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Doença de Alzheimer - @biaresumosdafisio

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Demências –
Doença de Alzheimer
29 de outubro de 2020
Santo Antonio de Jesus - BA
Faculdade de Ciências e Empreendedorismo
Faculdade de Ciências e Empreendedorismo
Emilli Barbosa de Jesus*
Geralda Bispo Conceição*
Maria Beatriz Costa Barboza*
Prof.ª Candice Seixas**
*Discentes do 7º período de Fisioterapia da Faculdade de Ciências e 
Empreendedorismo.
**Docente da disciplina de Fisioterapia na Saúde do Idoso da Faculdade de Ciências e 
Empreendedorismo.
Santo Antônio de Jesus – BA
29 de outubro de 2020
Em abril de 2012, a
OMS publicou o
documento “Demência:
Uma Questão de
Saúde Pública”,
demonstrando imensa
preocupação frente a
tais síndromes que
possuem cerca de 7,7
milhões de novos casos
ao ano, em todo o
mundo.
O que são Demências?
❑ Demência pode ser definida como uma síndrome caracterizada pelo
declínio progressivo e global de memória, associado ao déficit de
uma ou mais funções cognitivas com uma intensidade que possa
interferir no desempenho social diário ou ocupacional do
indivíduo (Machado et al., 2006) e (Caramelli & Barbosa, 2002).
❑ A Doença de Alzheimer (DA) é o tipo de demência mais comum no
mundo, sendo presente em, aproximadamente, 70% dos casos.
Categorias das Demências
Podemos dividir as demências nas seguintes categorias:
1. Degenerativas e não degenerativas;
2. Corticais e subcorticais;
3. Com início precoce (ou pré-senil – antes dos 65 anos de idade) e
tardio (a partir dos 65 anos);
4. Reversíveis ou irreversíveis;
5. Rapidamente ou lentamente progressivas.
Diagnósticando as Demências
❑ Uma acurada identificação e interpretação do quadro clínico é
imprescindível para evitar erros ou atrasos no diagnóstico.
❑ É interessante realizar a avaliação na presença de alguém próximo
ao paciente.
❑ É necessário observar a fala e a memória do paciente, além de
questionar sobre o modo de evolução do declínio cognitivo.
❑ Após a anamnese, realizasse a avaliação cognitiva.
❑ Durante a investigação complementar, alguns exames são
sugeridos.
Doença de Alzheimer (DA)
❑ A doença de Alzheimer é uma neuropatologia que
leva a deterioração das células cerebrais e que
se agrava ao longo do tempo agindo de forma
progressiva, irreversível e insidiosa, o que leva a
demência, perda de memória e diversos outros
danos cognitivos.
Fisiopatologia da DA
❑ A etiologia da Doença de Alzheimer ainda não foi
completamente elucidada, mas há evidências de que esta
doença é uma síndrome multifatorial, resultante de um
conjunto complexo de fatores neuroquímicos.
❑ Microscopicamente, as características neuropatológicas da doença
são a presença de placas extracelulares de beta amiloide e os
emaranhados neurofibrilares intracelulares que resultam da
hiperfosforilação anormal da proteína tau, e uma extensa perda
neuronal.
SAUDÁVEL ALZHEIMER
Fisiopatologia da DA
❑ Com o passar do tempo, o comprometimento cognitivo passa a ser
maior e se torna mais perceptível.
❑ A evolução dos sintomas pode ser dividida em 3 estágios:
1. Fase pré-demência ou fase leve;
2. Demência precoce de estágio moderado ou fase moderada;
3. Demência degenerativa ou fase grave.
Comprometimentos da DA
❑ Perda de memória recente;
❑ Dificuldade para encontrar palavras;
❑ Desorientação no tempo e no espaço;
❑ Dificuldade para tomar decisões;
❑ Perda de iniciativa e de motivação;
❑ Sinais de depressão;
❑ Agressividade;
❑ Redução do interesse por atividades.
❑ Dificuldade para lembrar de eventos,
atividades, nomes de pessoas e de objetos.
Fase Leve 
❑ Mudança de personalidade;
❑ Perda de insight;
❑ Perda de habilidades simples;
❑ Não reconhecer pessoas em ambientes familiares;
❑ Dificuldade em ler, falar e entender as coisas com clareza;
❑ Confusão, agressividade ou desorientação;
❑ Inconsciente das limitações pessoais;
❑ Lembrança de fatos passados;
❑ Perda da estabilidade sentimental e comportamental;
❑ Perda da confiança e segurança;
❑ Alucinações.
Fase Moderada
❑ Maior desorientação e confusão;
❑ Completa dependência de cuidados;
❑ Complicações na saúde física devido a imobilidade;
❑ Incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na
recuperação de informações antigas como reconhecimento de
parentes, amigos, locais conhecidos;
❑ Dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição;
❑ Dificuldade de entender o que se passa à sua volta;
❑ Dificuldade de orientar-se dentro de casa;
❑ Morte por infecções ou outras complicações como, por exemplo,
doenças respiratórias.
Fase Grave
1. Agnosia > incapacidade de reconhecer objetos através das
qualidades sensoriais.
2. Apraxia > incapacidade de realizar movimentos coordenados.
3. Amnésia > diminuição ou perda de memória.
4. Anomia > incapacidade de lembrar os nomes dos objetos, mesmo
sendo capaz de reconhece-los.
5. Afasia > perda parcial ou total da compreensão da linguagem.
Os 5 A’s do Diagnóstico da DA
❑ O diagnóstico da Doença de Alzheimer é feito fundamentalmente
através de critérios clínicos preestabelecidos juntamente com a
exclusão de outras possíveis causas para a demência.
❑ Um dos critérios preestabelecidos mais utilizados no diagnóstico
de Alzheimer são o do Manual de Diagnóstico e Estatística das
Doenças Mentais da Associação de Psiquiatria Americana.
Diagnóstico da DA
❑ Diversos exames laboratoriais e variadas formas de neuroimagem
estão disponíveis para a investigação das demências, em especial a
DA.
❑ Também estão disponíveis testes e escalas para avaliação cognitiva,
como o Miniexame do Estado Mental (MEEM) e o Teste do
Desenho do Relógio.
❑ Além disso, existem exames mais sofisticados como a avaliação
genética. Contudo, devido ao limitado acesso da população a estes
exames, o maior desafio ainda permanece sendo o diagnóstico
precoce.
Diagnóstico da DA
❑ É, provavelmente, o instrumento mais utilizado para rastrear as
perdas cognitivas, inclusive em pacientes de Alzheimer.
❑ Contem questões agrupadas em sete categorias, cada uma delas
planejada com o objetivo de avaliar funções cognitivas específicas
como a orientação temporal (5 pontos), orientação espacial (5
pontos), registro de três palavras (3 pontos), atenção e cálculo
(5 pontos), recordação das três palavras (3 pontos), linguagem (8
pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto).
Miniexame do Estado Mental
CATEGORIAS QUESTIONAMENTOS TOTAL
ORIENTAÇÃO TEMPORAL
Em qual dia da semana estamos? (_/1)
Em qual dia do mês estamos? (_/1)
Em qual mês estamos? (_/1)
Em qual ano estamos? (_/1)
Qual é o horário aproximado? (_/1)
_/5
ORIENTAÇÃO ESPACIAL
Onde estamos? Ex.: consultório, hospital, residência (_/1)
Em qual cômodo estamos? (_/1)
Em qual bairro estamos? (_/1)
Em qual cidade estamos? (_/1)
Em qual estado estamos? (_/1)
_/5
REGISTRO DE 3 
PALAVRAS
Mencione 3 palavras e peça que o paciente as repita (_/3) _/3
ATENÇÃO E CÁLCULO
Peça que o pacientes realize os seguintes cálculos:
100-7 = 93 / 93-7= 86 / 86-7=79 / 79-7 = 72 / 72-7=65
(_/5) 
_/5
RECORDAÇÃO DAS 3 
PALAVRAS 
Peça que o paciente repita as 3 palavras citadas na 3ª categoria. 
(_/3)
_/3
LINGUAGEM
Aponte para objetos e peça que o paciente diga seus nomes (_/2)
Peça que o paciente diga “nem aqui, nem alí, nem lá” (_/1)
CATEGORIAS QUESTIONAMENTOS TOTAL
LINGUAGEM
Dê ao paciente uma folha de papel, na qual esteja escrito, em 
letras grandes, “FECHE OS OLHOS”. Peça que ele leia este 
papel e faça o que está escrito – permita dez segundos. (_/1)
Dê ao paciente uma folha de papel e peça que ele a pegue com 
sua mão direita, dobre-o na metade com as duas mãos e coloque 
no chão. (_/3)
Peça que o paciente escreva, em uma folha de papel, alguma 
frase da escolha dele – ignore erros de ortografia (_/1)
_/8
CAPACIDADE 
CONSTRUTIVA VISUAL
Peça que o paciente faça o seguinte desenho: (_/1)
_/1
O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0 pontos, que indica
o maior grau de comprometimento cognitivo dos indivíduos, até 30
pontos, que corresponde a melhor capacidade cognitiva.
❑ O Teste do Desenho do Relógio (TDR) é amplamente utilizado como
teste de rastreio,de simples aplicação e de rápida execução, que
avalia diversas dimensões cognitivas, como memória, função
motora, função executiva e compreensão verbal (Aprahamian,
Martinelli, Cecato, Izbicki, & Yassuda, 2011).
❑ Instruções: o avaliador fornece ao paciente uma folha de papel em
branco e pede: “Por favor, desenhe um relógio com os números e,
depois disso, desenhe os ponteiros marcando, por exemplo, 11 horas
e 10 minutos”.
Teste do Desenho do Relógio
❑ A interpretação do desenho feito pelo paciente pode seguir os
pressupostos de Mendez et al. (1992) ou de Shulman et al. (1993).
❑ Mendez et al. (1992) elaboraram uma lista com 20 critérios para
avaliação. Já Shulman et al. (1993) apresentam um critério de 0-5
pontos quanto à qualidade geral do relógio.
Teste do Desenho do Relógio
❑ Por se tratar de uma doença que incide em diversas dimensões da
vida do idoso e da sua família, as intervenções devem ser
trabalhadas por meio de equipes multidisciplinares.
❑ Existem medidas farmacológicas que visam reduzir os efeitos
cognitivos e de memória, sendo estes baseados na prescrição de
anticolinesterásicos (rivastigmina, donepezil e galantamina) e de
memantina (antiglutamatérgico).
Tratamento da DA
❑ Além disso, podem ser utilizadas medidas não farmacológicas,
categoria de suma importância da Fisioterapia.
❑ Estudos sugerem que o exercício físico tem um efeito indutor da
neuroplasticidade, muitas vezes, promovendo uma melhor função
cognitiva (HÖTTING; RÖDER, 2013).
Fisioterapia na DA
❑ Outra alternativa não farmacológica que pode melhorar os déficits
observados na DA é a estimulação cognitiva (MARTINEZ-CORIA
et al., 2015), que inclui técnicas como a terapia de orientação para
a realidade, terapia de reminiscências, uso de apoios externos e
aprendizagem sem erros.
Fisioterapia na DA
❑ Através das condutas fisioterapêuticas na doença de Alzheimer,
é possível evitar ou diminuir complicações e deformidades; manter
ou melhorar as amplitudes de movimento; melhorar o equilíbrio
prevenindo a ocorrência de quedas; prevenir danos motores;
melhorar sua força muscular; treinar para a realização das
atividades da vida diária, procurando prolongar a sua
independência; e melhorar a sua qualidade de vida.
Fisioterapia na DA
Fisioterapia na DA
❑ De forma geral, os pacientes de Alzheimer realizam exercícios
funcionais, de força muscular, de equilíbrio e de coordenação.
Por isso, esses pacientes podem beneficiar-se de exercícios em
grupo, com pesos e bolas, caminhadas, corridas, natação,
hidroginástica, pilates, etc.
Referências
❑ Doença de Alzheimer: Revisão da Epidemiologia e Diagnóstico. Ivan
Aprahamian, et al. Rev Bras Clin Med, 2008;6.
❑ Métodos Não Farmacológicos Para O Tratamento Do Alzheimer: Uma
Revisão Integrativa. Bruna Guedes Lopes Costa, et al. Revista de
Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro. 2019;9:e2786.
❑ Testes do desenho do relógio e de fluência verbal: contribuição diagnóstica
para o Alzheimer. José Maria Montiel, et al. Revista Psicologia: Teoria e
Prática.
❑ Estimulação cognitiva para idoso com Doença de Alzheimer realizada pelo
cuidador. Thiara Joanna Peçanha da Cruz, et al.
❑ Reabilitação Cognitiva Em Pacientes Com Doença De Alzheimer. Cássio M.C.
Bottino, et al. Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):70-79.

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