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Gênero Épico Canto VI - Eneida (Virgílio)

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS
ALUNO(S):
CHAIENY OHANA NASCIMENTO DOS SANTOS
ISABELA DA SILVA TEICHERT ARAÚJO 
JOÃO PEDRO DE SÁ RAMOS MOTHÉ
WENDI PEREIRA DE SOUZA
GÊNERO ÉPICO
ENEIDA – CANTO VI (VIRGÍLIO)
Niterói
2018
ALUNO(S):
CHAIENY OHANA NASCIMENTO DOS SANTOS
ISABELA DA SILVA TEICHERT ARAÚJO 
JOÃO PEDRO DE SÁ RAMOS MOTHÉ
WENDI PEREIRA DE SOUZA
GÊNERO ÉPICO
Eneida – Canto VI (Virgílio)
Trabalho apresentado na disciplina Matrizes Clássicas, com o objetivo de analisar e comentar o Canto VI da Eneida e as questões que o cercam. 
Professora: Thaíse Bastos
2018
Sumário
Introdução 	4
Epopeia e suas características	5
Elementos da narrativa na epopeia	5
Virgílio, Augusto e a produção da Eneida	6
Eneida...........................................................................................................7
	Temas e argumentos da Eneida.......................................................8
	Eneida e os Cantos............................................................................9
	A descida aos infernos......................................................................9
	Encontro com Anquises. O destino das almas. Visão da grandeza e futuro de Roma............................................................11
Conclusão...................................................................................................12
Bibliografia................................................................................................13
Introdução
Para fazer uma análise da Eneida e mais especificamente do Livro VI, é necessário entender um pouco sobre o gênero épico, passar pelo contexto político-histórico da época de produção, entender, na medida do possível, quem é o autor, diagnosticar o motivo da importância e centralidade da Eneida para a cultura ocidental e, por fim, relacionar todos esses dados com a própria obra virgiliana. É exatamente isso que esse trabalho se propõe a fazer. Para realizar a análise e contextualização da Eneida, usamos os textos indicados, além de pesquisas complementares. Nosso objetivo é passar por cada um desses tópicos de maneira que, ao nos debruçarmos sobre o Livro VI tenhamos esteio para desenvolver uma compreensão clara do texto.
Pretendemos com esse trabalho colocar os pontos principais e o que de fato foi importante para fazer das epopeias e principalmente da Eneida, referências para estudos e referências no sentido literário. Como não só o gênero, mas a obra serviu de inspiração para novas história ao longo dos séculos e como até hoje influência. E como um canto foi um marco ao mostrar o fim e o início de uma nação que viria se tornar muito poderosa.
Epopeia e suas caracteríticas
A epopeia[footnoteRef:1] ou poesia épica é um gênero da literatura clássica que se refere a um poema narrativo. Eterniza lendas e tradições ancestrais que foram preservadas através dos tempos, onde a criação da narrativa é em versos. Anula o intervalo temporal na medida em que se conhece os diálogos entre os textos. [1: Epopeia - to épos / poiéo= sing.: palavra, discurso, narrativa, verso / plural: ta épea.] 
A literatura da Grécia Antiga e literatura latina foram as que marcaram a epopeia. Tendo como destaque as obras poéticas: Ilíada e Odisséia, escritas por Homero e conhecidas como poemas homéricos; e a Eneida, escrita por Virgílio, ligada ao legado de Roma imperial de Augusto e conhecida como poema virgiliano. Essas são as três principais obras, mas a que iremos focar nesse trabalho, será a Eneida e a literatura latina.
Elementos da narrativa na epopeia
A criação poética era feita através das Musas[footnoteRef:2] e o narrador tem uma visão objetiva de não crítica em relação ao que está sendo narrado. O poeta registra, conta, apresenta os acontecimentos, mas se isenta de revelar seus sentimentos ou julgá-los. Toda essa estrutura narrativa distingue-se da seguinte forma: Proposição: que é o tema a ser narrado. Exemplo: Fundação de Roma; Invocação: o poeta solicita que a Musa lhe faça dom de inspiração poética; Narração: encontra-se fundida com a proposição. É a proposta da trama, articulada a apresentar a diversidade dos fatos a serem narrados. [2: Musas - divindades femininas ao qual o poeta invocava para obter a inspiração para iniciar a narrativa do canto.] 
‘Musa, mihi causas memora, quo numine laeso,
quidie dolens regina deum tor uoluere casus
insignem pietate uirum, tot adire labores impulerit.” (vv. 8-10)[footnoteRef:3] [3: “Musa!, recorda-me as causas da guerra, a deidade agravada; por qual ofensa a rainha dos deuses levou um guerreiro tão religioso a enfrentar sem descanso esses duros trabalhos?”] 
Virgílio, Augusto e a produção da Eneida
Púbilo Virgílio Marão, que ficou conhecido como Virgílio, nasceu em 15 de outubro de 70 a.C. e morreu em 21 de setembro de 19 a.C. Se instrui em retórica e filosofia, e com apoio de amigos influentes como Cornélio, Galo, Asínio Pólio, e sobretudo Micenas, tornou-se uma espécie de poeta oficial do regime do imperador Augusto. As obras escritas pelo poeta latino, foram inspiradas na literatura grega, mas fazendo ela com uma marca pessoal e inconfundível. Elas foram o modelo de toda poesia que foi escrita no Ocidente até o século XVIII. Entres as principais obras dele estão: As Bucólicas, As Geórgicas e A Eneida
A ascensão de Augusto como imperador trouxe muitas mudanças para Roma. Ele dividiu o poder com Marco Antônio e com Marco Lépido, todo o território sob o governo romano foi dividido entre os três. Porém, isso durou pouco tempo, Augusto derrotou e subjugou Marco Antônio na famosa batalha do Ácio, além de ter exilado Lépido. Assim, em 30 d. C. Otávio se torna Augustus, líder máximo, do que dali pra frente ficaria conhecido como Império Romano. 
Com esse pano de fundo, chegamos ao momento de produção da Eneida. Como já foi dito, Virgílio tem uma rede de relacionamentos bastante influente e já caminhava perto dos nobres de seu tempo, além de ter sido um grande admirador de Júlio César. Obras como as Bucólicas e as Geórgicas já haviam demonstrado seu grande talento como poeta.
Augusto era um intelectual e um estrategista brilhante e logo percebe a importância de Virgílio e o potencial político de sua influência artística. Assim, ele encomenda a Eneida como uma obra de exaltação ao espírito romano, e, claro, ao César. Assim a grande epopeia latina faz. Virgílio lança mão do mito já conhecido e difundido da fundação de Roma e o transforma numa obra perfeitamente poética e perfeitamente política
A mais importante obra produzida pelo poeta latino foi escrita ao longo de dez anos, de 29 a.C até 19 a.C., ano de sua morte. Em seu leito de morte Virgílio queria que a Eneida fosse queimada por que acreditava que a obra estava incompleta. Isso não aconteceu graças a interferência do imperador Augusto, que fez com ela fosse publicada. Incompleta ou não, a Eneida demonstrava duas coisas muito importantes para o discurso nacionalista de Augusto, em primeiro lugar que Roma tinha uma ascendência divina. Eneias era filho de Vênus, foi protegido e guiado pelos deuses até o Lácio e o próprio Júpiter já havia previsto a fundação de Roma. Assim, era desejo dos deuses que Roma fosse erguida. Em segundo lugar, a Eneida enaltece o próprio Augusto, como descendente do Piu Enias era ele mesmo divino em certa perspectiva e contava com a benção dos deuses como seu antepassado também contava. 
Embora tem sua composição textual inspirada nas obras gregas, a Odisseia, expressa nos seis primeiros cantos e a Ilíada, expressa nos seis últimos, a Eneida é indiscutivelmente uma obra de excelência romana. A expertise de Virgílio em escrever uma peça literária única que iria servir como inspiração pra tantas obras ocidentais, somado ao contexto histórico-político da época nos transporta para um lugar onde vemos claramente a excelência romana nessa produção. 
Eneida
Assim se deve entender a leitura da Eneida de Virgílio, ao mesmo tempo a mais bonita composiçãoliterária da civilização latina e a mais completa fonte da história do povo romano, das suas origens até o império de Augusto.
A epopeia é, por excelência, a celebração narrativa da história pátria ou a glorificação dos heróis nacionais. Na Eneida, sente-se a essência de Roma. A história romana inteira. A preocupação histórica está em toda parte, quer na resenha dos grandes homens nos Infernos, quer na pintura do escudo de Eneias no Canto VIII, quer em qualquer outro passo do poema. As alusões claras, os nomes dos heróis nacionais, as intervenções das divindades fazem dos doze cantos da Eneida a história romana representada.
Temas e argumentos da Eneida
O tema da Eneida é a glorificação de Roma, através da narração de sua história, desde a fundação até o império de Augusto. A lenda de Eneias era popular em Roma. Outros poetas, como Névio e Enio e historiadores como Catão e Varrão, falam das viagens de Enéias e relacionam a fundação da cidade de Roma à sua chegada à Itália. É conhecido o orgulho dos romanos, que se diziam descendentes dos deuses, como Júlio César. O herói Enéias, suas viagens, sua estada em Cartago, sua chegada à casa do rei Evandro, seu casamento com Lavínia, toda essa história guerreira e romântica, embora legendária e fantástica, fazia parte da cultura romana da época de Virgílio e tinha sua função político-social. O poeta transportou toda essa construção lendária para o seu poema e conferiu-lhe um significado mais elevado.
Na imaginação do poeta latino, Roma era a grande preocupação dos deuses. Por detrás das ruínas de Tróia, de onde fogem os que se salvaram da destruição dos gregos, Júpiter aparece como o guardião dos decretos do Destino. O poema de Virgílio trata exclusivamente de Roma, da Roma que Enéias não verá, da Roma que somente trezentos anos mais tarde se erguerá, mas que já existe de acordo com destino traçado pelos deuses. Assim se resume o poema de Virgílio, tendo partido de Tróia com seus companheiros, Enéias erra pelo mar e pelas mais diferentes terras, à busca do litoral italiano. Perseguido pela deusa Juno, é afastado da Itália para Cartago, na costa da África, onde reina a rainha Dido. Esta oferece-lhe excelente hospitalidade e acaba apaixonada por ele. Enéias conta-lhe a história da queda de Tróia e as desgraças que ele próprio sofrera. Enquanto aproveita do repouso em Cartago, apaixona-se também pela rainha, mas, consciente de seu destino, abandona Cartago e parte para a Itália. Na Sicília, celebra os rituais fúnebres em honra de seu pai Anquises e, em seguida, desce aos Infernos, onde é guiado por Sibila e visita, a alma do velho pai, a quem consulta a respeito dos destinos de Roma. Chega, enfim, à foz do rio Tibre, região que reconhece lhe está destinada pelos deuses. Envia embaixadores ao rei Latino, com presentes, a pedirem paz e aliança. E o rei, não só os acolhe com bondade, mas ainda oferece ao herói troiano a mão de sua filha Lavínia.
Eneida e os 12 Cantos
Obra escrita em latim, Virgílio exaltou na Eneida as origens e o espírito do povo romano. Narra a lenda do herói Enéias, sobrevivente da destruição de Tróia e primeiro ancestral dos romanos. Na obra, temos os 6 primeiros cantos que são inspirados na Odisseia, e que faz referência as aventuras vívidas por Odisseu no mar; e o os últimos 6 cantos, têm sua inspiração na Ilíada, fazendo referência à Aquiles e suas jornada na guerra de Tróia. Ao todo eles somam 12 cantos, que vão narrando toda a trajetória do herói até a chegada, o que um dia viria ser Roma e que se resumem da seguinte forma: Canto I: Chegada de Enéias a Cartago e história de Dido; Canto II: Narração da destruição de Tróia; Canto III: As viagens de Enéias; Canto IV: Amor e morte de Dido; Canto V: Viagem rumo à Itália: estadia na Sicília; Canto VI: No reino dos mortos; Canto VII: No Lácio, terra prometida; Canto VIII: Preparativos de guerra; Canto IX: Vitória parcial dos Rútulos; Canto X: Enéias volta com aliados; Canto XI: Trégua para a sepultura; Canto XII: Vitória final de Eneias.
Como já foi dito, o canto mais importante é o Canto VI, pois ele é a chave do poema, onde vemos Enéias ter conhecimento de toda grandeza de Roma.
A descida aos Infernos
Situada no centro do poema, a descida de Enéias ao mundo dos mortos encerra a metade odisseica da Eneida, toda sua aventura no mar, para dá início à metade ilidíaca, luta em terra. A frota chega em Cumas, na costa ocidental da Itália e em seguida Enéias vai encontrar com Sibila. A Sibila, virgem sacerdotisa de Apolo, chega, e leva Eneias até o templo e logo o deus por meio dela se manifesta. Ela assegura que ele e sua gente irão estabelecer-se no Lácio, ao preço, porém, muito irão enfrentar guerras antes de conquistar e se estabelecer como uma cidade. Em seguida, Eneias pede que a sacerdotisa continue o conduzindo e o leve até a presença do pai, mas descobre que para que isso aconteça, deve primeiro encontrar um ramo de ouro para dedicar a Prosérpina, sepultar um companheiro que acabou de morrer e oferecer sacrifício. Ao sair do templo, Enéias é informado sobre a morte de Miseno, durante cujos funerais encontra o ramo de ouro, ajudado por duas pombas brancas[footnoteRef:4]. Depois de prestar culto aos deuses é conduzido e continua sua aventura pelos infernos. [4: “Vix ea fatus erat, geminecum forte columbae
ipsa sub ora uiri caelo unere uolantes
et uiridi sedere solo. Tum maximus heros
maternas agnoscit aues laetusque precatur:”(vv.190-93)
Tradução: “Mal termirara, e eis percebe a baixar do alto céu duas pombas
gêmeas, aos olhos do herói claramente visíveis, que pousam
nos dois voláteis as aves maternas, e alegre prossegue:”
] 
“Sed non ante datur telluris operta subire
auriconos quam quis decerpserit fetus
Hoc sibi pulcra suum ferri Proserpina munus
instituit. Primo auulso non deficit alter
aureus, et simili uirga metallo”(vv.140-44)[footnoteRef:5] [5: “Mas não é dado a ninguém penetrar até ao centro da terra,
sem que primeiro dessa árvore arranque o áureo ramo com folhas.
Esse, o preceito que a bela Prosérpina impôs ao seu culto:
quando o primeiro é tirado, logo floresce na vara,
de ouro também recoberta, rebanto precioso, em verdade.”
] 
O poeta invoca as próprias divindades subterrâneas e a descida se inicia. Assim que chega ao vestíbulo, Enéias contempla os males que habitam os Infernos; os Remorsos, o Medo, as Enfermidades, a Velhice, a Fome, a Pobreza, as Mazelas, a Morte, os Trabalhos penosos, os Gozos proibidos, a Guerra, as Fúrias e a Discórdia. 
“Vestibulum ante ipsum primisque in faucibus Orci
Luctus et ultrices pouere cubilia Curae;
palletesque habitant Morbi tristique Senectus
et Metus et malesuada Fames ac turpis Egestas,
terribiles usi formae, Letumque Labosque;
tum consanguineus Leti Sopor et mala mentis
 Gaudia mortiferumque aduerso in limine Bellum.
ferreique Eumenidum thalami et Discordia cruentis.”[footnoteRef:6] [6: vv. 273 81 - narra toda a visão que Enéias têm dos males que habitam os infernos.] 
Ao chegar ao rio, Eneias tem o conhecimento que só é possível a travessia pelo Caronte, das almas que tiveram os rituais fúnebres, corpos que ficaram sem o devido sepultamento tinham sua travessia impedida.
Em seguida, eles encontram Cérbero, ao qual Sibila coloca para dormir possibilitando a passagem deles. Ao passar, chegam ao local a caverna das crianças, de suicidas e de quem morreu por amor. E é justamente, local onde ele vai encontrar Dido, que tira a própria vida devido a partida de Eneias. Ele a chama, mas por causa de seu ressentimento, escolhe o ignorar. Ele fala sobre ter partido não por vontade própria, mas por causa da vontade dos deuses, e se mostra triste por ter levado ela a causar a própria morte. Ele pede que ela não o ignore mostrando que não terão outra oportunidade de se encontrarem, mas como foi dito, ele escolhe ignorá-lo e parte deixando-o ali sem resposta.
Encontro com Anquises. O destino das almas. Visão da grandeza e futuro de Roma.
Enéias encontra enfim seu pai. E a partir desse encontro que podemos ver o desenvolvimento e das novasideias que se formaram no herói. Vemos um personagem tendo total conhecimento de tudo que viria e o que precisaria ser feiro para se cumprir o destino que havia sido traçado para ele pelos deuses. Ao caminhar, podemos ver Anquises mostrar o que aconteceria com as almas: muitas das quais iriam reencarnar e dar origem ao que viriam ser descendentes romanos. Anquises mostra todo o processo antes da alma retornar ao mundo dos vivos num novo corpo. 
Vemos, Enéias contempla tanto seu passado; que seriam os antigos troianos, e o seu futuro, que seria a descendência romana. Ele vê rostos de pessoas que foram famosas, como o fundador de Tróia e outros heróis. Esse desfile das almas faz com que Enéias deseje a glória futura. Ele vê representada uma nação que será descendente da junção dos troianos e itálicos. Ele não só vê o seu filho com Lavínia, mas também os futuros grandes líderes e também aqueles que causaram guerras. 
Assim, que termina a visão, Anquises leva o filho para fora, pela porta correta, que a porta de marfim[footnoteRef:7] e não pela porta de chifre[footnoteRef:8], para assim se cumprir seu destino como fundador que já estava traçado. [7: porta de marfim -que dá acesso ao mundo das aparências, ao mundo falso.] [8: porta de chifre - ele ficaria para sempre na eternidade.] 
Conclusão
As epopeias são por excelência obras de exaltação. Exaltam os heróis, o passado, grandes feitos e etc. A Eneida não sai desse modelo, o herói, seus feitos e o passado romano são na Eneida o fio condutor que nos carrega até o presente. Toda a história do povo romano é gloriosa e digna de ser lembrada. O espirito romano é o grande glorificado com a Eneida. 
Pudemos ver que, Virgílio criou uma obra prima que concilia o poder do mito já conhecido com a criatividade e beleza poética que só podem ser inspiradas pela Musa. A Eneida mostra como os deuses, pessoalmente, se importavam com o futuro de Roma e como guiaram o pius Eneias até o seu destino. Roma é gloriosa porque a gloria dos deuses corre no sangue dos líderes romanos. Quando Augusto relembra e reafirma através do trabalho de Virgílio seu parentesco com Eneias ele está dizendo que Roma conta com o favor dos deuses.
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