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Direito Processual Penal II material 2

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•
Nulidades no Processo Penal/ processo penal II 2.ª parte
• Professor Henri Heine Olivier
• NULIDADES
• Conceito – “é o vício que impregna determinado ato processual, praticado sem a 
observação da forma prevista em lei, podendo levar à inutilidade e conseguinte 
remoção” ( Nucci).
• O processo penal é regido pelo princípio das formas, segundo o qual a forma como 
se desenvolve a relação processual é aquela prevista em lei. 
• Os atos processuais são limitados pelo lugar e pela forma.
• Para que um ato seja considerado perfeito, ele deve preencher os requisitos da 
existência, validade e eficácia.
• Forma – são todas aquelas condições de lugar, de expressão e de termos exigidos 
pela lei para o cumprimento de determinados atos, dentre eles destacam-se:
• – o idioma;
• - a escrita;
• - a publicidade;
• - a assinatura;
• o limite de tempo.
• IRREGULARIDADE – (vício leve) Ocorre quando o desatendimento da forma é 
incapaz de gerar prejuízo. 
• ATO INEXISTENTE – ( ato juridicamente inexistente, vício gravíssimo) é aquele que, 
embora tenha existência material é totalmente desprovido de qualquer significado 
jurídico. Ex. sentença assinada por escrivão, que não possui jurisdição, elemento 
essencial à existência dos atos praticados e assinados pelo juiz.
• ATO NULO – é o ato atípico, defeituoso, que sofreu a sanção de nulidade é o estado 
do ato após o reconhecimento da nulidade. Sua eficácia é sujeita à condição 
suspensiva – quando o judiciário reconhece a existência do vício. Tem efeito ex-tunc.
• ATO ANULÁVEL – é o que produz efeito até que seja invalidado. Sua eficácia é sujeita 
à condição resolutiva, ou seja após o reconhecimento do vício e a sanção, tem efeito 
ex-nunc. Se o ato atinge interesse privado a sanção é de anulabilidade,
• NULIDADE RELATIVA – (Vício médio) - Nesta o desatendimento é capaz de gerar 
prejuízo. 
• OBS. - A declaração judicial, da nulidade, tem efeito ex tunc. São consideradas 
nulidades relativas no artigo 564 as do inciso III alíneas “d” e “e”, segunda parte “g” 
e “h” 
• NULIDADE ABSOLUTA
• Sempre depende de declaração judicial;
• Anulado o ato, anulam-se os atos posteriores;
• O ato viola direitos constitucionais ou infraconstitucionais que ofendem interesse 
público;
• Não há prazo para alegação;
• O ato não se convalida.
• Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
• NULIDADE RELATIVA
• Sempre depende de declaração judicial;
• Anulado o ato, anulam-se os atos posteriores;
• O ato viola norma infraconstitucional de interesse das partes (interesse privado).
• Deve ser alegada em tempo oportuno;
• O ato se convalida.
• Depende de arguição da parte.
• REQUISITOS DA NULIDADE RELATIVA 
• – formalidade estabelecida em ordenamento infraconstitucional;
• – finalidade de resguardar um direito da parte;
• – interesse predominantemente das partes;
• – necessidade de prever a ocorrência efetiva do prejuízo, já que este pode 
ocorrer ou não;
• – necessidade de argüição “oportuno tempore”, sob pena de preclusão;
• – necessidade de pronunciamento judicial para o reconhecimento desta espécie 
de eiva.
• Principais exemplos de nulidade relativa:
• A omissão de qualquer formalidade que constitua elemento essencial do ato 
gera NULIDADE RELATIVA, porém, em razão do Princípio da Finalidade ou da 
Instrumentalidade das Formas, se o ato atingiu sua finalidade, não se deve 
declarar qualquer nulidade;
• A incompetência territorial (ratione loci) gera NULIDADE RELATIVA (os atos 
decisórios devem ser anulados, mas aqueles sem conteúdo decisório podem ser 
ratificados pelo juízo competente);
• São nulidades relativas: art.564 do CPP. Inciso III, “d”; III “e”, segunda parte, III 
“g”; III “b” e IV.
• NULIDADE ABSOLUTA – ( vício grave) ocorre quando há violação ao texto 
constitucional no que pertine aos princípios do devido processo legal, ou 
quando há uma norma infraconstitucional existente no interesse público, tais 
como:
• -ampla defesa; contraditório; publicidade; motivação das decisões judiciais; juiz 
natural.
• São nulidades insanáveis que jamais precluem.
• São consideradas como absolutas: incisos I, II, III, alíneas “a”, “b”, “c”, “f”, “i”, 
“k”, “l”, “m”, “n” e “p”. Artigos : 564, IV; 564, I; artigo 564, II.
• REQUISITOS DA NULIDADE ABSOLUTA:
• – ofensa direta aos princípios constitucionais do processo;
• – a regra violada visa garantir interesse de ordem pública e não mero interesse 
das partes;
• – o prejuízo deve ser demonstrado; 
• “o entendimento deste Tribunal, de resto, é o de que para o reconhecimento de 
eventual nulidade, ainda que absoluta, faz-se necessária a demonstração do 
prejuízo”. STF HC 110361.
• - não ocorre preclusão;
• – depende de pronunciamento para ser reconhecida;
• – pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
• Nela se houver sentença condenatória, não é acobertada pela coisa julgada, pois 
pode ser objeto de revisão criminal ou de habeas corpus. 
• Na sentença penal a falta da fundamentação gera NULIDADE ABSOLUTA.
• NATUREZA JURÍDICA DA NULIDADE – “É de uma sanção declarada pelo órgão 
jurisdicional, diante da imperfeição da prática do ato” 
• Obs: - a incompetência em razão da matéria (ratione materiae), em razão da 
pessoa (ratione persona) e funcional geram NULIDADE ABSOLUTA 
(consequentemente todos os atos devem ser anulados).
• Sistema de Nulidade do CPP
• Sistema da INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS, conforme se extrai dos arts. 563 e 
566 CPP:
• Art. 563 – “Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo 
para a acusação ou para a defesa”.
• Art. 566 – “Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído 
na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa”.
• PRICIPAIS SÚMULAS DO STF: (sobre nulidades relativas e absolutas)
• SÚMULA 155; SÚMULA 162
• SÚMULA 160 ; SÚMULA 351;
• SÚMULA 206 ; SÚMULA 431 ; 
• SÚMULA 366 ; 
• SÚMULA 523 ; 
• PRINCÍPIOS PROCESSUAIS DA NULIDADE;
• Do prejuízo - não há nulidade sem prejuízo, artigo 563, foi adotado o princípio 
da “pas nulitte sans grief”;
• No âmbito de JECRIM, não haverá nulidade se não houver demonstração de 
prejuízo, art. 65, §1.º, Lei 9.099/95 (princípio da informalidade).
• princípio da legalidade artigo 370 § 1. º do CPP, intimação de advogado sem 
declinar o nome do acusado.
• Da irrelevância do ato( art. 566);
• Da Contaminação ou da causalidade: um ato nulo provoca a nulidade dos atos 
posteriores, art. 573, §1.º e §2.º, do CPP. (nulidade em cascata)
• 
• Do interesse: art. 565 CPP – cabe ao interessado requerer a nulidade, desde que 
não tenha dado causa à nulidade, pois ninguém pode valer-se da própria 
torpeza. Tratando-se de nulidade absoluta, esta poderá ser reconhecida de 
ofício pelo juiz. 
• Da convalidação: art. 572 – a nulidade será convalidada, ante a ausência de 
arguição de nulidade relativa em tempo oportuno. 
• MOMENTO PARA ARGUIÇÃO DA NULIDADE 
• – Se dos referidos no art. 564, III “d” e “e”, segunda parte “g” e “h”, o momento 
é do art.571, 
• – Se a nulidade for absoluta poderá ser argüida a qualquer momento.
• A argüição fica subordinada a:
• – que a parte arguente não tenha dado causa à nulidade;
• - que a parte arguente não tenha concorrido para a imperfeição do ato que 
pretende anular;
• – que a parte arguente tenha interesse na observância da formalidade preterida 
( regras do artigo 565 do CPP).
 
• Não há nulidade em Inquérito Policial, pois este é uma peça meramente 
informativa. 
•
Recursos
Teoria Geral
• Professor Henri Heine OLivier
• TEORIA GERAL DOS RECURSOS
 Recurso é uma providência legal imposta ao juiz ou concedida à parte interessada, 
consistente de se obter nova apreciação da decisão ou situação processual com o 
fim de corrigi-la, modifica-la ou confirma-la. É o meio de se obter o reexame de uma 
decisão.
 Recurso é o meio voluntário de impugnação das decisões judiciais, utilizado antes 
do trânsito em julgado e no próprio processo em que foi proferida a decisão visando 
a reforma, invalidação, esclarecimento ou integraçãoda decisão judicial.
 Natureza jurídica do recurso – “É um desdobramento da relação jurídico-
processual em curso”.
* Recurso de ofício – (reexame necessário ou remessa obrigatória) não é recurso, pois 
sua natureza jurídica é de condição de eficácia da sentença.
* Súmula 423 – STF – “Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso 
ex officio, que se considera interposto ex lege” 
* Vicio de procedimento (error in procedendo) Neste caso a sentença é anulada e 
cassada. 
* Vício de julgamento (error in judicando), questões de direito material. Neste caso a 
sentença é reformada ou modificada.
• Pressupostos processuais
• Pressupostos - são requisitos necessários à admissibilidade dos recursos. São 
elementos que necessitam estar verificados para a análise da pretensão recursal. A 
ausência de qualquer deles impede o conhecimento do recurso.
• Pressupostos fundamentais – sucumbência – forma gravosa para a parte que dela 
pretende recorrer.
• Sucumbência recíproca – quando ambas as partes sucumbem, sucumbência parcial.
* Juízo de admissibilidade ou Juízo de Prelibação – É o exame dos pressupostos 
processuais. 
* Juízo de mérito ou de delibação – Ocorre quando o recorrente preenche todos os 
requisitos do juízo de admissibilidade. 
• Pressupostos objetivos
 a) Cabimento – o recurso há que estar previsto em lei, com regras e condições 
definidas: forma de interposição, prazo e etc. Os recursos obedecem a um rol 
taxativo (“números clausulus”); 
 b) Adequação – dentre os recursos previstos o recorrente deve eleger o recuso 
correto, idôneo e apto à impugnação da decisão ou sentença; 
 c) Tempestividade – é a interposição do recurso dentro do prazo previsto em lei; é 
o pressuposto mais rigoroso de todos.
* O prazo recursal é puramente processual, não se inclui o dia do começo (dies a quo) 
e se inclui o dia do final (dies ad quem).
* Aplica-se a Súmula 710 do STF - “No processo penal, contam-se os prazos da data da 
intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de 
ordem”. 
* Súmula 310 do STF – “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação 
com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-
feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro 
dia útil que se seguir”. 
* Quando houver a necessidade de “dupla intimação”, sendo imprescindível intimar o 
defensor e o acusado, o prazo para a interposição começará a fluir a partir da última 
intimação, não importando a ordem.
* Aplica-se a regra sobre a contagem de prazo: “se o primeiro ou o último dia não 
forem úteis, o prazo será prorrogado para o primeiro dia útil subsequente”.
* “No caso de dúvida acerca da tempestividade da apelação criminal, impõe-se o seu 
conhecimento em homenagem à efetividade do processo e ao duplo grau de 
jurisdição” – STJ HC 12135/RJ.
* d) Regularidade formal – Está relacionada às regras aplicáveis quando da 
interposição e encaminhamento do recurso.
* A interposição poderá ocorrer de duas formas: por petição ou por cota (termos)nos 
autos.
* Há recursos que podem ser interpostos desacompanhados das razões recursais: 
apelação e Recurso em sentido estrito.
* Quando a apelação for interposta de decisões do Juizado Especial Criminal, as razões 
são apresentadas juntamente com a petição de interposição. 
* e) Fatos impeditivos – é fato que ocorre antes da interposição do recurso.
* e1) a renúncia – configura-se com manifestação expressa da parte abrindo mão ao 
direito de recorrer. 
* Não há renúncia tácita. 
* Promove a antecipação do trânsito em julgado da decisão.
* O MP não pode renunciar ao direito de recorrer.
* Súmula 705 do STF – “A renúncia ao direito de apelação, manifestada sem a 
assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este 
interposta”
* f) Fatos extintivos – é fato que ocorre depois da interposição do recurso, 
fulminando-o.
* f1) desistência – é ato de disposição do recurso após a sua interposição:
* f1.1) desistência expressa – com manifestação escrita da defesa;
* f1.2) desistência tácita – quando a defesa não manifesta inconformismo com a 
decisão, quando da apresentação das razões do recurso interposto. 
* O MP não pode desistir do recurso interposto, art. 576 CPP. Basta declarar no 
sentido de manter a sentença, pelos fundamentos nela contidos.
•
Pressupostos Subjetivos
• a) – Legitimidade - art. 577 CPP:
• a1) – No polo ativo: MP. Querelante e assistente de acusação;
• a2) – No polo passivo: defensor. O réu pessoalmente e ao curador.
• A presença de curador ocorrerá somente quando houver necessidade de apurar 
insanidade mental.
• O assistente de acusação somente poderá recorrer quando o MP não recorrer, 
poderá, no entanto, manifestar no recurso do MP de forme complementar.
• O assistente de acusação poderá interpor recurso contra a decisão de impronúncia 
ou de absolvição sumária, (apelação).
• Poderá propor recurso em sentido estrito contra extinção da punibilidade, contra 
indeferimento de apelação e Resp, RE dos acórdãos que julgarem os recursos 
citados.
• Súmula 208 STF – “O assistente do Ministério Público não pode recorrer, 
extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus”. 
• Súmula 210 STF – “O assistente do Ministério Público pode recorrer, inclusive 
extraordinariamente, na ação penal, nos casos dos arts. 584, §1.º e 598 do Código de 
Processo Penal”.
• O acusado somente poderá interpor recurso, pessoalmente considerado, no caso 
dos recursos que exigem arrazoamento posterior, neste caso a defesa técnica deverá 
ser intimada para apresentar as devidas razões.
• b) – Interesse Recursal – Surge naturalmente da sucumbência. Inadmissível recorrer 
apenas para confirmar decisão judicial favorável.
• A sucumbência é determinada na parte dispositiva da sentença.
• Sucumbência total -, quando o pedido for totalmente desacolhido.
• Sucumbência parcial – quando o pedido for acolhido em parte, pode ser: 
• 1 – sucumbência simples – quando apenas uma das partes sucumbe;
* 1,1 – sucumbência plúrima – quando mais de uma parte sucumbe;
* 1.1.1 – sucumbência paralela: quando as partes sucumbentes estão no mesmo polo;
* 1.1.2 – sucumbência recíproca: quando as partes sucumbentes estão em polo 
oposto.
* No caso de sentença absolutória por insuficiência de provas, o que não aponta 
sucumbência, o acusado poderá recorrer de apelação para modificar a 
fundamentação da sentença absolutória. 
* Da extinção do recurso:
* a) normal – ocorre quando conhecido o recurso; 
* b) anormal: ocorre quando observa-se a falta de preparo, nos casos previstos em lei 
e a desistência.
* CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS:
* a) EXTRAORDINÁRIO: é, apenas, o previsto no art. 102 inciso III alíneas a,b e c da CF, 
* b) ESPECIAL: é o recurso previsto no art. 105 inciso III alíneas a,b e c da CF 
* c) ordinário – Todo e qualquer outro recurso, não importando a sua natureza, se 
apelação, agravo, embargos e etc. Em geral ocorrem na 1.ª e 2.ª instância.
• Quanto às fontes normativas podem ser: 
 a ) – constitucionais- os previstos na Constituição Federal;
 b ) - legais – os previstos na Legislação Processual e na Legislação extravagante;
 c ) - regimentais – Os previstos nos regimentos internos dos Tribunais ou nas Leis 
de Organização Judiciária de cada Estado.
 os recursos podem ser:
 a ) – voluntários – são aqueles cujo ônus de interpô-lo cabe exclusivamente a parte 
sucumbente;
 b ) – de exame necessários, ou de remessa obrigatória – são os denominados de 
“ex-officio”, 
 O recurso de ofício possui natureza de condição de eficácia da decisão ou 
sentença, art. 574 CPP
 Súmula 423 STF – “ Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso 
ex officio, que considera interposto ex lege”. 
 c) Total: visa ao reexame de toda a decisão; 
 d) Parcial: visa ao reexame apenas de uma parte da decisão.
 e) Iterativo: é aquele que será apreciado pelo mesmo órgão que proferiu a decisãorecorrida. 
 f) Reiterativo: será apreciado por um outro órgão, distinto daquele que proferiu a 
decisão recorrida. 
 g) Misto: é aquele que será apreciado tanto pelo próprio prolator da decisão 
recorrida quanto por um órgão distinto
•
Princípios Recursais
• Duplo grau de jurisdição – é uma garantia constitucional implícita que assegura a 
todos os litigantes em processo judicial ou administrativo a possibilidade de ver 
reexaminado a decisão proferida por outro órgão da jurisdição hierarquicamente 
superior.
• Não alcança as decisões que se dão por meio de recurso especial e extraordinário, 
pois estas instâncias julgam apenas questões de direito, exceto no caso de recurso 
ordinário constitucional – ROC. 
• Princípio da unirrecorribilidade (singularidade ou unicidade) – estabelece que para 
cada decisão ou sentença só existe um único recurso cabível, devendo a parte 
atentar-se para a adequação e cabimento, art. 593, §4.º, do CPP.
• Exceções:
• A) – quando há um acórdão de segunda instância a parte poderá, dependendo do 
caso, interpor recurso especial para o Superior Tribunal de Justiça – STJ e recurso 
extraordinário para ao Supremo Tribunal federal – STF.
• B) – quando houver sucumbência recíproca.
• Princípio da fungibilidade (teoria do recurso indiferente) – trata-se de amenizar o 
rigor da adequação recursal em caso de equivoco da parte. 
• A parte não será prejudicada pelo erro na interposição de um recurso distinto 
daquele que estaria previsto em lei, devendo o magistrado admitir o recurso como 
se fosse o recurso cabível no caso concreto.
• Trata-se da instrumentalidade do processo. Processo é, pois, meio, instrumento, e 
não um fim em si mesmo.
• Exceções: má-fé e o erro grosseiro.
• O recurso inadequado deve ser interposto no prazo do recurso legalmente cabível.
• Admitida a fungibilidade, o rito procedimental deverá ser o relativo ao recurso 
adequado, o juiz apenas releva o erro.
• Art. 579, CPP – “Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela 
interposição de um recurso por outro”.
• Parágrafo único – “Se o juiz, desde, logo, reconhecer a impropriedade do recurso 
interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível”. 
• Princípio da voluntariedade
• Os recursos são voluntários e se fundam na manifestação de vontade dos 
interessados na reforma da decisão (art. 574, caput, primeira parte, do CPP).
• O recurso é uma extensão do direito de ação.
• O recurso é um meio de provocar o judiciário, novamente.
• O ministério Público que é obrigado a provocar o judiciário para a ação penal, não o 
é em se tratando de recurso.
• Princípio da Taxatividade;
• Determina que os recursos devem estar expressamente previstos em lei, não sendo 
possível a adoção da analogia em matéria recursal.
• O recorrente deverá, sempre, utilizar recursos previamente estabelecidos no CPP ou 
na legislação extravagante.
• Não se admite recurso de decisões interlocutórias, pois ausente em normas de 
processo penal.
• Princípio da Conversão
• Ocorrendo a interposição de recurso perante um Tribunal incompetente, este 
remete o recurso ao órgão judicial competente, sempre que detectado o equívoco 
do recorrente no endereçamento. 
• Princípio da Suplementaridade
• Quando excepcionalmente, de uma decisão é cabível a interposição de mais de um 
recurso.
• É o caso de um acórdão que desafia Recurso Especial e Recurso Extraordinário, 
desde que no prazo legal.
• O prazo é de 15 (quinze) dias, contados da intimação da decisão.
• A interposição de um deles não inviabiliza que o outro seja interposto, mesmo que 
depois.
• Princípio da Dialeticidade
• Princípio que representa a manifestação do contraditório na seara recursal.
• “O recorrente deverá declinar os motivos pelos quais pede o reexame da decisão, 
porque somente assim a parte contrária poderá apresentar suas contrarrazões, 
estabelecendo o contraditório em matéria recursal”.
• Súmula 710 do STF – “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para 
oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denuncia, não suprindo a 
nomeação de defensor dativo”.
• Princípio da extensibilidade das decisões benéficas
• Trata-se de uma exceção ao princípio da personalidade do recurso.
• Art. 580 do CPP – “No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto 
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente 
pessoal, aproveitará os outros”.
• A extensibilidade das decisões benéficas também alcança Habeas Corpus e Revisão 
Criminal.
• Princípio da Proibição da 
Reformatio in Pejus
• Conhecido como a regra da “non reformatio in pejus”
• Quando somente o réu apela, ele está desdobrando o seu direito de defesa e, em 
consequência somente a matéria de defesa é devolvida para o tribunal, motivo pelo 
qual está proibida a reforma para pior. 
• É o reflexo da regra do “tantum devolutum quantum appelatum”.
• Art. 617 do CPP – “O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao 
disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser 
agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença”.
• “Non reformatio in pejus”
e nulidades
• Súmula 160 – STF – “É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade 
não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.
• Havendo nulidade a ser reconhecida, não requerida pela acusação, somente poderá 
haver reconhecimento se não houver prejuízo ao acusado. Havendo qualquer tipo 
de prejuízo ao recorrente, o Tribunal fica impedido de reconhece-la.
• Proibição da “Reformatio in pejus” indireta
• Ocorre quando a sentença condenatória é anulada em virtude de recurso exclusivo 
da defesa e é submetida à novo julgamento, a nova decisão não pode superar a 
condenação imposta na sentença anulada. 
• “É velha e aturada a jurisprudência da corte, no sentido de que o juiz que venha a 
proferir nova decisão, em substituição à cassada no âmbito de recurso exclusivo da 
defesa. Está limitada e adstrito ao máximo da pena imposta na sentença anterior, 
não podendo de modo algum piorar a situação jurídico-material do réu, sob pena de 
incorrer em inadmissível reformatio in pejus indireta”. STF – HC 89544, 14.04.2009.
• “Non reformatio in pejus
e Tribunal do Júri 
• Caso o julgamento levado a efeito pelo Tribunal do Júri venha a ser anulado pelo 
Tribunal, na hipótese de realização de novo julgamento, a soberania dos veredictos 
prevalecerá, sendo que uma nova decisão poderá agravar a situação do réu.
• Se a decisão do Conselho de Sentença, do novo julgamento, for igual a primeira, no 
tocante ao mesmo crime e as mesmas circunstâncias, não poderá o juiz-presidente, 
ao proferir sentença, agravar a situação do acusado, exclusivamente quanto à 
dosimetria da pena 
• Efeito devolutivo
• O efeito devolutivo é aquele que permite ao Poder Judiciário reexaminar uma 
questão já decidida.
• Trata-se de uma decorrência natural da garantia do duplo grau de jurisdição.
• Todo recurso possui efeito devolutivo. Trata-se de efeito inerente ao próprio direito 
de recorrer.
• Em geral, a matéria será apreciada por um órgão judicial hierarquicamente superior. 
Exceto no caso de recurso de decisão do JECRIM.
• O efeito devolutivo poderá ser parcial ou total.
• Com a interposição do recurso sempre poderão ser objeto de análise as matérias de 
ordem pública, que são conhecidas de oficio a qualquer tempo e em qualquer grau 
de jurisdição.
• A extensão dos recursos corresponde a correlação a ser verificada entre a 
impugnação e a nova decisão, exceto referente às matérias cognocíveis de ofício.
• “Tantun devolutum quantum appellatum”
• Não se admite que a matéria impugnada seja maior que a matéria decidida. 
Ressalvada a matéria cognocícel de officio.
• Efeito suspensivo
• É aquele que suspende a eficácia da sentença (decisão) recorrida, impedindo que a 
decisão produza seus efeitos enquanto não for definitivamente julgado.
• Depoisde proferido, um provimento judicial não produz os efeitos, pois sua eficácia 
fica subordinada a um tempo existente para a sua impugnação (recorribilidade).
• Interposto o recurso, a decisão ficará temporariamente suspensa, ficando afastada a 
preclusão da decisão até a realização do novo julgamento.
• No caso de sentença condenatória, os arts. 387, parágrafo único e o art. 413, §3.º, 
ambos do CPP, exigem que, tanto para a manutenção de prisão como para a 
decretação da prisão preventiva por ocasião da sentença condenatória, ou de 
decisão de pronúncia, a ordem de prisão deverá ser escrita e fundamentada. 
• Não há prisão automática decorrente de sentença condenatória.
• Enquanto não transitar em julgado, qualquer prisão será cautelar.
• Efeito regressivo (iterativo ou diferido)
• Trata-se de efeito do recurso que permite a autoridade que prolata a decisão, 
exercer “juízo de retratação”.
• Permite a devolução da matéria decidida ao mesmo órgão jurisdicional que prolatou 
a decisão impugnada:
• Recurso em Sentido Estrito;
• Agravo em execução;
• Carta testemunhal.
• Efeito extensivo
• Art. 580 do CPP – “No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto 
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente 
pessoal, a aproveitará aos outros”.
• Trata-se de uma extensão subjetiva dos efeitos do julgado.
• Todos os recursos previstos no processo penal possuem efeito extensivo, que se 
aplica também no habeas corpus, mandado de segurança e revisão criminal.
• Estabelece o princípio da igualdade no processo penal.
• RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE) 
*
Cabimento: é cabível contra algumas decisões interlocutórias e, 
excepcionalmente, contra algumas decisões de mérito previstas CPP e na legislação 
extravagante. 
*
Equivale ao agravo no Processo Civil.
*
Só cabe nas hipóteses expressamente previstas em lei, e não contra toda e 
qualquer decisão interlocutória;
*
Além das decisões em interlocutórias, também é cabível contra sentença e, 
até mesmo, contra decisões administrativas.
*
É classificado como recurso ordinário, podendo levar à reapreciação de 
matéria de fato e de direito.
*
Prevê a possibilidade de reexame necessário (ex officio), no caso de 
concessão de habeas corpus, em primeiro grau.
 
* É recurso facultado às partes, não é exclusivo da defesa.
* Pode ser interposto por petição objetivando a análise da admissibilidade para depois 
de intimado da avaliação positiva, apresentar as razões do recurso.
* Pode, ainda, ser interposto juntamente com as razões.
* Será manejado exclusivamente no primeiro grau (interposição e razões).
* Se recebido somente será julgado perante os Tribunais de segundo grau.
• Cabimento do Rese
• O art. 581 do CPP elenca as hipóteses de cabimento, prevendo o recurso tanto para 
o processo de conhecimento, quanto às relativas as decisões do juízo da execução 
penal.
• Cabe também de atos administrativo, quando prevê o recurso contra decisão de 
exclusão e inclusão de nome de jurados na lista geral.
• Cabe de decisões do Código de Trânsito, previstas nos art. 294, parágrafo único.
• Hipóteses de cabimento
art. 581 do CPP
• I – Da decisão que não receber a denúncia ou a queixa:
• Trata-se de uma decisão interlocutória mista terminativa.
• Impede o início da ação penal.
• O provimento do Tribunal equivale ao recebimento da denúncia e constitui marco 
interrupitível da prescrição.
• Quando se tratar de crimes de competência originária dos Tribunais, caberá agravo 
regimental.
• Caberá tanto no caso de rejeição liminar (art.396), quanto no caso de rejeição 
tardia, no caso do art. 399, ambos do CPP.
• Cabe da rejeição total e parcial da denúncia.
• Se ao receber a denúncia o juiz alterar a acusação, significa rejeição, atacável de 
Rese.
• Súmula 707 do STF – “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para 
oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo 
a nomeação de defensor dativo”.
• II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo
• Trata-se de decisão interlocutória não terminativa.
• Somente é cabível quando o juiz reconhece a sua incompetência de ofício. Quando 
acatar exceção de incompetência a fundamentação será a do inciso III.
• Havendo desclassificação na primeira fase do júri, para um crime que não seja 
doloso contra a vida, significa ao juiz reconhecer a sua incompetência e remeter o 
processo para outro juízo.
• III - Da decisão que julgar procedente as exceções , salvo de suspeição
• Algumas exceções se julgadas procedentes constituem decisão terminativa, tais 
como: coisa julgada, litispendência e ilegitimidade de parte.
• As exceções: de incompetência, suspeição e impedimento, tem cunho de decisão 
interlocutória não terminativo.
• Se julgada improcedente a exceção, não há recurso previsto, podendo, no entanto, 
ser atacada com habeas corpus.
• A exceção de suspeição tem julgamento original no Tribunal, portanto não cabe 
Rese.
• IV – Da decisão de pronúncia
• Trata-se de decisão típica do Tribunal do Júri.
• É uma decisão interlocutória mista não terminativa.
• Julga procedente a denúncia mediante comprovação da presença de prova da 
materialidade do fato e da presença de indícios suficientes de autoria.
• No caso de impronúncia, o recurso cabível será o de apelação.
• A desclassificação imprópria, oriunda do princípio da correlação, tem efeito de 
pronúncia e cabe recurso em sentido estrito. 
• V – Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, 
indeferir requerimento de prisão preventiva ou revoga-la, conceder liberdade 
provisória, ou relaxar a prisão em flagrante.
• Estando o agente preso, na hipótese de o juiz negar, cassar, ou julgar inidônea a 
fiança, poderá ser interposto ordem de habeas corpus. 
• Há entendimento que esse inciso pode ser interpretado extensivamente para 
alcançar as decisões que negar, cassar ou revogar qualquer das medidas cautelares 
alternativas previstas nos arts. 319 e 320 CPP. 
• Havendo ilegalidade na decretação ou cumulação e medida alternativa à prisão, será 
cabível habeas corpus, pois implica em privação de liberdade.
• Se a autoridade policial, ao arbitrar fiança a fizer de forma indevida o MP deverá 
requer ao juiz a sua cassação nos termos dos arts. 338 e 339 do CPP.
• Havendo indeferimento de representação para a prisão preventiva ou temporária, o 
recurso será o Rese, interposto pelo Ministério Público.
• VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor
• No que diz à fiança, pode ocorrer duas hipóteses:
• a) – quebrada a fiança pelo descumprimento das obrigações estabelecidas na 
concessão da liberdade provisória, implica na revogação do benefício e 
consequentemente na expedição de mandado de prisão.
• b) – em razão da urgência poderá ser impetrado habeas corpus.
• Se decisão for do juízo da execução caberá “agravo em execução”
• VIII - Da sentença que decretar a prescrição, ou julgar, por outro modo, extinta a 
punibilidade
• Trata-se de decisão que poderá ocorrer no processo de conhecimento ou de 
execução. 
• Se no processo de conhecimento caberá recurso em sentido estrito.
• Se no processo de execução caberá agravo em execução.
• Tratando-se de recurso em sentido estrito é “pro et contra” 
• A decisão que extingue a punibilidade é uma decisão de mérito “lato sensu”.
• IX – Da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra 
causa extintiva de punibilidade.
• Trata-se de decisão que poderá ocorrer no processo de conhecimento ou de 
execução. 
• Se no processo de conhecimento caberá recurso em sentido estrito.
• Se no processo de execução caberá agravo em execução.
• Tratando-se de recurso em sentido estrito é “pro et contra” 
• A decisão que extingue a punibilidade é uma decisão de mérito “lato sensu”.
• X – Da decisão que conceder ou negar a ordem de “habeas corpus”
• Tratando-se de decisão do juiz de primeiro grau, cabe recurso em sentido estrito.
• Caberáainda o reexame necessário (recurso de oficio).
• Quando o “habeas corpus” for denegado por Tribunal o recurso cabível será o ROC – 
Recurso Ordinário Constitucional, para o STJ ou para o STF 
• XI – Da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena
• Trata-se de decisão que ocorre, em regra, na sentença, portanto atacado de 
apelação e não recurso em sentido estrito.
• “Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, 
ainda que somente de parte de decisão se recorra”, Art. 583,§4.º CPP.
• A revogação ocorre no juízo da execução, portanto o recurso cabível é o agravo em 
execução.
• XIII – Da decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte.
• Trata-se de decisão raramente utilizada.
• A decisão que anula o processo a partir de um determinado ato, leva ao 
refazimento, deste em razão do princípio da contaminação. 
• XIV – Da decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir.
• Comporta recurso em sentido estrito no trazo de 20 dias. A dilação do prazo recursal 
é característica deste tipo de motivação. 
• XV – Da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta.
• Denegar é não recebe-la, julgá-la deserta é por falta de preenchimento de algum 
requisito específico.
• Denegar a apelação é negar processamento ao recurso por falta de um dos 
pressupostos recursais.
• A deserção é causa extintiva do direito de recorrer, pela falta de preparo, previsto 
em lei.
• Quando o recurso não for recebido pelos Tribunais, caberá agravo regimental.
• XVI – Da decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão 
prejudicial.
• A questão prejudicial que suspende o processo pode ser: 
• a) - obrigatória, quando envolver o estado das pessoas;
• b) – facultativa nos demais casos.
• Da decisão que indefere a suspensão não cabe recurso, podendo ser impetrado 
habeas corpus, ou correição parcial. 
• XIX – Da decisão judicial que decidir o incidente de falsidade.
• O incidente de falsidade é disciplinado nos arts. 145 a 148 do CPP. Cabe recurso 
tanto da decisão que acolhe quanto da decisão que rejeita incidente.
• Admitido a decisão, determina-se o desentranhamento do documento, rejeitado o 
incidente, o documento permanece nos autos, podendo ser apreciado juntamente 
com as demais provas na sentença.
• Tempestividade
 Prazo bipartido.
 a) Prazo de interposição: 5 dias (no caso previsto no inciso XIV do art. 581, o prazo 
para interposição do RESE será de 20 dias). Com ou sem razões
 b) Prazo para oferecimento das razões: 2 dias.
 Caso haja optado pela interposição em separado das razões, o juiz, após a 
admissibilidade positiva, intimará a parte para apresentar as razões em dois dias, art. 
586 e 588 CPP.
 Em eventual intempestividade na apresentação das razões de recurso interposto 
dentro do prazo, tem-se entendido tratar-se de mera irregularidade.
• “a apresentação das razões do recurso em sentido estrito fora do prazo de dois dias a 
que se refere o art. 588 do Código de Processo Penal não impede o seu 
conhecimento” STJ – Resp 251.783/RS – 14.5.2002.
• O prazo de dois dias começa a ser contados a partir da intimação do recorrente para 
apresentar as razões.
• Para o ofendido não habilitado como assistente de acusação o prazo será de 15 dias 
(CPP art. 584, §1.º, c/c art. 598, parágrafo único)
• Regularidade formal
 Processamento: O recurso em sentido estrito deve ser interposto perante o 
próprio juiz que proferiu a decisão recorrida. 
 Poderá ser interposto por escrito (petição ou cota nos autos), ou oralmente, 
quando em plenário ou em audiência, o que será reduzido à termo.
 Deve ser indicado o dispositivo legal em que se fundamenta o recurso para facilitar 
o exame da admissibilidade.
• Quando o recurso não sobe nos próprios autos, deverá ser formado o instrumento, 
art. 583 CPP; para tanto, a parte indicará, na petição de interposição, ou em 
requerimento avulso, as peças dos autos que deverão ser trasladadas pelo escrivão. 
Sendo interposto por termos nos autos a indicação das peças a serem trasladadas, 
constará do próprio termo.
• Se não houver indicação das peças, durante o prazo de interposição, o recurso não 
deverá ser conhecido.
• A parte contrária deverá ser intimada para apresentar as contrarrazões.
• Subindo por instrumento a parte contraria, também poderá indicar peças para 
serem incluídas no instrumento.
• Formação do instrumento
• Os casos de formação do instrumento constituem uma exceção, uma vez que por 
questão de economia processual, o recurso deve subir nos próprios autos, desde que 
não prejudique o regular andamento do processo.
• Poderá, no prazo da interposição, por simples petição, indicar as peças, art. 587 do 
CPP.
• Há entendimento doutrinário que as peças poderão ser juntadas até a apresentação 
das razões.
• Admite a juntada de qualquer documento poderá, conforme art. 231 do CPP, ocorrer 
a qualquer tempo.
• Conforme o art. 587 do CPP, as peças a serem trasladadas são:
• a) – a decisão recorrida;
• b) – certidão de sua intimação;
• c) – termo de interposição ou petição de interposição;
• São de traslado facultativo, mas necessário: a denúncia ou a queixa. Nesse caso se o 
escrivão deixar de trasladá-las, o Tribunal deverá converter o julgamento em 
diligência, objetivando completar o traslado.
• Efeitos do Rese
• Como qualquer recurso o recurso em sentido estrito possui efeito devolutivo – 
diferido –na medida em que a matéria somente será transferida ao juízo ad quem 
após ser previamente submetida a uma devolução ao juízo a quo, para a retratação.
• O efeito devolutivo – diferido – somente ocorre após o juízo de retratação.
• O efeito suspensivo é aplicado restritivamente. No caso de recurso em sentido 
estrito, art. 584, CPP.
• Hipóteses de efeito suspensivo, art. 584 CPP:
• a) – decisão que determina a perda da fiança;
• b) – concessão de livramento condicional (agravo em execução);
• c) – decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta.
• Efeito suspensivo parcial – suspende apenas parte da eficácia decisão:
• Decisão que declarar extinta a punibilidade, não impede que acusado preso, seja 
colocado em liberdade. Art. 596, CPP.
• Contra decisão de pronúncia, suspende tão somente o julgamento, podendo os 
demais atos serem realizados normalmente.
• Da decisão que julgar quebrada a fiança , o recurso suspende só a perda da metade, 
podendo o juiz impor outras medidas cautelares, e se for o caso decretar prisão 
preventiva.
• Efeito regressivo – está materializado no juízo de retratação.
• Efeito extensivo – art. 580 CPP, beneficia o corréu que não recorreu.
• Juízo de retratação
• Apresentada as razões e as contrarrazões os autos serão conclusos ao juiz, que 
deverá: sustentar ou reformar a sua decisão, de forma fundamentada. 
• Trata-se de ato judicial obrigatório, dispensando, portanto, o requerimento do 
recorrente, pois há imposição legal, para tanto.
• Caso o juiz reforme sua decisão, caberá novo recurso pela parte prejudicada).
• APELAÇÃO
 Conceito – “É o meio de impugnação das decisões proferidas em primeira 
instância, desde que a decisão se enquadre em uma das hipóteses do art. 593 do 
CPP, bem como nos casos em que haja previsão em lei especial. Assim também na 
Lei 9.099/95 – JECRIM.”. 
 A apelação possui caráter residual e somente poderá ser interposta nos casos em 
que não for cabível o recurso em sentido estrito. 
 Ademais, trata-se de recurso amplo, pois na apelação pode ser veiculada toda e 
qualquer matéria ( de fato e de direito) atinente ao feito, postulando-se a reforma 
parcial ou total ou a cassação (anulação) da decisão”. 
• Características 
• Trata-se de recurso ordinário por excelência.
• É cabível quando houver provas novas.
• Corrige error in iudicando (reforma da decisão).
• Corrige error in procedendo (anula a decisão).
• Trata-se de recurso de fundamentação livre, exceto no caso das decisões do Tribunal 
do Júri que são de fundamentação vinculada, pois procura-sepreservar a soberania 
dos veredictos, razão da dificuldade em analisar o “error”, ante a desnecessidade de 
fundamentação dos jurados.
• Não se trata de recurso exclusivo da defesa, podendo ser interposta por qualquer 
das partes, inclusive pelo assistente de acusação.
• TIPOS DE APELAÇÃO
 a – Plena ( ampla ou integral) – quando o apelante impugnar toda a matéria 
objeto de decisão, passando o tribunal a ter cognição ampla da matéria impugnada.
 b – Limitada (parcial ou restritiva) – quando a impugnação abrange apenas parte 
da decisão provocada pela parte sucumbente, delimitando a matéria a ser 
examinada pelo juízo ad quem.
 OBS. - O recorrente deve restringir de forma clara e específica, no momento da 
interposição do recurso, a parte da decisão da qual recorre, caracterizando, assim, o 
recurso parcial.
• Há recursos de apelação distintos que será aplicado de acordo com o tipo de regime 
prisional:
• a) – procedimento ordinário (apelação ordinária) para a apelação no caso de crimes 
punidos com reclusão (CPP, art. 613);
• b) – Procedimento sumário (apelação sumária) para os crimes apenados com 
detenção (CPP, art. 610);
• c) – Apelação da Lei 9.099/95, para os crimes de menor potencial ofensivo.
• A apelação é sempre voluntária.
• CABIMENTO (ART.593 CPP)
 I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz 
singular (é o caso tradicional de cabimento da apelação: contra sentença 
condenatória ou absolutória – próprias ou impróprias);
 Nos casos de absolvição sumária previstas no art. 397 do CPP, com ressalva do 
inciso IV, que trata da extinção da punibilidade, pois é uma sentença de mérito em 
sentido lato, mas não uma sentença absolutória.
 Obs. Há entendimento contrário, afirmando, neste caso, caber apelação
* Geralmente a apelação ataca a decisão e não a fundamentação desta. Há porém, a 
hipótese de apelar para modificar a sua fundamentação.
* II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular 
nos casos não previstos no Capítulo anterior (caráter residual). 
* As decisões definitivas são aquelas que julgam o mérito, pondo fim ao processo, ou a 
um incidente processual, sem, contudo, condenar ou absolver o réu.
• Portanto, cabe apelação como recurso residual, ou seja, quando não se tratar de 
despachos de mero expediente, nem for o caso de recurso em sentido estrito, desde 
que encerre algum tipo de controvérsia.
• Exemplo: sentença que homologa laudo de insanidade mental, sentença que 
homologa a suspensão condicional do processo, art. 89, da Lei 9.099/95, 
reconhecimento de ofício de coisa julgada, litspendência, condições da ação, no 
curso da ação, extinguindo-o sem julgamento do mérito. 
 Obs. Das decisões condenatórias ou absolutórias proferidas nos processos de 
competência originária dos Tribunais Superiores não cabe apelação, dependendo do 
caso o recurso cabível será o Recurso Ordinário.
 III - das decisões do Tribunal do Júri, 
 Trata-se de recurso com fundamentação vinculada , cabendo apenas nas hipóteses 
do art. 593, III do CPP.
 Não pode o Tribunal de Justiça conhece-la por fundamentação diversa da invocada 
pelas partes. 
* Súmula 713 – STF “O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito 
aos fundamentos da sua interposição”.
* Nada impede, porém, que a apelação de sentença do tribunal do júri tenha mais de 
um fundamento, cumulando hipóteses de cabimento de mais de uma alínea.
* Quando a parte pretende recorrer de decisão proferida no Tribunal do Júri deve 
apresentar, logo na sua petição de interposição, qual o motivo que o leva a apelar, 
deixando expresso alínea eleita no inciso III do art. 593 do CPP. 
* Obs. – “é defeso ao tribunal deixar de apreciar os pontos indicados, dado o caráter 
restritivo do recurso”.
* Sentença condenatória ou absolutória proferida decorrente de julgamento pelo 
Tribunal do Júri:
* a) - ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
* As nulidades relativas que ocorrerem após a pronúncia devem ser arguidas logo 
depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes. Se o juiz não as acatar 
caberá apelação com fulcro na alínea em pauta.
• A nulidades ocorridas durante o julgamento em plenário deve ser arguida tão logo 
ocorra, sob pena de preclusão.
• Deve ser lançada em ata o protesto (arguição), pois deve ser consignada 
oficialmente e de forma expressa, para ser discutida no Tribunal.
• O reconhecimento da nulidade em grau de apelação gerará a nulidade do 
julgamento.
• Caberá ao recorrente, nas razões recursais apontar a nulidade ocorrida, sob pena de 
o recurso não ser conhecido.
* b - for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos 
jurados.
* O juiz não pode contrariar o texto legal, quando da sentença, tanto na dosimetria, 
quanto na fundamentação.
* O Juiz Presidente não pode alterar a decisão do colegiado.
* Não poderá haver dissonância entre a vontade dos jurados e o comando da 
sentença.
* Neste caso o Tribunal de Justiça deverá retificar a sentença, julgando o mérito, 
conforme preceitua a lei ou tenha decidido os jurados.
• c - houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança;
• Trata-se de erro atribuído exclusivamente ao juiz Presidente.
• A sentença do Tribunal do Júri é subjetivamente complexa, cabendo ao juiz a 
aplicação da pena ou a medida segurança.
• Neste caso o Tribunal deverá retificar a aplicação da pena ou da medida de 
segurança.
 d - for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
 Obs. - quando há duas versões e os jurados optam por uma, não cabe apelação.
 Trata-se de análise de mérito.
 Julgam os jurados de acordo com o princípio da livre convicção, mas a liberdade de 
julgar não é completa a cerca do acervo probatório existente.
* Não se tolera a ilegalidade nem mesmo dos soberanos jurados.
* Neste caso o Tribunal deverá analisar o mérito para proceder a avaliação, podendo 
apenas, na procedência da reclamação, cassar o julgado e determinar que outro seja 
realizado.
* Não cabe a segunda apelação pelo mesmo motivo, nem da defesa e nem da 
acusação.
* Não há que se falar em violação à soberania dos veredictos, pois a avaliação se os 
veredictos são manifestamente contrários à prova dos autos, cabe somente à Corte 
de Apelação.
* Reconhecida pelo tribunal superior a manifesta desconformidade entre a decisão 
dos jurados e os elementos probatórios, não poderá, assim, reformar a decisão no 
que toca ao meritum causae, cabendo-lhe somente anular o julgamento. 
Protegendo-se com isso a soberania dos veredictos.
Uma decisão manifestamente contrária a prova dos autos é arbitrária, destituída 
de qualquer apoio nos elementos probatórios.
Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, 
ainda que somente de parte da decisão se recorra.
• Prazo e Procedimento da Apelação
 Prazo: o prazo da apelação é bipartido, estando assim dividido:
 Prazo de Interposição: 5 dias (art. 593);
 Prazo para oferecimento das razões: 8 dias.
 O prazo para a interposição do recurso de apelação é contado a partir do efetivo 
cumprimento do mandado de intimação.
 A apelação poderá ser interposta por petição ou por termos nos autos, ou ainda 
poderão ser oferecidas as razões de apelação no juízo ad quem. 
 A apelação no procedimento do Juizado Especial Criminal – JECRIM, art. 82 da Lei 
9.099/95, no prazo de 10 dias:
 a) – da decisão que rejeita a denúncia ou queixa;
 b) – da sentença.
 A interposição deverá, obrigatoriamente, junto com as razões. Prazo único.
 Quando a sentença for prolatada em audiência ou em plenário, no Tribunal do Júri, 
o prazo começa a ser contado a partir desta.
 
 Quando a ação penal for privada, a ausência das razões recursais promove a 
perempção.
 É permitida a juntada de documentos na fase de apresentação das razões, 
garantindo, portanto, o contraditório. 
 A intimação da sentença deve ser feita ao réu eao seu defensor, iniciando-se o 
prazo recursal somente após a segunda intimação, desde que o acusado não se livre 
solto.
 Caso o acusado se livre solto, a intimação será feita apenas ao seu defensor.
• O prazo para a vítima ( no caso de apelação supletiva ou subsidiária) é de 15 dias e 
começa a fluir a partir da data em que terminar o prazo do MP. Tal tipo de apelação 
ocorre somente quando tratar-se de ação penal pública.
• A apelação supletiva tem posição divergente na doutrina, que não a admite.
• As razões do acusado poderão ser apresentadas no juízo ad quem, §4.º, art. 600 CPP. 
Exige-se, para tanto, que haja declaração na interposição, por petição ou por termo 
nos autos.
• A apresentação intempestiva das razões ou contrarrazões é mera irregularidade, não 
impedindo o conhecimento do recurso.
* “A simples apresentação das razões dentro do quinquídio legal, independentemente 
da petição ou termo de interposição do recurso basta para conhecer o apelo” .
* Contrarrazões de Recurso:
* prazo de 8 (oito) dias nos processos em geral;
* Prazo de 10 (dez) dia nas contravenções e qualquer outra infração penal de menor 
potencial ofensivo. Se houver remessa para o juízo comum, o prazo será o prazo 
comum para os demais procedimentos.
• 3 (três) dias para o assistente de acusação a contar depois do prazo do MP e 3 (três) 
dias para o MP no caso de ação penal privada subsidiária da pública.
* Súmula 708 do STF – “É nulo o julgamento de apelação se, após a manifestação nos 
autos da renúncia do único defensor o réu não foi previamente intimado para 
constituir outro”.
* Obs. As contrarrazões não são obrigatórias, salvo no caso do MP e do defensor 
dativo. 
 Nos termos da Súmula nº 431 do STF, é indispensável que haja a intimação da data 
do julgamento, salvo quando se tratar de habeas corpus.
 Em regra, a apelação sobe nos próprios autos. Excepcionalmente, entretanto, 
poderá subir em autos copiados (art. 600, § 1º, do CPP). 
* Efeitos: a apelação possui efeito devolutivo e, em alguns casos, suspensivo:
 O efeito suspensivo ocorrerá nos casos previstos no art. 597 do CPP. Assim, a 
apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo.
 Note que a apelação se sentença absolutória não tem efeito suspensivo, já 
podendo o acusado ser posto em liberdade.
 A defesa pode se manifestar na apelação em segunda instância por meio de 
memoriais ou sustentação oral. 
 Apelação negada cabe RESE, se este for negado cabe carta testemunhável.
 Apelação recebida e depois negada seguimento e a sua expedição, cabe 
carta testemunhável (art. 639, II do CPP).
 Apelação no Juizado Especial Criminal:
 interposta no prazo único de 10 dias (esse prazo já é tanto para interpor a 
apelação quanto para oferecer razões recursais) .
• EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
 Cabimento: são cabíveis contra sentenças, acórdãos ou decisões interlocutórias 
que possuam um dos seguintes vícios:
– Omissão; Contradição; Obscuridade; Ambigüidade;
– Prazo: Nos processo penal, os embargos de declaração deverão ser 
interpostos no prazo de 2 (dois) dias. 
– São endereçados ao próprio prolator da decisão embargada.
 Excepcionalmente, nos casos de omissão ou contradição relevantes, os embargos 
de declaração poderão ter força para alterar a decisão embargada (fala-se, nesse 
caso, em embargos de declaração com efeito modificativo ou infringente. 
* Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição dos outros 
recursos. 
 Obs. - Os embargos de declaração que não forem conhecidos pelo julgador ou que 
forem considerados meramente protelatórios não interrompem nem suspendem o 
prazo para interposição de outros recursos.
• Embargos de Declaração no Juizado Especial 
 Prazo para sua interposição é de 5 (cinco) dias;
 Serão admitidos nos casos de omissão, contradição, obscuridade ou dúvida;
 Podem ser interpostos por escrito ou verbalmente;
 Em regra, os embargos suspendem o prazo para interposição de outros recursos. 
 Obs. - Segundo o STF, entretanto, quando os embargos de declaração forem 
interpostos contra os acórdãos da turma recursal, eles interromperão o prazo para 
interposição de outros recursos. 
• CARTA TESTEMUNHÁVEL
 Cabimento: A carta testemunhável encontra-se prevista nos arts. 639 a 646 do 
CPP. Será cabível quando o juiz não admite ou nega seguimento ao recurso em 
sentido estrito ou agravo em execução. 
 É um recurso específico para propiciar o recebimento de um recurso obstado 
indevidamente.
 Prazo: A carta testemunhável deverá ser interposta no prazo de 48 (quarenta e 
oito) horas, na prática, o prazo acaba sendo de dois dias. 
• A Carta Testemunhável é um recurso subsidiário, e, assim, para seu cabimento não 
poderá haver previsão de outro recurso específico contra a decisão que denega o 
recurso ou obsta o seu seguimento.
• Procedimento: Esse recurso é dirigido ao escrivão ou secretário do tribunal 
(normalmente o diretor de secretaria). 
• A parte indicará as peças a serem trasladadas.
• O escrivão entregará ao recorrente, no prazo de cinco dias, a carta devidamente em 
ordem 
• A carta testemunhável tem efeito regressivo, possibilitando ao juiz reformar a 
decisão e autorizar o recebimento do recurso até então não recebido.
• Caso seja mantida a decisão, a carta será encaminhada ao tribunal para avaliar o 
crime em torno do qual houve interposição do recurso.
• Intimação do testemunhante para apresentação das razões em dois dias.
• Intimação do testemunhado para apresentar as contrarrazões no mesmo prazo.
• Retratação pelo juiz.
 Caso não haja retratação, o recurso será remetido ao Tribunal. O Tribunal, 
ao dar provimento à carta testemunhável, determinará a subida do recurso 
inadmitido ou, se entender que a carta já está bem instruída, já poderá julgá-la, bem 
como o recurso que estava paralisado. 
• AGRAVOS NO PROCESSO PENAL 
 Agravo em execução: foi criado pela Lei nº 7.210/84 (art. 197 da Lei de Execuções 
Penais) 
 Cabível em qualquer decisão do juiz, em qualquer procedimento ou incidentes da 
execução penal.
 Está sujeito ao mesmo procedimento do recurso em sentido estrito, nos termos do 
art. 586 do CPP e o prazo para sua interposição é de 5 (cinco) dias. Em regra não tem 
efeito suspensivo, salvo quando interposto contra a decisão que desinterna ou libera 
quem está sujeito à medida de segurança.
 Caso queira das efeito suspensivo, poderá ser usado habeas corpus.
• Súmula 700 do STF – “ É de cinco dias o prazo para a interposição de agravo contra 
decisão do juiz da execução penal”.
• Legitimidade: O Ministério Público, o condenado, seu representante legal ou seus 
parentes, se tiverem qualquer requerimento indeferido.
• Deverá ser formado o instrumento, quando os autos da execução penal deverão 
permanecer no cartório. Cabendo ao agravante indicar, na peça de interposição, as 
peças a serem trasladadas, ou fazê-la em petição avulsa.
• Possui efeito regressivo.
 Agravo: cabível contra as decisões do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal 
que não admite o Recurso Extraordinário ou o Recurso Especial, No processo penal, 
o prazo de interposição desse recurso é de 15 (quinze) dias, ante a revogação do art. 
28 da Lei 8.038/90 e será julgado pelo Ministro relator do caso.
 Não caberá agravo no caso de inadmissão do recurso extraordinário ou recurso 
especial, fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão 
ou em julgamento de recurso repetitivo.
 Estão legitimados todos os proponentes desses recursos excepcionais.
* Agravo inominado: está previsto no § 3º do art. 625 do CPP e será cabível contra a 
decisão que inadmitir a revisão criminal;
* Agravo interno ou legal (ou “agravos regimentais”): providência cabível no âmbito 
dos tribunais contra as decisões do relator que decide monocraticamente uma 
questão. Seu intuito é fazer com que a questão seja apreciada pelo órgão colegiado;
• EMBARGOS INFRINGENTES OU NULIDADES
Art. 609 CPP 
 Os Infringentes referem-se ao mérito da causa (atacam ojus puniendi do Estado), 
enquanto os embargos de nulidade referem-se a vícios processuais ou de 
procedimento (que podem ensejar a anulação do julgamento).
 Cabimento: São cabíveis contra as decisões proferidas em apelação, recurso em 
sentido estrito ou agravo em execução, quando forem não unânimes e 
desfavoráveis ao acusado. 
•
Requisitos dos Embargos Infringentes ou de Nulidade:
 Que a decisão seja proferida por Tribunal de 2ª instância ou que funcione como 
órgão de segunda instância;
 que a decisão seja proferida em apelação, recurso em sentido estrito ou agravo 
em execução;
 decisão não unânime e desfavorável ao acusado;
 que haja, pelo menos, um voto vencido em favor do réu.
 Prazo: 10 (dez) dias a contar da publicação do acórdão.
• Cabimento
• Segundo a natureza do recurso interposto: apelação, recurso em sentido estrito e 
agravo em execução;
• Prazo de 10 dias a contar da publicação do acórdão.
• Ante a presença de divergência ou a falta de unanimidade na decisão recorrida.
• Pode ter por objeto uma questão preliminar relacionada com os pressupostos de 
admissibilidade recursal.
• Não se exige que o voto vencido seja contrário ao vencedor, basta que seja 
diferente. 
• Cabe embargos referente a decisão de caráter extrapenal
 Procedimento: os embargos infringentes ou de nulidades serão interpostos 
(acompanhados das razões recursais), diretamente ao Tribunal de 2ª instância (são 
dirigidos ao relator do acórdão embargado). 
 Após isso, colhe-se a manifestação do querelante ou do assistente de acusação, se 
houver, seguindo-se o parecer da Procuradoria de Justiça. 
 Haverá relator e revisor no julgamento desses embargos. 
 Havendo empate na votação deve prevalecer a tese mais favorável ao acusado. 
• Os julgadores que participaram do julgamento originário não estão impedidos 
de participar do julgamento dos embargos. 
* Esse recurso é privativo da defesa 
* Não cabem embargos infringentes ou de nulidade contra: de decisão da turma 
recursal dos juizados especiais criminais;
* O julgamento dos embargos infringentes fica a cargo do mesmo tribunal que 
proferiu a decisão embargada. Normalmente, a competência é da Câmara 
Criminal;
* Os embargos infringentes não possuem efeito suspensivo;
 Se a decisão proferida tiver uma parte unânime e outra não unânime, os 
embargos infringentes ficarão restritos à parte não unânime. 
 Contra a parte unânime caberá, se for o caso, recurso extraordinário (RE), este 
deverá ser interposto concomitantemente com os infringentes. No caso de 
recurso especial (RESP), este ficará com o prazo sobrestado aguardando a 
decisão nos embargos. 
 Da decisão dos embargos pode ser que seja interposto novo RESP ou RE. 
• Procedimento
• A forma de interposição é escrita em petição que acompanham as razões e não 
podem ser interpostos por termos nos autos.
• Petição dirigida ao Relator do acordão embargado;
• Parecer da Procuradoria em 10 dias;
• Distribuição; Vistas ao Relator pelo prazo de 10 dias; Vistas ao Revisor, pelo mesmo 
prazo;
• Designação de data para julgamento;
• Caberá sustentação oral por 15 minutos
• CORREIÇÃO PARCIAL OU RECLAMAÇÃO 
Predomina o entendimento de que se trata de um recurso, pois visa ao reexame da 
decisão que causa tumulto processual. Em alguns estados a correição parcial é 
conhecida como reclamação. 
Terminologia: chama-se de corrigente aquela que entra com a correição parcial. Já 
o corrigido é o juiz contra o qual se entra com a correição. 
Cabimento: será cabível para corrigir “error in procedendo” e nunca “error in 
judicando”.
Somente corrige erro ou abuso do juiz que produz a inversão tumultuária do 
processo, que conturbe o correto desenrolar do processo.
 Para aquelas decisões das quais não se admite nenhum outro recurso, inclusive 
habeas corpus.
 O erro ou abuso pode derivar de ato comissivo ou omissivo.
 Para decisões que, apesar de recorríveis, o recurso não tem efeito suspensivo e há 
o risco de um dano irreparável ou de difícil reparação.
 Procedimento: segue o mesmo procedimento do recurso em sentido estrito. prazo 
de interposição será de 5 (cinco) dias. 
 O julgamento segue o regimento interno dos Tribunais
 Trata-se de recurso residual. Só será admitido quando não existir recurso 
específico para impugnar a decisão;
 Admite-se a correição parcial durante a fase do inquérito policial, porém, não 
contra ato da autoridade policial, mas sim do juiz. Exemplo: indeferimento pelo 
juiz do retorno dos autos à delegacia para novas diligências;
• REVISÃO CRIMINAL
 Conceito – “É o remédio jurídico- processual que permite reabrir-se o processo em 
que se cometeu a injustiça, retirando-lhe o selo da intangibilidade”. 
 A natureza jurídica da revisão criminal é uma ação penal autônoma constitutiva 
destinada ao desfazimento dos efeitos produzidos por uma sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 Ela tem o condão de instaurar uma nova relação processual visando desconstituir a 
sentença ( juízo rescindente ou revidente) ou substituí-la por outra ( juízo rescisório 
ou revisório).
 A revisão criminal é uma ação com dúplice pedido ( artigo 626 do CPP). No 
primeiro há três hipóteses a saber:
 a – Alterar a classificação; b – Absolver o réu; 
 c – modificar a pena; d – anular a sentença.
 Com fundamento legal no artigo 630 do CPP, o autor poderá cumular, ao primeiro 
pedido, outro referente ao reconhecimento da presença de erro judiciário.
 O pedido revisional pode ser refeito, desde que por outro fundamento( art. 622 
parágrafo único).
 Pressuposto primordial da revisão criminal – è a existência de um processo 
criminal com sentença condenatória transitada em julgado.
 Na inicial deve anexar a certidão de trânsito em julgado da sentença condenatória.
 Prazo – A qualquer tempo, até, mesmo após a morte do condenado. 
 Legitimidade – (art. 623 CPP) O próprio condenado ou procurador legalmente 
habilitado ou no caso de morte o seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
• Após o trânsito em julgado podem ocorrer situações que justifiquem o manejo da 
revisão:
• a) – identificação de erro de mérito (error in judicando);
• b) – identificação de erro de procedimento (error in procedendo);
• d) – Identificação de erro de julgamento e de procedimento.
• Erro de mérito – erro ao julgar, a avaliar a responsabilidade do agente, ao avaliar a 
prova e etc.
• Erro de procedimento – quando ocorre ofensa ao devido processo legal.
• Hipóteses legais de cabimento - art. 621
 Trata-se de rol taxativo.
 01 - “Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso em 
lei penal ou à evidência dos autos”.
 “lei penal” – deve ser visto de forma ampla abrangendo: a Constituição, a 
lei complementar, a legislação extravagante, lei ordinária (processual e material);
 “texto expresso” – trata-se de ato que viola abertamente a lei e a 
adequação típica e não a divergência de interpretação. 
* “Contrariar a evidência dos autos”.
* Tal hipótese não envolve prova nova, busca-se uma reanálise do conjunto probatório 
originário.
* Trata-se contrariedade frontal ao que contém os autos.
* 02 – “Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos , exames ou 
documentos comprovadamente falsos”.
* exige-se o nexo causal direto entre a prova falsa e a condenação - princípio da 
relevância do ato;
* se a condenação for baseada em prova ilícita, caberá revisão, mas fundamentada na 
violação de dispositivo de lei.
• 03 – “Quando após a sentença se descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou circunstância que determine ou autorize diminuição especial de 
pena”.
• A prova nova não precisa ser posterior ao processo, desde que seja do 
desconhecimento da parte.
• Estando as provas nos autos e sendo ignoradas pelo julgador, trata-se de documento 
novo.
• Pode ser considerada, prova nova, uma descoberta científica que retire toda base 
da condenação.
• Tratando-se de prova testemunhal ou declaração do ofendido, deveráser produzida 
com o devido contraditório.
• Legitimidade
 São legitimados ativos: o próprio condenado, por procurador legalmente 
habilitado, ou no caso de morte pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
 Se o falecimento do condenado se der no decorrer do processo, por ele intentado, 
o Presidente do Tribunal nomear-lhe-á curador para dar prosseguimento da revisão.
 Se o condenado for doente mental, e não tiver representante legal, a revisão 
deverá ser proposta por curador especial
* O Estado acusador, ou seja o Ministério Público, não tem legitimidade para 
formalizar a revisão criminal.
* O legitimado passivo da revisão é o Estado representado pelo Ministério Público. 
* A decisões do Tribunal do Júri comportam a revisão criminal, desde que se amoldem 
às exigências dos arts. 621 e 626 do CPP.
* Interesse de agir – está configurado na existência da coisa julgada ( art. 621) na 
expressão “ processos findos” que equivale a processo com sentença condenatória 
transitada em julgado
 Aplica-se a regra da revisão criminal quando se tratar de sentença absolutória 
imprópria que aplica a medida de segurança ao inimputável ( art. 386parágrafo 
único do CPP). 
 É descabido a revisão criminal pára mudar a fundamentação da sentença 
absolutória. 
 O benefício da graça, anistia ou indulto não impossibilita o pedido de revisão 
criminal, pois este objetiva, também, a restauração do status dignitatis.
 
 Ocorrendo a extinção da pena pelo seu cumprimento ou pela extinção da 
punibilidade posterior, cabe o pedido de revisão criminal.
 A repartição das competências entre Corte Especial e Seções, entre Pleno e 
Seção Criminal, Grupos de Câmaras ou Turmas, está previsto nos regimentos 
internos dos Tribunais.
•
Competência para a ação de revisão criminal:
– Compete ao STF rever as decisões criminais em processos findos quando a 
condenação tiver sido por ele proferida ou mantida no julgamento de ação penal 
originária ou recurso criminal ordinário.
– Compete ao STJ rever as decisões criminais de sua competência originária se a 
sentença condenatória foi ele proferida.
– Compete ao TRF rever as decisões criminais quando a decisão condenatória for por 
ele proferida em única ou última instância.
 Compete aos Tribunais Estaduais a apreciação da revisão criminal, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral, Militar Federal e Militar Estadual, onde houver.
 Procedimento Da Revisão Criminal:
 A revisão criminal deverá ser instaurada mediante petição inicial instruída com o 
mandato, com certidão de trânsito em julgado e as provas documentais para a 
comprovação dos fatos alegados, o seu pedido e seus fundamentos. Sendo que este 
deverá atacar a sentença condenatória.
 
 O Relator poderá determinar o apensamento, ao processo de revisão, dos autos 
originais, se disto não advier dificuldades para a execução da sentença 
 O indeferimento liminar pelo Relator, corresponde a uma sentença de carência da 
ação que extingue o processo sem julgamento do mérito. Do indeferimento liminar 
cabe recurso inominado do art. 625 §§ 3.º e 4.º do CPP, que nada mais é do que um 
agravo regimental.
•
Razões que podem provocar o indeferimento liminar da revisão criminal:
 se o pedido não estiver, à critério do prolator do despacho, suficientemente 
instruído; 
 se for reiteração de outro, com os mesmos fundamentos, e sem outras 
provas; 
 se o pedido não se ajustar nos termos do art. 621 ou 626 do CPP;
• Efeito do ajuizamento da revisão criminal 
 Não tem efeito suspensivo.
 Na revisão criminal não é admitido reformatio in pejus), bem como o reformatio in 
pejus indireta.
 O juízo de admissibilidade e o juízo de mérito, no processo de revisão, cabem ao 
mesmo órgão.
 Julgado improcedente, o pedido de revisão, poderá, ser interposto recurso 
extraordinário ou especial. 
 O STF permite os embargos infringentes contra decisão que julgar improcedente a 
revisão criminal quando a condenação for STF.
•
Habeas Corpus, ou
Writ
• Professor – Henri Heine Olivier
• HABEAS CORPUS OU WRIT
 Conceito – “É o remédio jurídico-constitucional destinado a proteger a liberdade 
de locomoção do indivíduo, ameaçada por qualquer ilegalidade ou abuso de poder. 
 Nos termos do art. 5º, LXVIII, da Constituição, “conceder-se-á habeas corpus 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em 
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.” 
• NATUREZA JURÍDICA:
 Trata-se, em verdade, de uma ação constitucional-penal de caráter popular que 
visa a proteger o direito de locomoção. 
 Não é recurso, trata-se de uma ação autônoma.
 “Ao impetrar o instrumento jurídico constitucional sub judice, tem-se a 
constituição de uma nova relação processual, por meio da qual se deduz uma 
pretensão em face de alguém, com o objetivo de restabelecer ou manter a 
liberdade, mediante uma sentença de mérito”. 
• ESPÉCIES DE Habeas Corpus 
 Preventivo: ocorre nos casos de ameaça à liberdade de locomoção. Nesse caso, 
expede-se o salvo-conduto. Caso a prisão já esteja decretada, deverá ser pleiteado 
contramandado de prisão.
 Repressivo ou Liberatório: existe nas hipóteses em que já há um constrangimento 
à liberdade de locomoção (expede-se o alvará de soltura). Note que essa espécie de 
HC não existe apenas quando o réu está preso, mas quando a ilegalidade ou abuso 
de poder já se implementaram. 
• Suspensivo: alguns autores acrescentam essa outra modalidade de habeas corpus. 
Ocorreria quando já há um constrangimento ilegal, mas a pessoa ainda não foi presa. 
Nesse caso, expede-se o contramandado de prisão, (confunde-se com o preventivo).
• Há, ainda, a possibilidade de impetração de habeas corpus em qualquer nulidade 
processual, pois há a ameaça de constrição da liberdade do acusado. É preventivo, 
mesmo considerando longínqua a restrição da liberdade.
• ENVOLVIDOS:
 Paciente: aquele que já sofreu a lesão ou se acha ameaçado de sofrer uma lesão 
em sua liberdade de locomoção. Somente a pessoa física pode ser paciente de um 
HC;
 Impetrante: é a pessoa que ingressa com o habeas corpus. Pode ser qualquer 
pessoa, Ministério Público. Pode o juiz conceder a ordem de habeas corpus de ofício 
(art. 654, CPP). 
 LEGITIMIDADE: Ativa: conforme já mencionado acima, pode ser qualquer pessoa;
 Passiva: tanto a autoridade pública quanto o particular
• Competência
• Antes de tudo deve-se identificar a autoridade coatora e oportunamente impetra-se 
o habeas corpus perante a autoridade judiciária imediatamente superior, nos 
seguintes moldes:
• Quando a autoridade coatora for delegado de polícia: impetração junto ao juízo de 
primeiro grau;
• Caso a ilegalidade decorra de particular ou autoridade administrativa: a competência 
será do juiz de primeiro grau;
• Caso a ilegalidade seja praticada pelo juiz de primeiro grau: a competência será o 
Tribunal a que ele estiver vinculado (Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional 
Federal);
 Caso a ilegalidade seja praticada por membro do Ministério Público Estadual: a 
competência será do Tribunal de Justiça Local. Caso se trate de membro do 
Ministério Público Federal, a competência será do TRF. No caso de ilegalidades 
cometidas por Promotor de Justiça do MPDFT, a competência será do TRF; 
 Ilegalidade cometida por Juiz do Juizado Especial Criminal: HC julgado pela Turma 
Recursal. 
* Caso a ilegalidade seja praticada pela própria Turma Recursal, a competência para 
apreciar o habeas corpus, conforme posicionamento mais recente do STF, é do 
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Regional Federal, conforme o caso (a Súmula nº 
690 do STF não está mais sendo aplicada);
 Compete originariamente ao STF julgar os habeas corpus em que sejam pacientes 
o Presidente da República, Vice-Presidente da República, os membros do Congresso 
Nacional, os Ministros do STF, o Procurador-Geral da República, o Advogado-Geral da 
União, os Ministros de Estados, os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, 
osMinistros de Tribunais Superiores, os Ministros do TCU e os chefes de missão 
diplomática em caráter permanente. 
 Compete originariamente ao STJ julgar os habeas corpus em que sejam coator ou 
paciente os Governadores de Estado ou do DF, os Desembargadores dos Tribunais 
de Justiça dos Estados e do DF, os membros dos Tribunais Regionais Federais, dos 
Tribunais Regionais Eleitorais e dos Tribunais Regionais do Trabalho, os membros 
dos Tribunais de Contas dos Estados e do DF, os membros dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas dos Municípios e os membros do MPU que oficiem perante 
Tribunais. 
• PROCEDIMENTO:
 Na primeira instância: petição inicial – possibilidade de concessão de liminar (art. 
660, § 2º, CPP) – possibilidade de se colher dados adicionais, antes de se decidir, 
informações da autoridade coatora (na prática o juiz solicita informações da 
autoridade coatora, no prazo em que ele fixar, apesar de, a rigor, tal procedimento 
só estar previsto quando a impetração do HC se der perante o Tribunal – art. 662) – 
decisão em 24 horas. 
 Obs: não há participação do Ministério Público quando a impetração do habeas 
corpus se dá em primeira instância, somente se essa impetração se der perante 
Tribunal.
 Na segunda instância: petição inicial (art. 654, § 1º, CPP) – distribuição a um 
relator – possibilidade de concessão de liminar (art. 660, § 2º, CPP) – possibilidade 
de se colher dados adicionais (arts. 656 e 660) – parecer do Ministério Público – HC é 
levado a julgamento (não precisa incluir em pauta) – acórdão.
• OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
 (Súmula nº 693 do STF); Não cabe habeas corpus para exame de provas. Também 
não se admite contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo 
em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada;
 (Súmulas nº 395 e 695 do STF) Não cabe habeas corpus para eximir do pagamento 
de custas ou quando já estiver extinta a pena privativa de liberdade;
 (Súmula nº 694 do STF) Não cabe habeas corpus contra a pena de exclusão de 
militar ou perda da patente ou função pública.
 Nos termos da Súmula nº 691 do STF, não compete ao Supremo Tribunal Federal 
conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas 
corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
 (Súmula nº 692 do STF) Não se conhece de habeas corpus contra omissão de 
relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não 
constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.
 Admite-se habeas corpus nos casos de prisão civil (ainda que foragido) ou contra 
quebra de sigilo bancário, realizado sem autorização judicial;
 De acordo com o STF, cabe habeas corpus contra decisão já transitada em julgado, 
sendo ele endereçado à autoridade judicial hierarquicamente superior.
 As hipóteses mais comuns de cabimento do HC estão previstas no art. 648 do CPP. 
São elas:
• Cabimento
 Quando não houver justa causa para o inquérito policial, desde que não haja 
recurso específico;
 Quando não houver justa causa para a ação penal: prova da materialidade, indícios 
suficientes de autoria, condição de procedibilidade ou requisição do Ministro da 
Justiça;
 Quando não houver justa causa para a prisão: inexistência de fundamentação legal 
ou motivação para prisão, sempre que não houver recurso ou medida específica, 
para tanto; 
* Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei : 
* a) – excesso na prática de um ato específico – na conclusão do inquérito, no 
oferecimento da denúncia, 
* b) – excesso na conclusão da instrução criminal, dependendo do rito adotado;- 
* Quando quem ordenou a prisão não tinha competência para fazê-lo: trata-se do juiz 
natural, CF, art. 5.º, LIII, quando a competência for em razão do lugar, poderá ser 
´prorrogada por ser de nulidade relativa.
* Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação: desde que esgotadas as 
medidas cabíveis (revogação da medida)
* Quando não for alguém admitido a prestar fiança: no caso de liberdade provisória 
com fiança. Caso se já liberdade provisória sem fiança, caberá habeas corpus com 
fundamento no item I; 
* Quando o processo for manifestamente nulo: deverá ser manejado o recurso 
adequado, no entanto, tratando-se de condenação com trânsito em julgado, em 
razão de nulidade absoluta, impetra-se HC
* Quando já estiver extinta a punibilidade do agente: maneja-se o recurso próprio, 
caso seja indeferido caberá HC, havendo trânsito em julgado só caberá HC.
 A decisão denegatória de habeas corpus não faz coisa julgada. 
 Na jurisprudência é corrente o entendimento segundo o qual a reiteração do 
pedido de habeas corpus é impossível quando são apresentados os mesmos 
fundamentos ou as mesmas provas. do pedido;
• Pedidos específicos
• Liminar – desde que presentes os requisitos do “fumus boni iuris” e “periculum in 
mora”. Na liminar, formula-se o pedido de natureza urgente. Trata-se de medida 
destinada, precariamente, a cessar, suspender o ato dito como coator até o 
julgamento do mérito.
• Mérito – é o pedido definitivo, o que se pretende para terminar definitivamente 
com a coação ilegal apontada. 
•
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Arts. 102, II, a e 105, II, a da CF
 Conceito – Recurso de previsão Constitucional, cabível contra decisões, 
denegatórias, proferidas em Tribunais Superiores ou Tribunais Regionais Federais, 
Estaduais e do Distrito Federal. 
 O recurso ordinário constitucional pode ser dirigido ao Supremo Tribunal 
Federal (STF) ou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), dependendo do caso.
 Legislação complementar: arts. 30 a 32 da Lei 8.038/90 
• No Supremo Tribunal Federal
 Das decisões, denegatórias, dos Tribunais superiores que julgarem em única 
instância o mandado de segurança, o habeas data, o habeas corpus e o mandado de 
injunção e das decisões referentes aos crimes políticos , previstos na Lei de 
Segurança Nacional.. Lembre-se de que os crimes políticos são julgados 
originariamente pela Justiça Federal de 1ª instância sendo o recurso cabível, como 
visto anteriormente, o Recurso Ordinário Constitucional para o STF. 
• No Superior Tribunal de Justiça
 Das decisões denegatórias proferidas em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais, Estaduais e do Distrito Federal em: habeas corpus, 
mandado de segurança e das decisões em que forem partes Estados estrangeiros ou 
organismo internacional de um lado e4m de outro, município ou pessoa residente 
ou domiciliada no país.
 Entende-se ser o recurso ordinário cabível também da decisão que não 
conhece ou julga prejudicado o pedido de habeas corpus. ( STF RT 572/433, 
640/385).
 “Trata-se, pela própria denominação, de impugnação equivalente à 
apelação, permitindo amplo reexame das questões decididas no tribunal a quo”.
 O recurso Ordinário Constitucional previsto no art. 102, II, B da CF é denominado 
de Recurso Criminal Ordinário-Constitucional, este é dirigido ao STF. Os crimes 
políticos ficam, com o seu processamento e julgamento, afetos à Justiça Federal. 
 Se o Recurso Criminal Ordinário-Constitucional for denegado, ou o despacho sobre 
a sua admissão for retardado, injustificadamente, por mais de 30 dias, ou se a 
remessa dos autos ao STF não ocorrer dentro desse prazo, será oponível o agravo de 
instrumento, nos termos do art. 313 do Regimento Interno do STF. 
• Procedimento no STF 
 A interposição é feita no prazo de 5 dias, nos próprios autos em que houver 
proferido a decisão recorrida, com as razões do pedido de reforma; 
 Distribuído o recurso, a secretaria fará os autos com vista ao procurador-geral, 
pelo prazo de dois dias; 
 Conclusos ao relator, este submeterá o feito a julgamento pelo plenário ou 
turma, conforme o caso; no mais aplicam-se, no que couber, as disposições 
relativas ao pedido originário de habeas corpus.
• Procedimento no STJ 
 A interposição é feita no prazo de 5 dias contados a partir da publicação do 
acórdão recorrido

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