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ATIVIDADE DO FILME "A PRIMEIRA VISTA"

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SHELSE ALVES CONCEIÇÃO R.A: 00296430
JULIA DE SOUZA FRANCO R.A: 00272039
LARISSA POZNICOV TEIXEIRA R.A: 00280341
MARIA JÚLIA MARCOVECCHIO R.A: 00292164
ANDREA LUIZA DA SILVA GOMES R.A: 00294925
Curso: Psicologia Data: 25/03/2021
Disciplina: Processos Psicológicos Básicos
Faculdade: Faculdade das Américas
1° BIMESTRE: 5,0 PONTOS
SENTINDO O MUNDO — ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS; VISÃO E AUDIÇÃO,
ATENÇÃO SELETIVA; ILUSÕES PERCEPTIVAS; ORGANIZAÇÃO DA
PERCEPÇÃO; INTERPRETAÇÃO DA PERCEPÇÃO.
SÃO PAULO
2021
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 03-04
1.1 QUESTÕES……………………………………………………………………….. 05-11
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 12
2
1. INTRODUÇÃO
O filme “À Primeira Vista'' (1999) relata a história verídica de um homem
chamado Shirl Jennings (1940 — 26 de outubro de 2003) que foi a inspiração para o
personagem de Virgil Adamson, estrelado por Val Kilmerm.
Na história, Virgil foi uma das poucas pessoas no mundo a recuperar a visão
após a cegueira após sofrer de uma doença chamada “catarata congênita com
retinite pigmentosa”. Começou quando tinha um ano de vida e, após um acidente,
aos três anos já estava completamente cego.
Contudo, o fato de ser cego não impedia Virgil de viver o seu cotidiano, e ao
longo dos anos foi desenvolvendo a sua independência. Tinha noções de tempo e
espaço, conseguia distinguir formatos de objetos.
Contudo, a vida de Virgil começa a mudar radicalmente quando ele conhece
Amy, uma arquiteta e cliente do SPA onde ele trabalhava como massagista. Amy
costumava frequentar o local. A princípio, Amy não desconfia de que Virgil é cego.
Os dois começam a se conhecer melhor e se apaixonam.
Amy conhece, a partir de Virgil, uma felicidade por outra perspectiva e Virgil,
no contato com Amy, descobre um mundo para além de sua “limitação” (a ausência
da visão).
A vida do massagista ganha uma grandiosa mudança com a possibilidade
de, depois de anos, ter sua visão de volta. Amy vai à luta em busca de especialistas
e médicos que possam achar a cura para Virgil. Portanto, ele submete-se a uma
cirurgia que, “milagrosamente”, traz de volta a sua visão. E a partir daí começa uma
luta árdua para que Virgil se adapte a essa nova perspectiva de mundo.
Ele dizia que "os olhos pregam peças em você, a percepção, a visão..., na
vida tudo é diferente, ver não é suficiente, é preciso olhar". A sua visão não estava
“limpa" inicialmente, sentiu-se perdido, não entendia o que enxergava. Os seus
olhos pareciam funcionar, mas seu cérebro não conseguia processar as
informações que ineditamente ele enxergava, sentia-se “mentalmente cego".
Depois descobriu-se que Virgil sofria de um transtorno chamado agnosia visual —
um déficit neurológico que não permite ao cérebro reconhecer (interpretar) objetos
pela visão. Virgil deveria utilizar os outros sentidos (aos quais já estava
diferentemente habituado), para que pudesse ter certeza das informações que a sua
3
nova visão estava trazendo. É a esta confusão da percepção visual e dificuldade
de associação de suas áreas é dado o nome de Agnosia.
Segundo Myer (2012), “Os nossos olhos recebem uma energia luminosa e a
traduzem (transformam) em mensagens visuais que o cérebro então processa,
formando aquilo que vemos conscientemente." Mas Virgil não se recordava de como
era ter essa sensação (a visão) e, mesmo após tê-la, não conseguia ter a percepção
correta das coisas que enxergava.
Virgil não consegue nem mesmo se reconhecer em algo que jamais tinha
visto na vida, como um espelho, por exemplo. As cores, as formas, os objetos, tudo
era novo e difícil de associar. Nesses casos, o cérebro “enxerga” perfeitamente
o objeto, mas não consegue encontrar o seu significado. É como se Virgil
tivesse perdido o acesso a uma “biblioteca com informações” sobre imagens em seu
próprio cérebro. O psicólogo norte-americano David Myers exemplifica um caso
parecido com o Virgil:
"Após a cirurgia para catarata os pacientes tornaram-se capazes de distinguir
figura e fundo e de perceber cores - o que sugere que esses aspectos da
percepção são inatos. Porém, como Locke supunha, muitas vezes eram
incapazes de reconhecer visualmente objetos que eram familiares pelo tato"
(MYRES, 2012, p. 207).
O rapaz começa então a viver um verdadeiro drama em sua vida, desejando
até não querer mais enxergar. Contudo, Virgil e Amy convivem agora com a
possibilidade de enxergar, e juntos, terão de lidar com uma nova perspectiva de
vida, o que será um desafio para ambos.
4
1.1 QUESTÕES
1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO?
A SENSAÇÃO é um processo fisiológico de ligação do organismo com o
meio, através dos órgãos sensoriais, e consiste na transmissão de um influxo
nervoso (corrente eléctrica que percorre os nossos nervos), desde o órgão
sensorial até aos centros de descodificação (Myers, 2006). Os nossos sensores são
os órgãos dos sentidos que recebem e transmitem mensagens bioquímicas sob a
forma de influxo nervoso que após serem decodificadas e interpretadas nos
centros nervosos de conexão (medula espinhal e encéfalo), desencadeiam uma
resposta motora. Como efeito, a sensação consiste em uma espécie de
“apresentação isolada” das qualidades dos objetivos constituído a base da
percepção, mas não é possível isolar-se completamente dela. Em resumo, ela seria
a resposta sensorial objetiva do nosso sistema nervoso a um estímulo.
Há três condições necessárias para que esse caso aconteça:
● EXCITAÇÃO: Atividade de um objeto provocador sobre o órgão sensorial.
Eles podem ser mecânicos (choques), físicos (calor, som) e químicos
(substâncias cáusticas);
● IMPRESSÃO: Desconfigurações orgânicas em contato com os órgãos
sensoriais transmitem impulsos nervosos ao cérebro;
● SENSAÇÃO: Resultado dos agentes anteriores;
A Sensação também é associada pelos elementos:
● CONHECIMENTOS: Identificação de certo sentido (sons e volumes, cores,
etc);
● ESTADO AFETIVO: Pode ser agradável ou não, dependendo da sensação
que isso trará à pessoa;
● ATIVIDADE: Realizado pelos órgãos sensoriais;
5
As Sensações são também diferenciadas além do anatômico, com os seus
cincos sentidos e fator psicológico. É algo bem mais profundo que isso, já que, por
exemplo, para a anatomia, o sentido tátil tem até cinco órgãos receptores diferentes
e o ouvido tem dois, a audição e o equilíbrio. Já para a parte psicológica, é
necessário saber diferenciar uma sensação de frio para uma de toque, ou
diferenciar uma sensação auditiva e de uma sensação visual.
É possível distinguir as sensações por classificadores delas. As sensações
internas são as que provêm de dentro do organismo, como as sensações motoras,
estáticas, de equilíbrio e de movimento. As sensações externas são as que
provêm de fora, do ambiente, para dentro, através dos receptores sensoriais, como
as sensações táticas, térmicas, de dor, gustativas, olfativas, auditivas e óticas.
Cada um desses estímulos corresponde à receptores específicos: para a
visão, os olhos; para as auditivas, os ouvidos; para as olfativas, a mucosa nasal;
para as gustativas, a língua; para as térmicas e táteis, a pele, com terminações
nervosas especiais; para as de equilíbrio, canais do ouvido interno; para as de
movimento, nervos sensoriais dos músculos e articulações, informando ao cérebro a
posição dos membros ou qual movimento está sendo executado.
A PERCEPÇÃO pode ser classificada com a interpretação da união das
sensações, que fazem associar em um todo, e distinguir com nitidez o que passa
pelos receptores de sensações. É, portanto, a organização e interpretação das
informações sensoriais, permitindo reconhecer objetos e eventos. É a capacidade
de associarmos as informações sensoriais à memória e à cognição, de modo a
formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar o nosso
comportamento.
O Processo Perceptivo é representado pela sensação, associação e
atenção. A“Psicologia da Forma”, ou Gestalt, identifica a Percepção como uma
estrutura que atribui um conjunto de sensações:
Para a “Psicologia da Forma”, a Percepção é uma organização própria, que
reúne todas as informações para dar um significado completo àquela sensação.
Também, pode-se destacar que a percepção tem um relevo, já que a associação da
sensação faz entender ou lembrar de algo.
Além de ajudar a aumentar nossas experiências, as percepções, através das
sensações, têm o papel de adaptar a psique à vida. É assim que se permite estar
6
em equilíbrio com o externo e interno; os cinco sentidos e suas ramificações
trabalham para ajustar o organismo ao ambiente, porque é por meio da percepção
que se adapta e se ajusta ao realismo do mundo.
Portanto, a Sensação faz perceber os estados e formas (uma cor, um cheiro,
um som) e a Percepção une essas informações para criar algo que associe as
sensações às “coisas” (cor de uma laranja, cheiro de uma rosa, som de um piano).
A Percepção tem um sentimento de “objetividade” e “exterioridade”, não fazendo
apenas uma associação de objetos, mas sim retoma a experiências passadas,
memórias boas e ruins, comparações e associações.
Em poucas palavras, então:
● SENSAÇÃO — Como os órgãos dos sentidos respondem a estímulos
externos (luzes, sons, etc.) e como essas respostas são transmitidas ao
cérebro;
● PERCEPÇÃO — Processamento adicional dos sinais sensoriais no cérebro,
que resulta em uma representação interna dos estímulos;
2. QUAL O PROBLEMA DE VISÃO DO PERSONAGEM PRINCIPAL?
O personagem principal sofre de uma doença chamada “catarata congênita
com retinite pigmentosa”, algo que faz com que ele tenha cegueira total desde os
três anos. Como não tem recordação de nenhuma figura mental (“vivendo desde
sempre em um tela escura”), Virgil perdeu não só o sentido visual, como a
percepção que ela causava (o mundo ao seu redor).
Quando alguém possui perfeitamente a sua capacidade do sentido visual, os
olhos recebem energia luminosa e a transformam em mensagens neurais que o
cérebro então processa, formando imagens possíveis de ver conscientemente. Uma
função muito importante também são os dos bastonetes, que são os receptores da
retina, eles detectam o preto, o branco e o cinza. Estes são muito necessários na
visão periférica e crepuscular (quando há fraca iluminação).
Já em questão a “retinite pigmentosa” (doença de Virgil) é um distúrbio em
que o revestimento interno sensível à luz do olho (a retina) se rompe. É um
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problema que faz com que a pessoa perca gradualmente a visão periférica, e acaba
também possuindo dificuldade na visão noturna. Consequentemente com o tempo,
pode levar a cegueira. É uma doença rara, atinge cerca de 1 em 4.000 pessoas. A
“retinite pigmentosa” possui diversos sintomas, sendo alguns deles, a visão noturna
deficiente, estreitamento do campo de visão (perda da visão periférica), flashes de
luz (“photospia”), entre outros. A grande maioria das pessoas que sofrem com essa
doença, podem acabar desenvolvendo também catarata, conhecida como “catarata
subcapsular”, que é o caso do personagem principal do filme. Tratar essa doença
não é fácil, porém, existem cirurgias que podem ajudar, como por exemplo o
transplante de células do epitélio pigmentar da retina (RPE), Prótese Retiniana,
Implante de retina, e a Terapia gênica. Esse foi o caso de Virgil no filme, ele optou
por fazer a cirurgia e consequentemente voltou a enxergar.
3. UMA VEZ QUE O PERSONAGEM PRINCIPAL NÃO ENXERGA,
QUAIS OS RECURSOS QUE REALIZARÃO SUAS ATIVIDADES
DIÁRIAS?
Para o personagem principal, não existiam problemas em ser cego. “Eu sinto
como se pudesse enxergar tudo”. Reconhecia e percebia o seu mundo através dos
seus sentidos (sentia e interpretava cheiros, vozes, contagem de passos, barulhos,
temperatura, etc) e assim os tornou ainda mais sensíveis ao mundo exterior.
“Adaptou” o seu viver para um “viver pelos sentidos”. Eles acabaram sendo os “seus
olhos”, ou seja, seus sentidos tornaram-se sua percepção de mundo, mesmo sem
enxergar.
Um bom exemplo disso, foi quando a cadeira de sua casa foi colocada em
outro lugar e ele acabou tropeçando. Virgil já havia “decorado” os objetos em sua
casa, objetos esses, que, segundo ele, já estavam em “seu lugar de sempre”, ou
seja, ele tinha uma percepção que aquele ambiente sempre seria daquela forma.
Quando adquire o sentido visual (visão), ele perde a percepção que antes
havia como cego. Precisa "configurar" uma nova percepção e diferentes hábitos,
visto que agora ele enxerga; precisa se adequar a uma inédita perspectiva de
mundo, uma que ele não possui em sua mente. Ele não conseguia diferenciar a
imagem de uma maçã da fruta de verdade, nem o carro em movimento se
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aproximando. Sua percepção para essas diferenças e hábitos não existia, não com
seu sentido visual funcionando.
Em relação ao sentido auditivo, este é realmente importante para Virgil.
Quando a sua namorada faz certas expressões com o rosto, ele não sabe identificar
qual sentimento ela está demonstrando. Contudo, quando estes estão conversando,
sem ter contato visual, ele consegue interpretar perfeitamente as emoções do
momento, através dos sons.
Sendo assim, podemos afirmar que, a concepção biológica, psicológica e
social, sofreram durante toda a sua vida, grande influência de suas sensações
captadas através dos outros. É por meio delas que damos as interpretações, as
percepções.
4. APÓS PASSAR PELA CIRURGIA, O PERSONAGEM PRINCIPAL
COMEÇA A ENXERGAR O MUNDO À SUA VOLTA? JUSTIFIQUE
SUA RESPOSTA;
“Deve-se morrer enquanto cego para nascer novamente como quem vê,
entretanto, é o meio tempo, o limbo entre dois mundos que é terrível” (Alberto
Valvo). Esta frase citada pelo terapeuta visual, resume bem o que ele estava
passando pós-cirurgia.
A partir da remoção dos curativos de Virgil, ele encontrava-se “entre o céu e
o inferno”, pois a sua experiência durante toda sua vida era de “enxergar sem ver”.
Mas agora deveria ser o completo oposto.
Com a detecção de aspectos não tendo um vocabulário/memória visual, o
que Virgil enxergava, não fazia sentido para ele, e, em um ato de desorientação e
desespero extremo, inconformado com o que parecia ver, ele gritava: “Por Deus,
isso não pode ser enxergar ?!” — o que nos remete a ideia de limbo entre o “ver” e
“entender”). Ele via, mas não sabia o que enxergava. Basicamente os seus olhos
estavam funcionando, mas o seu cérebro não aprendeu a processar, a ter a
percepção do que vi. É a isto que os neurologistas chamam de “Agnosia Visual”.
Por seu cérebro não reconhecer nada, houve um distúrbio naquele primeiro
momento em que passou a ver, e para acalmar as células neurais o médico pediu
que lhe dessem algo para segurar. Tateando o objeto, o seu cérebro reconheceu a
forma e assim associou a nova forma de visão, ou seja, a grosso modo falando,
9
tateando o objeto com os dedos, os dedos falam ao cérebro e o cérebro se
comunica com os olhos.
Durante sua adaptação visual o progresso foi bastante difícil, já que sua
detecção de estímulo estava atravessada por suas emoções, ele ficou confuso
como uma criança que é atraída por objetos, cores, formas e etc., interferindo nos
fatores perceptor, situação e alvo, ou seja, a expectativa, o momento e a novidade.
Ele confiava demais no tato para interpretar o que estava vendo e essa
transição do cérebro de sentido tátil, auditivo e paladar que até então tinha a função
de sentido visual, para o sentido visual propriamente dito, atrapalharam suas
percepções.
A sua Percepção de Profundidade (ver objetos em três dimensões) era
muito limitada, o que refletia em não o habilitar a estimar a distância entre ele e
outras pessoas, como também agrupar imagens na sua totalidade, conferimos isso
na cena em que ele esbarrava em outras pessoas ao andar nas ruas.
A sua Percepção de Movimento/Temporal/Espacial (recuo e aproximação
de algo ou alguma coisa em movimento) era lenta, verificada na cena em que ele
para em uma viapública e observa a aproximação do automóvel, sendo quase
atropelado, e também na cena em que o terapeuta visual, lhe acerta o rosto e ele
não tem o reflexo de desviar do movimento.
Em suma, em um primeiro momento, ele não enxergava o mundo à sua
volta, porque ele só conseguia “ver” com as mãos. O seu sistema sensorial era o
tátil, desenvolvido por ele para compensar a falta de visão. Portanto, ele não
aprendeu a ver pelos olhos, situação que podemos confirmar durante a cena em
que o terapeuta visual, mostra uma foto da maçã e posteriormente a fruta, e ele teve
de tatear a maçã para aí sim, reconhecer e identificar o objeto e nomeá-lo.
Confirmando também para escrita, por não ter memória visual não conseguia ler e
nem escrever, portanto para enxergarmos precisamos de um vocabulário de
imagens, algo que Virgil não tinha.
5. DESCREVA DUAS CENAS EM QUE SE PODE DIFERENCIAR
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO;
10
Recapitulando, portanto, Myers (2006) diz que a Sensação é fruto de um
estímulo que é recebido e decodificado pelo sistema nervoso central onde detecta
energia do ambiente e codificamos como sinais neurais. E Percepção é o processo
de selecionar, organizar e interpretar sensações, onde é combinado em um
processo contínuo, ou seja, a percepção é a interpretação da sensação.
O meio interno e o externo proporcionam uma grande variedade de
sensações, que são percebidas através do sistema nervoso e dos órgãos dos
sentidos. Esses sentidos captam informações do meio para que elas sejam levadas
até o sistema nervoso central, onde ocorre a produção de respostas. Cada órgão do
sentido está adaptado para responder a um determinado estímulo, onde possui
receptores sensoriais capazes de transformar esses estímulos em impulsos
nervosos. (Myers, 2006).
Logo, nossas experiências, suposições e expectativas podem nos
proporcionar um conjunto perceptivo (predisposição mental), que influencia em
grande medida o que percebemos ao nosso redor.
Pessoas cegas, são em geral as que mais convivem com a percepção. O
personagem principal do filme ilustra bem o uso da percepção de uma pessoa que
não enxerga. Ele tem a identificação da realidade do mundo através da sua
percepção, utilizando os órgãos dos sentidos, percebendo vibrações, sons e
odores, enfim, usando as suas sensações para interpretar o mundo “escuro” em que
vive. Virgil não possuía memórias visuais, então toda a sua percepção estava
relacionada aos outros sentidos, pois a sua visão era apenas uma “tela escura”.
“A sensação é puro instinto, enquanto a percepção é aprendida aos poucos. Virgil
tinha a sensação intacta, mas a percepção foi um período sofrido enquando ele
enxergou” (COUTINHO, 2017)
Nota-se que a percepção em alguns casos, como o de indivíduos cegos,
pode ser aguçada e sensível, ao ponto de perceber detalhes que uma pessoa sem
qualquer tipo de impedimento visual provavelmente deixaria passar. Foi o caso da
“cena da chuva'', em que Virgil faz com que Amy fique em silêncio e atenta para que
possa ouvir todos os sons possíveis do ambiente e absorver todas as informações
11
(e interpretações — percepções) que pudesse ambos ter daquela velha casa
(utilizando-se apenas da audição, para interpretar o seu redor).
Outra cena do filme em que nota-se a percepção de Virgil é quando ele
mesmo descreve as nuvens, ou melhor, como ele imagina que elas seriam. Ele até
mesmo diz que pode "tocá-las" quando era criança, o que desenvolveu assim a sua
percepção (interpretação) de como elas seriam (“fofas e macias”).
Agora, para descrever puramente o uso de suas sensações (o seu sistema
sensorial), eu diria como exemplo a cena no qual Virgil “reconhece” a sua irmã pela
sua voz, algo que, apenas a enxergando, não conseguiu reconhecer. Algo
semelhante ocorreu com a cena em que ele não reconhece a maçã (algo que nunca
claramente viu), não até poder usar a sensação do toque, de poder tocá-la. Ele só
as distingue depois de usar de suas sensações. Caso contrário, não poderia
percebê-las.
12
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MYERS, D.DEWALL N. Psicologia. 11ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006
HORTA, Maurício. Quando o cérebro não enxerga. Superinteressante, 19 Maio
2012. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/quando-o-cerebro-nao-enxerga>.
Acesso em: 18 de março de 2021.
COUTINHO, Stéfany. O Filme “À Primeira Vista”, a Percepção e Sensações,
Universidade de Franca, 06 de setembro de 2017.
GAZZANIGA, M.; HEATHERTON, T.; HALPERN, D. Ciência Psicológica, Capítulo
01 “A Ciência da Psicologia”, 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
METPA, Sofia. MSD e os Manuais MSD. Retinite Pigmentar, Julho 2019. Disponível
em:
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/
doen%C3%A7as-da-retina/retinite-pigmentar>. Acesso em: 21 de março de 2021.
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