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@resuvet_ Transformação do Músculo em Carne A transformação se dá por diversos fatores fisiológicos e bioquímicos. Insensibilização ↳ Sangria ↳ Abate ↳ Carne O músculo se torna carne somente após o desenvolvimento e resolução do rigor mortis. → Rigor mortis: rigidez cadavérica. O que é carne? É o resultado da transformação das células musculares em produto alimentício. O processo central para a transformação é o abate do animal. Fatores que podem influenciar na qualidade da carne ↪ Fatores intrínsecos: ligados ao animal → idade, sexo e genética. ↪ Fatores extrínsecos: não ligados ao animal → manejo (jejum, transporte), fatores ambientais (ruídos, temperatura). Manejo Pré Abate Deve preservar o glicogênio, pois: Animais estressados → de glicogênio no músculo A redução de glicogênio afeta os tributos sensoriais da carne, resultando em problemas tecnológicos como DFD → escura, firme e seca. Antes do abate os órgãos e músculos trabalham em condições fisiológicas de ↪ pH ↪ temperatura ↪ concentração de O2 ↪ Produção de energia condição normal de metabolismo Após o abate inicia-se uma série de processos que vão transformar o músculo em carne. O organismo tenta manter a homeostase, até que chegue um momento em que ele não conseguirá, levando o animal a morte. Após a sangria → 60% do sangue é removido os outros 40% ficam retidos entre os músculos e em algumas vísceras → C O L A P S O S A N G U Í N E O Processo de Conversão do Músculo em Carne 1 – ocorre esgotamento das reservas de ATP 2 – diminuição do pH → acidificação devido ao acúmulo de ácido lático 3 – leve aumento de temperatura (devido ao aumento do metabolismo) e depois queda de temperatura (perda da regulação de temperatura) 4 – aumenta a concentração de cálcio no citoplasma → não retorna pra dentro do retículo sarcoplasmático 5 – rigor mortis → rigidez cadavérica Porque os fatores extrínsecos podem influenciar na qualidade da carne? O estresse no pré abate faz com que o consumo de glicogênio seja aumentado e esgota as reservas de glicogênio. O músculo necessita do glicogênio na transformação de músculo para carne, não tendo a reserva, o processo será feito de uma forma não satisfatória. H O M E O S T A S E @resuvet_ Eventos Após o Abate ↳ O músculo passa a utilizar a via anaeróbica para produção de energia. ↳ A partir do momento que não tem mais ATP disponível, a contração passa a ser desorganizada ↳ A utilização de ATP que o músculo ainda possui se torna muito rápida ↳ a glicólise passa a acontecer de forma anaeróbica ↳ utiliza o glicogênio disponível e começa acumular ácido lático ↳ o pH começa a cair devido ao acúmulo de ácido lático Principais processos bioquímicos após o abate → degradação e ressíntese de ATP Após a morte há três tipos de fontes de energia ↪ ATP ↪ Creatina fosfato ↪ Glicogênio Declínio de pH Depende da quantidade de glicogênio disponível. A queda do pH está muito relacionada com o acúmulo de ácido lático nos músculos é um fator importante na transformação de músculo em carne. O gráfico representa a queda ideal de pH, possui uma quantidade adequada de glicogênio para ser utilizado. Até 8 horas ocorre essa queda de pH e depois ele se mantém constante. ↪ O declínio de pH finaliza após a completa hidrólise de glicogênio. Dependendo de como é esse declínio, pode gerar problemas tecnológicos: Temperatura Há um aumento da temperatura logo após a sangria → tentativa de recuperar a homeostase → aumenta o metabolismo ↪ o ideal é que a temperatura abaixe gradualmente A carne pode apresentar problemas tecnológicos devido a temperatura: ↪ Encurtamento pelo frio → ocorre quando a temperatura abaixa muito rápido A quantidade de glicogênio muscular no momento do abate e a velocidade do metabolismo muscular post-mortem irão influenciar a qualidade da carne. @resuvet_ Rigor Mortis Diminuição da elasticidade → rigidez muscular ↪ por não possuir ATP para se ligar e desfazer as ligações → inextensível O rigor mortis começa a acontecer quando a músculo estiver próximo a 20°C, ele não acontece imediatamente após a morte. Nas primeiras 7 horas após o abate → não tem alterações musculares → as reservas de glicogênio e ATP estão sendo utilizados → ao esgotar inicia o processo de rigor mortis. Depois que toda reserva energética for utilizada → formação de ligações cruzadas entre ACTINA e MIOSINA → complexo actomiosina ↪ o complexo não pode ser desfeito sem ATP E N R I J E C IM E N T O M U S C U L A R ↪ O sarcômero permanece encurtado Encurtamento do Sarcômero Após o Abate Enquanto o músculo possuir reserva energética (ATP), os miofilamentos continuarão móveis, fazendo a contração. O rigor mortis começa a aparecer → 9 a 12hrs após a morte. Atingindo o máximo → 20 a 24hrs → ação de enzimas cálcio dependentes. Resfriamento Rápido da Carne Quando congelada o rigor mortis aparece tardiamente, os processos bioquímicos são quase que completamente interrompidos e se completa após o descongelamento. Proteólise Muscular Acúmulo de ácido lático Queda do pH Quebra da integridade da célula Liberação de cálcio Ativação das proteases CALPAÍNAS CATEPSINAS Essas proteases (enzimas) são cálcio dependentes → necessitam que o cálcio seja liberado do retículo sarcoplasmático. → CALPAÍNAS Ativadas quando o cálcio está presente no sarcoplasma. ↪ M – calpaínas ↪ µ - calpaínas Elas deterioram os discos Z do sarcômero, melhoram a capacidade de retenção de água devido a degradação das proteínas que promovem ligações entre as miofibrilas que permitem o aumento do diâmetro da fibra no post- mortem. → CALPASTATINAS São inibidoras de calpaínas. Forma um complexo enzimático quando ligada a calpaína → calpaína- calpastatina que inibe a ação da calpaína, impedindo a continuação da degradação das fibras musculares. ↪ animais com altas concentrações desta enzima possuem a carne menos macia → CATEPSINAS Elas degradam as proteínas miofibrilares e exerce ação sobre o colágeno. Sua atuação ocorre em pH abaixo de 6,0. Elas ficam armazenadas dentro dos lisossomos e há uma certa discordância de sua atuação na maciez da carne. E N R I J E C IM E N T O M U S C U L A R @resuvet_ Efeito da temperatura e pH na Proteólise A temperatura tem papel fundamental no processo de desnaturação proteica. ↪ Desejável: ph final de 5,5→ baixa extensão de proteólise. Quanto menor a temperatura maior é a proteólise. A condição ácida do músculo ocasiona a desnaturação das proteínas, antes mesmo da temperatura. O valor final do pH da carne influi na conversão e em propriedades tecnológicas da carne ↪ Acidificação adequada: entre 5,4 e 5,8. Problemas Tecnológicos Associados ao pH → DFD: dura, escura e seca, possui um pH superior a 6,0 e devido ao seu pH básico, há menor vida útil por ser propício ao desenvolvimento de microrganismos. Ocorre devido ao estresse no pré abate, que diminui a reserva de glicogênio muscular. Causas: jejum prolongado, estresse no pré abate, exaustão física e é mais frequente em machos inteiros. → PSE: pálida, flácida e exsudativa, acontece uma queda muito rápida de pH, normalmente inferior a 5,8. É um comum problema no abate de suínos, possui uma cor pálida, baixa capacidade de retenção de água e em casos graves, há gotejamento da superfície. Ela ocorre devido ao estresse no pré abate, que irá liberar rapidamenteo cálcio do sarcoplasma após a sangria e está relacionado com o gene halonato que predispõe ao estresse. Gráfico de esquematização da queda do pH e seus problemas tecnológicos:
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