entre outros, 
tendo como objetivos fundamentais a redução das desigualdades sociais e 
regionais, a erradicação da pobreza e a promoção do bem de todos. 
Vale ressaltar que o direito à previdência social é considerado uma garantia 
fundamental, conforme encontra-se disposto no artigo 6º da Constituição Federal, e 
que o primeiro princípio da seguridade social é a universalidade da cobertura e do 
atendimento41. 
Desta forma, a compreensão das novas redações dos artigos trazidos por 
meio da Emenda Constitucional 103/2019, não pode ocorrer de modo isolado, mas 
em conjunto com todo o conteúdo normativo constitucional, especificamente no que 
tange aos direitos e garantias fundamentais, os alicerces da atual Carta Magna. 
Carlos Domingos ainda afirma que, 
o caráter reducionista das disposições dos citados artigos da EC n. 103/19, 
a imposição de uma idade mínima como condição de acesso à 
aposentadoria especial, e a extinção da conversão dos períodos, não 
encontram arrimo quando estudados com o restante do texto constitucional, 
visto que afrontam gravemente os fundamentos objetivos da República, 
além de contrariarem diversos outros princípios fundamentais da Carta 
Cidadã.42 
 
Outrossim, ao ser estabelecido um requisito etário para a inativação 
antecipada, sem haver uma apuração técnica ou cientifica, afronta a razoabilidade e 
a lógica, uma vez que, além de descaracterizar o caráter preventivo e protetivo deste 
benefício, acabará por inviabilizar sua concessão. 
Há que se falar, ainda, que a imposição etária para o presente benefício ainda 
obstruirá o acesso ao mesmo, visto que muitos segurados certamente ficarão 
incapacitados antes mesmo de concretizar o mencionado requisito, devido ao 
aumento de tempo ao exercício da atividade laboral. 
Domingos complementa dizendo, 
Por distarem veementemente da realidade; por não possuírem fundamento 
técnico, jurídico, médico, científico, econômico ou social; por ferirem 
_______________ 
 
40DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. São 
Paulo: LUJUR, 2020. p. 397, 
41BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 
Art. 194, parágrafo único, I. 
42DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência.cit, p. 398. 
 
 
 
24 
garantias fundamentais; por colidirem com as bases e finalidades da 
República; por agredirem a lógica e a razoabilidade, ao contrariarem a 
própria essência preventiva do benefício e, finalmente, por caracterizarem 
nítido retrocesso social, o implemento de idade mínima para fins de 
concessão de aposentadoria especial, assim como a eliminação da 
conversão, exigirão do intérprete do direito acurada atenção no sentido de 
verificar se as restrições impostas pelas novas normas encontram 
agasalho.43 
 
Sendo assim, o caráter social da norma deve nortear o interpréte buscando 
uma solução adequada ao caso em que se encontra. Ou seja, há de ser averiguado 
o objetivo desejado pelo legislador contrapesando também o destinatário da norma, 
o trabalhador, beneficiário da Previdencia Social, expostos a agentes nocivos à sua 
saúde.Cumpre asseverar, ainda, que a imposição etária para a concessão desse 
benefício malfere o “sobreprincípio” da dignidade da pessoa humana, uma vez que, 
obrigará o trabalhador a permanecer exposto a agentes prejudiciais a sua saúde por 
mais tempo do que o permitido. 
Nesse diapasão Célia Rosenthal afirma que 
mesmo que não seja caso de lacuna do ordenamento jurídico, o princípio da 
dignidade há que ser observado a cada aplicação da lei, a cada julgamento, 
bem como a cada medida a ser tomada pelo Executivo ou pelo Legislativo, 
e em toda ação de qualquer índividuo da sociedade. É princípio cuja 
observação propicia o conhecimento do homem como ser digno de 
proteção.44 
 
Leciona José Afonso da Silva: 
Dignidade da pessoa humana é um valor supremo que atrai o conteúdo de 
todos os direitos fundamentais do homem, desde o direito à vida. 
'Concebido como referência constitucional unificadora de todos os direitos 
fundamentais [observam Gomes Canotilho e Vital Moreira], o conceito de 
dignidade da pessoa humana obriga uma densificação valorativa que tenha 
em conta o seu amplo sentido normativo-constitucional e não uma qualquer 
ideia apriorística do homem, não podendo reduzir-se o sentido da dignidade 
humana defesa dos direitos pessoais tradicionais, esquecendo-a nos casos 
de direitos sociais, ou invocá-la para construir "teoria do núcleo da 
personalidade" individual, ignorando-a quando se trate de garantir bases 
existência humana. Daí decorre que a ordem econômica há de ter por fim 
assegurar a todos a existência digna (artigo 170), a ordem social visará 
realização justiça social (artigo 193), a educação, o desenvolvimento da 
pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania (art.205) etc., não como 
meros enunciados formais, mas como indicadores conteúdo normativo 
humana.45 
 
_______________ 
 
43Ibidem, p. 399. 
44 ZISMAN, Célia Rosenthal. Estudos de Direito Constitucional – O princípio da dignidade da pessoa 
humana. São Paulo: IOB-Thomson, 2005. p. 33. 
45SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 
2001. p. 109. 
 
 
 
25 
Logo, declinar ao trabalhador a compensação pela depreciação de sua saúde, 
possibilitando que se retire mais cedo dos ambientes laborais para lhe preservar o 
que ainda lhe resta de salubridade física, certamente não coaduna com o princípio 
da dignidade da pessoa humana. 
Ademais, o cabimento ou não da admissão de idade mínima na 
aposentadoria especial já foi matéria de estudos e discussão no âmbito do 
Congresso Nacional nos anos de 1968, onde o Poder Legislativo à época arbitrou 
que não seria cabível a imposição de idade mínima no que tange a aposentadoria 
especial. Portanto, se trata de um gritante retrocesso social, sem respaldo científico, 
o mesmo Poder da República adotar tal contudo totalmente contrária. 
Especificamente do que tange a proibição do retrocesso no ambiente das 
reformas previdenciárias, a Professora Thaís Riedel ensina: 
Embora as reformas dos regimes previdenciários sejam um fenômeno 
mundial, o Brasil tem realidade próprias, típicas dos países periféricos, que 
ainda não alacançaram um pleno Estado de bem-estar social, 
diferentemente dos países centrais. 
[...] 
Portanto, entende-se que enquanto ainda houver a probabilidade da 
ocorrência de um dano, cujo risco social já era protegido pela ordem 
jurídica, atráves de direitos sociais, não pode o legislador, mesmo sob o 
poder reformador da Constituição, retirar do ordenamento ou restringir sua 
proteção, sem alguma medida compensatória, enquanto risco ainda existir, 
sob pena de violar o princípio da vedação do retrocesso. 
Afinal, o núcleo essencial dos direitos fundamentais sociais encontra-se 
diretamente vinculado ao princípio da dignidade da pessoa humana que 
assegura acada indivíduo um conjunto de prestações materiais 
indispensáveis para uma vida com dignidade.46 
 
Além disso, em conformidade com o artigo 1º da Carta Magna, em seu inciso 
IV, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é o valor social do 
trabalho, desta forma, quando realizado em condições contrárias e prejudiciais a 
saúde do trabalhador, deve receber proteção ainda mais reforçada. Destarte, 
qualquer regra que diminua ou limite esta proteção, deve ser vista como uma afronta 
aos princípios fundamentais da República. 
Domingos conclui dizendo, “qualquer restrição ao acesso à aposentadoria 
especial deve ser entendida como “investida” contra o direito a vida, não havendo 
fragmentação, classificação, separação dos direitos fundamentais do homem que 
_______________ 
 
46ZUBA, Thais Maria Riedel de Resende. O Direito Previdenciário e o Princípio da Vedação do 
Retrocesso. São Paulo: LTr, 2013. p. 132-133. 
 
 
 
26 
possa respaldar tal atentado, muitos menos levianos e falaciosos argumentos 
econômicos, calcados em números e estatísticas inverídicos.47” 
Portanto, é possível afirmar que obrigar o trabalhador a perdurar muito mais 
tempo diante a condições agressivas a saúde em seu ambiente de trabalho, por 
meio da imposição de um requisito etário, se compreende em um grave atentado ao 
maior dos bens tutelados, qual seja, a vida, o que não deve ser admitido em 
qualquer esfera do direito. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Mediante as razões aqui expostas, que arguem por si, concomitante o que 
eventualmente se trata de atualidade, tem por finalidade o presente trabalho brunir á 
luz da razão a manutenção e sustentação de vitorias outrora alçadas no aspecto 
jurídico, trabalhista, calcada em nossa Carta Magna; A Reforma Previdenciária se 
faz necessária, mas é primordial manutenir a soberania conquistada. 
No decorrer do trabalho fora exposto o surgimento da previdência social em 
vista da necessidade humana e sua evolução histórica. O qual resvalou em alguns 
pontos específicos pertinentes a aposentadoria especial e seu nascimento, sendo 
cotejado o amparo social com os fins protetivos constitucionais. Fora, ainda, 
mencionados os pontos principais que violam os princípios constitucionais. 
É necessário destacar que a solução para dominar a inconstitucionalidade 
existente na Emenda Constituciona 103/19 baseia-se na individualização de cada 
trabalhador, uma vez que, não é possível determinar uma idade mínima para um 
determinado grupo. É preciso haver uma análise a fundo de cada caso a fim de 
melhor assegurar o direito do trabalhador. 
A conclusão que se chega é de que, por mais que nos últimos tempos se teve 
avanços acerca da conscientização da sociedade no tocante a importância da 
segurança do trabalho e da preservação da saúde ocupacional, ainda não são 
suficientes para extinguir as atividades em ambientes que acarretam risco à saúde e 
integridade do laborado. 
_______________ 
 
47 DOMINGOS, Carlos Aposentadoria Especial.antes E Depois Da Reforma Da Previdência. cit. p. 
403. 
 
 
 
27 
Logo, ao submeter o trabalhador a continuar por muito mais tempo frente a 
condições agressivas de saúde em seu ambiente de trabalho, por meio da adição de 
um requisito etário, apresenta um atentado ao maior dos bens tutelados, a vida, não 
devendo ser admitido. 
Por fim, a alteração ao critério de um benefício, que em suma já é 
considerado de injusta concessão, torna-se lesivo com a adição de requisitos 
objetivos que em nada se agregam como forma preventiva, ressarcitória ou 
protetiva; eficiente a retirar ou, tão pouco, amenizar os danos causados ao 
trabalhador. 
Conclui-se que a reforma da aposentadoria especial recém imposta, 
aparentemente, fere a Constituição, pois pode levar sofrimento aos segurados que 
desempenham atividades insalubre ou perigosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
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______. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro 
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29 
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