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1 Soniely Melo GINECOLOGIA Parte II Endometriose 2 Soniely Melo ENDOMETRIOSE Presença de tecido endometrial ectópico. Patologia benigna. Hormônio dependente – ocorre na menacme. Prevalência - Endometriose: 10-15% das mulheres. 20-50% mulheres com infertilidade 50% mulheres com dismenorreia 20-50% mulheres com dor pélvica crônica ETIOLOGIA – Endometriose: Teoria da menstruação retrógrada/ teoria de Sampson: fluxo menstrual retrógrado conteria células endometriais viáveis que iriam se fixar e crescer em locais ectópicos. Menstruação retrógrada é fisiológica. 90% das mulheres têm. Teoria imunológica: células endometriais que “caíram” na cavidade pélvica não conseguem ser eliminados pelo sistema imunológico da paciente. Citocinas e fatores de crescimento secretados por células de defesa poderiam propiciar a proliferação desse endométrio ectópico. Teoria da metaplasia celômica: transformação do tecido epitelial em tecido endometrial. Explica a endometriose no homem. Disseminação linfática/ hematogênica: explicaria a presença de lesões em locais distantes da pelve. Teoria iatrogênica: explicaria a presença de lesões em locais como cicatrizes de cesárea e locais de incisão de trocânteres de laparoscopia. FISIOPATOLOGIA – endometriose: Fatores hormonais – dependem de estrogênio; Fatores genéticos + Fatores ambientais (ex: nutrição). LOCAIS DE ACOMETIMENTO – endometriose: o Ovário o Fundo de saco de Douglas o Ligamentos útero-sacros o Fossa ovariana o Peritônio pélvico o Intestino (retossigmoide, íleo e apêndice cecal) o Bexiga o Ureter o Cicatrizes abdominais o Diafragma QUADRO CLÍNICO – endometriose: o Assintomática o Quadro álgico o Infertilidade #QUADRO ÁLGICO → Dismenorreia: 50% das pacientes com dismenorreia importante têm alguma causa secundária. Principal causa: ENDOMETRIOSE. 3 Soniely Melo Progressiva: intensidade ao longo dos anos. As lesões respondem a estímulos hormonais e geram respostas inflamatórias locais mais intensas no período menstrual. # DOR PÉLVICA CRÔNICA Dor independente do ciclo menstrual por 6 meses ou mais -> dor pélvica acíclica Relacionada ao: processo inflamatório local + aderências geradas pela doença + lesões em nervos pélvicos # DISPAURENIA Dor na relação sexual -> geralmente de profundidade Relacionada aos locais das lesões -> região retrocervical, ligamentos útero-sacros. A DOR NÃO É NECESSARIAMENTE RELACIONADA À EXTENSÃO DA DOENÇA! VEMOS PACIENTES COM MUITAS LESÃOS INFILTRATIVAS E ASSINTOMÁTICAS E PACIENTES COM LESÕES MÍNIMAS E QUADROS DE DOR INCAPACITANTE. Avaliação da dor -> Escala visual analógica Sintomas urinários: ▪ Lesões de bexiga e ureteres: assintomáticos; sintomas cíclicos (ex: disúria e hematúria) ▪ Quadros mais graves podem apresentar hidronefrose/ obstrução urinária: ex. quadros que invadem/ comprimem ureter. Sintomas intestinais: ▪ Podem ser assintomáticas ▪ Sintomáticas: disquezia, constipação ou diarreia, sangramento intestinal (hematoquezia), dores abdominais; ▪ Quadros obstrutivos são mais raros em lesões de retossigmoide: podem ocorrer em lesões ileocecais. Infertilidade: Causas: aderências -. Alterando a anatomia da pelve e até obstruindo as tubas uterinas. Resposta inflamatória local da doença pode alterar a qualidade dos óvulos e da receptividade endometrial. QUAL O QUADRO CLÍNICO DA ENDOMETRIOSE? “6 DS” o DISMENORREIA o DOR PÉLVICA CRÔNICA o DISPAREUNIA o DIFICULDADE PARA ENGRAVIDAR o DISÚRIA o DISQUEZIA EXAME FÍSICO – endometriose: Abdome: procurar massas palpáveis; Toque vaginal: unidigital e bimanual; tamanho uterino normal; posição do útero (retrovertido é o + comum); mais dificuldade de mobilização de colo; palpação de anexos; toque de região de fundo de saco (pode haver nódulos); DIAGNÓSTICO- endometriose: DEFINITIVO: histologia comprovando a presença de tecido endometrial nas lesões. Como a cirurgia só é indicada em alguns casos, são necessários métodos menos invasivos para comprovar a suspeita! EXAMES DE IMAGEM: *nenhum é 100% sensível ou 100% específico 4 Soniely Melo ✓ Ultrassom transvaginal com preparo intestinal ✓ RM abdome e pelve com contraste endovenoso e gel vaginal #a RM não detecta apenas endometriose intestinal, mas tem uma boa acurácia para lesões profundas em outros sítios anatômicos, inclusive para endometrioma ovarianos. ✓ Colonoscopia e cistoscopia -> suspeita de invasão dos respectivos órgãos. MARCADOR CA-125 - não deve ser utilizado para diagnóstico; - não é sensível e nem específico. LAPAROSCOPIA: Método diagnóstico e terapêutico; padrão- ouro: visualização direta com a biópsia + confirmação com biópsia. Vantagens sobre a laparotomia: ✓ Magnificação (aumento) das imagens; ✓ Melhor acesso ao abdome e à pelve; ✓ Menos invasiva; ✓ Melhor recuperação pós-operatória; ✓ Melhor estética; ESTADIAMENTO – endometriose: Ultrassonografia pélvica e transvaginal com preparo intestinal. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS – endometriose: ▪ Doença inflamatória pélvica: quadro agudo! ▪ Adenomiose: útero globalmente aumentado; ▪ Tumores ovarianos ▪ Síndrome do intestino irritável ▪ Fibromialgia ▪ Cistite intersticial CLASSIFICAÇÃO – endometriose: Superficial: peritoneal Ovariana: endometrioma Profunda: é aquela que acomete ligamentos uterossacros, septo retovaginal, intestino, ureteres ou bexiga, de forma infiltrativa, com penetração > 5mm. Ex: nódulo em fórnice posterior da vagina. TRATAMENTO – endometriose: Expectante: assintomáticas ou com lesões mínimas. Infertilidade: cirurgia x técnicas de reprodução assistida Dor: medicações - contraceptivos combinados, progesterona, DIU de levonorgestrel, análogos de GNRH, AINE, analgésicos. Cirúrgico – quando há falha de tto clínico; objetivo: ressecar todas as lesões possíveis. 5 Soniely Melo Os grandes objetivos do tratamento são controle da dor e manutenção da fertilidade, que são condições que comprometem bastante a qualidade de vida da mulher com endometriose. A probabilidade de regressão espontânea das lesões com conduta expectante ou uso de contraceptivos orais é muito baixa, mas sai ocorrência não é impossível. AMENORRÉIAS Ausência de menstruação. PRIMÁRIA: Ausência de menstruação em > 15 anos COM caracteres sexuais secundários OU > 13 anos SEM caracteres sexuais secundários. SECUNDÁRIA: ausência de menstruação em pacientes que já apresentam menarca por 6 meses ou 03 ciclos menstruais (se regulares). QUAL A PRINCIPAL CAUSA DE AMENORREIA 2ÁRDIA? GESTAÇÃO FUNCIONAMENTO ADEQUADO DO EIXO MENSTRUAL: Então, são 04 COMPARTIMENTOS: hipotálamo, hipófise, ovários e útero-vagina; Compartimento 1: ÚTERO-VAGINA – parte canalicular Alterações uterinas ou vaginais que impedem a formação da menstruação OU o extravasamento do fluxo menstrual. AMENORREIA PRIMÁRIA: 1. Hímen imperfurado: “criptomenorreia” – há fluxo menstrual, mas o hímen impede que desça. Há dor pélvica cíclica. Pode aumentar o volume abdominal. QUAL O NOME DOS DUCTOS RESPONSÁVEIS PELA FORMAÇÃO DO ÚTERO, TUBAS, COLO E 1/3 SUPERIOR DE VAGINA? DUCTOS DE MULLER (PARAMESONÉFRICOS) 2. Malformações Mullerianas: - Síndrome de Rokitansky: agenesia do útero, colo, tubas e 1/3 superior da vagina; cariótipo XX. QUAL A SÍNDROME ASSOCIADA AMENORREIA 1ÁRIA COM AGENESIA UTERINA E DO 1/3 SUPERIOR DE VAGINA, E CARIÓTIPO XX? SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER- HAUSER 3. Síndrome de Morris: há produção de progesterona, porém há insensibilidade androgênica; ausência do útero e ovários, aumento de testosterona; cariótipo XY. Pcts costumam ter testículos que nãodesceram e outras características masculinas. QUAL A SÍNDROME ASSOCIADA A AMENORREIA 1ÁRIA, AUSÊNCIA DE ÚTERO E OVÁRIOS, AUMENTO DE TESTOSTERONA E CARIÓTIPO XY? SÍNDROME DE MORRIS (INSENSIBILIDADE ANDROGÊNICA) AMENORREIA SECUNDÁRIA: 6 Soniely Melo 01. Síndrome de Asherman: geralmente é resultado pós-curetagem uterina; na cicatrização, há formação de sinéquias uterinas + Amenorreia + Infertilidade QUAL A SÍNDROME ASSOCIADA A SINÉQUIAS UTERINAS, AMENORREIA E INFERTILIDADE? SÍNDROME DE ASHERMAN Compartimento 2: ovários. AMENORREIA PRIMÁRIA: 01. Síndrome de Turner: cariótipo 45 X0; disgenesia gonadal; é um problema nos ovários, que não estão produzindo hormônios; fenótipo: baixa estatura + pescoço alado + puberdade tardia + infertilidade + déficit de aprendizado; tto: reposição hormonal. 02. Síndrome de Savage: ovários resistentes às gonadotrofinas, o que inviabiliza a produção dos hormônios. AMENORREIA SECUNDÁRIA: 01. Síndrome dos ovários policísticos (SOP): ciclos anovulatórios (não ovula, não faz corpo lúteo = não tem progesterona) -> o endométrio fica constantemente estimulado pelo estrogênio e fica tendo um quadro de sangramento uterino anormal, períodos mais espaçados. 02. Insuficiência ovariana: várias causas – cromossomopatias, Radioterapia/ quimioterapia, cirurgias, tabagismo. Compartimento 3: hipófise (adenohipófise) AMENORREIA PRIMÁRIA: 01. Hipoplasia hipofisária: diminuição/ausência de FSH e LH e dos outros hormônios produzidos na adenohipófise. AMENORREIA SECUNDÁRIA: 01. Hipotireoidismo 02. Hiperprolactinemia 03. Tumores hipofisários 04. Infecções 05. Síndrome de Sheehan: necrose hipofisária anterior por grave hipotensão pós-parto. QUAL A SÍNDROME ASSOCIADA A AMENORREIA 2ÁRIA CAUSADA POR NECROSE HIPOFISÁRIA ANTERIOR DECORRENTE DE UMA GRAVE HIPOTENSÃO PÓS- PARTO? SÍNDROME DE SHEEHAN Compartimento 4: hipotálamo AMENORREIA PRIMÁRIA: 1. Síndrome de Kallmann: incapacidade de produção de GnRH + anosmia QUAL A SÍNDROME ASSOCIADA A AMENORREIA 1ÁRIA E ANOSMIA? SÍNDROME DE KALLMAN AMENORREIA SECUNDÁRIA: 1. Amenorreia hipotalâmica “funcional”: stress, distúrbios 7 Soniely Melo alimentares, atividade física excessiva. CLASSIFICAÇÃO DAS AMENORREIAS Hipogonadismo HIPOgonadotrófico: diminuição de estrogênio e progesterona + diminuição de FSH e de LH. Hipogonadismo HIPERgonadotrófico: aumento de FSH e de LH + diminuição de estrogênio e de progesterona = problema no compartimento 02. Eugonadotrófica: FSH e LH normais, estrogênio e progesterona normais = problema no compartimento 01. INVESTIGAÇÃO – AMENORREIA Anamnese + exame físico = apontam para o DX etiológico em 85% dos casos • Idade • DUM/ atividade sexual • Contracepção • História menstrual • Gestação/parto/aleitamento • Dieta • Atividade física • Stress/ saúde psicológica • Cirurgias • Radioterapia/ quimioterapia • Medicações • Galactorreia • Hiperandrogenismo • Hipoestrogenismo • Carácter sexual secundário Exames complementares: Amenorreia primária: • FSH/LH • USG pelve • Cariótipo • RM DE CRÂNIO em alguns casos Amenorreia secundária: • BHCG • TSH • Prolactina • Perfil androgênico • Teste da progesterona • Teste do estrogênio-progesterona • RM de crânio em alguns casos AMENORREIA PRIMÁRIA 02 pontos importante: tem desenvolvimento de mama? Tem desenvolvimento de útero? Se tem mama, tem estrogênio circulando na paciente. 8 Soniely Melo Se não tem mama, não tem estrógeno circulando. DISGENESIA GONADAL: Não há células germinativas nas gônadas, não havendo produção de estrogênio. Como resultado temos o atraso no desenvolvimento puberal e aumento das gonadotrofinas pela falta do feedback negativo. A síndrome de Turner é um exemplo de disgenesia Gonadal. AMENORREIA SECUNDÁRIA 1. Teste da progesterona: Administrar progesterona por 7 a 10 dias; simulando a 2ª fase do ciclo menstrual. Positivo = menstruou = havia estrogênio circulante; trato genital é pérvio; HD: anovulação crônica. Negativo = não menstruou = falta de estrogênio circulante? Trata genital é impérvio? Partir para o segundo teste. 2. Teste do estrogênio + progesterona Administrar estrogênio (simular a 1ª fase) e depois administrar progesterona (simular a 2ª fase); Positivo = menstruou = havia diminuição de estrogênio; cavidade endometrial normal; Negativo = não menstruou = cavidade endometrial comprometida Excluir hipotireoidismo e hiperprolactinemia. 9 Soniely Melo TRATAMENTO – AMENORREIA: Individualizado; ➔ Hímen imperfurado: himenotomia; ➔ Síndrome de Rokitansky: continuará em amenorreia + investigar trato urinário + avaliar comprimento vaginal; ➔ Síndrome de Morris: continuará em amenorreia + remoção dos testículos + terapia de reposição hormonal após + avaliar comprimento vaginal; ➔ Insuficiência ovariana primária (menopausa precoce): terapia de reposição hormonal (E +P); ➔ Síndrome de Turner (45 x0): TRH para desenvolver caracteres sexuais secundários; ➔ SOP: mudanças de estilo de vida + avaliar as queixas; ➔ Hipotireoidismo: levotiroxina (t4); ➔ Hiperprolactinemia: corrigir a causa; ➔ Síndrome de Asherman: histeroscopia cirúrgica com lise de sinéquias; ➔ Síndrome de Sheehan: TRH + reposição de outros hormônios; ➔ Síndrome de Kallmann: TRH ➔ Amenorreia hipotalâmica: corrigir a causa: dieta, atividade física, dieta. SINDROME DE OVARIOS POLICÍSTICOS (SOP) Quadro de ciclo anovulatórios ou oligoanovulação + período > 35 dias entre os ciclos + hiperandrogenismo + múltiplos pequenos cistos ovarianos. EPIDEMIOLOGIA – SOP: 10% das mulheres em idade reprodutiva; Endocrinopatia mais comum na menacme; QUAL A CAUSA + COMUM DE HIPERANDROGENISMO NA MULHER? SOP SOP é a causa + comum de: o Anovulação crônica o Infertilidade por fator ovulatório o Hiperandrogenismo o Hirsutismo (aumento de pelo característico masculino, mais grosso e mais pigmentado) ETIOLOGIA – SOP: Desconhecida -> origem genética multifatorial e poligênica FISIOPATOLOGIA – SOP: Ambiente ovariano + androgênico: alteração da pulsatilidade de liberação de GNRH + aumento da relação LH/FSH (2:1) Aumento do LH -> estimula as células da Teca -> aumento dos androgênios Redução do FSH (relativa) -> redução da aromatase nas células da granulosa -> redução da conversão de androgênios em estrogênios. 10 Soniely Melo O OVÁRIO TEM DIFICULDADE EM TRANSFORMAR AMBIENTE ANDROGÊNICO EM ESTROGÊNICO A insulina diminui a produção hepática de globulina carreadora de hormônios sexuais (SHBG) e, consequentemente, aumenta a fração livre de testosterona circulante. Aumento de androgênios ovarianos causa: - Dificuldade de desenvolvimento folicular normal = atrésia folicular = múltiplos folículos - Anovulação crônica (oligomenorreia/ amenorreia) - se a paciente não ovula, não tem corpo lúteo, ou seja, não há produção de progesterona = endométrio estimulado só pelo estrogênio - endométrio estimulado só pelo estrogênio = proliferação anormal = sangramento uterino anormal + risco de hiperplasia de endométrio e câncer de endométrio - aumento de androgênios = redução da produção de SHBG (molécula carregadora de hormônios sexuais) = aumento da testosterona livre Resistência insulínica e hiperinsulinemia causa: o Atrésia folicular; o Aumento de androgênios; o Diminuição de produção de SHBG; QUADRO CLÍNICO – SOP: Comum ter 1 dessas 3 apresentações; o Ciclos anuvolutórios: com amenorreia secundária + oligomenorreia (inter- ciclos >35 dias) + sangramento uterino anormal (disfuncional); o Hiperandrogenismo: acne + alopédia + seborreia + hirsutismo (+ comum) +excesso de pelos de padrão masculino (grosso e pigmentado); o Infertilidade: 80% dos quadros de infertilidade OBS1: para avaliar o hirsutismo, usa-se a escala de Ferriman Gallwey A SOP PODE LEVAR A INFERTILIDADE POR QUAL FATOR? FATOR OVULATÓRIO Infertilidade: 80% dos quadros de infertilidade por anovulação; 11 Soniely Melo Obesidade: IMC > 30; 50% das mulheres com SOP são obesas + padrão androide + aumento relação cintura-quadril (risco cardiovascular) Resistência à insulina: acantose nigricans, comum em áreas de dobras. Diabetes tipo 2 e intolerância à glicose: podem estar presentes e independe da obesidade. Dislipidemia: 2/3 das pacientes com SOP; aumento de LDL, diminuição de HDL, aumento de triglicérides. HAS: + comum no final da menacme. Síndrome metabólica: obesidade, resistência à insulina + dislipidemia + HAS. SOP É DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO! DIAGNÓSTICO – SOP: APESAR DE SER CHAMADA DE SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS, A PRESENÇA DELES NÃO É NECESSÁRIA PARA O DIAGNÓSTICO! USG COM OVÁRIOS POLICÍSTICOS APARECEM EM 20-30% DAS MULHERES NORMAIS. OU SEJA, O FATO DE TER OVÁRIOS POLICÍSTICOS AO USG ISOLADAMENTE TAMBÉM NÃO FAZ DIAGNÓSTICO. INVESTIGAÇÃO – SOP: Anamnese + exame físico Exames complementares: ▪ LH, FSH: observar se há aumento de LH e diminuição de FSH; ▪ PROLACTINA: excluir hiperprolactinemia; ▪ TSH: excluir hipotireoidismo; ▪ BHCG ▪ Hormônios: SDHEA, SHBG, ANDROSTENEDIONA, 17-OH PROGESTERONA Resultados mais esperados: Relação LH/FSH >2 Aumento leve de testosterona, androstenediona e DDHEA Diminuição de SHBG ▪ Avaliação metabólica: colesterol total e frações e triglicérides + glicemia de jejum + teste de tolerância oral à glicose 12 Soniely Melo ▪ Imagem: USG pélvico 12 ou mais folículos medindo 2 a 9mm de diâmetro ou volume ovariano aumentado (>10 ml) Consequências de longo prazo: ▪ Risco de doenças cardiovasculares ▪ Hiperplasia de endométrio / câncer de endométrio TRATAMENTO – SOP: ▪ Individualizado; direcionado à queixa; ▪ Mudanças de estilo de vida: perda de peso + atividade física + dieta ▪ Perda de peso -> regulariza os ciclos menstruais (ciclos ovulatórios) e aumenta a taxa de gestação. ▪ Irregularidade menstrual: induzir ciclos menstruais regulares com anticoncepcionais hormonais combinados (E + P) ▪ Hiperandrogenismo: contraceptivos combinados -> ex: progesterona anti- androgênica, finasterida, espirolactona + cosméticos: depilação, laser ▪ Infertilidade: perda de peso -> ciclos ovulatórios; reprodução assistida; ▪ Resistência à insulina: metformina (suprime a glicogênese hepática e aumenta a sensibilidade periférica à insulina. A melhor conduta para o controle da doença é o contraceptivo combinado oral, que aumenta a produção hepática de SHBG, diminuindo a concentração de testosterona livre, diminui a produção adrenal e ovariana de androgênios e o crescimento de pelos, regulariza a menstruação para que não haja longos períodos de amenorreia e exposição endometrial ao estrogênio sem oposição da progesterona.