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Dispepsia Funcional

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UNINTA � S5 � BRENDA AMANDA REINALDO DE SOUZA 
 
 
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Dispepsia Funcional 
GASTROENTEROLOGIA 
 
DEFINIÇÃO 
• Má digestão 
• Dor ou desconforto no andar superior do abdome 
(epigástrio), sem relação com esforço físico, com 
apresentação intermitente ou continua e duração 
mínima de 4 semanas. 
• Exames laboratoriais, endoscopias e 
ultrassonografias normais. 
• Ausência de lesões estruturais ou metabólicas 
subjacentes, capazes de justificar o quadro clinico. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• 20-40% da população refere alguma queixa 
dispéptica 
• Causa de 40-60% das consultas em 
Gastroenterologia 
• Mais comum no sexo feminino 
• Grave problema de saúde publica 
• Consenso ROMA IV – 2016 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA DISPESIA 
FUNCIONAL (ROMA IV) 
1. Queixas dispépticas durante os 3 últimos meses e 
que se iniciaram, no mínimo, seis meses antes. 
2. É fundamental a presença de um ou mais dos 
sintomas: 
a) Empachamento pós-prandial 
b) Saciedade precoce 
c) Dor epigástrica 
d) Queimação epigástrica 
3. É fundamental a ausência de lesões estruturais 
(incluindo a realização de endoscopia digestiva 
alta) que possam justificar os sintomas. 
 
NOVA CLASSIFICAÇÃO PARA DISPEPSIA FUNCIONAL 
(ROMA IV) 
 
De acordo com o sintoma principal (1x na semana, nos 
últimos 3 meses): 
 
SÍNDROME DE DESCONFORTO PÓS-PRANDIAL 
Pelo menos um dos critérios: 
• Sensação de plenitude com refeições regulares e/ou 
saciedade precoce 
• Náuseas pós-prandiais 
• Eructações excessivas 
 
SÍNDROME DA DOR EPIGÁSTRICA 
É fundamental a presença de todos os critérios: 
• Dor ou queimação epigástrica 
• Dor intermitente 
• Dor não é generalizada ou localizada em outra 
região do abdômen 
• Não alivia com a eliminação de gases ou a 
defecação 
• Sem desordens da vesícula ou esfíncter de Oddi 
 
 CAUSAS DE DISPEPSIA 
 
DIGESTIVAS PÉPTICAS 
• Dispepsia funcional 
• Doença do refluxo Gastroesofágico 
• Úlcera péptica 
 
DIGESTIVAS NÃO PÉPTICAS 
• Gastropatias especificas (tuberculose, 
citomegalovirose, sarcoidose, doença de crohn) 
• Neoplasias (gástrica, pancreática, de cólon) 
• Síndromes de má absorção (doença celíaca) 
• Colelitíase 
 
NÃO DIGESTIVAS 
• Doenças metabólicas (DM, Doenças da tireoide, 
Hiperparatireoidismo, distúrbios eletrolíticos) 
• DAC (doença arterial coronariana) 
• Colagenoses 
• Medicamentos (AINES, ATB, Xantinas, Aledronato) 
• Doenças Psiquiátricas (ansiedade, depressão, 
pânico, distúrbios alimentares) 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 
 
AVALIAÇÃO CLÍNICA E PROPEDÊUTICA 
• Anamnese e exame físico 
• Boa relação médico-paciente 
• Abordagem empírica x Endoscopia Precoce 
• Excluir parasitoses 
• Exames laboratoriais 
> Hemograma, VHS, glicemia, função 
tireoidiana 
> Sumário de urina, sangue oculto nas fezes 
• Testar h. Pylori (NNT=14) 
• Ultrassonografia abdominal – suspeita de doença 
pancreática, hepática ou de via biliar. 
• Tomografia e ressonância de abdome 
• Testes de esvaziamento gástrico 
• Endoscopia digestiva alta 
> Idade > 45 anos 
DISPESIA 
FUNCIONAL
FATORES 
PSICOSSOCIAIS
ALTERAÇÃO DA 
MOTILIDADE 
GASTRODUODENAL
DISFUNÇÃO DO EIXO 
CÉREBRO-TUBO 
DIGESTIVO 
(ASSOCIAÇÃO COM 
DRGE E SII)
HIPERSENSIBILIDADE 
VISCERAL 
DIETA? SECREÇÃO 
ÁCIDA? INFLAMAÇÃO 
DA MUCOSA?
ESVAZIAMENTO 
GÁSTRICO LENTO, 
HIPOMOTILIDADE 
ANTRAL, RELAXAMENTO 
INADEQUADO DO 
FUNDO 
UNINTA � S5 � BRENDA AMANDA REINALDO DE SOUZA 
 
 
2 
> Mudança brusca dos sintomas 
> História familiar de câncer gástrico 
> Persistência dos sintomas após a terapia 
empírica 
SINAIS DE ALARME 
Perda de peso 
Vômitos persistentes 
Disfagia e odinofagia progressivas 
Anemia ferropênica 
Hematêmese ou melenas 
Massa abdominal palpável 
História familiar de cancro do TGI 
História previa de cancro gástrico 
Icterícia 
 
TRATAMENTO 
• Mudança de estilo de vida 
• Evitar alimentos gordurosos, açúcares refinados, 
bebidas gasosas, café, álcool e fumo 
• Fracionamento das dietas 
• Psicoterapia 
• Medicamentos melhoram em 60% 
• Antiácidos e hidróxido de magnésio e alumínio 
• Tratamento medicamentoso: aliviar o sintoma 
predominante 
 
TTO PARA SIND. DA DOR EPIGÁSTRICA 
• Bloqueadores H2 (4-8 semanas) 
> Cimetidina, Famotidina e Ranitidina 
• Inibidores da bomba de prótons (4-8 semanas) 
> Omeprazol - 20mg 
> Lanzoprazol - 30mg 
> Rabeprazol - 20mg 
> Esomeprazol - 20mg 
• 1x ao dia 
 
TTO PARA SIND. DA ANGÚSTIA PÓS-PRANDIAL 
• Procinéticos 
> Metoclopramida, Bromoprida, 
Domperidona 
• Drogas antidepressivas e ansiolíticas (4-12 meses) 
> Inibidores de receptação de serotonina 
> Antidepressivos tricíclicos 
• Novos fármacos 
> Antagonistas 5HT1 e 5HT4 
> Análogos da somatostatina 
 
TTO DO H.PYLORI 
 
1. IBP EM DOSE PADRÃO + AMOXICILINA 1,0g+ 
CLARITROMINCINA 500mg, 2x ao dia, durante 14 
dias. 
 
2. IBP EM DOSE PADRÃO (1x ao dia) + 
CLARITROMINCINA 500mg (2x ao dia) + 
FURAZOLIDONA 200mg (2x ao dia), durante 7 dias. 
 
3. IBP EM DOSE PADRÃO (1x ao dia) + 
FURAZOLIDONA 200mg (3x ao dia) + 
CLORIDRATO DE TETRACICLINA 500mg (4x ao 
dia), durante 7 dias 
 
 
EXEMPLOS DE IBP EM DOSE PADRÃO 
Omeprazol 20mg 
Lansoprazol 30mg 
Pantoprazol 40mg 
Rabeprazol 20mg 
Esomeprazol 40mg 
 
TTO PARA PACIENTES NÃO RESPONSIVOS 
AO TTO PADRÃO 
• Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, 
nortriptilina e imipramina) e inibidores da captação 
da serotonina (fluoxetina) 
• Ação analgésica central – bloqueando a 
transmissão da dor 
• No mínimo por 3 a 6 meses, em dose baixa. 
 
ALGORITIMO DO TTO DA DISPESIA FUNCIONAL (DF)

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