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Endometriose e adenomiose

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Endometriose 
 
Introdução 
❖ É uma doença enigmática na sua origem, nos 
seus efeitos sobre a fertilidade, exceto 
quando destrói a anatomia pélvica e, com 
frequência, polemica na forma de ser tratada. 
Aguardam-se estudos bem controlados para 
resolver as dúvidas sobre essa doença 
❖ Pode acometer a bexiga, o reto e órgãos 
distantes da cavidade pélvica (umbilical, de 
ouvido, de pleura, peritônio) 
Conceito 
❖ É uma doença benigna que se caracteriza pela 
saída do endométrio do leito uterino para 
fora do útero. Esses focos de endométrio 
ectópico respondem da mesma forma do seu 
habitual, responsabilidade aos hormônios, por 
exemplo. 
❖ Climatério: deixa de ter sintomatologia da 
endometriose devido atrofia, endométrio não 
vai mais descamar 
❖ Órgãos mais frequentes: ovários- 
ENDOMETRIOMA 
Epidemiologia 
❖ Mulheres no menacme (30 aos 45 anos): é 
estrogênio dependente 
❖ 10 a 15% da população feminina 
❖ Mulheres brancas de melhor nível social: 
tendência a engravidar menos e restrição a 
lactação. A gestação é um fator de proteção 
para a endometriose 
❖ Nulíparas 
❖ Associação com infertilidade varia de 2% a 
50% 
❖ Herança familiar 
Causas-teorias 
Regurgitação transtubária do material menstrual- 
1927 
✓ Mulheres durante a menstruação, o fluxo 
menstrual retornaria pelos ostios tubários e 
por apresentar células endometriais, levaria 
essas células para fora do útero e o seu 
implante em órgãos adjacentes 
✓ Falha da teoria pois 80-90% possui refluxo 
fisiológico pelos óstios tubários 
Teoria imunológica 
✓ Mulheres com sistema imunológico 
competente destruiria células que estão 
retornando, já as que não apresentam, não 
teriam capacidade de destruição e 
consequentemente haveria implantação 
✓ Não explica a endometriose pleura, ouvido 
Disseminação linfática ou sanguínea 
✓ Células endometriais seriam levadas através 
do sangue ou da linfa para órgãos mais 
distantes 
Metaplasia celômica 
✓ Explica endometriose em homens com câncer 
de próstata, em que é usado o hormônio 
estrogênio. Células imaturas do tecido 
celômico que sobre o estímulo do estrogênio 
se transformariam em células endometriais 
Classificação 
❖ É feita através da videolaparoscopia- padrão 
ouro 
❖ Tamanho da lesão, profundidade (maior causa 
de dor), localização, gravidade das aderências 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO: discrepância entre quadro 
clínico e gravidade da doença em relação aos 
sintomas 
 
 
ESTÁGIO 1 (doença mínima): implantes isolados e 
sem aderências significativas 
ESTÁGIO 2 (doença leve): implantes superficiais 
com menos de 5 cm, sem aderências significativas 
ESTÁGIO 3 (doença moderada): múltiplos 
implantes, aderências peritubárias e periovarianas 
evidentes 
ESTÁGIO 4 (doença grave): múltiplos implantes 
superficiais e profundos, incluindo endometriomas 
e aderências densas e firmes 
 
Larissa Cedraz 
Quadro clínico 
❖ Dismenorréia secundária- progressiva (em 
geral, início da terceira década) 
❖ Dispareunia profunda (presença de nódulos 
em fundo de saco, causa processo 
inflamatório, com liberação de células 
inflamatórias que levam a fibrose dos tecidos 
de sustentação do útero que ficam 
endurecidos) 
❖ Dor pélvica (cíclica, difusa e variável 
intensidade) 
❖ Infertilidade (nas formas moderadas e 
severas) - para que haja fecundação precisa 
do funcionamento do eixo, a foliculogenese, 
passagem do blastocisto pela trompa, 
fecundação, implantação do blastocisto no 
endométrio. Motivos: Inflamação das 
trompas: hidrosalpinge, Movimentação ciliar 
comprometida, Função espermática 
comprometida- fagocitose dos 
espermatozóides 
Diagnóstico 
ANAMNESE- queixas clínicas 
EXAME FÍSICO 
✓ Endometriose 
umbilical: endométrio 
ectópico no umbigo, é 
responsivo aos 
hormônios 
semelhantes ao normal 
✓ Coloração “achocolatada” - acúmulo de 
hemossiderina 
✓ Inicialmente lesões são vermelhas róseas, 
transição para um mais escuro.A cor da lesão 
depende do tempo 
EXAME ESPECULAR 
✓ Colo uterino 
✓ Toque vaginal: No simples- palpação de fundo 
de saco (livres, sem abaulamentos, sem dor) - 
quando possui a de ovário (que é altamente 
vascularizado) refere dor- GRITO DE DOUGLAS 
(abaulamento pelo endometrioma e muita 
inervação nessa região) 
 
 
 
Diagnóstico 
❖ Ultra-sonografia, tomografia 
computadorizada e ressonância magnética 
(Endometriomas, Endometriose vesical) 
❖ USG transvaginal: só ajuda quando ocorre a 
endometriose de ovário (cistos 
endometriosos). Não possui uma 
sensibilidade para focos mínimos de 
endometriose 
❖ Cistos amarronzados e espessos> podem ser 
sugestivos, mas a certeza é dada pela 
anatomia patológica 
❖ TC: suspeita de endometriose endometrial: 
tenesmo, sangramento na menstruação 
presente nas fezes 
❖ RM: grau de invasão e tratamento 
(estadiamento)- é mais sensível para 
diagnóstico do grau da lesão 
❖ Laparoscopia + tratamento medicamentoso= 
pacientes que querem engravidar 
Laparoscópico 
✓ É diagnóstica e terapêutica 
✓ Biopsia: Manda para o anatomopatológico 
✓ Faz cauterização até certo ponto os focos 
ectópicos e faz tratamento 
Bexiga: Útero sacro: Ovário: 
 
Fundo de saco: 
 
Tratamento 
Clínico 
Expectante: paciente grau 1 sem sintomas. Consiste 
em não realizar tratamento e fazer acompanhamento 
Farmacológico: qualquer droga que iniba produção de 
estrogênio. Associação com progesterona – pacientes 
no climatério 
Cirúrgico 
✓ Exérese 
✓ Laparotomia 
✓ Laparoscopia 
Combinado 
✓ Pacientes que querem engravidar 
✓ Cauterização dos focos 
✓ Análogos de GnRH- se acoplam aos 
receptores, ocorrendo liberação no início, 
depois o complexo receptor hormônio 
começa a diminuir, bloqueando o eixo H-H-G 
Endometriose ovariana-exérese 
✓ Abertura da cápsula, o sangue fica na 
cavidade- é lavado, depois é cauterizada as 
bordas para que não haja recidivas 
Tratamento medicamentoso 
✓ ACO (taxa de gravidez após interrupção 40%) 
✓ PROGESTÁGENOS 
✓ GESTRINOMA (antigestagenico e 
antiestrogênico) -Efeito androgênico, 
podendo causar oleosidade, acne, aumento 
de peso 
✓ DANAZOL (alteração do perfil lipídico e não 
melhora a fertilidade) 
✓ Análogos do GnRH (complexo hormônio-
receptor é removido após 1 semana). Retorno 
à ovulação após 1 a 2 meses. É competitivo 
Adenomiose
 
Definição 
❖ Patologia em que os focos ectópicos não 
responsivos, não saem do útero, mas vão para 
o miométrio 
ADENOMIOSE DIFUSA: todo o miométrio 
ADENOMIOSE FOCAL: não interage em todo o 
miométrio 
(Diferenciação é feita pela anatomia patológica) 
❖ Caracteriza-se por aumento uterino global, 
esse aumento de volume não ultrapassa a 
cicatriz umbilical e sínfise púbica (12 semanas 
gestacionais) 
❖ No toque combinado: descrição de superfície 
e contornos regulares 
❖ São oriundos da camada basal (endométrio 
não responsivo) 
Patogênese 
❖ Gênese está ligada a invaginação da camada 
basal do endométrio para o interior do 
miométrio, causado por fragilidade muscular 
❖ Pode ser causada por: Gravidez, cirurgia ou 
trauma pós-gestacional, endometrite, 
abortamento- qualquer trauma que leve a 
flacidez da musculatura 
 
 
Fatores de risco 
❖ Paridade (90% dos casos) 
❖ Idade (80% em mulheres entre 40 e 60 anos) 
❖ Tamoxifeno: é um medicamento em mulheres 
com câncer de mama (pode ser devido à 
atrofia endometrial, facilitando 
Sintomas 
❖ Menorragia: aumento do fluxo menstrual- 
vascularização aumentada no endométrio 
❖ Dismenorréia secundária- maior produção de 
prostaglandina vasoconstrictoras 
❖ Obs: infertilidade não é queixa frequente 
Diagnóstico 
Clínico 
✓ CA 125 (antígeno de câncer 125) - pode estar 
aumentado em outras patologias: câncer de 
ovário, leiomiomas, endometriose- NÃO É 
PATOGNOMÔNICO, mas pode ser sugestivo 
✓ Ultrassonografia transvaginal: mostraaumento difuso do volume uterino (não 
ocorre visualização desses focos) 
✓ Ressonância magnética: possui sensibilidade 
maior, até que ponto o endométrio invade o 
miométrio 
✓ Os exames são sugestivos 
 
Tratamento 
❖ Reduzir a dor e o sangramento 
CLÍNICO 
✓ AINES (inibidores de prostaglandina-POSTAN) 
- diminui sangramento (vasoconstrição) e 
diminui a dor (reduz as prostaglandinas) 
✓ ACO combinados ou só com progesteronas 
✓ DIU medicado 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
✓ Ablação endometrial- videoesteroscopia 
(raspagem/queimagem do endométrio) se for 
muito profunda pode estimular a invaginação 
do endométrio, piorando a doença 
✓ Embolização da artéria 
RADICAL 
✓ Histerectomia 
✓ PADRÃO OURO 
✓ ANATOMIA PATOLÓGICA

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