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PEÇA ADC PRÁTICA V

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
PRETÓRIO EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
(espaço de cinco linhas) 
 
 
 
CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, com 
inscrição no cadastro de pessoas jurídicas sob o número..., com Sede na.... , bairro..., 
Cidade/Estado..., endereço eletrônico dotada de personalidade jurídica própria..., vem 
respeitosamente por intermédio de seu advogado que esta subscreve, inscrito na OAB 
sob o número..., com endereço para comunicações judiciais na ...., bairro..., 
Cidade/Estado e endereço eletrônico... (conforme procuração nos termos do artigo 
287 do CPC), perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 103, VII, artigo 
102, I, “a”, da Constituição Federal de 1988, artigo 21, da Lei 9868/99 e artigo 319 do 
Código de Processo Civil, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR tendo por objeto a Lei 
9.534/97, conforme as razões a seguir demonstradas: 
 
 
I – DA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA 
 
Em 10 de dezembro de 1997 foi publicada a Lei 9.534, com o viés de 
regulamentar alguns direitos constitucionais já calçados por muito tempo na CRFB/88. 
Neste ponto, os artigos da referida Lei, em especial o 1.º, 3.º e 5.º, alterou a legislação 
até então vigente assim. A presente Lei está em harmonia com os preceitos 
constitucionais, devendo ser a sua constitucionalidade confirmada pela Corte maior 
brasileira. 
 
 
II – DA COMPETÊNCIA 
 
Nos termos do artigo 102, I, a da Constituição Federal, Compete ao Supremo 
Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição Federal conforme redação 
escrita no art. 102, I, "a", da CRFB/88, competindo-lhe processar e julgar, 
originariamente, a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal ou estadual, contrários à Constituição Federal, e o pedido cautelar 
correspondente (alínea "p” do mesmo dispositivo). Revela-se inequívoca a 
competência desta Corte Suprema para o julgamento da presente ação declaratória. 
De tal modo, na presente ação, pretende-se declarar a constitucionalidade da Lei 
9.534/97 cuja competência pertence ao Supremo Tribunal Federal. 
 
III – LEGITIMIDADE ATIVA 
 
Os artigos 103, VII, da Constituição Federal e 2, VII, da Lei 9868/99 preveem 
a legitimidade do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para propor a 
Ação Direta de Constitucionalidade. Nesse sentido, o autor da presente ação é o 
Conselho Federal da OAB, e, portanto, legitimado universal para a propositura da 
presente ação. 
 
IV – DA CONTROVÉRSIA JUDICIAL DA NORMA E SUA 
CONSTITUCIONALIDADE 
 
A Lei 9.534/97 tem sido objeto de várias ações na justiça, gerando 
controvérsia judicial e um ambiente de incerteza jurídica no País. Todavia, a 
controvérsia tem ocorrido em função da norma prever a gratuidade nos emolumentos 
pelo registro civil de nascimento e pelo assentamento de óbito, bem como pela 
primeira certidão respectiva para todos os cidadãos, e para os reconhecidamente 
pobres a isenção ocorrerá para qualquer certidão dos citados registros. 
 
Pois bem, magnânimo Julgador, é válido destacar que o nascimento e a morte 
constituem fatos naturais que afetam igualmente ricos e pobres, contudo, as suas 
consequências econômicas e sociais distribuem-se desigualmente. O diploma legal 
impugnado busca igualá-los nesses dois momentos cruciais da vida, de maneira a 
permitir que todos, independentemente de sua situação patrimonial, nesse particular, 
possam exercer os direitos de cidadania, exatamente nos termos do que dispõe o art. 
5°, LXXVI, da Constituição da República”. 
 
Com base nisso, a Lei 9.534/97 erroneamente impugnada, se amolda com 
perfeição ao disposto na Carta Política Substancial, pois pretende zelar pelo exercício 
amplo da cidadania e sobretudo pelo respeito ao princípio da dignidade da pessoa 
humana e igualdade. 
 
Ademais Excelência, urge ressaltar que os próprios fundamentos sobre os 
quais se assenta o Estado Democrático de Direito, configurando um aperfeiçoamento 
do estado social somente seriam alcançados com a manutenção da gratuidade. 
 
 Seguindo o fim dessa linha, a imposição de taxas para expedi-las poderia 
desfavorecer os mais pobres e até mesmo servir de obstáculo ao exercício de seus 
direitos sociais. E nesse preâmbulo lógico, para colocar em prática a disposição 
prevista no caput do art. 5°, de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, é de caráter fundamental o reconhecimento da constitucionalidade 
do dispositivo que prevê a gratuidade, por medida de mais perfeita justiça. 
 
V – DA MEDIDA CAUTELAR 
 
Conforme preconiza o art. 102, I, ”p” da Constituição Federal e também o 
artigo 21 da Lei 9868/99, o Supremo Tribunal Federal poderá conceder medida 
cautelar, assegurando a força e eficácia de futura decisão de mérito. 
 
No caso em comento, se vislumbra os pressupostos legitimadores e 
caracterizadores para uma concessão cautelar, a saber probabilidade do direito e 
perigo de dano ou risco ao resultado últil do processo, na qual, são os requisitos gerais 
emanados e calçados no NCPC/15. 
 
Ressalte-se também, que a demora do reconhecimento e confirmação para a 
constitucionalidade da lei até aqui debatida, poderá gerar danos irreparáveis, pois o 
fenômeno da desigualdade irá se perfazendo dia após dia na vida dos cidadãos. Fatos 
eventuais acontecem por todo minuto na vida de um ser humano, ao passo em que se 
torna incompatível com a Carta Política por exemplo, um cidadão que vem a óbito 
https://www.politize.com.br/artigo-5/artigo-5/
não ter assentada sua certidão de falecido em virtude do cerceamento de seus direitos 
advindo de taxas cartorárias. 
 
 
VI – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer o autor que o Supremo Tribunal Federal, se digne pela: 
 
a) Concessão da medida cautelar, para o sobrestamento dos julgamentos que 
envolvem a aplicação da Lei 9.534/97 bem como a suspensão dos efeitos de quaisquer 
decisões que tenha afastada a aplicação da mesma até o julgamento final do processo, 
conforme o artigo 21, da Lei 9868/99 (Cópias anexas, conforme artigo 14, parágrafo 
único da Lei 9868/99); 
 
b) Intimação do Ilustre representante do Ministério Público, o Senhor Procurador 
Geral da República, para manifestar-se, no prazo de 15 dias, emitindo seu parecer, 
conforme o art. 19, da Lei 9868/99 e art. 103, parágrafo 1°, da Constituição Federal 
de 1988; 
 
C) Procedência do pedido de mérito, para que a Lei 9.534/97 seja declarada 
constitucional, produzindo a decisão todos os efeitos (contra todos e vinculante), nos 
termos do art. 102, parágrafo 2° da Constituição Federal. 
 
 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 1000,00 (mil reais) 
 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
 
 
 
 
Local e data... 
Advogado.... OAB....

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