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Atividade 3-GÊNERO e SEXUALIDADE -1º GQ

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UNIVERSIDADE CATOLICA DE PERNAMBUCO
ALUNO: RODRIGO DE MOURA REIS E LILIAN PEREIRA
SEXUALIDADE 
Atividade 3
1 – O que você entende por Epistemologia?
A epistemologia, pelo menos em uma de suas definições, pode ser caracterizada como um conjunto de reflexões acerca de nossas concepções de conhecimento, de sujeito cognoscente, assim como as diversas práticas de justificação dessas concepções.
A epistemologia, estuda, o conhecimento humano a fundo: como foi adquirido, como é tratado determinado assunto e como este se relaciona entre sujeito e objeto a qual se refere, proporcionando uma reflexão. Em resumo procura buscar a raiz, a gênese, princípios de crenças, verdade e justificativas, e como isto relaciona nossa busca em compreender as coisas onde estamos inseridos. 
Existem alguns métodos epistemológicos que podemos citar e são eles: epistemologia social, a qual se refere a um conjunto de abordagens científicas (teorias) que são usadas a fim de interpretar o coletivo humano com determinado fim de realização; já a epistemologia tradicional tem origem na Grécia antiga com Platão e busca distinguir crença de conhecimento, tendo sua diferença no que diz a explicação, onde o conhecimento pode ser justificado e a crença não.
2 – O que é chamado de Epistemologias Feministas?
Surgida como um campo dentro da Epistemologia social e tecendo críticas à epistemologia tradicional, a epistemologia feminista tem por objetivo investigar o gênero e seu papel central nas diversas atividades epistêmicas. Essa epistemologia vai olhar o modo de ver o mundo e construir um saber. Tendo seu surgimento em um campo da epistemologia social, aborda que existe preconceitos de gênero nas várias áreas do conhecimento humano, nisto, aborda que tais preconceito são expressados de diversas maneiras, desde diferenças salariais entre homens e mulheres ou até mesmo incluindo a transexualidade como um tema transversal na epistemologia feminista, sendo esta categoria, pelo senso comum, não pertencente ao feminino nem ao masculino. Logo, a epistemologia feminista vem por meio da experiencia e vivências questionar esses preconceitos de gênero, operando uma quebra de hierarquização dos fatos sociais. 
3 – Quais as críticas que as epistemologias feministas fazem às ciências? 
Para podemos adentrar nas visões da epistemologias feministas fazem a ciência, trazemos algumas reflexões colonial onde foi pensando a partir de autoras feministas com perspectivas das mais diversas apresentando breves considerações as atenções e disputas entre alguns posicionamentos epistemológicos feministas, mas ciente que essas extensões são inerentes a logica de uma construção de um saber e se quer essas extensões são inerentes a logica de uma construção de um saber e se quer movente e sempre em processo. Importante destacar as partes feministas mencionadas, acreditando significativamente da discussão cerca da exclusão e visibilidade das mulheres no mundo da ciência para um questionamento dos pressupostos básicos da ciência moderna. Essas e outras questões devem ser de direito reflexivos para nos expandir na auto conscientização do assunto. Já que tais temas são de certa forma comuns e parte de todas essas divergências. Claro que com tais linhas de pensamento partimos para uma reflexão que não se pensa em uma perspectiva linear, no sentido de partir de uma epistemologia feminista tradicionais até o que estamos denominando de epistemologia colonial, mas sim, na dia logicidade e com uma multiplicidade de olhares que apontam as divergências e convergências, sempre na perspectivas de construção de feminismo plurais. Traçar tais percursos implica nos situarmos em um contexto histórico e político na metade do século XXI, no momento do adensamento do capitalismo global em sua faze neoliberal, o que é extremamente significativo para pensarmos no feminismo atualmente. Podemos abortar a situação global que estamos passando hoje, convivendo com a radicalidade da pandemia, da covid 19, que denuncia da além da nossa imensa impotência a produção sistemática da inexistência que resultaria na desumanização de grupos humanos inteiros, a condição de precariedade desses grupos em diferentes graus. Uma crise ambiental sem precedentes e o desgaste da democracia representativa. Nesse cenário e nesse sentido, se faz necessário uma resolução pratica seja ela teóricas ou politicas construindo assim uma coesão entre as feministas para uma luta que vai além de uma conquistas no campo institucional, mas para uma construção de uma sociedade que não seja baseada em uma exploração em crises e destruição, e sim, entendendo que a luta do feminismo precisa ser anticapitalista, antirracistas e anticolonial. Cada vez mais constatamos que as teorias e as epistemologias feministas estão sendo incorporadas nas pesquisas e nas práticas das ciências. As teorias feministas começaram a surgir por volta das décadas de 1960/1970 ligando com movimentos que surgiram quando um grupo de mulheres que se autodeclara tão feministas e começaram a formular críticas ao processo de conscientizações de direitos. A iluminação tradicional científica como sendo sinônimo da mente masculina e da natureza cultural. Além disso tal movimento buscavam examinar, os significados e as consequências dessas contratações de unidade e coerência política, filosófica nas discussões na imagem racionalista universal e trata a teoria científica disso através de estratégias diferenciadas. Já que os movimentos evidenciam a contribuição das mulheres e de grupos minoritários no campo científico e seus interesses frente a essa epistemologia tradicional no face que a gente precisa.
Das críticas, a esta concepção homogênea das mulheres, surge uma terceira vertente, bastante heterogênea, cuja ênfase está na diferença: o feminismo pós-moderno. As mulheres são grupos heterogêneos, marcados por dimensões como classe social, raça, etnicidade, nacionalidade etc. São diferentes, o que significa afirmar que não existe um sujeito “mulher”. Em termos mais gerais, esta ênfase na diferença visa negar qualquer possibilidade de se transcender a localização particular do sujeito do conhecimento, especialmente por meio da negação de idéias como universalidade, necessidade, objetividade, subjetividade, unidade, verdade e mesmo realidade. Considerar a diferença significa focar a particularidade, a contingência, a instabilidade, a ambigüidade, em resumo, negar as idéias mais caras ao Iluminismo.
4 – Cite e explique as 4 características fundamentais das pesquisas nas metodologias que se orientam pelas epistemologias feministas. Explique cada uma delas.
A Epistemologia é a área da Filosofia que se ocupa de estudar o conhecimento (episteme, do grego, conhecimento, logos, estudo). Também denominada Teoria do Conhecimento, ela é uma área central para qualquer campo do conhecimento que busque fundamentar seus métodos e justificá-los. A Epistemologia ocupa-se de responder questões como: o que é conhecimento? Quais as suas fontes? Quais os tipos de conhecimento existentes? Como podemos justificar o que conhecemos?
Substituindo-se a concepção de autoridade pela autonomia individual, valorizando-se o indivíduo como ser autônomo. O ideário moderno é composto por uma crescente valorização da razão humana, passa-se a valorizar a luz e a clareza, em oposição ao obscurantismo do medievo (denominado ‘a idade das trevas’), e busca-se o progresso, que é visto como tarefa da Filosofia. 
 O sujeito pensante foi a primeira certeza estabelecida por René Descartes (1973), em suas Meditações Metafísicas, adotado como algo distinto e indubitável, tornando-se o ponto de referência e discernimento, fundamento de todas as outras certezas. O sujeito cartesiano é considerado a fonte de todo conhecimento, inclusive da racionalidade, que possibilita a autonomia e a ruptura com autoridades e saberes estabelecidos.
Com o início da terceira onda do feminismo, que nasce a partir dos questionamentos e lacunas da segunda onda, surgem outras formas de pensar metodologias feministas. Mulheresnegras e lésbicas, principalmente, passam a sentir que o feminismo até então definia mulher de uma forma essencialista e tornava-se assim, outra forma de exclusão. O feminismo tinha até então representado quase que unicamente mulheres de classe média, brancas e heterossexuais. “O pós-estruturalismo (DAVIES & GANNON) utiliza ‘diferença’ e múltiplas vozes como postura epistemológica básica e forma um traço central dos feminismos de terceira onda.” (CHANTLER; BURNS, 2015 p. 112). Há quatro características fundamentais no tipo de pesquisa que surge a partir do feminismo de terceira onda, são elas: a pesquisa feminista como indagação crítica, a pesquisa de “voz” fundamentada das experiências das mulheres, a reflexividade e a ética do cuidado.
A primeira, pesquisa feminista como indagação crítica, centra sua análise nas relações de poder e pensa diferentes realidades a partir de contextos sociais e políticos, adotando uma perspectiva realista, na qual ressaltam as desigualdades e divisões existentes na sociedade. A pesquisa de voz desempenha um papel central na metodologia feminista, mas retoma o problema apontado por Harding (1987): ao ouvir a voz de uma mulher, podemos estar silenciando outras; uma realidade é justificada, enquanto outras tantas são ignoradas. É importante questionar que vozes estão sendo ouvidas e quais estão sendo silenciadas. Também não se deve reduzir as experiências dessas mulheres a experiências individuais e vidas privadas. É necessário realizar uma análise e uma teorização sobre os relatos. “Um método conveniente é levar em consideração as práticas discursivas com ‘outras’ pessoas e situar ‘vozes’ dentro delas.” (CHANTLER; BURNS, 2015, p. 113).
A reflexividade propõe o questionamento da pesquisa neutra, objetiva e livre de valores, e visa a um olhar sobre a subjetividade. Vale ressaltar que a reflexividade não deve ser encarada como expressão dos sentimentos e emoções do pesquisador, pois isso implica no risco de realizar uma pesquisa que tem como foco o próprio pesquisador, e não o tema de pesquisa ou a relação entre pesquisador e pesquisado. Outro ponto é que uma reflexividade focada somente no pesquisador negligencia as relações de poder características da relação entre o pesquisador e o pesquisado e os contextos institucionais e sociais. Por isso, a reflexividade deve “posicionar o pesquisador dentro de relacionamentos, visando a práticas de pesquisa mais igualitárias e à criação de um conhecimento que incorpore a compreensão das relações de poder [...]” (CHANTLER; BURNS, 2015, p. 114).
Uma Ética do Cuidado pensa as relações de forma não hierárquica e estimula a realização de pesquisas que valorizem as contribuições dos participantes da pesquisa. Essa valorização seria facilitada pelo fato de pesquisadora e pesquisadas serem mulheres e terem experiências de vida semelhantes. A semelhança amplia a dimensão da empatia e contribui para uma maior compreensão e análise dos relatos. A dificuldade de aplicação dessa metodologia é que as identidades estão cada vez mais fluídas e sempre em processo de modificação; por isso, não é simples pautar-se nas similaridades para desenvolver uma pesquisa. Considera-se que tanto homens quanto mulheres podem realizar pesquisa a partir de uma abordagem feminista, ainda que seja controverso e amplamente discutido se homens podem ser pesquisadores feministas. O desenvolvimento de metodologias feministas é o que na prática possibilita a modificação das problemáticas que a Epistemologia Feminista levanta, acerca de uma produção do conhecimento androcêntrica.

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