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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Nome..., nacionalidade..., estado civil..., Advogado, devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, seção..., sob o nº... com escritório profissional, sito na Rua..., onde recebe intimações e notificações vêm mui respeitosamente, perante uma das Colendas Câmaras desse Egrégio Tribunal, impetrar o presente: HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR em benefício do paciente JOAQUIM BASTOS, brasileiro, solteiro, médico, residente e domiciliado na Rua X, RJ, o qual vem sofrendo violenta coação em sua liberdade, por ato ilegal e abusivo do r. juízo da 2ª Vara de Família da Capital do Rio de Janeiro, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados: I- SÍNTESE DOS FATOS O paciente teve sua liberdade privada em razão do não pagamento de pensão alimentícia para seus filhos menores, que foi determinada pela 2° Vara de Família da Capital. Ocorre, Excelência que o paciente não efetuou o pagamento dos alimentos na data determinada pelo juízo, porque estava desempregado há seis meses e não tinha condições de pagar. Ademais, esta foi a razão pela qual havia passado os últimos quatro meses sem efetuar o pagamento. Salienta-se que o Débito foi devidamente quitado, depositado de forma integral pelo vizinho do paciente na conta bancária da mãe dos menores. Porém ao prosseguir até a vara de família para apresentação do comprovante de depósito, o paciente fora surpreendido com o mandado de prisão e seu recolhimento à mesma. DO DIREITO Não obstante o fato de o paciente não ter quitado os débitos alimentares em virtude da sua impossibilidade financeira, teve decretada a sua prisão por esse motivo. Nota-se, que a decisão em questão não levou em consideração o Entendimento da nossa Suprema Corte, que entende que a prisão por ausência de pagamento da pensão alimentícia, é excepcional, somente sendo aplicada em situação de não pagamento indesculpável, se não veja o entendimento firmado em sede do HABEAS CORPUS 121.426/SP, que teve como relator o Ministro Marco Aurélio: PRISÃO CIVIL – EXCEPCIONALIDADE – PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA X SALDO DEVEDOR. A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de saldo devedor. Com efeito, constata-se que decisão pela prisão do paciente não houve proporcionalidade e nem razoabilidade, sendo aplicada de forma indiscriminada pela autoridade coatora, sem levar em considerações as razões que levaram àquela situação. Ao restringir o direito de ir e vir do impetrante, o M.M. juiz da 2° Vara de Família da Capital, infringe norma constitucional que assegura o direito à liberdade do indivíduo, e uma vez que haja violação desse direito, cabe a concessão de habeas corpus para pôr fim a coação da liberdade de locomoção. É o que infere da leitura do Art. 5°, inciso LXVIII da CF, in verbis: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; DO PEDIDO DE LIMINAR Diante da antijuricidade na decretação da prisão do paciente, é indubitável que, seja concedida liminarmente o direito à liberdade dele, por ser medida de justiça. Importar destacar a presença dos pressupostos autorizadores da concessão da liminar, quais sejam, o “periculum in mora” e “fummus boni iure”. Que se solidificam no comprovante de pagamento dos débitos alimentares e na decisão que decreta a prisão do paciente. Sendo a medida liminar asseguradora de um direito do paciente, qual seja a sua liberdade, até o julgamento de mérito por esta colenda câmara. Cabe citar o artigo 660, § 2º do Código de Processo Penal, que contempla a concessão da liminar, haja vista que textualmente impõe: “Se os documentos que instruem a petição evidenciam a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.” Frente ao exposto, a presente ordem de habeas corpus deve ser concedida liminarmente com o fim de obstar a prisão do paciente. DOS PEDIDOS Diante do exposto, resta induvidoso que o paciente sofreu constrangimento ilegal por ato da autoridade coatora, o Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 2° Vara de Família da Capital, circunstância “contra legem” que deve ser remediada por esse Colendo Tribunal. Isto posto, com base no artigo 5º, LXVIII, da CF, requer: a) A oitiva da Douta Procuradoria de Justiça na condição de fiscal da lei, para que apresente parecer; b) A requisição de informações ao Meritíssimo Juiz da 2° Vara de Família da Capital, ora apontado como autoridade coatora; c) A confirmação no mérito da liminar pleiteada para que se consolide, em favor do paciente, a competente ordem de “habeas corpus”, para fazer cessar o constrangimento ilegal que o mesmo vem sofrendo, como medida da mais inteira Justiça, expedindo-se, imediatamente, o competente ALVARÁ DE SOLTURA, a fim de que seja o paciente posto em liberdade; Nesses termos, Pede e aguarda deferimento. Local e data. ADVOGADO OAB/UF n°.... EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO POLÍTICO X, pessoa jurídica de direito privado, regularmente inscrito no CNPJ ..., e no Tribunal Superior Eleitoral sob o nº ..., por meio de seu Diretório Nacional, com sede em ..., por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional localizado ..., vem propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO DE LIMINAR com fundamento no art. 102, I, a, da Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 9868/99, em defesa da Lei Federal nº 0002/00, pelas razões de fato e de direito abaixo expostas: I- DO CABIMENTO É cediço que a Ação Declaratória de Constitucionalida é remédio utilizado sempre que uma lei ou ato normativo federal estiver sendo amplamente debatido, quanto a sua constitucionalidade. Nesse diapasão nota-se que a pertinência da presente ação para que se ponha fim a controvérsias nas decisões judiciais acerca da constitucionalidade ou inconstitucionalidade do art. 1° da Lei 11.340/2006. Lei esta que foi decretada pelo Congresso e sancionada pelo Presidente da República versando sobre matéria de direito material e processual penal. Desta feita, forçosa é a constatação do preenchimentos dos requisitos para a propositura desta ação, nos termos do art. 14 da Lei 9.868/99. II- DA LEGITIMIDADE ATIVA: O Art. 103 da Constituição Federal dispõe sobre aqueles que seriam partes legítimas para ingressar com a Ação Declaratória de Constitucionalidade, dividindo-os em legitimados universais que não precisam demonstrar a pertinência temática, e os legitimados especiais, que precisam demonstrar a pertinência temática. O Diretório Nacional do partido político X possui legitimidade ativa para a propositura da presente ação, conforme preceitua o art. 103, VIII, da Carta Magna, sendo desnecessária a comprovação de pertinência temática para tanto, haja vista que se trata de tema com manifesta importância para o regime democrático, na forma do art. 17, da CF. Ademais, possui representação no Congresso Nacional, tendo sido criado de acordo com a Lei nº 9096/95. III- DA RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL: Conforme acima mencionado, existe forte controvérsia nas decisões judiciais acercada aplicação da lei Maria da Penha. Dentre os argumentos apresentados, estão o Princípio da Isonomia e Igualdade previsto no artigo 5°, caput e inciso I, da CF. Desta forma, resta demonstrada a existência de relevante controvérsia judicial, cumprindo-se o requisito essencial para a propositura da presente demanda, previsto no art. 14, III, da Lei nº 9868/99. IV- DA TUTELA DE URGÊNCIA: O art. 21, da Lei nº 9868/99, trata sobre o cabimento de medida cautelar na seara de Ação Declaratória de Constitucionalidade, in verbis: Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia. Não obstante, para que se efetue consiga o que foi pedido de forma liminar, é necessário que se demonstre a probabilidade do direito daquilo que está sendo pedido e o perigo da demora, no tocante a probabilidade do direito, tem-se que este resta demonstrado pelos fatos e documentos anexos à presente demanda. Já o perigo da demora é comprovado pela demonstração de controvérsia judicial relevante, com inúmeras ações pendentes de julgamento, fato este que pode gerar grave insegurança jurídica. V- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: A Carta Magna consigna no artigo 5°, inciso I, o princípio da isonomia e da igualdade entre homens e mulheres. Porém a igualdade aqui mencionada não significar trata-los de forma idêntica, mas conferir a eles condições para que se ponham em simetria. Nas palavras José Afonso da Silva (1999, página 221) o princípio constitucional da igualdade como direito fundamental sob o prisma da função jurisdicional: A igualdade perante o Juiz decorre, pois, da igualdade perante a lei, como garantia constitucional indissoluvelmente ligada à democracia. O princípio da igualdade jurisdicional ou perante o juiz apresenta-se, portanto, sob dois prismas: (1) como interdição ao juiz de fazer distinção entre situações iguais, ao aplicar a lei; (2) como interdição ao legislador de editar leis que possibilitem tratamento desigual a situações iguais ou tratamento igual a situações desiguais por parte da Justiça. Neste sentido, nota-se que a igualdade tratada no referido dispositivo diz respeito a igualdade material que assegura às pessoas oportunidades iguais, considerando suas condições diferentes. Outrossim, tem-se que a Lei Maria da Penha, tenta resguardar as mulheres de situações de violência que são efetuadas por outras pessoas, que pela atitude, demonstram-se superiores. Tentando coloca-las em condições iguais ao homem, na medida em que veda as violações físicas, psicológicas e financeiras. Em virtude do fato de violência contra a mulher constituir uma violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e limitar total ou parcialmente à mulher ao reconhecimento, gozo e exercício de tais direitos e liberdades, foi Adotada pela Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos em 6 de junho de 1994 e ratificada pelo Brasil em 27 de novembro de 1995, a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, conhecida como "Convenção de Belém do Pará" (1994) Estes que se achavam convencidos de que a eliminação da violência contra a mulher é condição indispensável para seu desenvolvimento individual e social e sua plena igualitária participação em todas as esferas da vida. VI- DOS PEDIDOS: Por todo o exposto, requer: 1) A concessão cautelar a fim de determinar a suspensão do julgamento dos processos que envolvam a aplicação da Lei Federal nº 13.340/06 (Lei Maria da Penha), até o julgamento da presente ação; 2) Que sejam solicitadas informações às autoridades competentes, segundo o art. 6º, da Lei nº 9868/99; 3) A oitiva do Procurador Geral da República, consoante o disposto no art. 19, da Lei nº 9868/99; 4) 4) a procedência do pedido com a declaração de constitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 11.340/2006 (Lei “Maria da Penha”), com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante. Valor da causa.... Termos em que, Pede deferimento. Local... data... ADVOGADO OAB/UF EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE, inscrita no CNPJ sob nº... e no Ministério do Trabalho sob o n°..., com sede em..., ..., por meio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional localizado ..., com fulcro no art. 103, δ2º, da CF e na Lei nº 9868/99vem propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO COM PEDIDO DE CAUTELAR em face da Mesa do Congresso Nacional, tendo em vista a falta de norma regulamentadora do art. 37, V II, conforme especificará ao longo desta petição, pelas razões de fato e de direito abaixo expostas: I- DO OBJETO DA AÇÃO – INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO Primeiramente, cumpre mencionar que a omissão a ser impugnada deve ser de cunho normativo, sendo que o termo normativo abrange os atos gerais, abstratos e obrigatórios de Poderes diversos daquele competente para elaborar o direito positivo. (BARROSO, 2012) Com efeito, além da inércia em editar os atos normativos primários, também será suscetível de controle, a omissão em elaborar os atos normativos secundários, de competência do Poder Executivo. No caso em apresso a omissão está na ausência de norma reguladora do direito de greve dos servidores públicos, que é previstos na Constituição Federal no art. 37, inciso VII. II- DA LEGITIMIDADE ATIVA DA CONFEDERAÇÃO E DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA Os artigos 103, IX, da Constituição Federal e 12-A, da Lei 9868/99 preveem a legitimidade ativa para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. No caso em apreço, a autora da presente ação é Entidade de Classe de Âmbito Nacional, e, portanto, legitimado especial para a propositura da presente ação. No que tange à pertinência temática, a Confederação Nacional do Transporte, possui interesse, porquanto, representa seus associados, que em todo território nacional vem sofrendo atrasos e defasagens em seus vencimentos sem nada poder fazer, já que estão sendo impedidos de exercerem o direito constitucional de greve em razão da não edição da norma. IV- DA MEDIDA CAUTELAR: A lei 12.063/2009 trouxe a possibilidade de medida cautelar em Ação Direta de Constitucionalidade (BARROSO, 2012). Nos termos do artigo 12-F da lei 9.868/99, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal poderá conceder Medida Cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. O artigo 12-F, § 1º, da lei estabelece que a medida cautelar poderá determinar a suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Sobre o assunto, Hely Lopes Meirelles, Arnoldo Wald e Gilmar Ferreira Mendes lecionam que: É certo que em muitos casos a suspensão de aplicação da norma em sede de cautelar acarretará, inevitavelmente, a suspensão de processos judiciais ou administrativos que demandem aplicação da norma controvertida. Em alguns casos é provável que a medida cautelar acabe por adquiriro significado especial de uma tutela antecipada em relação à decisão de mérito, que poderá se revestir de uma declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade. Em outros casos poderá o Tribunal determinar a suspensão de processos judiciais ou administrativos sem que haja a suspensão de uma norma. A possibilidade de que o Congresso venha a aprovar lei sobre o tema pode justificar tal suspensão. (MEIRELLES; WALD; MENDES, 2010, p. 518) V- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: Conforme se observa no caso em apreço, não há norma regulamentando o exercício do direito de greve dos servidores públicos, previsto no artigo 37, inciso VII da Constituição, que assim dispõe: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar; Nessa esteira, nota-se que existe a necessidade de legislação específica para regulamentar tal direito, o que nos faz deparar com uma norma de eficácia limitada, como preleciona José Afonso da Silva, em sua obra intitulada “Aplicabilidade das Normas Constitucionais”: De acordo com o estudo realizado, todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica. Todavia, certas normas não apresentam o grau de aplicabilidade pretendido pelo constituinte, no momento de sua elaboração. Essas normas constitucionais necessitam de regulamentação posterior. (SILVA, 1998). No que tange a eficácia das referidas normas, esclarecedoras são as palavras do doutrinador José Afonso da Silva: “enquanto as normas de eficácia limitada são de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a eficácia”. Desta feita, as normas de eficácia limitada que incidem na omissão inconstitucional, se classificam como normas programáticas, como aponta Flávia Piovesan: “Por sua vez, as normas declaratórias de princípio programático estabelecem programas sociais, a serem desenvolvidos mediante atividade dos órgãos do Poder Público” (PIOVESAN, 1995). A regulamentação do direito de greve por não ter ainda ocorrido prejudicou muito e prejudica o direito que o constituinte procurou assegurar para o servidor público quando da elaboração da constituição de 1988. Desta feita, é necessário que a haja a regulamentação de tal direito. DO PEDIDO Em face do exposto, a Confederação requer: a) que seja concedida a medida cautelar para... e ao final que o pedido seja julgado procedente para... b) a juntada dos documentos anexos; c) a oitiva das autoridades competentes; d) a oitiva do Procurador Geral da República. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais. Termos em que, pede deferimento. Local... e data.... Nome do Advogado (a) OAB/UF n º... EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTI DO POLÍTICO BETA, com representação no Congresso Nacional, inscrito no CNPJ sob nº..., com sede na rua..., e-mail..., neste ato representado por seu presidente, nacionalidade, estado civil, pro fissão, portador da cédula de identidade n°...., inscrito no CPF sob o n°...., com endereço na Rua…, e- mail..., vem, por seu ad vogado, com endereço profissional na rua..., onde recebe intimações, conforme art.106, I do CPC, propor ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO LIMINAR Pelo rito especial, da Lei Orgânica do Município Alfa, pelas questões fáticas e de direito a seguir expostas: DOS FATOS O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato, procura o presidente nacional do seu partido político Beta, o qual possui representação no Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de maio de 1985, estabelece, no seu art. 11, diversas condutas como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, também, que a mesma Lei Orgânica, em seu art. 12, contém previsão que de fine a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Por fim, informou que, em razão de disputa política local, houve recente representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. O impetrante, após o devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, conclui que a norma municipal está em dissonância com a CF decidindo adotar providência judicial em relação ao tema. DOS FUNDAMENTOS Com legitimidade amparada no art. 102, § 1° da CF, a saber: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo- lhe: “a arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente e desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei”. Roberto Barroso, Decisão Monocrática, julgamento em 16.11.2015, DJe de 24.11.2015). Vale se registrar que nem a Constituição Federal nem a lei cuidaram de definir, com exatidão, o alcance da locução “preceito fundamental”. Dessa forma, caberá ao hermeneuta constitucional o cumprimento dessa árdua missão, conforme entendimento já manifestado pelo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento da Questão de Ordem na ADPF nº 1/ RJ. Aqui remeto o trecho da ementa deste julgado: “Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Lei nº 9882, de 3.12.1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da referida medida constitucional. Cabe ao Supremo Tribunal Federal como guarda constituição a apreciação desta ação e julgamento. Sendo o Partido Político parte ativa e legítima para propor ação, tendo em vista que possui representação no Congresso Nacional, na forma da Lei nº 9.882/99 c/c o Art. 103, inciso VIII, da CF, a saber: Art. 2o Podem propor argüição de descumprimento de preceito fundamental: I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;” Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; Como a norma em questão trata-se um Lei Orgânica no âmbito Municipal o único instrumento cabível para o controle de constitucionalidade é a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental, não havendo outro meio de sanar a lesividade. Com base no art. 1°, parágrafo único, inciso I, e do art. 4º, § 1º, ambos da Lei nº 9882/99, a saber: “Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;” “§ 1o Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” A referida Lei Orgânica que estabelece, no seu Art. 11, algumas condutas como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político e em seu artigo 12 , contém previsão que definea competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Ferem muitos preceitos constitucionais, enumerado inicialmente o princípio da separação dos poderes no art. 2º da CF/88, a saber:“ São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” Que por disputa política pretende interferir no poder executivo utilizado de norma inconstitucional para processa o prefeito por crime de responsabilidade. Outro ponto em desconformidade com a constituição é no que diz respeito a competência legislativa exclusiva da união, a saber: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;” Desta forma, as leis Orgânicas que regem os municípios devem observar os preceitos da Constitucionais, inclusive no que diz respeito a garantia de prerrogativa de foro ao prefeitos em exercício, que não são julgados pela justiça comum, principalmente quando se tratar de conduta ligada a administração. Com base art. 29, caput e incisos X da CF/88, a saber: Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; Diante dos fundamentos e razões aqui expostos, Torna-se imprescindível, o pedido liminar com base no art. 5º, § 3º da Lei 9.882/99 para sustar os efeitos da Lei inconstitucional e a eficácia do seu art. 11. DOS PEDIDOS 1- Requer pedido liminar com o objetivo de sustar a eficácia do art. 11 da referida Lei Orgânica Municipal. 2- Suspender o trâmite da representação, feita pela Câmara de Vereadores, por crime de responsabilidade oferecida em desfavor do prefeito. 3- Declarar a incompatibilidade da Lei Orgânica de 30 de maio de 1985, em seu artigos 11 e 12 com Constituição da República. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 3º, parágrafo único, da Lei 9868/99, em especial documental (em anexo cópia das decisões judiciais e do Tratado) DO VALOR DA CAUSA A causa terá o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para fins do disposto artigo 291 do CPC/15. Nestes termos. Pede deferimento Local..., data... Advogado...OAB nº...
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