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Modulo de Pensamento Geografico_ISCED

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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
 
1º Ano 
Disciplina: PENSAMENTO GEOGRÁFICO 
Código: 
Total Horas/1o Semestre: 
Créditos (SNATCA): 
Número de Temas: 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO SUPER 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e 
contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infrator é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 ii 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
Pela Coordenação 
Pelo design 
Direção Académica do ISCED 
Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e Logística 
 
Pela Revisão 
Instituto Africano de Promoção da Educação a 
Distancia (IAPED) 
Sualé Amade, Mestre em Gestão Ambiental 
Elaborado Por: António dos Anjos Luís, Mestrado em Ciência e Sistemas de Informação 
Geográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 iii 
 
Índice 
Visão geral 1 
Bem-vindo à Disciplina de Pensamento Geográfico ......................................................... 1 
Objetivos do Módulo ........................................................................................................ 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 1 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 5 
Avaliação ........................................................................................................................... 6 
TEMA – I: O SABER GEOGRÁFICO. 9 
UNIDADE Temática 1.1. A curiosidade do homem e a sua aventura na Terra ................. 9 
Introdução ......................................................................................................................... 9 
Sumário ........................................................................................................................... 15 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 15 
Avaliação ......................................................................................................................... 16 
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 17 
TEMA – II: O EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO. 18 
Unidade Temática 2.1. A Geografia na Antiguidade ...................................................... 18 
Introdução ....................................................................................................................... 18 
Sumário ........................................................................................................................... 26 
Autoavaliação ................................................................................................................. 27 
Avaliação ......................................................................................................................... 28 
Referencias Bibliográficas ............................................................................................... 29 
UNIDADE Temática 2.2. A Geografia na idade Média .................................................... 29 
Introdução ....................................................................................................................... 29 
Sumário ........................................................................................................................... 35 
Autoavaliação ................................................................................................................. 35 
Referencias Bibliograficas ............................................................................................... 35 
UNIDADE Temática 2.3. A Geografia na era dos Descobrimentos ................................. 36 
Introdução ....................................................................................................................... 36 
Sumário ........................................................................................................................... 43 
Autoavaliação ................................................................................................................. 44 
Avaliação ......................................................................................................................... 45 
Referencias Bibliográficas ............................................................................................... 45 
UNIDADE Temática 2.4. A Institucionalização da geografia ........................................... 46 
Introdução ....................................................................................................................... 46 
Sumário ........................................................................................................................... 51 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 51 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 iv 
 
Avaliação ......................................................................................................................... 52 
Referencias Bibliográficas ............................................................................................... 53 
Sumário ........................................................................................................................... 59 
Exercícios de AUTO-AVAL Avaliação ............................................................................... 60 
Referencias Bibliográficas Referências Bibliográficas ..................................................... 61 
TEMA – III: OUTRAS CONTRIBUICOES GEOGRÁFICAS. 62 
Unidade Temática 3.1. Geografia Ratzeliana e o seucontexto ...................................... 62 
Introdução ....................................................................................................................... 62 
Sumário ........................................................................................................................... 69 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 69 
Avaliação ......................................................................................................................... 70 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 71 
UNIDADE Temática 3.2. A Geografia Vidaliana e o seu contexto ................................... 72 
Introdução ....................................................................................................................... 72 
Sumário ........................................................................................................................... 78 
Autoavaliação ................................................................................................................. 79 
Avaliação ......................................................................................................................... 80 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 81 
UNIDADE Temática 3.3. A abordagem regional vidaliana .............................................. 81 
Introdução ....................................................................................................................... 81 
Sumário ........................................................................................................................... 89 
Autoavaliação ................................................................................................................. 90 
Avaliação ......................................................................................................................... 91 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 91 
UNIDADE Temática 3.4. Os movimentos de renovação ................................................. 92 
Introdução ....................................................................................................................... 92 
Sumário ........................................................................................................................... 97 
Autoavaliação ................................................................................................................. 97 
Avaliação ......................................................................................................................... 98 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 99 
TEMA – IV: GEOGRAFIA COMO CIENCIA. 100 
UNIDADE Temática 4.1. Geografia como Ciência ......................................................... 100 
Introdução ..................................................................................................................... 100 
Sumário ......................................................................................................................... 113 
Autoavaliação ............................................................................................................... 113 
Avaliação ....................................................................................................................... 114 
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 115 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 1 
 
Visão geral 
Bem-vindo à Disciplina de Pensamento Geográfico 
Objetivos do Módulo 
O objetivo geral da disciplina visa fazer compreender o aluno a 
evolução histórica do pensamento geográfico, seus principais 
autores e a sistematização desse conhecimento numa área 
específica do saber científico 
 
 
Objectivos 
Específicos 
 Analisar as atuais perspetivas da ciência geográfica, enfatizando 
os movimentos de renovação do pensamento geográfico 
 Conhecer as diferentes escolas da Geografia 
 Conhecer os fundamentos da geografia quantitativa e 
qualitativa 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de 
Ensino em Geografia do ISCED bem como para todos os leitores que 
desejam atualizar e consolidar seus conhecimentos nessa 
disciplina, adquirindo o manual sem ter que se inscrever na 
disciplina. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Pensamento Geográfico, para estudantes do 1º ano 
do curso de licenciatura em Ensino de Geografia, à semelhança dos 
restantes do ISCED, está estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspetos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 2 
 
Conteúdo desta Disciplina / Módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades, Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de autoavaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e atividades 
práticas algumas incluindo estudo de caso. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de 
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta 
uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu módulo para você 
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro 
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso 
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste 
material físico ou eletrónico disponível na biblioteca, pode ter 
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
Autoavaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática. As tarefas dos exercícios de auto - 
avaliação apresentam exercícios resolvidos com detalhes 
(orientação das paginas e ou do paragrafo) 
 
Comentários e sugestões 
Este e o principal documento da disciplina. Contudo para cada tema 
recomenda-se que os estudantes usem outras fontes 
nomeadamente as que aparecem na lista bibliográfica de cada 
unidade temática ou mesmo através da pesquisa na internet. 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 3 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objetivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançarmelhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação 
crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas atividades práticas ou as 
de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando... Estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada 
hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 4 
 
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 5 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou 
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
SMS, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando 
a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante 
– CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do 
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indicada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período 
pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica 
e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 6 
 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10% do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou módulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam nomínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas atividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 7 
 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação do ISCED. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 9 
 
TEMA – I: O SABER GEOGRÁFICO. 
UNIDADE Temática 1.1. O saber geográfico e o seus elementos 
UNIDADE Temática 1.2. Exercícios Integrados deste Tema 
 
UNIDADE Temática 1.1. A curiosidade do homem e a sua aventura na Terra 
Introdução 
Nesta primeira aula da disciplina de Pensamento Geográfico, vamos 
aprender o que se entende por saber geográfico. Nesse sentido, 
estudaremos: como esse saber é essencial para os homens; de que 
maneira os conhecimentos geográficos servem para ordenar a 
superfície da Terra, gerir, explorar, organizar e substituir uma primeira 
natureza, que chamamos “intocada”, por uma natureza segunda, 
entendida como a natureza transformada pelo homem; e como a 
Geografia e os saberes geográficos ajudam a compreender as relações 
humanas e as inter-relações do homem e do seu entorno, fazendo 
brotar, na superfície, os meios humanos, as paisagens, as regiões, os 
territórios. Usando elementos do cotidiano e de nossa 
formação/informação básica, pretendemos auxiliá-lo na compreensão 
de como se estrutura o espaço geográfico e de como ele é apreendido 
pela Geografia enquanto ciência. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
 
 
 
 Compreender como o saber geográfico se relaciona à aventura humana na 
Terra; 
 Identificar de que maneira as necessidades do homem criam espacialidades 
diversas; 
 Relacionar os elementos que compõem o saber geográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 10 
 
 
A curiosidade do homem e sua aventura na Terra 
Antes de começarmos este estudo, é importante distinguirmos 
Geografia (enquanto ciência) de conhecimento ou saber geográfico. O 
saber geográfico é algo mais do que a Geografia enquanto ciência que 
se institucionaliza no século XIX. Essa institucionalização significou a 
sistematização científica do saber geográfico desenvolvido no processo 
civilizatório. Nesse sentido, não podemos confundir ciência geográfica 
com saber geográfico, uma vez que este último não se resume às formas 
instituídas pela academia. O saber geográfico enquanto conhecimento 
acerca do mundo está presente em todos os tempos e em todas as 
civilizações. Assim, quando falamos de geografia, antes da sua 
sistematização, estamos, na verdade, falando de saber geográfico. 
Você sabia que a geografia tem a idade da humanidade? Caso tenha 
respondido positivamente, você deve ter entendido que ela é, como 
todo saber, a expressão de uma curiosidade e a resposta a essa 
curiosidade. Habitante da superfície da Terra, o homem tem, desde o 
início dos tempos, procurado saber onde se encontra, conhecer o que 
existe além do lugar onde mora, inventariar cada elemento da extensão 
terrestre, identificar e nomear os lugares, descrever e conferir 
representações. 
Poder se situar, de forma absoluta (onde estou?) e relativa (o que existe 
aquém e além do lugar onde estou?); poder se deslocar e construir um 
itinerário; conhecer as terras longínquas onde jamais se esteve e a 
diversidade dos homens que lá vivem, os recursos, as riquezas para 
explorar; representar e transmitir saberes: tal é a longa busca 
empreendida pelo saber geográfico. Essa aventura geográfica da 
humanidade comporta a história da exploração e da descoberta da 
Terra, bem como a extraordinária história de sua representação 
cartográfica. A seguir, vemos dois exemplos: um da Antiguidade grega 
e outro do século XVIII. 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 11 
 
 
 a b 
Figura 1- (a) Cópia de mapas gregos antigos representando o continente 
Antártico sem gelo; (b) Mapa de Buache desenhado em 1737 
 
O homem jamais se contentou em apenas observar a Terra. Por meio 
de uma constante interação com o meio, ele tem deixado as suas 
marcas: tira da Terra os elementos essenciais à sua vida. Com essa 
intervenção, as sociedades humanas “desnaturam” a superfície da 
Terra, o que implica sua transformação. 
Com estas palavras, você já deve estar imaginando que o homem é um 
agente geográfico quando ele descobre novos lugares, drena, cultiva, 
constrói, substitui o meio natural por um meio artificial, ou melhor, por 
um meio “humano”. 
A ação geográfica dos homens implica inscrição de traços, de linhas, de 
superfícies de volume (áreas produtivas, manchas urbanas), sendo 
alguns destes visíveis, como rotas, campos, construções, e outros não 
diretamente percetíveis, como relações sociais, fronteiras, fluxos de 
relações. Pontos, linhas, superfícies, volume, densidade são, de maneira 
ampla, escrituras geográficas. As paisagens atestam a diversidade dessa 
escritura. 
Tomando por base Milton Santos (2006), podemos dizer que a 
paisagem é constituída por um conjunto de formas que, num dado 
momento, exprime as heranças que representam as sucessivas relações 
localizadas entre o homem e a natureza. Conjunto de elementos 
naturais e artificiais que fisicamente caracterizam uma determinada 
área. 
Depois de ter “escutado”, atentamente, o que disse o professor Milton 
Santos, você deve estar percebendo que o saber geográfico está 
relacionado à análise da paisagem, à compreensão de seus significados 
e de seus valores. Veja que o saber geográfico nasce da forma de olhar 
que os homens constroem sobre seu meio, das questões que eles se 
colocam sobre o sentido de sua presença nesse meio, sobre as 
influências que eles sofrem do meio e sobre os efeitos de suas 
intervenções. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 12 
 
A partir dessa breve exposição, você deve ter percebido que o saber 
geográfico surge da curiosidade humana e das interrogações que os 
homens se colocam diante das possibilidades e das limitações de suas 
ações frente às condições do meio; e que suas ações implicam marcas 
e um perpétuo conflito entre a realização de suas necessidades e o 
meio. 
Elementos do saber geográfico 
Neste item, veremos cinco elementos importantes para a compreensão 
do desenvolvimento do saber geográfico, vá se familiarizando com eles, 
pois serão importantes para sua formação como professor de 
Geografia. Esses elementos variam no tempo, mas são sempre 
importantes para a análise geográfica. 
Posições e contornos 
Os homens desenvolveram esforços consideráveis para poder se situar 
e ter uma ideia da forma,dos contornos e da articulação entre os 
continentes. De diversas maneiras, o homem enfrentou as difíceis 
etapas do reconhecimento da Terra; os navegadores foram os principais 
descobridores dos limites das terras e dos litorais. Sobre seus barcos, 
guiados pelo fio condutor das costas, impulsionados pelos ventos e 
pelas correntes, esses homens empreenderam viagens e expedições em 
direção a terras míticas, imaginárias ou reais. Eles desenharam os 
contornos das costas; depois, com seus barcos mediram as distâncias, a 
duração das navegações, identificaram as posições topográficas. Deram 
às terras descobertas milhares de nomes. 
Foi subindo e descendo rios ou acreditando descobrir suas 
desembocaduras ou mares interiores que os homens adentraram os 
continentes. As viagens de exploração por via terrestre, mais difíceis, 
foram raras e tardias. 
Veja que a identificação da configuração dos continentes e oceanos 
necessitava da resolução de três séries de problemas: 1) o 
conhecimento da forma da Terra; 2) o conhecimento de suas 
dimensões; e 3) a definição das coordenadas de um lugar. A 
esfericidade da Terra foi admitida e suas dimensões foram medidas 
desde a Antiguidade. Entretanto, enquanto a latitude e a longitude2 não 
foram definidas com precisão, os homens não puderam “dominar” 
efetivamente o seu Planeta. A partir disso, fica claro que a atitude de se 
orientar constitui uma das bases de todo saber geográfico. 
 
 
2 Distância em graus de qualquer ponto da Terra tomando como referência a linha do equador e distância 
em graus de qualquer ponto da Terra tomando como referência o meridiano de Greenwich, 
respetivamente. Você verá melhor esses dois conceitos na disciplina Leitura Cartografia 
 
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 13 
 
Identificação e Inventário dos Lugares 
O conhecimento dos contornos e das posições geográficas depende de 
outro conhecimento, aquele do conteúdo de cada lugar da superfície 
terrestre. A curiosidade dos homens apenas se satisfaz quando ele 
preenche os vazios das cartas e substitui os lugares míticos e 
imaginários por lugares “reais”. 
Diversas finalidades deram sustentação a esta empreitada: terras a 
conquistar, impérios a dominar, riquezas para se apropriar, populações 
para descobrir, rios e fontes, montanhas e lagos para inventariar. Assim, 
o desejo de conhecer foi sempre orientado e seletivo em relação às 
intenções dos homens e das sociedades. Ele varia com a escala que se 
deseja atingir, ou seja, varia em função da distância e do afastamento 
dos lugares que se quer conhecer. Conhecer significa criar itinerários 
que são “memorizados” graças à observação dos traços da topografia 
próxima e longínqua, à memorização das cores da vegetação, das 
nuances do relevo etc. 
 
Figura 2- Registo dos lugares nas primeiras sociedades 
Para melhor inventariar e identificar, primeiramente, fixa-se os 
fenômenos mais remarcáveis ou que fornecem os melhores marcos e 
sinais: o traçado dos rios, os obstáculos montanhosos, os desfiladeiros, 
os vulcões, os lagos, os animais e também as cidades. Em segundo lugar, 
elenca-se os fenômenos menos visíveis, relações de troca, tipos de 
organização social, religiosidade etc. 
Gostaríamos de frisar que um bom inventário leva em consideração 
também – e não é menos importante – os lugares habitados, rotas, 
construções religiosas, riachos, paradas etc. 
As cidades, os portos, as redes de rotas representam nós e linhas de 
funcionamento das sociedades 
 
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 14 
 
humanas e são reveladoras de dados essenciais. É fundamental chamar 
sua atenção para o fato de que o inventário dos lugares comporta um 
outro aspecto essencial: aquele de sua denominação. A toponímia é 
uma etapa indispensável do conhecimento da superfície da Terra. 
A Terra torna-se Terra dos homens quando deixa de ser anônima e é 
nomeada por eles. Todo lugar nomeado pelo homem torna-se 
significativo no sentido forte do termo. Baptizar o terreno e cobri-lo de 
uma camada de nomes transforma o conhecimento dos lugares em 
saber coletivo. Desde o instante em que os lugares têm um nome, eles 
são integrados a uma grade social de localização. Seu conhecimento 
geográfico deixa de ser fechado no círculo estreito das pequenas 
comunidades e se socializa para além do local. 
A gente ouve falar de vilarejos, de cidades, de montanhas, de reinos que 
jamais vimos e que não veremos nunca. A existência, além do que é 
pessoalmente conhecido, de uma esfera muito mais ampla e que existe 
apenas como um universo de palavras tem efeitos múltiplos: ela suscita, 
para alguns, uma fascinação por aqueles lugares dos quais ouviram 
falar; ela alimenta sua imaginação; ela faz nascer uma necessidade de 
evasão. 
A camada de nomes que constitui a toponímia alarga a esfera dos 
deslocamentos e das trocas para além do que foi percorrido pelo 
indivíduo. 
Localização e Distribuição 
Você já deve estar sabendo que o saber geográfico se particulariza por 
sua primazia com os dados de localização. 
É importante salientar que, além de coletados através de critérios 
rigorosos, é necessário que eles sejam cartografados. 
O que o geógrafo procura ver na paisagem não é a simples localização 
deste ou daquele objeto geográfico particular (fazenda, cidade, capela 
e outros), mas a distribuição de todos os objectos de uma mesma 
espécie (as casas, as cidades, as vilas, a vegetação, as florestas) e as 
diversas fisionomias de conjunto que revelam o meio. 
A relação homem-natureza 
Os homens se colocam, desde sempre, questões relativas às relações 
entre as sociedades e o seu meio, mesmo antes de ter um saber 
geográfico sistematizado. Hipócrates (século V antes de Cristo), em seu 
tratado Sobre os Ares, as Águas e os Lugares, já opunha os povos das 
regiões elevadas e húmidas a povos de regiões sem água e de variações 
climáticas bruscas. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 15 
 
Veja que foi e ainda é normal que, inseridos em meios naturais diversos, 
os homens tenham de retirar desses meios o seu sustento, os materiais 
para construir suas casas, as matérias-primas para sua produção, dentre 
outras coisas. Bem como que se interroguem sobre as influências desse 
meio no seu comportamento. 
O saber geográfico como totalizador da superfície terrestre 
Por sua vez, no século XIX, o nível de descrição da superfície da Terra já 
permitia uma visualização de sua totalidade. Além das descrições de 
lugares particulares, de inventários sobre as diversas partes da Terra, o 
saber geográfico segue na direção de compreender os conjuntos de 
elementos naturais e humanos e a solidariedade entre seus 
componentes, numa dimensão totalizante. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática, aprendemos que a curiosidade do homem foi 
e é um importante elemento para a constituição das sociedades e da 
Geografia. Vimos também que as necessidades básicas nos impõem 
atividades diversas e que, para satisfazê-las, deixamos as nossas marcas 
e impressões na superfície da Terra. Aprendemos ainda que as 
paisagens são um elemento revelador para a análise da Geografia. 
 
Auto-avaliação 
1. Ao conjunto de elementos naturais e artificiais que fisicamente 
caracterizam uma determinada área chama-se: 
A. Paisagem 
B. Pensamento Geográfico 
C. Saber geográfico 
D. Todas opções estão correctas. 
2. O homem enfrentou as difíceis etapas do reconhecimento da Terra; 
os principais descobridores dos limites das terras e dos litorais foram: 
A. Os geógrafos 
B. Os navegadores 
C. Os expositores 
D. Antropólogos 
 
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 16 
 
3. A latitude e a longitude são elementos muito importante para 
dominar e delimitar o planeta Terra, mas o que constitui uma das 
bases de todo saber geográfico é: 
A. Longitude 
B. Meridianos 
C. Latitude 
D. Equador 
4. A toponímia é uma etapa indispensável do conhecimento da 
superfície da Terra. 
5. O que o geógrafo procura ver na paisagem é a simples localização 
deste ou daquele objeto geográfico particular, a distribuição de todos 
os objectos de uma mesma espécie e as diversas fisionomias de 
conjunto que revelam o meio. 
Guião de Correcção 
1-A; 2-B; 3-C; 4-V; 5-V 
Avaliação 
1. O conceito de lugar articula-se a partir da relação ou compreensão 
do ser diante do espaço geográfico, ou seja, o lugar é o espaço 
apropriado ou percebido pelas relações humanas. 
2. A respeito do conceito de região, avalie as proposições a seguir a que 
esta incorrecta: 
A. Uma região pode ser criada com a finalidade de realizar estudos 
sobre as características gerais de um território, assim como para 
entender determinados aspectos do espaço. 
B. A região resulta de uma elaboração racional e intencional do ser 
humano. Tem a finalidade de facilitar a análise, a gestão e a 
compreensão de uma determinada área e dos elementos que a 
compõem. 
C. Em geral, a região pode ser entendida como uma área que foi dividida 
obedecendo-se a um critério específico. 
 
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 17 
 
D. Algumas regiões surgem de forma natural e são estabelecidas sem 
que seja necessária a especificação de um critério que as defina ou 
classifique. 
 
3. Onde surgiu o conhecimento Geográfico? 
A. No mundo Árabe. 
B. Na América. 
C. No Brasil. 
D. Na Grécia Antiga. 
 
4. A Geografia é a ciência que estuda e analisa o espaço produzido 
pelo homem 
5. O Espaço Geográfico é um importante conceito para a Geografia, 
haja vista que ele é o objeto principal de estudo dessa área do 
conhecimento. o espaço geográfico é um conjunto de sistemas de 
objetos e ações, isto é, os itens e elementos artificiais e as ações 
humanas que manejam tais instrumentos no sentido de construir e 
transformar o meio, seja ele natural ou social. Essa ideia foi defendida 
por: 
A. Milton Santos 
B. Frederich Engels. 
C. André Cholley 
D. Alexander Von Humboldt 
Guião de Correcção 
1-V; 2-D; 3-D; 4-V; 5-A 
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
DANTAS, Aldo. Pierre Monbeig: um marco da geografia brasileira. Porto 
Alegre: Sulina, 2005. 
KAERCHER, Nestor André. A geografia é o nosso dia-a-dia. In: 
CASTROGIOVANNI, António Carlos (Org.). Geografia em sala de aula. 
Porto Alegre: Editora da Universidade/AGB, 1998. 
SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo: EDUSP, 2006. 
 
 
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/milton-santos.htm
 
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 18 
 
 
 
 
 
TEMA – II: O EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO. 
Unidade Tematica 2.1. Geografia na Antiguidade 
Unidade Tematica 2.2 Geografia na Idade Média 
Unidade Tematica 2.3 Geografia na era dos descobrimentos 
Unidade Tematica 2.4 A Institucionalização da Geografia 
Unidade temática 2.5. Exercícios Integrados deste Tema 
 
Unidade Temática 2.1. A Geografia na Antiguidade 
Introdução 
Como você aprendeu na aula 1 (O saber geográfico) o conhecimento 
geográfico está fundado na relação homem/natureza (notadamente a 
biosfera), na ação humana e na maneira como estão distribuídos os 
fenômenos físicos e humanos na superfície da Terra. 
Nesta aula, você irá estudar como se deu a evolução desse 
conhecimento na antiguidade, principalmente a influência dos gregos e 
romanos na construção das ideias geográficas. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Compreender a evolução do pensamento geográfico na Antiguidade. 
 Relacionar as necessidades dos povos antigos com a produção e compreensão 
do espaço geográfico. 
 Compreender a influência dos gregos e romanos no desenvolvimento do 
conhecimento geográfico. 
 Perceber como surge a Geografia geral e regional. 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 19 
 
A indagação geográfica 
Para darmos início ao conteúdo desta aula, poderíamos, antes, nos 
fazer a seguinte indagação: qual é a questão específica que se coloca 
para a Geografia? 
Entre tantas possibilidades de respostas, poderíamos responder da 
seguinte maneira: a questão específica da Geografia é entender por que 
e como as distribuições espaciais estão estruturadas da maneira que 
estão. 
Lembramos a você que as distribuições espaciais são estruturadas a 
partir das ações humanas individuais e coletivas sobre a extensão 
terrestre. 
Quando Começam as Indagações Geográficas? 
Os primeiros indícios de uma preocupação com a distribuição dos 
fenômenos surgiram desde os primórdios da humanidade. Nesse 
período, o homem pouco modificava a natureza, uma vez que estava 
muito subordinado às condições naturais o que, provavelmente, lhe 
impunha uma condição de nômade. Essa condição se exprime no 
constante deslocamento à procura de meios de subsistência ou em 
atividades guerreiras e condiciona a uma necessidade de conservar 
informações sobre os caminhos percorridos e as suas direções. 
 
Dessa maneira, surgem os primeiros esboços representando a 
superfície da Terra, isto é, os primeiros mapas. Você pode confirmar 
essa informação perguntando a qualquer pessoa, mesmo aquelas que 
não sabem ler, qual o melhor caminho para ir a um lugar. Ela será capaz 
de fazer um esboço, mostrando o caminho a seguir, os fatos mais 
importantes que existem ao longo do percurso e os principais 
obstáculos. Há mesmo quem diga que fazer mapas é uma aptidão inata 
do ser humano. 
 
Desde a Antiguidade, a cartografia tem grande importância. O mapa 
mais antigo de que se tem notícia data de 2500 a.C. e é uma 
representação de um rio, provavelmente o Eufrates, com uma 
montanha de cada lado desaguando por um delta de três braços. 
 
Nesse período, a concepção existente era de uma Terra plana, com a 
forma de um disco e constituída por uma massa flutuante na água, com 
a abóbada celeste por cima. 
 
A expansão política, comercial e marítima dos povos do mediterrâneo 
(Mesopotâmia, Fenícia, Egipto) levou à elaboração de mapas marítimos 
e, sobretudo, à descrição de lugares e de povos. Tais descrições eram 
denominadas de périplos. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 20 
 
 
O périplo mais antigo data do século VII a.C. e foi feito por marinheiros 
fenícios a serviço do faraó egípcio. 
 
Foi na Grécia antiga que a ciência geográfica recebeu seu nome, 
entretanto, outros povos que vieram antes dos gregos, já tinham 
conhecimentos geográficos, entre estes, destacamos os egípcios, 
babilônios e fenícios. 
 
Os egípcios 
•Umas das mais antigas civilizações do mundo: 5 mil anos a.C.; 
•Se estabeleceram às margens do Rio Nilo e tiveram na agricultura a 
principal atividade; 
•Devido às condições climáticas da região essa era a única área que 
permitia atividade agrícola, no período de cheias; 
•Os egípcios estudaram a periodicidade das estações do ano 
observando o movimento do Sol, Lua e estrelas. 
 
 
Figura 3-Registo dos egípcios 
 
Os fenícios e babilônios 
•Povos que habitavam a região do atual Oriente Médio; 
•Fenícios ocupavam uma faixa do litoral do Mar Mediterrâneo, onde 
atualmente fica o Líbano; 
•Dedicavam-se ao comércio e faziam inúmeras viagens pelo Mar 
Mediterrâneo e Mar Vermelho;ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 21 
 
•Chegaram a ultrapassar o Estreito de Gibraltar e atingir o Oceano 
Atlântico; 
•Conheciam muito bem esses litorais, ilhas, golfos e baías. 
 
 
 
Figura 4-Rotas comerciais dos fenícios e babilônios 
 
 
•Os babilônios habitavam a região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre 
e Eufrates, atual Iraque; 
•Esse povo serviu-se de crenças espirituais e mitológicas para explicar 
os fenômenos naturais que eram inexplicáveis; 
•Os babilônios supunham que a Terra era uma grande montanha 
redonda cercada por mares; 
•No interior da montanha estava o reino dos Mortos e sobre ela, no 
céu, a Morada dos Deuses; 
•O mais antigo mapa que se tem notícia foi elaborado pelos babilônios. 
 
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 22 
 
 
Figura 5- Localização geográfica do império da Babilónia 
 
 
A Sistematização do Conhecimento Geográfico 
 
A palavra geografia (descrever a Terra) foi criada pelos gregos, povos 
que originalmente vão se preocupar com a sistematização desse 
conhecimento. 
Para Nelson Werneck Sodré (1987), talvez a Geografia seja a ciência de 
história mais longa entre todas que conhecemos. 
Ela começa com as descrições, nas comunidades de tradição oral, das 
migrações e das diferenciações dos lugares. Isso mostra que é 
importante que o conhecimento seja registado e transmitido. É na 
Grécia, já com o domínio da escrita e em decorrência de sua posição 
geográfica no Mediterrâneo, em relação às outras partes do mundo 
conhecido, que cabe (aos gregos) coletar e sistematizar os 
conhecimentos de natureza geográfica. 
 
O primeiro mapa grego de que se tem notícia foi elaborado por 
Anaximandro de Mileto (650-615 a.C.), que viajou e escreveu relatos 
das suas viagens. Discípulo de Tales de Mileto é provável que 
Anaximandro de Mileto tenha sido o inventor do gnómon, instrumento 
que serve para medir a altura do Sol (Figura 2). 
 
 
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 23 
 
 
Figura 6-Gnomon 
 
O segundo mapa da Antiguidade foi elaborado por Hecateu de Mileto 
(560-480 a.C.). Viajou por toda parte do mundo conhecido, escreveu a 
Descrição da Terra, obra ilustrada por um mapa onde a Terra é 
representada por um disco com água em sua volta. 
Outros documentos importantes dessa época são os poemas épicos 
Ilíada e Odisseia, de Homero, conhecidos e apreciados por seu valor 
literário e pelas informações geográficas contidas na descrição dos 
lugares distantes e das longas viagens marítimas. 
Os dois pontos de vista da Geografia 
 
Você deve ter percebido, até aqui, que duas são as preocupações que 
fundamentam os conhecimentos geográficos desse período. Um está 
relacionado com a física terrestre – forma, dimensão, posição sideral. A 
outra, com a descrição das diferenças da constituição da superfície 
terrestre e com as diversas culturas que nela se instalam. Essas duas 
dimensões dão origem a dois pontos de vistas: o da Geografia Geral e o 
da Geografia Regional. 
 
Dois “geógrafos” gregos 
 
 Erastóstenes (276-194 a.C.) – Além de demonstrar a existência 
da curvatura da Terra e calcular suas dimensões com notável 
precisão, também localizou mares, terras, montanhas, rios e 
cidades no primeiro sistema de coordenadas geográficas, no 
qual estavam presentes as latitudes e as longitudes. 
 
 
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 24 
 
Estudou, ainda, questões relativas à hidrografia e à climatologia, às 
zonas climáticas e às cheias dos rios, notadamente aquelas relativas ao 
Nilo. Contudo, os níveis de generalização traziam consigo margens de 
erros consideráveis, fortalecendo a abordagem regional. 
Matemático, filósofo e astrónomo grego da escola de Alexandria. 
Graças a medição ingeniosa de um arco de meridiano, foi o primeiro a 
medir corretamente a circunferência da terra (em 40 000 Km. 
aproximadamente). 
 
Figura 7-Erastostenes 
 Heródoto (484-425 a.C.) – Filósofo e historiador, considerado o 
pai da História e da Geografia, inseriu a história dos povos no 
contexto geográfico. Suas crônicas registam a gênese da 
Geografia Regional e retratam os mais diferentes e distantes 
países. São conhecidas suas viagens à Fenícia, ao Egipto e à 
Babilônia. Ao estudar as cheias do rio Nilo, Heródoto associou a 
sua desembocadura à letra grega delta, razão pela qual é 
encontrada até os dias atuais a foz em delta nos livros escolares. 
 
 
Figura 8- Mapa de Eratóstenes 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 25 
 
Dois “geógrafos” romanos 
 
 Estrabão (64 a.C – 20 d. C) – Grande enciclopedista destaca o 
caráter filosófico e transdisciplinar da Geografia. Em sua obra, 
afirmava que o amplo conhecimento, necessário ao 
empreendimento de qualquer trabalho geográfico, deve estar 
relacionado tanto com as coisas humanas como divinas, 
conhecimento que constitui a Filosofia. 
 
Ao contrário dos gregos, interessava-se por uma abordagem mais 
humana, cujos ensinamentos destinavam-se às ações de governo. Além 
do mais, ensinava que os geógrafos não deviam preocupar-se com o 
que estava fora do mundo habitado. Assim como Heródoto, Estrabão 
foi um grande viajante, tendo descrito no seu livro várias partes do 
mundo daquela época. Por tal feito, é, ainda hoje, considerado um dos 
mais importantes geógrafos da Antiguidade. Estrabão tinha como 
metodologia geográfica a localização e delimitação dos aspetos físicos 
de uma região seguidas da descrição da população, com suas lendas, 
costumes e atividades econômicas. 
 
 Ptolomeu (90 – 168 d.C.) – É o último grande geógrafo da 
antiguidade, foi também astrônomo e matemático. Interessou-
se pelas técnicas de projeção cartográfica e elaboração de 
mapas. Em sua obra Geographia, de 8 volumes, traz os princípios 
de construção de globos e projeções de mapas, indica os 
princípios da Geografia, Matemática e da cartografia, além de 
organizar um grande vocabulário com todos os nomes de 8000 
lugares que conhecia, localizando-os por meio da latitude e da 
longitude. 
Em sua obra “el Almagesto” descreve os princípios da Teoria 
Geocêntrica, o movimento circular uniforme e a divisão do Universo em 
dois domínios) o Cosmos e o mundo sub lunar), que estiveram vigentes 
até ao final da idade media e o Renascimento; imaginou a terra imóvel 
no centro do universo. Foi o primeiro a fazer mapas com coordenadas. 
 
 
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 26 
 
 
Figura 9-Representação da teoria Geocêntrica de Ptolomeu 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática, aprendemos que o saber geográfico não é 
algo que começou a ser produzido recentemente. Chega-se mesmo a 
afirmar que o seu início remonta às primeiras comunidades gentílicas. 
O rótulo geografia, por outro lado, somente passou a ser utilizado na 
antiguidade clássica e é fruto direto do pensamento grego. 
 
No processo histórico de construção desta especificidade do saber 
humano, os (as) gregos (as) são considerados (as) os (as) primeiros (as) 
a registar de forma sistematizada os conhecimentos geográficos. Tais 
contribuições decorrem do posicionamento geográfico da Grécia, que 
possibilitou a navegação, o comércio e o domínio sobre os povos do 
mediterrâneo, além do desenvolvimento social, político, econômico e 
cultural. 
Os (as) romanos (as), partindo dos conhecimentos herdados dos (as) 
gregos (as), ampliaram significativamente estes conhecimentos, 
tornando-se os (as) responsáveispelas grandes contribuições que 
passariam ser, mais tarde, fundamentais no desenvolvimento da 
Geografia enquanto ciência (Um dos grandes problemas enfrentados 
pelos que pretendem desenvolver uma pesquisa mais aprofundada 
acerca da história da Geografia, é a ausência quase que total de 
informações sobre as produções teórico-metodológicas dos povos 
orientais, sobretudo os da Antiguidade, fato que nos obriga, neste 
processo de construção, a citar apenas os feitos dos geógrafos 
ocidentais, e, mais particularmente, os dos greco-romanos). 
Autores como Eratóstenes, Tales de Mileto, Anaximandro, Heródoto, 
Hipócrates, Hiparco, além de outros, produziram os conhecimentos 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 27 
 
alicerçadores do que mais tarde seria a geografia científica, fato que 
justifica alguns comentários sobre eles. 
Apesar da imensa contribuição destes autores citados, foram, sem 
dúvida, Estrabão e Cláudio Ptolomeu os maiores responsáveis pela 
sistematização dos conhecimentos geográficos na Antiguidades 
Clássica. Suas obras, ressaltamos, serviram de modelo para os 
geógrafos responsáveis pela grande retomada da produção de 
conhecimentos geográficos, ocorrida a partir do século XV. 
 
Auto-avaliação 
1. Desde a Antiguidade, a cartografia tem grande importância para 
representar os contornos do planeta terra. O mapa mais antigo foi em: 
A. 2500 a.C. B. 2500 d. C 
C. 2000 a. C D. 2000 d.C 
 
2. A expansão política, comercial e marítima dos povos do mediterrâneo 
(Mesopotâmia, Fenícia, Egipto) levou à elaboração de mapas marítimos 
e, sobretudo, à descrição de lugares e de povos. Essas descrições eram 
chamados de: 
 
A. terráqueo B. périplos. 
 C. Trilho D. todas opções estão correctas. 
3. Atende as características: antigas civilizações do mundo: 5 mil anos 
a.C. e situada as margens do Rio Nilo com a principal actividade 
agricultura. Estas particularidades refere-se aos: 
A. Os fenícios B. Os babilônios 
C. Os egípcios D. Todos 
 
4. Ocupavam uma faixa do litoral do Mar Mediterrâneo, dedicavam-se 
ao comércio e faziam viagens pelo Mar Mediterrâneo e Mar Vermelho 
e litorais, ilhas, golfos e baías. São características típicas de: 
A. Os babilônios B. Os egípcios 
C. Gregos D. Fenícios 
5. A Geografia é uma ciência que tem por objetivo o estudo da 
superfície terrestre e a distribuição 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 28 
 
espacial de fenômenos significativos na paisagem. Os primeiro que 
coletar e sistematizar os conhecimentos de natureza geográfica foram: 
A. Gregos B. Egípcios 
C. Babilónicos D. Todos 
Guião de Correcção 
1-A; 2-B; 3-C; 4-D; 5-A 
Avaliação 
1. O primeiro mapa grego de que se tem notícia foi elaborado por: 
A. Eratóstenes (276-194 a.C.) 
B. Anaximandro de Mileto (650-615 a.C.) 
C. Heródoto (484-425 a.C.) 
D. Ptolomeu (90 – 168 d.C.) 
 
2. O segundo mapa da Antiguidade que fazia a Descrição da Terra, obra 
ilustrada por um mapa onde a Terra é representada por um disco com 
água em sua volta, foi elaborado por: 
 
A. Anaximandro de Mileto (650-615 a.C.) 
B. Heródoto (484-425 a.C.) 
C. Ptolomeu (90 – 168 d.C.) 
 D. Hecateu de Mileto (560-480 a.C.) 
3. No processo histórico de construção desta especificidade do saber 
humano, os gregos são considerados os primeiros a registar de forma 
sistematizada os conhecimentos geográficos. 
4. Eratóstenes foi ele que localizou mares, terras, montanhas, rios e 
cidades no primeiro sistema de coordenadas geográficas. 
5. Qual o objeto de estudo da Geografia? 
 
A. Interpretação de Mapas. 
B. Descrição dos Lugares. 
C. Observação da Paisagem. 
D. Estudo do Espaço Geográfico. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paisagem
 
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Guião de Correcção 
1-B; 2-D; 3-V; 4-V; 5-D 
Referencias Bibliográficas 
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia: ciência da sociedade. Recife: 
Editora Universitária/UFPE, 2006. 
BAILLY, A. FERRAS, R. Élements d’éspistemoligie de la géographie. 
Paris: Armand Colin, 1997. 
CLAVAL, Paul. Histoire de la géopgraphie. Paris: PUF, 1996. 
SANTOS, Milton. O país distorcido. São Paulo: Publi folha, 2002. p. 82. 
 
UNIDADE Temática 2.2. A Geografia na idade Média 
Introdução 
 
Esta aula discute a influência das mudanças ocorridas na passagem da 
Antiguidade para o medievo e suas repercussões no conhecimento 
geográfico, assim como a influência árabe no desenvolvimento da 
Geografia. 
 período. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Compreender a evolução do pensamento geográfico na Idade Média. 
 Entender que as mudanças ocorridas na sociedade com a queda do Império 
Romano e ascensão Medieval repercutem no desenvolvimento do 
conhecimento geográfico. 
 Compreender a influência dos árabes no desenvolvimento da Geografia. 
 
Quadro geral do Sistema Feudal 
 
A obra de Ptolomeu, que vimos no final da aula sobre a Geografia na 
Antiguidade, encerra a primeira etapa da Geografia. A própria riqueza 
que essa obra produziu por meio de uma ampla sistematização e o 
método de documentação que preconizou mantiveram-se durante 
muitos séculos presentes no pensamento geográfico. Como Aristóteles 
para a Filosofia, Ptolomeu será, até o Renascimento, a autoridade 
 
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 30 
 
inconteste em matéria do conhecimento da Terra e do sistema Mundo. 
E, desse modo, a Idade Média é, para a Geografia, um período de 
estagnação e mesmo de retrocesso do conhecimento produzido por 
essa ciência. 
 
A queda do Império Romano e a difusão do Cristianismo dão início a 
esse novo momento da história da humanidade, instalando um 
processo de fragmentação na produção do conhecimento científico e 
geográfico. As causas para essa fragmentação podem ser encontradas 
no contexto social, econômico e religioso daquela época. 
 
As invasões bárbaras vão provocar uma situação de guerra generalizada 
em boa parte do espaço europeu ocupado pelo Império Romano. Tal 
situação irá provocar na Europa consequências importantes que 
levaram ao isolacionismo espacial das sociedades e à instauração do 
sistema feudal, conforme você pode perceber na passagem a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Europa que daí surge está dividida em uma série de pequenas áreas 
politicamente diferenciadas, deixando de existir uma política uniforme 
sobre todo o território. Veja que a desarticulação dos sistemas de 
comunicação ligada ao fato de a Europa se encontrar relativamente 
despovoada dificultava o deslocamento de pessoas e a troca de ideias 
e de bens entre suas diferentes áreas. 
O sistema que se constitui é essencialmente isolacionista e tenta 
resolver seus problemas a partir da auto – subsistência do próprio 
feudo, prejudicando a mobilidade de pessoas, as trocas e a ampliação 
do horizonte geográfico que se verificou na Antiguidade. 
A influência da Igreja 
Nesse período, a Igreja Católica representa o maior poder europeu 
associada às diversas aristocracias, uma vez que se constitui na única 
instituição com influência sobre todos os feudos. Dessa maneira, as 
respostas para as questões da vida cotidiana, individual, social e 
políticas passaram a ser dadas a partir de interpretações bíblicas. É claro 
que o homem continua se perguntando sobre as questões geográficas. 
Entretanto, indagações sobre “como” e 
O fervor intelectual que havia favorecido a reflexão sobre a forma e a configuração 
da Terra desapareceu. O Estoicismo deixoude apoiar-se na hipótese geocêntrica e 
na imagem de um mundo harmonioso que daí emanava. A deslocação progressiva 
da administração tornou inúteis os levantamentos de informações tão procuradas 
na época de Augusto. As formas de construção social que triunfaram na Idade 
Média assentam em relações pessoais: é através de notáveis locais que o poder se 
exerce à distância; como tal, não é necessário formalizar o saber geográfico nesta 
sociedade: o conhecimento das pessoas é sufi ciente. (CLAVAL, 1996, p. 17-8). 
 
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 31 
 
“onde” continuam a ser feitas, só que agora as respostas são buscadas 
nas ordens religiosas e não nas cosmologias, como era mais comum 
anteriormente. 
A Bíblia era um instrumento que continha referências cosmológicas e 
geográficas, as quais davam respostas a tais perguntas. Veja que, no 
fundo, é a Igreja e não a ciência que busca respostas para indagações 
da realidade sócio espacial. 
Vale destacar que nesse período ocorre certo imobilismo populacional 
e uma diminuição dos eventos das viagens e, com isso, um maior 
desconhecimento do mundo real. Esses fatores aliados ao poder da 
Igreja provocam a diminuição da busca de respostas nas ciências. “Era 
natural que em um período de lutas constantes houvesse grande 
dificuldade de comunicação e uma queda no ritmo do comércio e nas 
preocupações filosóficas e, consequentemente, um retrocesso do 
conhecimento na Europa Ocidental”. (ANDRADE, 2006, p. 46). 
Depois de Ptolomeu houve um declínio evidente na exatidão dos mapas 
do mundo, declínio que perdurou até ao século XIV. Portanto, durante 
a Idade Média, período que se estendeu da queda do Império Romano 
(476 d.C.) a tomada de Constantinopla (1453 d.C.), a Cartografia 
experimentou uma fase de estagnação, onde todas as conquistas 
científicas realizadas anteriormente foram substituídas por uma 
representação simbólica, de caráter religioso. 
Isodoro (570-636 d.C.), bispo de Sevilha, criou o mapa etimologias, 
também conhecido como mapa T-0 (Figura 5). Este mapa esquemático 
tinha o seguinte significado: o "T" representava os três cursos d'água 
que dividiam o ecúmero, o Mediterrâneo, que separa a Europa da 
África; o Nilo, separando a África da Ásia; e o Don, entre a Ásia e a 
Europa. O ecúmero teria sido dividido por Noé entre seus três filhos 
após o Dilúvio. Além disso, o "T" também simbolizava a cruz e na sua 
junção estaria localizada Jerusalém, centro do mundo. Esses mapas, em 
sua maioria, eram circulares e emoldurados por um grande oceano. 
 
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 32 
 
 
Figura 10- Mapa T em O, típico da era medieval 
 
Neste mapa a Ásia ocupava sempre a metade superior do “O”, com a 
Europa e a África ocupando, cada uma, a metade da parte inferior. O 
mediterrânico uma posição meridiano entre os dois continentes. 
Jerusalém estava no centro do círculo, segundo o texto bíblico «esta 
Jerusalém; no meio das nações eu a coloquei e suas terras ao redor 
dela». O paraíso aparecia localizado a leste na parte superior do mapa. 
Nestes mapas foram incluídos elementos teológicos, perdeu-se a noção 
de localização rigorosa dos lugares e não existia sistemas de projeção. 
Considerava-se a terra de forma plana representada circularmente. 
Nem tudo foi sombra na Idade Média 
Se por um lado o conhecimento declinava no mundo ocidental “em 
outras áreas, porém, a formação de Estados fortes e a intensificação das 
viagens e do comércio permitiram que as tradições culturais gregas e 
latinas se integrassem com a de povos do Oriente e houvesse maior 
difusão cultural” (ANDRADE, 2006, p.46). Aqui um fator merece 
destaque: a expansão Árabe-Muçulmana. 
A expansão Árabe-Muçulmana 
A civilização Árabe-Muçulmana emerge depois da queda de Roma e se 
baseia na nova e vigorosa religião do Islã. Surgida no século VII, seu 
fundador foi Maomé (570-632), um próspero mercador da cidade de 
Meca. 
Maomé acreditava ter visto o anjo Gabriel que lhe ordenou “recitar em 
nome do Senhor”. Tomado por essa visão, Maomé se considera o 
escolhido e se transforma em profeta. 
 
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 33 
 
Nesse período, a maioria do povo árabe acreditava em deuses tribais, 
entretanto, nos grandes centros, a maioria da população já havia 
tomado conhecimento do Judaísmo e do Cristianismo, o que facilitou a 
aceitação de um Deus único anunciado por Maomé. Os padrões 
islâmicos de moralidade e as normas que regulam a vida cotidiana são 
fixados pelo Alcorão, que os muçulmanos acreditam conter a palavra de 
Alá, revelada a Maomé. Para eles, o Islã é o aperfeiçoamento do 
Judaísmo e do Cristianismo e reconhecem Jesus como um grande 
profeta, mas não divino. Maomé unifica as tribos árabes, envolvidas em 
constantes disputas, através da difusão da fé islâmica. 
 
Entre os séculos VIII e IX, a civilização muçulmana conhece o seu 
apogeu. Enquanto o conhecimento estava em baixa na Europa 
ocidental, os muçulmanos desenvolviam grandes conhecimentos 
embasados nas realizações dos gregos antigos através da tradução de 
obras gregas para o árabe. Com as suas conquistas, o império árabe 
estende-se desde a Espanha até a Índia e foi unificado, principalmente, 
pela fé. Por volta do século XI, começam a perder seu domínio. 
 
Os árabes encontravam-se assim extraordinariamente bem colocados 
para realizarem a exploração do domínio da Antiguidade clássica. O 
interesse pelas viagens e pelo conhecimento de outros lugares era 
grande. 
 
As peregrinações a Meca, exigência do Corão, significavam também 
grandes distâncias a percorrer. Assistiu-se assim a um período de 
desenvolvimento do conhecimento de muitos lugares. 
Os árabes procuravam também estabelecer relações com outros povos 
distantes. No século XII, Edrisi enriqueceu os seus conhecimentos 
geográficos com longas viagens e, ao serviço do rei da Sicília, elaborou 
e 1154 um mapa-múndi, que é considerado a obra mais importante da 
cartografia árabe. No século XIV, Ibn Batutah percorreu o Egipto, a 
Arábia, a Palestina, a Rússia, o Iraque, o Irão, o Afeganistão, a Índia e a 
China. Ultrapassou o Equador, demonstrando que a zona tórrida era 
habitada. O relato das suas viagens, rico de observações e de 
informações pessoais, é, sobretudo, uma descrição da sociedade 
muçulmana da 1ª metade do século XIV. 
 
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 34 
 
 
Figura 11- Itinerários e expansão árabe na idade media 
Os árabes mantiveram, deste modo, as tradições da geografia 
descritiva. Foram também eles que traduziram no século IX a geografia 
de Ptolomeu, com o nome de Almagesto. Desenvolveram a astronomia, 
a matemática, a geometria. Aperfeiçoaram o astrolábio e a bússola. 
E enquanto a cartografia ocidental ia pouco além de uma ilustração 
decorativa de textos teológicos, o mundo muçulmano recolheu e 
desenvolveu a antiguidade clássica. 
As suas cartas são no entanto esquemáticas: não há nem projetado, 
nem coordenadas, e a configuração real das várias regiões é 
inteiramente ignorada. A latitude e a longitude foram utilizadas pelos 
astrónomos nas suas observações, mas geógrafos, ao elaborarem os 
mapas, não se serviam desses dados. Existia no mundo árabe uma 
separação entre os geógrafos e astrónomos, que não aconteceu na 
antiguidade. 
 
 
Figura 12-Cartogramas usados pelos árabes na idade média 
 
 
 
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 35 
 
Sumário 
Na aula 1 (O saber geográfico), você observou a diferençaexistente 
entre o conhecimento geral e o geográfico. 
 
Agora, você terá visto como esses conhecimentos e, em particular, o 
geográfico, recrudesceu no início da Idade Média. A partir desse 
período, a influência do Cristianismo passa a ocorrer, também, no cerne 
do conhecimento e as respostas para as indagações do homem passam 
a ser pautadas nos conhecimentos da Bíblia e no desenvolvimento do 
conhecimento humano, como o incremento de tecnologias que 
viabilizassem os empreendimentos da Igreja Católica – as cruzadas, por 
exemplo. Viu ainda que a influência dos árabes é grande nesse período 
e que ela foi fundamental para o desenvolvimento geográfico dessa 
época. 
Autoavaliação 
1. A Europa, da Idade Média, é uma sociedade relativamente 
estável e fechada. Mas, esse período inicia grande processo de 
abertura e expansão comercial e marítima. 
2. Qual das alternativas abaixo aponta características da religião 
na Idade Média? 
 
A - Várias igrejas cristãs e protestantes atuavam na Europa Medieval. 
B - A Igreja Católica dominava na Europa Medieval, controlando a 
produção cultural e tendo grande influência sobre a vida espiritual das 
pessoas. 
C - As pessoas não davam importância à religião na Idade Média, sendo 
que grande parte da população era composta por ateus. 
D - Embora monopolizasse a vida religiosa na Idade Média, a Igreja 
Católica era muito aberta aos avanços científicos e manifestações 
culturais diversas. 
Guião de Correcção 
1-V; 2-B 
Referencias Bibliograficas 
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia: ciência da sociedade. Recife: 
Editora Universitária/UFPE, 2006. 
BAILLY, A.; FERRAS, R. Élements d’éspistemoligie de la géographie. 
Paris: Armand Colin, 1997. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 36 
 
CLAVAL, Paul. Histoire de la géopgraphie. Paris: PUF, 1996. 
FERREIRA, Conceição Coelho; SIMÕES, Natércia Neves. A evolução do 
pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1990. (Panfl etos Gradiva, 5). 
MARCO Pólo. Direção de Giuliano Montaldo. São Paulo: Versátil, 1982. 
AS MONTANHAS da lua. Direção de Bob Rafelson. [S. l.]: Tel Vídeo/20.20 
Vision, 1990. 
O NOME da rosa. Direção de Jean-Jacques Annaud. São Paulo: Warner 
Bros, 1986. 
 
UNIDADE Temática 2.3. A Geografia na era dos Descobrimentos 
Introdução 
 
Nesta aula, veremos as mudanças ocorridas no período de transição 
entre a Idade Média e os Tempos Modernos, destacando os 
acontecimentos que deram origem à chamada Renascença e ao 
Iluminismo e a forma como essas mudanças influenciaram e 
demandaram uma nova ordem espacial. 
 
 deseríodo. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Compreender a importância da Renascença e do Iluminismo para os tempos 
modernos. 
 Mostrar a relação entre mudanças sociais e estruturas espaciais ocorridas na 
transição do Feudalismo para o Capitalismo. 
 Relacionar mudanças ocorridas na estrutura social com a estruturação 
espacial. 
 
O Renascimento 
 
O Renascimento3 foi um dos mais importantes momentos de inflexão 
(mudança de direção) da história do ocidente e significa uma rotura 
 
3 Segundo o dicionário Michaelis, o Renascimento pode ser definido como o movimento literário, 
científico e artístico surgido na Itália, no século XV, e difundindo-se pelos outros países da Europa, 
no século XVI; sua característica principal foi a imitação dos modelos da civilização grega e latina. 
 
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 37 
 
entre o mundo medieval, caracterizado como uma sociedade agrária, 
estamental, teocrática e fundiária, e o mundo moderno, caracterizado 
pela urbanização, pelo modo burguês de pensar e, principalmente, por 
se caracterizar como uma sociedade de trocas. 
 
O Renascimento vai do século XV ao XVII. Neste momento ocorrem 
significativas mudanças. Na Europa, estas mudanças estão na origem do 
que viria a ser o mundo contemporâneo. 
Como vimos na aula anterior, a Europa, da Idade Média, é uma 
sociedade relativamente estável e fechada. Mas, esse período inicia 
grande processo de abertura e expansão comercial e marítima. 
A identidade das pessoas, de forte vinculação com o clã (tribo 
constituída de varias famílias subordinadas a um chefe hereditário) com 
a propriedade fundiária, passa a ter como referência o nacionalismo e 
o cultivo da própria individualidade. 
O homem vai tornando-se, aos poucos, o centro das preocupações, 
possibilitando paulatinamente a instalação de mentalidade laica (o que 
se opõe à eclesiástica), a qual vai se desligando do sagrado e das 
questões transcendentais tão características da Idade Média. Essas 
mudanças afetaram todas as esferas sociais: 
Na esfera econômica, o comércio e a manufatura tiveram grande 
expansão e o capitalismo substitui amplamente as formas medievais de 
organização econômica. 
Na esfera política, o governo central torna-se mais forte e viabiliza a 
consolidação do Estado, nova forma de governar. Na esfera religiosa, 
veremos a ascensão do protestantismo. 
Na esfera social, surge o que hoje chamamos de classe média, que 
assume um papel importante no campo da política e da cultura. Na 
esfera cultural, o clero perde o monopólio do ensino e a teologia cede 
lugar à ciência na explicação do mundo. 
A sociedade renascentista é uma sociedade fascinada pela vida da 
cidade, pelo comércio e pelos prazeres terrenos. A ideia de viver bem 
neste mundo passa a rivalizar com a promessa do paraíso. 
Ao se afastarem da orientação religiosa predominante na Idade Média, 
a sociedade que daí emerge vai discutir a condição humana na sua 
relação com o mundo, abrindo, assim, novas possibilidades de reflexão 
sobre questões políticas e morais. 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Pensamento Geográfico 
 38 
 
Note que nesse processo de transição do medieval para a modernidade 
o mundo vai tornando-se cada vez mais laico e independente da tutela 
da religião e o homem vai sendo levado a pensar e analisar a realidade 
que o cerca em toda a sua objetividade e não como resultado da 
vontade divina. 
Perceba que neste momento aparecem novas instituições políticas e 
sociais – nações, estados, novas legislações, novas classes sociais, 
exércitos etc. – o que implica também numa nova maneira de pensar a 
vida social, a história e a geografia. As cidades ganham vida, atraindo 
pessoas de diferentes lugares dispostas a conquistar um espaço no 
mundo, a competir e a enriquecer. 
A cidade vai transformar-se também no lócus de sustentação do 
desenvolvimento do capitalismo, inaugurando também uma nova 
divisão social e territorial do trabalho (trataremos melhor desse assunto 
na aula seguinte, na qual veremos as consequências espaciais de toda 
essa transformação). 
O Iluminismo 
Mais que um movimento, o Iluminismo foi um modo de pensar. Falando 
de modo geral, foi uma consequência da “revolução científica” do final 
do século XVII, que havia transformado a concepção que a maior parte 
das pessoas instruídas tinha a respeito do mundo habitado. 
Como vimos a pouco, o Renascimento inicia o movimento de transição 
da sociedade medieval para o capitalismo moderno. Sistema 
econômico voltado para a produção concentrada de bens, para a troca, 
para a expansão comercial, para a circulação crescente de mercadorias 
e para o adensamento populacional. Perceba que é um sistema que 
demanda constantemente ajustes e ordenamento espacial. 
Essa sociedade que emerge é individualista e financista. Voltada para 
expansão comercial e busca do lucro, ela engendra novos valores e 
atitudes que passam a reger o comportamento social. Veja que

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