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1) A matéria de decadência e prescrição está disciplinada nos arte. 173 e 174 do CTN, onde podemos afirmar que ambos extinguem o crédito tributário (art. 156, inciso V), o que nos permite afirmar que a prescrição tributária não se resume a atingir apenas o direito de agir do Fisco, mas também o próprio direito material.
Assim, podemos afirmar que a decadência extingue o direito do Fisco de lançar, ou seja, é a extinção do direito material da Fazenda Pública de constituir o crédito tributário. Esta ocorre antes da constituição definitiva do crédito tributário.
A prescrição é a perda do direito de agir da Fazenda Pública em relação ao crédito tributário outrora constituído, ou seja, é a extinção da ação/do direito de cobrar, onde o Fisco não poderá mais propor ação para reaver uma prestação inadimplida pelo contribuinte – crédito tributário. Esta ocorre depois da constituição definitiva do crédito.
De acordo com Hugo Machado, “a distinção essencial entre decadência e prescrição, capaz de explicar por que a primeira atinge o próprio direito material, enquanto a segunda atinge a ação que o protege, reside na própria natureza do direito material que no primeiro caso é afetado diretamente, e no segundo indiretamente.” (Hugo de Brito Machado, Comentários ao Código Tributário Nacional, vol. III, p. 501).
No que diz respeito à diferença da decadência do direito do contribuinte pleitear a restituição do indébito tributário e a prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário entendemos que o primeiro caso se reporta a perda do direito de restituição, é a extinção do direito de promover a ação visando à restituição do crédito em si, pago de forma indevida. Passado o prazo de cinco anos sem que o contribuinte tenha exercido seu direito, incidirá o instituto da decadência enquanto o segundo caso - prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário - é a extinção do direito de ação que o contribuinte detinha para promover a repetição do indébito, que ocorre após o reconhecimento do Fisco ao direito ao indébito.
2)De acordo com a leitura do artigo 146, alínea “b”, inciso III da Constituição Federal, entendo ser impossível a União, Estados, DF e os municípios criarem leis ordinárias estabelecendo prazos distintos do exposto no CTN para a decadência e prescrição de seus créditos porque tais matérias são objeto de Lei complementar federal. A Constituição Federal proíbe que seus entes federativos estabeleçam tais prazos por meio de lei ordinária.
Ressalto, por ser importante, que a competência para legislar sobre direito tributário, em especial as normas gerais, é da União, conforme disposto no art. 24, I, da CF, assim como sabemos que as normas relativas aos prazos prescricionais e decadenciais possuem o caráter de normas gerais, motivo pelo qual a competência para instituir as mesmas é da União através de Lei Complementar.
Vislumbrando a Constituição, verifiquei que não há possibilidade dos Estados, DF e Municípios estabelecer, mesmo que por lei complementar, prazos diversos dos constantes no CTN. O mesmo entendimento foi extraído da súmula vinculante nº 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Tais artigos alteravam o prazo prescricional em favor da Fazenda Pública Federal e em consequente prejuízo do contribuinte.
3)De acordo com o exposto no artigo 173, inciso I do CTN, temos que o prazo de decadência do direito de lançar nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício começa no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou seja, começa no dia primeiro do ano seguinte.
Essa regra também é utilizada para qualquer tributo que deva ser feito mediante declaração do contribuinte. Feita a declaração, o lançamento já pode ser feito. Se não ocorre, a partir do primeiro dia do ano seguinte começa a fluir o prazo de decadência.
Chamo a atenção para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, pois o início do prazo de decadência do direito de lançar começa na data do fato gerador do tributo a que se referir o lançamento, onde devemos observar a regra do art. 150, § 4º do CTN: (Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.).
Nos casos em que não houver o que homologar ou naqueles em que há omissão de pagamento pelo contribuinte nos tributos sujeitos a homologação, o prazo começa a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, com fulcro no inciso I do art. 173 do CTN porque não havendo pagamento, não há o que ser homologado nos termos do art. 150, §4º do CTN.
4)Este dispositivo possui alguns entendimentos divergentes na doutrina, onde alguns (Hugo de Brito Machado Segundo) sustentam que seria um prazo de prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal e outros (Hugo de Brito Machado e Marco Aurélio Greco) afirmam se tratar de um novo prazo de perempção.
Marco Aurélio Greco afirma que:
Em suma, o dispositivo em tela contém um prazo para concluir a constituição definitiva do crédito, contado do início do procedimento de constituição. Em outros termos, contém um prazo para proceder sob pena de extinção do direito de constituir o crédito tributário. Ou seja, um prazo de perempção desse direito. (Marco Aurélio Greco, Perempção no lançamento tributário, p. 514)
Concordando com as afirmações acima, Hugo Machado afirma que:
O raciocínio de Greco neste caso é perfeito e sua conclusão é incontestável. E, além de ser uma conclusão logicamente incontestável, ela realiza com perfeição o princípio da segurança jurídica, além de garantir a integridade do prazo de decadência, afastando definitivamente o argumento que levou o Supremo Tribunal Federal a entender que aquele prazo não continua a fluir depois, uma vez iniciado o procedimento administrativo de constituição do crédito tributário. (Hugo de Brito Machado, Comentários ao Código Tributário Nacional, vol. III, p. 523).
Assim, entendo que a correta interpretação do referido dispositivo é de um novo prazo, qual seja: perempção porque aceitar a inexistência de prazo para a conclusão do procedimento administrativo de acertamento da relação tributária leva à destruição da segurança jurídica e viola o valor constitucional de justiça.
Por oportuno, informo que o próprio STJ possui o entendimento que “o ordenamento jurídico brasileiro não apoia a impossibilidade de prescrição em qualquer tipo de relação jurídica, especialmente a de natureza tributária onde sempre litigam a Fazenda Pública e o contribuinte.” (REsp 97.328-PR).
Entretanto, ressalto que uma parte da doutrina e admitida em alguns julgados (AC 89.03.011700/SP) explica essa norma como o encurtamento do prazo de decadência, que teria seu início antecipado, mas a considero insatisfatória pelo exposto acima, além da explicação de Luciano Amaro que reconhece que “a norma em tela restaria inoperante nos casos em que a notificação ao sujeito passivo da obrigação tributária ocorresse depois de iniciado o prazo de decadência, situação que acontece na quase totalidade dos casos.”
No que diz respeito a medida preparatória indispensável ao lançamento, entendemos que esta se refere ao ato que tenha por objetivo verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação, a matéria tributária, o montante do tributo devido ou a identificação do sujeito passivo. 
Não vislumbro tal medida como uma causa de interrupção do prazo decadencial.
5)Entendo a prescrição intercorrente como a extinção do direito da Fazenda Pública de continuar exigindo o crédito tributário, mesmo já estando este em fase de execução, ou seja, a extinção do processo executivo pelo decurso do tempo.
Essa é aceita tanto peladoutrina quanto pela jurisprudência, mas há quem sustente que tal disposição é inconstitucional, uma vez que tratou de matéria privativa de lei complementar (CF/88, art. 146, III, “b”). Ocorre, entretanto, que o referido argumento não resguarda fundamento porque a Lei n.º 11.051/2004 não cuidou de prazos prescricionais, não alterou a forma de contá-los, seus termos inicial e final, nem o número de anos. Esta se limitou a dispor sobre norma de direito processual civil, relativa aos poderes do juiz de declarar uma situação pré-existente, onde podemos afirma que a prescrição consumou-se por conta da incidência do art. 174 do CTN, tendo a alteração legislativa apenas dado ao juiz o poder de reconhecer isso ex officio.
Nesse sentido, temos a súmula n.º 314 do STJ, com o seguinte teor: “em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.”
O entendimento jurisprudencial está correto e não poderia ser outro, uma vez que a Fazenda Pública não pode abandonar a execução fiscal sem correr o risco da prescrição intercorrente, caso a paralisação dure mais do que o quinquênio legal.
No que se refere à prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal, podemos sustentar que ela decorre da existência de prazos fixados em lei para a prática de atos do processo (Decreto n.º 70.235/72), onde a inércia da Administração Pública tem como consequência a extinção de seu direito à ação de cobrança, posto que implica na propositura da execução fiscal.
Ocorre, entretanto, que o STF já se manifestou contrário a possibilidade de prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (REsp 435.896/SP) por entender que neste fica suspensa a exigibilidade do crédito tributário e, consequentemente, o prazo de prescrição.
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. POSTERGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA. ARTS. 151, III, E 174 DO CTN. A prescrição não corre enquanto se mantém suspensa a exigibilidade do crédito tributário. O inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional dita que "suspendem a exigibilidade do crédito tributário: as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo". A interposição do recurso administrativo, portanto, suspende a exigibilidade do crédito tributário, impedindo o decurso do prazo prescricional, uma vez que apenas volta a ser contado a partir da decisão final e consequente constituição definitiva do débito (art. 174 do Código Tributário Nacional). AGRAVO DESPROVIDO. (Agravo Nº 70055149686, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini Bernardi, Julgado em 27/06/2013)
(TJ-RS - AGV: 70055149686 RS , Relator: Marilene Bonzanini Bernardi, Data de Julgamento: 27/06/2013, Vigésima Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 09/07/2013)
Corroboro o entendimento de Hugo Machado que critica a decisão do STJ afirmando que:
Cuida-se de compreensão equivocada que resulta da mistura de duas teses incompatíveis, a saber, a de que o auto de infração apenas inicia o procedimento de lançamento, que somente se consuma com a decisão final, definitiva no âmbito da Administração, e a de que o lançamento está consumado com o auto de infração, seguindo-se apenas um controle administrativo de sua legalidade. (Hugo de Brito Machado, Comentários ao Código Tributário Nacional, vol. III, p. 529).
Com efeito, as teses de prescrição intercorrente e da perempção podem conduzir ao mesmo resultado, onde nos afiliamos a corrente defendida pelo professor Hugo Machado que “pela mesma razão que não pode ser admitida no processo de execução fiscal, também a imprescritibilidade não pode ser admitida no âmbito do processo de determinação e exigência do crédito tributário.” (Hugo de Brito Machado, Comentários ao CódigoTributário Nacional, vol. III, p. 529).
Logo, entendo que não é possível a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal, mas com fundamento no parágrafo único do art. 173 do CTN, em razão de a Fazenda Pública paralisar o andamento do processo por mais de cinco anos, ou proferir a decisão após esse prazo quinquenal, a contar de sua entrada no órgão julgador, verificamos a possibilidade da perempção.
6)O redirecionamento da execução fiscal contra o sócio prescreve em cinco anos, a partir de citação válida da pessoa jurídica.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. REDIRECIONAMENTO DO EXECUTIVO FISCAL. PRAZO PRESCRICIONAL. CITAÇÃO DA EMPRESA DEVEDORA E DOS SÓCIOS. PRAZO DE CINCO ANOS. ART. 174 DO CTN. 
1. "A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por suas duas Turmas de Direito Público, consolidou o entendimento de que, não obstante a citação válida da pessoa jurídica interrompa a prescrição em relação aos responsáveis solidários, no caso de redirecionamento da execução fiscal, há prescrição intercorrente se decorridos mais de cinco anos entre a citação da empresa e a citação pessoal dos sócios, de modo a não tornar imprescritível a dívida fiscal" (AgRg nosEREsp 761.488/SC, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, DJe 07/12/2009). Ainda, no mesmo sentido: REsp 1.022.929/SC, Rel. Ministro Carlos Fernando Mathias, Segunda Turma, DJe 29/4/2008; 
AgRg no Ag 406.313/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 21/2/2008; REsp 975.691/RS, Segunda Turma, DJ 26/10/2007; 
REsp 740.292/RS, Rel. Ministro Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 17/3/2008; REsp 682.782/SC, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3/4/2006. 
2. Assim, o acórdão recorrido está em conformidade a jurisprudência do STJ, não merecendo reparos, pois, in casu, a empresa executada foi citada em 31/12/1992 e o pedido de inclusão dos sócios no pólo passivo ocorreu em 29/04/2008 (fl. 205), ou seja: não houve a citação dos sócios dentro do prazo prescricional de cinco anos contados da citação da empresa. 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag 1308057/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 26/10/2010)
Entendo que no caso de redirecionamento da execução fiscal, estamos diante de um prazo prescricional, ou seja, há prescrição intercorrente se decorridos mais de cinco anos entre a citação da pessoa jurídica e a citação pessoal dos sócios, para que não torne imprescritível a dívida fiscal.
No entanto, acho importante transcrever opinião diversa de Luis Marcello Bessa Maretti:
Tendo em vista que nos dias atuais a principal causa de redirecionamento feita com espeque no artigo 135 do Código Tributário Nacional é representada pela dissolução irregular, matéria inclusive sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça, mister que essa Corte modifique seu entendimento a respeito da contagem do prazo prescricional, adequando a essa nova realidade, mediante a aplicação da teoria da actio nata, cuja pretensão para o redirecionamento da cobrança do crédito tributária somente se iniciaria quando da dissolução irregular do devedor originário, momento em que possível a judicialização da questão. (http://jus.com.br/artigos/21679/o-marco-inicial-do-prazo-prescricional-para-o-redirecionamento-da-cobranca-do-credito-tributario-na-execucao-fiscal-feito-com-base-no-artigo-135-do-codigo-tributario-nacional/3#ixzz2wcxBGPsr)
7)a) O STF estabeleceu as regras para aplicação da LC 118 após o julgamento do RE 566.621/RS, onde só estarão sujeitos aos termos da LC 118/05, os pagamentos indevidos que foram efetuados depois do início da aplicação da mencionada lei, haja vista que houve alteração substancial no comando legal, e não apenas uma mudança na interpretação. Desta feita, a lei não pode ser aplicada aos fatos pretéritos se não forem em benefício do contribuinte.
O REsp nº 672.962-CE também profere o mesmo entendimento de que a LC 118/05 não é interpretativa,posto que há uma flagrante modificação no direito subjetivo do contribuinte.
TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO PORHOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. NOVA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELA 1ª SEÇÃO DO STJ NA APRECIAÇÃO DO ERESP 435.835/SC. LC 118/2005: NATUREZAMODIFICATIVA (E NÃO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO SEU ARTIGO 3º.INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 4º, NA PARTE QUE DETERMINA AAPLICAÇÃO RETROATIVA. ENTENDIMENTO CONSIGNADO NO VOTO DO ERESP327.043/DF. COMPENSAÇÃO. TRIBUTOS DE DIFERENTES ESPÉCIES. SUCESSIVOSREGIMES DE COMPENSAÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA OU EXAME DA CAUSA À LUZDO DIREITO SUPERVENIENTE. INVIABILIDADE. JUROS. 1. Não viola o artigo 535 do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido,adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. 2. A 1ª Seção do STJ, no julgamento do ERESP 435.835/SC, Rel. p/ o acórdão Min. José Delgado, sessão de 24.03.2004, consagrou o entendimento segundo o qual o prazo prescricional para pleitear a restituição de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de cinco anos, contados da data da homologação do lançamento, que, se for tácita, ocorre após cinco anos da realização do fato gerador sendo irrelevante, para fins de cômputo do prazo prescricional, a causa do indébito. Adota-se o entendimento firmado pela Seção, com ressalva do ponto de vista pessoal, no sentido da subordinação do termo a quo do prazo ao universal princípio da actio nata (voto-vista proferido nos autos do ERESP 423.994/SC, 1ª Seção, Min.Peçanha Martins, sessão de 08.10.2003).3. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar os arts. 150,§ 1º, 160, I, do CTN, conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo Judiciário. Ainda que defensável a “interpretação” dada, não há como negar que a Lei inovou no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo STJ,intérprete e guardião da legislação federal. Portanto, o art. 3º daLC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência.4. O artigo 4º, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação retroativa do seu art. 3º, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o princípio constitucional da autonomia e independência dos poderes (CF, art. 2º) e o da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º,XXXVI). Ressalva, no particular, do ponto de vista pessoal do relator, no sentido de que cumpre ao órgão fracionário do STJ suscitar o incidente de inconstitucionalidade perante a Corte Especial, nos termos do art. 97 da CF.5. A compensação, modalidade excepcional de extinção do crédito tributário, foi introduzida no ordenamento pelo art. 66 da Lei8.383/91, limitada a tributos e contribuições da mesma espécie.6. A Lei 9.430/96 trouxe a possibilidade de compensação entre tributos de espécies distintas, a ser autorizada e realizada pela Secretaria da Receita Federal, após a análise de cada caso, a requerimento do contribuinte ou de ofício (Decreto 2.138/97), com relação aos tributos sob administração daquele órgão.7. Essa situação somente foi modificada com a edição da Lei10.637/02, que deu nova redação ao art. 74 da Lei 9.430/96,autorizando, para os tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, a compensação de iniciativa do contribuinte,mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.8. Além disso, desde 10.01.2001, com o advento da Lei Complementar104, que introduziu no Código Tributário o art.170-A, segundo o qual "é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo,objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", agregou-se novo requisito para a realização da compensação tributária: a inexistência de discussão judicial sobre os créditos a serem utilizados pelo contribuinte na compensação.9. Atualmente, portanto, a compensação será viável apenas após o trânsito em julgado da decisão, devendo ocorrer, de acordo com o regime previsto na Lei 10.637/02, isto é, (a) por iniciativa do contribuinte, (b) entre quaisquer tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, (c) mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.10. É inviável, na hipótese, apreciar o pedido à luz do direito superveniente, porque os novos preceitos normativos, ao mesmo tempo em que ampliaram o rol das espécies tributárias compensáveis,condicionaram a realização da compensação a outros requisitos, cuja existência não constou da causa de pedir e nem foi objeto de exame nas instâncias ordinárias.11. No caso concreto, tendo em vista o regime normativo vigente à época da postulação (1999), não poderia o pedido ser atendido.Todavia, por força do princípio da vedação da reformatio in pejus,deve prevalecer o entendimento esposado no acórdão recorrido, no sentido de possibilitar a compensação dos valores indevidamente escolhidos a título de CSLL apenas com parcelas da própria CSLL, o que, evidentemente, não compromete o eventual direito da impetrante de proceder à compensação dos créditos na conformidade com as normas supervenientes, se atender aos requisitos próprios.12. Nos casos de repetição de indébito tributário, a orientação prevalente no âmbito da 1ª Seção quanto aos juros pode ser sintetizada da seguinte forma: (a) antes do advento da Lei 9.250/95,incidia a correção monetária desde o pagamento indevido até a restituição ou compensação (Súmula 162/STJ), acrescida de juros demora a partir do trânsito em julgado (Súmula 188/STJ), nos termos do art. 167, parágrafo único, do CTN; (b) após a edição da Lei9.250/95, aplica-se a taxa SELIC desde o recolhimento indevido, ou,se for o caso, a partir de 1º.01.1996, não podendo ser cumulada,porém, com qualquer outro índice, seja de atualização monetária,seja de juros, porque a SELIC inclui, a um só tempo, o índice de inflação do período e a taxa de juros real.13. Recurso especial adesivo não conhecido.14. Recursos especiais a que se nega provimento.
(STJ, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de Julgamento: 14/06/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA)
b) No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN, entendo que o prazo de prescrição para repetir o indébito tributário, tem como termo inicial a data da declaração de inconstitucionalidade, onde ressalto o entendimento da Primeira Seção, no EREsp 423.994/MG, que proferiu o entendimento de que: a) se tratar de controle difuso, inicia-se a contagem da data da Resolução do Senado; e b) se tratar de controle concentrado, a partir do trânsito em julgado da ADIN.
TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO STF. PRESCRIÇÃO. NOVA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELA 1ª SEÇÃO DO STJ, NA APRECIAÇÃO DO ERESP 423.994/MG. 1. A 1ª Seção do STJ, no julgamento do ERESP 423.994/MG, Min. Peçanha Martins, sessão de 08.10.2003, consagrou o seguinte entendimento, quanto ao prazo para pleitear a restituição de tributos sujeitos a lançamento por homologação cuja cobrança foi declarada inconstitucional pelo STF: (a) se a declaração de inconstitucionalidade ocorreu em sede de ação de controle concentrado, o prazo de cinco anos inicia na data da publicação do respectivo acórdão; e (b) se a inconstitucionalidade foi declarada na via do controle difuso, o prazo quinquenal tem início na data da resolução do Senado Federal suspendendo a execução da norma (CF, art. 52, X). Inexistindo resolução do Senado, aplica-se a regra geral adotada para a repetição de tributos sujeitosa lançamento por homologação, qual seja, a de considerar como termo inicial do cinco anos da prescrição a data da homologação do lançamento. Adota-se o entendimento firmado pela Seção, com ressalva do ponto de vista pessoal, no sentido da subordinação do termo a quo do prazo ao universal princípio da actio nata (voto-vista proferido nos autos dos referidos embargos). 2. Está assentada no STJ a orientação segundo a qual são os seguintes os índices a serem utilizados para a correção monetária dos valores a serem utilizados na compensação ou restituição de tributos: (a) IPC, de março/1990 a janeiro/1991; (b) INPC, de fevereiro a dezembro/1991; (c) UFIR, a partir de janeiro/1992; (d) taxa SELIC, exclusivamente, a partir de janeiro/1996. A Súmula 252/STJ não se aplica à repetição de indébito tributário, uma vez que os critérios adotados para a correção monetária dos saldos das contas vinculadas ao FGTS levam em conta legislação específica. 3. Recurso especial improvido. (STJ - REsp: 584988 MG 2003/0149352-2, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO, Data de Julgamento: 25/11/2003, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 10/05/2004 p. 192)

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