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Agente vetor: Aedes aegypti Agente etiológico: Arbovírus Família: Flaviriviridae Gênero: Flavivirus Vírus de RNA de filamento único Esférico, envelopado (~60nm) SOROTIPOS: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 DENGUE I N F E C T O L O G I A 2 0 2 1 Vetor Hematófago, fêmeas fazem postura de ovos em água parada. Homem é o principal reservatório. ingestão de sangue de individuo infectado: após 8-12 dias temos a multiplicação viral nas glândulas salivares do mosquito fêmea. Mosquito apresenta autonomia de voo limitada - aproximadamente 200m. FORMAS MENOS COMUNS DE INFECÇÃO: - Transmissão vertical - Transfusão sanguínea Obs: não há transmissão pessoa-pessoa, nem por fômites e/ou secreções do indivíduo doente. PATOGÊNESE - Inoculação do vírus pelo mosquito Aedes aegypti - Período de incubação: 3 a 15 dias, média de 4 a 7 dias. - Vírus se replica inicialmente nas células mononucleares dos linfonodos locais ou nas células musculares esqueléticas: viremia. -Tropismo celular predominante: macrófagos/monócitos e células musculares esquelética (mialgia). - Replicação viral leva a produção de citocinas - síndrome febril (TNF-alfa, IL-6) - Resposta imunológica: humoral e celular. Linfócitos TCD8+ citotóxicos destroem células infectadas pelo vírus, Vírus podem também ser neutralizados por anticorpos específicos. - Após 6° dia de doença: IgM antidengue, persiste no soro por alguns meses. - Após primeira semana de doença com pico na segunda semana: IgG antidengue. Mantém-se positivo por vários anos, confere imunidade sorotipo-específica. Forma GRAVE Infecção prévia com um dos sorotipos do vírus, após anos, nova infecção por outro sorotipo. Maior risco: nova infecção ser causada pelo DENV-2 Ordem descrecente de risco de desenvolver Dengue Grave: SOROTIPOS 2,3,4,1. Critérios para classificação (dengue grave): febre ou história de febre recente de até sete dias; trombocitopenia; tendências hemorrágicas evidentes; extravasamento de plasma: hematócrito - aumento de 20% sobre o basal, e queda do hematócrito em 20% após tratamento adequado; presença de derrame pleural,ascite e hipoproteinemia. PATOGÊNESE DENGUE GRAVE: - Primo-infecção: produção de anticorpos neutralizantes, anticorpos homólogos (imunidade sorotipo-específica). - Anticorpos homólogos fornecem imunidade contra outro sorotipo (diferente do causador da primo-infecção): imunidade cruzada/heteróloga, porém de curta duração. - Após anos, infecção secundária por diferente sorotipo: subneutralização (anticorpos heterólogos) - Ligação de anticorpos heterólogos, ou seja, subneutralizantes, facilitam a entrada no vírus nos macrófagos (OPSONIZAÇÃO). - Maior viremia - TEMPESTADE DE CITOCINAS, proteínas ativadoras do complemento e tromboplastina. - Maior permeabilidade capilar, extravasamento de líquido intravascular para o intestício, causando hipovolemia com relativa hemoconcentração (menor volume plasmático com aumento de hematócrito). - Evolução para choque: hipovolemia, má perfusão tecidual e falência orgânica múltipla. - Trombocitopenia: destruição periférica de plaquetas - CIVD. Plaquetopenia (<100.000/mm3) - Lactentes - anticorpos via transplacentária são subneutralizantes. ANTÍGENO NS1: durante a infecção é bastante secretado. Potencializa permeabilidade vascular. Agrava o extravasamento plasmático, albumina, e outras macromoléculas para fora dos vasos saguíneos. TEORIA DE HALSTEAD QUADRO CLÍNICO FASE FEBRIL FASE CRÍTICA FASE DE RECUPERAÇÃO 1. 2. 3. FASE FEBRIL: - Febre alta (39°C/40°C) - Início súbito - Duração de 2 a 7 dias - Adinamia, cefaleia, dor retrorbitária, mialgia e artralgia. - anorexia, náuseas, vômitos e diarreia (até 4x ao dia, fezes pastosas) - EXANTEMA MACULOPAPULAR, costuma surgir na defervescência , duração de no máximo 36/48h. Pode ou não ser pruriginoso. Não poupa palmas das mãos e dos pés. FASE CRÍTICA: Não ocorre em todos doentes. - Caracterizada pelo extravasamento plasmático. - Ocorre entre o 3° e 7° dia após início dos sintomas. - Avaliar sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão ortostática, diminuição da diurese, hepatomegalia (>2cm RCD), sangramento de mucosas, letargia e/ou irritabilidade, acúmulo de líquido levando a ascite, derrame pleural e/ou pericárdico, diminuição da perfusão tecidual (TEC >2s),aumento de hematócrito. FASE DE RECUPERAÇÃO: Melhora gradual do estado clínico. Confirmação diagnóstica - Até o 5° dia de sintomas: métodos de identificação viral e de suas partículas. Pesquisa de antígenos virais (NS1), RT-PCR, Cultura, imunohistoquímica tecidual. - Após 5° dia de sintomas: IgM e IgG antidengue. - EPIDEMIA: primeiros casos devem ser confirmados por exames laboratoriais, os demais casos podem ser somente por critérios clínicoepidemiológicos. TODO CASO SUSPEITO DEVE SER NOTIFICADO. TRATAMENTO Não utilizar AAS, AINES: RISCO DE SANGRAMENTO. - Abordagem clínicoevolutiva: Grupo A: suspeitos de dengue + prova do laço negativa, sem manifestações hemorrágicas espontâneas e sem sinais de alarme. Conduta: hemograma Hidratação oral com volume de 60 a 80ml/Kg/dia, sendo 1/3 desse volume com soro de rehidratação oral e os 2/3 restantes com líquidos caseiros. Reavaliar entre o terceiro e quinto dia de doença. Grupo B: Suspeito de dengue + ausencia de sinais de alarma + presença de sangramentos espontâneos (petéquias/equimoses) + prova do laço positiva. Pacientes portadores de comorbidades. Conduta: Hemograma deve ser solicitado. Se hematócrito aumentado acima de 10% + Pacientes com plaquetopenia <20.000/mm3 mesmo que sem repercussão clínica, devem ser internados e reavaliados clínica e laboratorialmente a cada 12 horas. Se hematócrito aumentado em até 10% (acima do valor basal) - na ausência deste, hema-tócrito entre 40-44% para mulheres e 45-50% para homens e/ou plaquetopenia entre 50-100.000/mm3 e/ou leucopenia <1.000 células/mm3 : Tratamento ambulatorial + hidratação oral vigorosa, com 80ml/Kg/dia + sintomáticos. Sem alteração de hematócrito: Hidratação oral conforme Grupo A. Reavaliar diariamente. Fornecer "Cartão de acompanhamento da Dengue" Grupo C: suspeito de dengue + presença de sinais de alarme. Conduta: reposição volêmica intravenosa imediata (25 ml/kg em 4h). Hemograma, aminotransferases, albumina sérica, RX de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell), USG abdome. Outros exames podem ser solicitados a critério médico: glicose, ureia, creatinina, gasometria arterial, eletrólitos, ecocardiograma. Grupo D: suspeito de dengue + presença de sinais de choque + sangramento e/ou disfunção grave de órgãos. Conduta: hidratação parenteral com so-lução salina isotônica (20ml/Kg em até 20 minutos) imediata. Solicitação de exames tal qual o grupo C. Internação em terapia intensiva. Sinais de choque: taquicardia, extremidade fria, pulso fraco e filiforme, TEC > 2s, PA convergente < 20 mmHg, taquipneia, oligúria (< 1,5 ml/kg/h), hipotensão arterial/cianose. Critérios para alta hospitalar: ausência de febre por 24 horas sem uso de antitérmicos. Melhora do quadro. Hematócrito normal e estável. Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3, estabilidade hemodinâmica durante 24h. Derrames cavitários em reabsorção. VACINAÇÃO Dengvaxia: vírus vivo recombinante atenuado, protege contra os quatro sorotipos. Indicada de 9 a 45 anos. Contraindicada em grávidas, fenilcetonúricos e imunodeprimidos
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