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Como ocorre o processo de transformação do músculo em carne O processo de transformação de músculo em carne inicia-se desde a sangria e é desencadeado por diversos fatores fisiológicos e bioquímicos, como o rigor mortis e na maturação. Após o abate ser concluído, todo o aporte de oxigênio é cortado Transporte, repouso, perda de peso, podem influenciar na qualidade da carne. A quantidade de glicogênio muscular no momento do abate e a velocidade do metabolismo muscular pós-morte irão influenciar na qualidade da carne. No músculo o oxigênio é indispensável na formação de energia através da incorporação de glicogênio ao ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico), sendo convertido em ácido pirúvico, entretanto, após a sangria ser concluída, ocorre falha na circulação sanguínea e todo aporte de sangue e oxigênio é cortado. Como a obtenção do ácido pirúvico não é mais possível, o corpo do animal inicia o metabolismo anaeróbio (na ausência de oxigênio) onde o glicogênio acaba sendo convertido em ácido lático através da via glicolítica, gerando ATP em uma quantidade menor do que por via aeróbica, além disso, o ácido lático é responsável pela queda do pH logo após o abate do animal. Analisando a níveis fisiológicos e bioquímicos, após o esgotamento das reservas de energia, não há mais ATP para se ligar a tropomiosina e promover o relaxamento da célula muscular, ocorrendo uma contração irreversível, enrijecendo o músculo, caracterizando o rigor mortis, que é dividido em três fases, sendo elas o pré-rigor, que ocorre logo após o animal ser abatido, estando a carne ainda elástica, com boa capacidade de retenção de água, e extremidades com contrações visíveis, o rigor mortis propriamente dito, ou rigidez cadavérica, como já foi citado, o músculo se encontra enrijecido e não há mais energia, e o pós-rigor, também denominado de maturação da carne, que por consequência da produção de ácido lático no interior do músculo, o pH diminui e juntamente com a temperatura promovem a degradação por ação proteolítica da estrutura da fibra muscular, principalmente na linha z através da Calpaína, e algumas proteínas estruturais como a Desmina e Titina, além também da diminuição da interação entre actina e miosina pela protease Catepsina, levando a um amaciamento desse produto, dando origem a carne. Vale ressaltar, que a qualidade da carne está diretamente relacionada com as condições pré-abate, como o transporte, repouso e perda de peso, sendo de extrema importância que os animais estejam livres de estresse, já que o músculo estressado consome uma maior quantidade de glicogênio podendo ocasionar o aumento da concentração de ácido lático e consequentemente em uma rápida redução do pH, comprometendo a qualidade do produto final.
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