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1 3. MECÂNICA DE FRATURA 3.1. INTRODUÇÃO A vida em fadiga de um componente é composta dos estágios de iniciação e de propagação da trinca. Este fato é ilustrado esquematicamente na Fig, 3.1. Fig.3.1. Estágios de iniciação e de propagação da vida em fadiga. O tamanho da trinca na transição do estágio de iniciação para o de propagação é geralmente desconhecido e sempre depende do ponto de vista do analista e do tamanho do componente que está sendo analisado. Por exemplo, para um pesquisador equipado com equipamentos microscópicos, pode ser da ordem de uma imperfeição cristalina, discordância, ou uma trinca de 0,1mm, enquanto que para um inspetor no campo, pode ser a menor trinca que seja facilmente detectável com equipamento de inspeção não-destrutivo. Entretanto, a distinção entre a vida de iniciação e a vida de propagação é importante. Para baixas amplitudes de deformação, até 90% da vida pode ser considerada como iniciação, enquanto que a altas amplitudes, grande parte da vida em fadiga pode ser gasta na propagação da trinca. As aproximações da mecânica de fratura são usadas para a estimativa da vida de propagação. As aproximações da mecânica da fratura exigem que uma trinca inicial seja conhecida ou assumida. Para componentes com imperfeições ou defeitos, tais como porosidades de solda, inclusões e defeitos de fundição, etc., uma trinca inicial pode ser conhecida. De uma outra forma, para uma estimativa da vida total em fadiga de um material livre de defeitos, esta aproximação pode ser utilizada para que a propagação seja determinada. As aproximações deformação-vida 2 podem então ser utilizadas para a determinação da vida de iniciação, sendo que a vida total é a soma destas duas estimativas. Este capítulo fará uma revisão breve dos fundamentos da mecânica de fratura e uma discussão do uso destes conceitos nas aplicações da análise de propagação de trincas por fadiga com amplitude constante. 3.2 BASES DA MECÂNICA DE FRATURA ELÁSTICA LINEAR Os princípios da mecânica de fratura elástica linear (MFEL) são usados para a relação entre a magnitude e a distribuição de tensão nas vizinhança da ponta da trinca para : • Tensões remotas aplicadas ao componente trincado • Comprimento e forma da trinca • Propriedades do material do componente trincado 3.2.1.Revisão Histórica Na década de 1920, Griffith formulou o conceito de que uma trinca em um componente irá se propagar, se a energia total do sistema é abaixada com a propagação da trinca. Ou seja, se a variação da energia de deformação elástica devido à extensão da trinca for maior que a energia necessária para criar novas superfícies da trinca, ocorrerá a propagação. A teoria de Griffith foi desenvolvida para materiais frágeis. Na década de 40, Irwin fez a extensão da teoria para materiais dúcteis e postulou que a energia devido à deformação plástica deve ser adicionada à energia de superfície associada com a criação de novas superfícies da trinca. Também reconheceu que, para materiais dúcteis, o termo da energia de superfície é sempre desprezível, quando comparado com a energia associada com a deformação plástica. Além disto, definiu uma quantidade, G, a taxa de alívio de energia de deformação ou ‘ força para extensão da trinca ‘, que é a energia total absorvida durante o trincamento por aumento no comprimento da trinca unitário e por espessura unitária. Em meados da década de 50, Irwin fez outra contribuição significativa. Mostrou que as tensões locais na vizinhança da ponta da trinca apresentam a forma geral 3 ( ) L+θ π =σ ijij fr K 2 (Eq. 3.1) onde r e θ são coordenadas cilíndricas de um ponto relativo à ponta da trinca ( veja Fig. 3.2 ) e K é o fator de intensidade de tensão. Ele ainda mostrou que a aproximação da energia, a aproximação ‘G’ mostrada acima, é equivalente à aproximação de intensidade de tensão, que será descrita na Seção 3.2.4 e que a propagação de trinca ocorre quando a taxa de alívio crítica da energia de deformação, Gc , ou, em temos de fator de intensidade de tensão crítico, Kc , é alcançado. Fig. 3.2. Posição das tensões localizadas perto da raiz da trinca, em coordenadas esféricas 3.2.2. Hipóteses da MFEL A mecânica de fratura elástica linear ( MFEL) é baseada na aplicação da teoria da elasticidade a corpos contendo trincas ou defeitos. As hipóteses usadas na elasticidade são também inerentes na teoria da MFEL, que são pequenos deslocamentos e linearidade geral entre tensões e deformações. A forma geral das equações da MFEL é dada na Eq. 3.1. Como visto, existe uma singularidade, tal que r, a distância da ponta da trinca, tende para zero e as tensões tendem para infinito. Como os materiais deformam-se plasticamente quando a tensão de escoamento é excedida, uma zona plástica irá ser formada perto da ponta da trinca. As bases da MFEL continua válida, embora, se esta região de plasticidade permanece pequena em relação às dimensões gerais da trinca e do corpo trincado. 4 3.2.3. Modos de Carregamento Em geral, existem três modos de carregamento que envolvem deslocamentos diferentes de superfícies de trinca, como mostrado na Fig. 3.3. Os três modos são : • Modo I : abertura ou modo de tração – as faces da trinca são separadas • Modo II : escorregamento ou cisalhamento planar – as faces da trinca escorregam uma sobre a outra. • Modo III : rasgamento ou cisalhamento anti-planar – as superfícies da trinca movem- se paralelamente em relação à aresta de propagação e relativamente uma à outra. Fig. 3.3. Modos de carregamento. A discussão seguinte trata apenas do Modo I, pois é o modo de carregamento dominante na maioria das aplicações de engenharia. Tratamentos similares podem ser facilmente estendidos aos Modos II e III. 3.2.4. Fator de Intensidade de Tensão O fator de intensidade de tensão, K, que foi introduzido a partir da Eq. 3.1 define a magnitude das tensões localizadas ao redor da raiz da trinca. Este fator depende do carregamento, do tamanho e da forma da trinca, além de contornos geométricos, com a forma geral dada por : ( ) agfK πσ= (Eq. 3.2) onde 5 σ = tensão remota aplicada ao componente. Não deve ser confundida com as tensões localizadas, σij , da Eq. 3.1. a = tamanho da trinca f (g) = fator de correção que depende da geometria da trinca e do corpo de prova. As soluções do fator de intensidade de tensão já foram obtidas para uma grande variedade de situações e publicadas em forma de manuais. A Fig. 3. 4 ilustra as relações de intensidades de tensão em algumas das condições de carregamento mais comuns. 6 Fig. 3.4. Fator de intensidade de tensão para a) Chapa com trinca central carregada sob tração. b) Chapa com trinca de aresta sob tração. c) Chapa com dupla trinca de aresta carregada sob tração. d). Viga trincada sob flexão pura. e) Trinca circular interna em um corpo de prova em um corpo infinito submetido a tração. f) Trinca elíptica interna em um corpo infinito sujeito a tração. 7 Os fatores de intensidade de tensão para um modo de carregamento único podem ser somados algebricamente. Consequentemente, os fatores de intensidade de tensão para condições de carregamento complexo do mesmo modo podem ser determinados pela superposição de resultados mais simples, tais como os obtidos facilmente nos manuais. Um método de superposição, conhecido como técnica de composição, tem sido usado para a obtenção de aproximações relativamente precisas. A técnica consiste na redução de um problema complicado em um número de configurações mais simples com soluções conhecidas. Pela superposição destas soluções de K mais simples, um fator de intensidade de tensão pode ser obtido para a geometria complicada. Na forma de equação, ( ) e N n ntot KKKKK + −+= ∑ =1 00 (Eq.3.3) onde : Ktot = fator de intensidade de tensão para a geometria complicada K0 = fator de intensidade de tensão na ausência de todos os contornos de uma forma aplicável ao carregamento ( i.e., KI = σ aπ ) Kn = fator de intensidade de tensão para a enésima configuração simples Ke = fator que leva em consideração o efeito de interação entre os contornos. Ke é o único fator desconhecido. Desprezando este termo levará à subestimativa de menos de 10%. Outro método de aproximação é simplesmente a multiplicação de fatores de correção individuais para os vários efeitos geométricos, tais como : K = f1 ⋅ f2 ⋅ f3 ⋅ ⋅ ⋅ σ aπ (Eq. 3.4) Os fatores de correção, fi são usados considerando : • Efeito de largura finita (face de trás) • Efeito da face da frente • Forma da trinca (i.e., falha elíptica) 8 Outros métodos de superposição que são empregados incluem o método alternativo e o método de função de peso. Na determinação de K, métodos numéricos, incluindo métodos de elementos finitos têm sido largamente utilizados nos últimos anos. De fato, muitos programas para microcomputadores de elementos finitos disponíveis comercialmente incluem subrotinas para o cálculo de K. Os métodos para determinação de K tendem a ser aproximados. Em geral, valores para f (g) na Eq. 3.2. tendem a estar entre 1 e 1,2. Erros em K podem ser pequenos quando comparados a incertezas na análise de fadiga, tais como propriedades do material, níveis de carregamento, história do carregamento e ambiente de serviço. Exemplo 3.1. Como discutido nesta seção, um método aproximado para se obter o fator de intensidade de tensão para uma geometria complicada é simplesmente aproximar o fator geométrico de correção pelo produto de fatores de correção individuais para os vários efeitos geométricos. Para uma trinca superficial semi-elíptica em uma chapa de espessura finita sujeita ao Modo I de carregamento : 4/1 2 2 2 2 n21I cosc asenafffK θ+θ Φ πσ ⋅= L onde f1 , f2 , ..., fn são fatores individuais de correção para os vários efeitos geométricos. Usando este método, determine uma estimativa para o fator de intensidade de tensão para uma trinca semicircular em uma chapa grossa, como mostrada na Fig. E3.1. Também usando este método, estime o fator de intensidade de tensão, K I , para uma trinca circular de canto na chapa mostrada na Fig. E3.1b. 9 Fig E3.1. Fatores de intensidade de tensão para a) trinca semicircular em uma chapa grossa. b) trinca circular de aresta em uma chapa grossa Solução O fator de intensidade de tensão para uma trinca semicircular em uma chapa grossa é dado por : π πσ ≈ a2 12.1KI onde f1 = 1,12 é o fator de correção e 2σ aπ /π é a intensidade de tensão para uma trinca circular interna, em um corpo infinito sujeito a tração, Fig3.4e. O fator de intensidade de tensão para uma trinca circular de aresta em uma chapa grossa é : ( ) ( ) π π σ≈ a212,1K 2I onde : f1 = 1,12 é fator de correção de uma aresta livre para uma face da chapa 10 f2 = 1,12 é o fator de correção de uma aresta livre de outra face da chapa 2σ aπ /π = fator de intensidade de tensão no Modo I, para uma trinca circular interna em um corpo infinito sujeito a tensão. ____________________________________________________________________________ 3.2.5. Tamanho da Zona Plástica Como mencionado previamente, os materiais desenvolvem deformações plásticas quando a tensão de escoamento é excedida na região próxima à raiz da trinca, como mostrado na Fig. 3.5. Fig. 3.5. Escoamento próximo à raiz da trinca. A quantidade de deformação plástica é restrita pelo material circundante, que permanece elástico. O tamanho desta zona plástica é dependente das condições de tensão a que o corpo está submetido. Condições de tensão plana e de deformação plana. Em um corpo delgado, a tensão através da espessura, σz , não pode variar apreciavelmente, devido à seção delgada. Por não poder haver tensões normais à superfície, σz = 0 através da seção. O que resulta em um estado de tensão biaxial. Esta circunstância é denominada de condição de tensão plana ,.como ilustra a Fig.3.6. 11 Fig 3.6. Condições de tensão plana e de deformação plana. Em um corpo espesso, o material é vinculado na direção z devido à espessura na seção transversal e εz = 0 , o que resulta em uma condição de deformação plana. Devido ao efeito de Poisson, a tensão σz é desenvolvida na direção z. As condições de máximo vínculo existem na condição de deformação plana e consequentemente, o tamanho da zona plástica é menor do que o tamanho desenvolvido sob condições de tensão plana. Tamanho da zona plástica monotônica. Os tamanhos das zonas plásticas sob carrregamento monotônico foram estimados como : plana tensão K 2 1r 2 y y σπ = (Eq. 3.5a) plana deformação K 6 1r 2 y y σπ = (Eq. 3.5b) onde r é definido como mostrado na Fig. 3.7. 12 Fig. 3.7. Tamanho da zona plástica monotônica Tamanho da zona plástica cíclica O tamanho da zona plástica reversa ou cíclica é de quatro vezes menor que o valor comparável monotônico. Como a carga de tensão nominal é reduzida, a região plástica perto da raiz da trinca é colocada sob compressão pela região elástica circundante. Como mostrado na Fig. 3.8., a mudança da tensão na ponta da trinca devido ao carregamento reverso é o dobro do valor da tensão de escoamento. As Eqs. 3.5a e 3.5b tornam-se : plana tensão K 8 1 2 K 2 1r 2 y 2 y y σπ = σπ = (Eq. 3.6a) plana deformação K 24 1 2 K 6 1r 2 y 2 y y σπ = σπ = (Eq. 3.6b) O tamanho da zona plástica cíclica é menor que o tamanho da zona plástica monotônica e mais característica do estado de deformação plana, mesmo para chapas finas. Assim, os conceitos de MFEL podem sempre ser utilizados na análise de problemas de crescimento de trincas por fadiga, mesmo para materiais que exibam quantidades de ductilidade consideráveis. 13 A hipótese básica de que o tamanho da zona plástica é pequeno, em relação à trinca e ao corpo trincado, geralmente permanece válido. Fig. 3.8. Tamanho de zona plástica reversa. 3.2.6. Tenacidade à Fratura Quando o fator de intensidade de tensão alcança o valor crítico, KC , ocorre a fratura instável. O valor crítico do fator de intensidade de tensão é conhecido como tenacidade à fratura do material. A tenacidade à fratura pode ser considerada o valor limite de intensidade de tensão, assim como a tensão de escoamento pode ser considerada o valor limite da tensão aplicada. A tenacidade à fratura varia com a espessura do espécime, até que as condições limitantes (vinculação máxima) sejam alcançadas. Deve ser lembrado que as condições máximas de vinculação ocorrem no estado de deformação plana. A tenacidade à fratura em deformação plana, KI c , é dependente da geometria do corpo de prova e de fatores metalúrgicos. A norma ASTM Designação E-399, Standard Method of Test for Plane Strain Fracture Toughness of Metallic Materials, demonstra procedimentos aceitos para a determinação deste valor. É sempre difícil a execução de um ensaio válido de KI c . Por exemplo, um ensaio válido de uma chapa fina de um material de alta tenacidade muitas vezes não pode ser realizado. Em vez disto, o valor de K c , naquela condição, é o valor obtido. A tenacidade à fratura depende tanto da temperatura como da espessura da amostra. O exemplo seguinte mostra a importância da tenacidade à fratura no projeto contra fratura instável. 14 Exemplo 3.2. Uma companhia está construindo um vaso de pressão de 900 mm de diâmetro de um material que apresenta uma tenacidadeà fratura de 60 MPa.m1/2 e uma tensão de escoamento de 600Mpa na temperatura de operação. A espessura de parede é de 20 mm e a pressão de operação é de 14 MPa. É exigido que o componente obedeça o critério de ‘vazar antes de explodir’ (leak before burst ). Em outras palavras, a trinca deve ser capaz de crescer através da espessura da parede antes que a ocorra a fratura. Isto permite que o gás ou líquido sob pressão no vaso escape e seja detectado antes que uma condição instável seja desenvolvida. O vaso, aqui descrito, será inspecionado periodicamente com uma técnica que pode detectar com confiança uma trinca com comprimento de superfície maior que 12,5 mm. O vaso de pressão irá vazar antes de explodir, quando a superfície da trinca for menor que este tamanho? Qual é o maior valor da trinca superficial que pode ser desenvolvida a ainda manter o critério de vazar antes de explodir ? Solução A intensidade de tensão para uma trinca semi elíptica em uma chapa sujeita a tensão pode ser calculada das equações da Fig 3.4f e da correção da superfície livre, que tem o valor de 1.12. A intensidade de tensão para θ = π /2 é a12,1 Q 1K1 πσ= onde Q é denominado de fator de forma, pois depende de a e de c. A Fig. E3.2 mostra esta dependência graficamente para várias taxas de tensão nominal aplicada, σ, para a tensão de escoamento, σy. Usando esta figura, o problema de vazar sem explodir pode ser calculado. A informação seguinte é conhecida : KI c = 60 MPa m1/2 σy.= 600 MPa p = 14 MPa r = d/2 = 450 mm t = 20 mm 15 Fig E.3.2. Parâmetro de forma da falha, como função da razão de aspecto da trinca. A tensão tangencial no vaso de pressão é MPa 315 m 0,02 m 0,45 MPa14 t pr y = ==σ e a razão desta tensão em relação à tensão de escoamento é 525,0 600 315 y == σ σ Para o critério de vazar antes de explodir, o fator intensidade de tensão crítico, K I c, deve ser maior que o fator de intensidade de tensão devido a uma trinca de 20 mm no vaso de pressão (a =20 mm, a espessura de parede). Por esta informação, o valor para o fator de tamanho, Q, pode ser determinado. 1,12 Q a KIc πσ 〉 1,12 Q 0,02 315 60 π〉 16 Q > 2,169 Usando a Fig.E3.2, para um valor de Q > 2,169 e σ /σy = 0,525 , o valor de c, comprimento superficial da trinca, pode agora ser determinado : 0,43 c2 a 〉 ( )0,432 20 c 〈 c < 23,25 mm e 2c < 46,51mm Uma trinca de superfície de comprimento de 46,51 ou menor irá assegurar que o vaso irá vazar antes de explodir. Assim, o vaso não irá falhar catastroficamente quando uma trinca de superfície de 12,5 puder ser detectada. 3.3.CRESCIMENTO DE TRINCA POR FADIGA Como discutido anteriormente, a maior parte da vida em fadiga é gasta na propagação da trinca. Aplicando os princípios de mecânica de fratura , é possível fazer a previsão do número de ciclos que é gasto no crescimento de uma trinca a partir de um comprimento específico até a fratura final. A indústria aeronáutica tem sido de fundamental importância no esforço de entender e de predizer o crescimento de trincas por fadiga. Assim, foram desenvolvidas as aproximações de para projetos com garantia de vida (safe-life) ou de falha a salvo (fail-safe). Neste método, um componente é projetado de tal forma que se uma trinca é originada, não crescerá até um tamanho crítico entre intervalos de inspeção especificados. Assim, conhecendo-se as características da taxa de crescimento do material e com inspeções regulares, um componente trincado pode ser mantido em serviço por uma extensão da vida útil. Este conceito é mostrado esquematicamente na Fig.3.9. 17 Fig. 3.9. Extensão da vida em serviço de um componente trincado. 3.3.1. Curvas de Crescimento de Trinca Por Fadiga Os dados típicos de propagação de trinca com amplitude constante são mostrados na Fig. 3.10. O comprimento da trinca, a, é graficado versus o correspondente número de ciclos, N, no qual a trinca foi medida. Como mostrado, a maior parte da vida do componente é gasta enquanto a trinca é relativamente pequena. Além disto, a taxa de crescimento da trinca aumenta com o aumento da tensão aplicada. A taxa de crescimento da trinca, da/dN, é obtida pela derivada da curva do tamanho de trinca a, versus o número de ciclos, N. Duas aproximações numéricas geralmente aceitas para a obtenção destas derivadas são o método de spline fitting e o método do polinômio incremental. Estes métodos são explicados em detalhes em muitos textos de métodos numéricos. Fig. 3.10. Dados de crescimento de trinca a amplitude constante. 18 Valores de log da/dN podem ser graficados versus log ∆K, para um dado comprimento de trinca, usando a equação a)g(fKKK minmax πσ∆=−=∆ (Eq. 3.7) onde ∆σ é a tensão remota aplicada ao componente, como mostrado na Fig. 3.12. Fig. 3.11. Intervalo de tensão remota. O gráfico de log da/dN versus log ∆K, uma curva sigmoidal, é mostrado na Fig. 3.12. Esta curva pode ser dividida em três regiões. A baixas intensidade de tensão, Região I, o comportamento de trincamento é associado a efeitos de limite, ∆K 0. Na região intermediária, Região II, a curva é essencialmente linear. Muitas estruturas operam nesta região. Finalmente, na Região III, para valores altos de ∆K, as taxas de crescimento de trinca são extremamente altas e pouca vida em fadiga é envolvida. Estas três regiões são discutidas em detalhe nas seções seguintes. Fig. 3.12. Três regiões curva de taxa de crescimento da trinca 19 3.2.3.Região II A maioria das aplicações dos conceitos de MFEL para descrever o comportamento de crescimento da trinca é associada com a Região II. Nesta região, a derivada da curva de log da/dN versus log ∆K é aproximadamente linear no intervalo aproximado de 10-6 a 10-3 in/ciclo. Já foram sugeridos muitos encaixes de curvas para esta região. A equação de Paris, que foi proposta na década de 60 é a mais aceita. Nesta equação ( )mK C dN da ∆= (Eq. 3.8) onde C e m são constantes do material e ∆K é o intervalo de intensidade de tensão Kmax – Kmin . As constantes do material, C e m, podem ser encontradas na literatura e em manuais. Valores do expoente, m, em geral, apresentam um valor médio de 3,5. Além disto, podem ser realizados ensaios e a norma ASTM E647 estabelece as bases para estes ensaios. A vida do crescimento da trinca, em termos de ciclo para falhar, pode ser calculado usando a Eq. 3.8. A relação pode ser geralmente descrita por )K( f dN da = Assim, o número de ciclos para falhar, Nf , pode ser calculado como ∫= f i a a f )K( f daN (Eq. 3.9) onde ai é o comprimento de trinca inicial e af é o comprimento de trinca final ou crítico. Usando a formulação de Paris, ( ) K C dN da m∆= 20 ( )∫ ∆ = f i a a mf K C daN (Eq. 3.10) Como ∆K é uma função do comprimento da trinca e um fator de correção que é dependente do comprimento da trinca, veja Eq. 3.7., a integração acima deve sempre ser resolvida numericamente. Como uma primeira aproximação, o fator de correção, f (g), pode ser calculado no comprimento inicial de trinca e a Eq. 3.10. pode ser calculada de forma fechada. Como um exemplo de uma forma fechada de integração, é feito abaixo o cálculo da vida em fadiga para uma trinca de aresta em uma chapa grande. Neste caso, o fator de correção, f (g), não varia com o comprimento da trinca. O intervalo do fator de intensidade de tensão é a12.1K πσ∆=∆ (Eq. 3.11) Substituindo na equação de Paris, leva a ( )ma1,12 C dN da πσ∆= (Eq. 3.12) Separando as variáveis e integrando, para m ≠ 2, dá ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) − πσ∆− = πσ∆ = −− ∫ 2/2m f 2/2m i mf a a mf a 1 a 1 a1,12 C 2m 2N a12,1C daN f i (Eq. 3.13) Antes que esta equação possaser resolvida, o tamanho final da trinca, af , deve ser calculado. Este procedimento pode ser feito usando a Eq. 3.2., como se segue : ( ) a gfK πσ= 21 ( ) 2 c f gf K1a σπ = (Eq. 3.14) 2 max c f 12,1 K1a σπ = (Eq. 3.15) Para formulações mais complicadas de ∆K , onde o fator de correção varia com o comprimento da trinca, a, podem ser necessários procedimentos iterativos para a determinação de af na Eq. 3.14. É importante notar que a estimativa de vida em fadiga é fortemente dependente de ai e geralmente não sensível a af , quando ai << af . Grandes variações em af resultam em pequenas variações em Nf , como mostrado esquematicamente na Fig. 3.13. Fig. 3.13. Efeito do tamanho de trinca final na vida. Um método de aproximação alternativo pode ser usado para a previsão do crescimento de trinca por fadiga sob carregamento de amplitude constante. O procedimento é o seguinte : 1. Dividir o intervalo de crescimento de trinca de ai a af em um número desejado de incrementos, n – 1. 2. Na Eq. 3.7., determine f(g) para cada um dos comprimentos de trinca intermediários, assim como os comprimentos inicial e final, ai e af , respectivamente. 22 3. Calcule um ∆Kn para para cada comprimento de trinca, an. 4. Para cada valor de ∆Kn , determine o valor correspondente de da/dN das curvas de taxa de comprimento da trinca ou da equação de Paris : ( )m n K C dN da ∆= (Eq. 3.16) 5. Calcule a taxa de crescimento para dois comprimentos de trinca consecutivos : ( ) ( ) medio 1nn dN da 2 dN/dadN/da = + + (Eq. 3.17) 6. Determine o número de ciclos para o crescimento durante o incremento da trinca, an para an+1 , por ( ) ( ) ( ) ( ) 1nn n1n medio dN/dadN/da aa2 dN/da aN + + + − = ∆ =∆ (Eq. 3.18) Assim, é obtido um valor aproximado para o número de ciclos para um incremento de crescimento de trinca. Estes valores de ∆N para cada incremento podem então ser somados para uma solução aproximada para o número de ciclos de carregamento para o crescimento da trinca entre dois comprimentos, ai e af . Geralmente, a vida em fadiga não é sensitiva à tenacidade à fratura do material. Este é um resultado da falta de sensibilidade de Nf em relação ao tamanho final da trinca, af , como mostrado na Fig. 3.13. Uma exceção a isto pode ser o caso onde um material muito duro é sujeito a grandes tensões. Por exemplo, a vida em fadiga de engrenagens é dependente da tenacidade à fratura do material, pois o tamanho inicial da trinca varia pouco do comprimento final da trinca. 23 3.3.3. Região I A Região I de uma curva de taxa de crescimento de trinca sigmoidal é associada com efeitos de limiar. Abaixo do valor do fator limiar de intensidade de tensão, ∆Kth , o crescimento de trinca por fadiga ocorre ou não a uma taxa muito pequena para ser medido. As menores taxas medidas são maiores que aproximadamente 10-8 in./ciclo. Este valor corresponde ao espaçamento entre os átomos na maioria dos metais. O limiar de fadiga para aços é geralmente entre 5 e 15 ksi.in1/2. E entre 3 e 6 ksi.in1/2 para lligas de alumínio. O limiar de fadiga é dependente da razão de tensão, R ( R = σmin /σmax). Como visto na Fig. 3.14, o limiar de fadiga decresce com o aumento na razão de tensão. Fig. 3.14. Dependência do intervalo do fator de intensidade de tensão limiar com a razão de tensão. O limiar também depende da freqüência de carregamento e do ambiente. Ainda, muitos dos valores publicados do limiar, ∆Kth, foram desenvolvidos para trincas longas. A validade destes valores para trincas curtas tem sido questionada recentemente. Devido à sensibilidade de ∆Kth ao ambiente e à história de carregamento, é sentido por muitos que o melhor método para a determinação de ∆Kth é por meio de ensaios que simulem as condições de serviço. 24 Projetando um componente, tal que para as condições de serviço ∆K estejam abaixo de ∆Kth seria altamente desejável. Embora pudesse assegurar uma baixa probabilidade de falha por fadiga, isto é sempre impraticável devido ao baixo nível de tensão operante exigido. De forma alternativa, assegurando que os defeitos presentes sejam tão pequenos que ∆K estejam abaixo do limiar seria igualmente desejável. Infelizmente, o tamanho de defeito exigido é não apenas impraticável, como inatingível. Por exemplo, são dados abaixo valores típicos para o limite de fadiga e de limiar de fadiga para um aço comum. Os cálculos para a determinação do tamanho máximo de defeito em uma placa infinita com uma trinca central são resumidos abaixo. S ≈ 50 ksi ∆Kth = 5 ksi.in1/2 aK πσ= f (g) = 1 para uma chapa infinita com uma trinca central. Da Eq. 3.14, o tamanho de trinca crítico é calculado : ( ) 2 y c c K gf 11a σπ = (Eq. 3.19) in 003,0 50 51a 2 c = π = Este tamanho de defeito é da ordem do obtido devido à fabricação normal ou usinagem de um componente. Assim, mesmo no limite de fadiga, que é uma tensão relativamente baixa, o tamanho de defeito é tal, que seria extremamente difícil de detectar usando métodos de inspeção não destrutivos. O valor do limiar pode ser usado quando uma parte é submetida a níveis baixos de tensão e a um número de ciclos muito grande. Um bom exemplo deste caso seria o de trens de potência que operam a velocidades muito altas. 25 3.3.4. Região III Na Região III ocorre crescimento de trinca instável, rápido. Em muitas situações práticas de engenharia esta região pode ser ignorada, pois não afeta significativamente a vida total de propagação da trinca. O comportamento do ponto de transição da Região II para a Região III é dependente do limite de escoamento do material, do fator de intensidade de tensão e da razão de tensão. A equação de Forman foi desenvolvida para modelar a Região III, embora seja mais utilizada para modelar os efeitos de tensão média. Esta equação, ( ) ( ) KK R1 K C dN da c m ∆−− ∆ = (Eq. 3.20) prediz o rápido upturn da curva da/dN versus ∆K , quando se aproxima da tenacidade à fratura. A Região III é de maior interesse quando a propagação da trinca é da ordem de 103 ciclos ou menos. Entretanto, a altas intensidades de tensão, os efeitos da plasticidade começam a influenciar a taxa de crescimento da trinca, pois a zona plástica torna-se muito grande quando comparada com as dimensões da trinca. Neste caso, o problema deve ser analisado por procedimentos envolvendo fratura elasto-plástica, tais como métodos de integral-J ou deslocamento da abertura da ponta da trinca (COD). 3.3.5. Fatores que Influenciam o Crescimento de Trinca por Fadiga Efeitos de razão de tensão A razão de tensão aplicada, R, pode ter um efeito significativo na taxa de crescimento de trinca. Lembrando, como definido na seção 3.3.3., R = σmin / σmax = Kmin / Kmax. Em geral, para um valor de ∆K constante, quanto mais positiva é a razão de tensão, R, maiores são as taxas de propagação de trinca, como mostrado na Fig. 3.15. Entretanto, a sensibilidade da razão de tensão é fortemente dependente do material, como mostrado nas Figs. 3.15 e 3.16 . Notar a diferença de escalas nas duas figuras. 26 Fig. 3.15. Influência de R na propagação de trinca por fadiga em Ti-6Al-4V. Fig. 3. 16. Influência pouco significativa de R no crescimento de trinca por fadiga em um aço de limite de resistência de 140 ksi. 27 A equação de Forman, Eq.3.20, é freqüentemente usada para predizer os efeitos da razão de tensão. Conforme R aumenta, a taxa de crescimento da trinca, da/dN , aumenta. Este fato é consistente com as observações de ensaios. A equação de Forman é válida apenas quando R > 0. Em geral, acredita-se que quando R < 0 , não ocorrem mudançassignificativas na taxa de crescimento, quando comparada com a taxa de crescimento para R = 0. Porém, este é um fator dependente do material, pois alguns pesquisadores obtiveram dados para certos materiais que mostram maiores taxas de crescimento para carregamento com R < 0. Outro método usado para compensar os efeitos de razão de tensão é a equação de Walker : ( )[ ]nmaxm K R1CdN da −= (Eq. 3.21) A utilização desta equação exige que os dados da razão de tensão sejam disponíveis para ajustar os expoentes m e n, para um material particular. Os argumentos de fechamento de trinca, assim como argumentos baseados em efeitos ambientais, têm sido usados para explicar o efeito da razão de tensão na taxa de crescimento de trincas. Ambos os tópicos são discutidos em maiores detalhes em seções seguintes. Efeitos Ambientais A taxa de crescimento de trinca por fadiga pode ser altamente influenciada por efeitos ambientais. Estes efeitos são extremamente complicados devido ao grande número de variáveis mecânicas, metalúrgicas e químicas e a interação entre estas variáveis. Devido à sua complexidade, apenas uma breve revisão é apresentada aqui. O efeito ambiental na taxa de propagação de trinca por fadiga é altamente dependente da combinação material-ambiente. Vários fatores adicionais que influenciam o efeito ambiental são os seguintes : • Freqüência de carregamento. Em um ambiente adverso, é observado um forte efeito na freqüência de carregamento cíclico. Em um material ensaiado em ambiente inerte, não é observado efeito da freqüência na taxa de crescimento de trinca por fadiga. Em geral, para baixas freqüências, a taxa de crescimento de trinca aumenta, quanto maior o tempo de exposição do ataque ambiental, durante o processo de fadiga. 28 • Efeitos de temperatura. A redução da vida em fadiga é geralmente observada com o aumento da temperatura. Somado a isto, os efeitos ambientais são geralmente maiores a temperaturas elevadas. Isto é devido em parte ao aumento de óxidos, que promove o trincamento intergranular, além de acelerar o trincamento transgranular. • Forma de onda do ciclo de carregamento. Geralmente são observadas altas taxas de crescimento de trinca por fadiga se a região de tensão do ciclo de carregamento ocorre de forma devagar. Em outras palavras, quando o tempo de aumento de carregamento é pequeno, a influência do ambiente é minimizada. Por exemplo, uma forma de onda dente de serra positiva resulta em um efeito ambiental maior e, consequentemente, aumento da taxa de crescimento da trinca, do que uma forma de onda dente de serra negativa. No ar, geralmente não geralmente observados efeitos de perfil da forma de onda. • Efeitos de razão de tensão. Como discutido anteriormente, alguns pesquisadores sentem que efeitos ambientais podem levar a efeitos da sensibilidade da taxa de crescimento de trinca por fadiga em relação à razão de tensão, R. Para altos valores de R, ocorre um aumento de corrosão, como mostrado na Fig. 3.17. Finalmente, tem sido observado que os efeitos ambientais causam ou um aumento ou um decréscimo em ∆Kth , dependendo do material e do ambiente. O aumento em ∆Kth pode ser explicado em algumas situações por corrosão localizada ou formação de óxidos nas superfícies das trincas. Estes óxidos aumentam o volume do material, contribuindo para o efeito de fechamento da trinca. Os princípios de fechamento de trinca são discutidos abaixo. 29 Fig. 3.17. Efeito da razão de carregamento na propagação de trinca por fadiga na liga Ti - 8Al -1Mo -1V. Ensaios conduzidos em uma solução de 3,5 % de NaCl e em argônio. 3.3.6. Fechamento de Trinca Os argumentos de fechamento de trinca são freqüentemente usados para explicar o efeito da razão de tensão de taxas de crescimento de trincas no valor de ∆Kth . Além disto, as teorias de fechamento de trinca são muito importantes nas predições de crescimento de trinca por fadiga com amplitude variável. 30 Na década de 70, Elber observou que superfícies de trinca por fadiga fecham-se, ou seja, contatam uma com a outra, quando o carregamento remoto aplicado é ainda de tensão e não se abrem novamente até que um carregamento em tração suficientemente alto seja imposto no próximo ciclo de carregamento. Ele desenvolveu a teoria de fechamento de trinca para explicar este fenômeno. Elber propôs que o fechamento de trinca ocorre como um resultado da plasticidade da ponta da trinca. Lembrando da Seção 3.2.5, a zona plástica é desenvolvida ao redor da raiz da trinca quando a tensão de escoamento do material é excedida. Como mostrado na Fig. 3.28, conforme a trinca cresce, uma onda de material deformado plasticamente é desenvolvida, enquanto que o corpo em seu redor permanece elástico. A Fig. 3. 18 mostra o caso de um ∆K gradualmente crescente e, consequentemente, um tamanho de zona plástica gradualmente crescente também. Fig. 318. Onda de material deformado plasticamente Elber propôs que se o material é descarregado, o material ‘esticado’ faz com que as superfícies da trinca entrem em contato antes que a carga zero seja atingida, como mostra a Fig. 3.19. Ainda, introduziu ainda a idéia de uma tensão de abertura da trinca. Este é o valor da tensão aplicada na qual a trinca é totalmente aberta, σop. Sugeriu que para que ocorra o crescimento da trinca por fadiga , a trinca deve estar totalmente aberta : 31 Fig. 3.19. Fenômeno de fechamento de trinca. minmax opmaxef KKK KKK −=∆ −=∆ (Eq. 3.22) Como Kop > Kmin Consequentemente, ∆K > ∆Kef Entretanto, um intervalo de intensidade de tensão efetiva, ∆Kef , que é menor que ∆K , deve ser usado nas predições de crescimento de trinca por fadiga. ( )efKfdN da ∆= (Eq. 3.23) 32 Elber propôs que ∆Kef entra no cômputo para o efeito de R nas taxas de crescimento. Para altos valores de R, resulta em menor crescimento de trinca e ∆Kef fica mais perto do valor de ∆K, pois Kop aproxima-se de Kmin. Isto resulta no fato da trinca ser sujeita a um maior intervalo de carregamento. A relação empírica obtida foi : R 4,05,0 K K U K UK ef ef += ∆ ∆ = ∆=∆ (Eq. 3.24) Note que a Eq. 3.24 é válida apenas para R > 0 . Outros pesquisadores desenvolveram subsequentemente outras expressões para U que estenderam para razões de R < 0. Os argumentos para fechamento de trinca serão discutidos posteriormente. 3.4. CONCEITOS IMPORTANTES • As propostas de mecânica de fratura fornecem uma estimativa da vida da propagação de trinca por fadiga. • Nas propostas da mecânica de fratura, as tensões e as deformações localizadas são relacionadas à tensão remota (aplicada) pelo fator de intensidade de tensão, K. • A proposta da mecânica de fratura elástica linear é baseada nas hipóteses de que a zona plástica na raiz da trinca seja pequena comparada com o comprimento da trinca e o tamanho do componente trincado. • A taxa de propagação de trinca por fadiga pode ser relacionada com a variação do fator de intensidade de tensão. Assim, podem ser calculados o número de ciclos para a falha. • A vida estimada de fadiga é fortemente dependente do tamanho inicial da trinca, ai Grandes mudanças na estimativa do tamanho final da trinca, af., resulta em apenas uma pequena variação na estimativa de vida. 33 3.5. EQUAÇÕES IMPORTANTES Fator de Intensidade de Tensão ( ) agfK πσ= (Eq. 3.2) Variação do Fator de Intensidade de Tensão a)g(fKKK minmax πσ∆=−=∆ (Eq. 3.7) Taxa de Propagação da Trinca ( Lei de Paris) ( )mK C dN da ∆= (Eq. 3.8) Número de Ciclos Para Falhar ( )∫ ∆= f i a a mf K C daN (Eq. 3.10) Tamanho Crítico (Final) da Trinca ( ) 2 c f gf K1a σπ = (Eq. 3.14) Variação do Fator de Intensidade de Tensão Efetivoopmaxef KKK −=∆ (Eq. 3.22)
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