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ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 1 Apresentação ................................................................................................................................ 6 Aula 1: Ciclo do pedido .................................................................................................................. 7 ............................................................................................................................. 7 Introdução ................................................................................................................................ 8 Conteúdo O ciclo do pedido na logística integrada ...................................................................... 8 Ciclo do pedido .................................................................................................................. 8 Problemas comuns na gestão do Ciclo de Pedido ................................................... 10 O que deve ser feito para melhorar o desempenho ................................................. 11 O que reforça a proposta de linha de ação apresentada por Fleury (2010) ......... 13 Ajustes no tempo do ciclo do pedido ......................................................................... 13 Obtendo vantagem competitiva através do gerenciamento de pedidos ............. 14 A capacidade de serviço ao cliente com base na disponibilidade e no desempenho operacional .............................................................................................. 16 Maximizando o desempenho da cadeia de suprimentos ........................................ 17 Estratégia para a cadeia de suprimentos: eficiência ou flexibilidade? .................. 17 Maximização do desempenho da cadeia de suprimentos ...................................... 18 Available to Promise (ATP) ............................................................................................. 19 Atividade proposta .......................................................................................................... 20 Atividade proposta .......................................................................................................... 20 ........................................................................................................................... 21 Referências ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 27 ..................................................................................................................................... 27 Aula 1 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 27 Aula 2: Estruturas de distribuição ............................................................................................... 31 ........................................................................................................................... 31 Introdução .............................................................................................................................. 32 Conteúdo Introdução ......................................................................................................................... 32 Planejamento da distribuição ........................................................................................ 33 Estrutura da distribuição física (logística de distribuição) ........................................ 39 O apoio ao centro de distribuição ................................................................................ 41 Prazo de entrega e precisão no atendimento ............................................................ 41 Desempenho no atendimento do pedido do cliente ............................................... 42 Qualidade do produto entregue ................................................................................... 43 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 2 Suporte no pós venda ..................................................................................................... 44 Atividade proposta .......................................................................................................... 45 ........................................................................................................................... 45 Referências ......................................................................................................... 46 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 49 ..................................................................................................................................... 49 Aula 2 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 49 Aula 3: Posicionamento logístico ................................................................................................ 52 ........................................................................................................................... 52 Introdução .............................................................................................................................. 53 Conteúdo Centros de distribuição (CDs) ........................................................................................ 53 Formas de sistemas de distribuição ............................................................................. 53 Vantagens e desvantagens da utilização de CDs ...................................................... 54 Posicionamento de um CD ............................................................................................ 55 Fatores que impactam no posicionamento dos CDs ............................................... 57 Planejamento de posicionamento de um CD ............................................................ 60 Método de ponderação de fatores ............................................................................... 60 Atividade proposta .......................................................................................................... 61 ........................................................................................................................... 62 Referências ......................................................................................................... 62 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 66 ..................................................................................................................................... 66 Aula 3 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 66 Aula 4: Estratégias logísticas ....................................................................................................... 68 ........................................................................................................................... 68 Introdução .............................................................................................................................. 69 Conteúdo Criando estratégias com a armazenagem .................................................................. 69 Princípios da armazenagem .......................................................................................... 69 Funções da armazenagem .............................................................................................70 Conceito do Cross Docking ........................................................................................... 71 Vantagens do Cross Docking ........................................................................................ 72 Desvantagens do Cross Docking .................................................................................. 73 Fluxo de informações...................................................................................................... 74 Custos de logística ........................................................................................................... 74 Pré-requisitos do sistema Cross Docking ................................................................... 75 Transit Point ...................................................................................................................... 77 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 3 Criando estratégias com os estoques e transportes ................................................. 78 Confiabilidade em logística ........................................................................................... 79 Essência da logística ........................................................................................................ 79 O transporte na cadeia de suprimentos ...................................................................... 81 Terceirização do transporte .......................................................................................... 82 Atividade proposta .......................................................................................................... 85 ........................................................................................................................... 85 Referências ......................................................................................................... 86 Exercícios de fixação Notas ........................................................................................................................................... 89 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 92 ..................................................................................................................................... 92 Aula 4 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 92 Aula 5: Canais de distribuição ..................................................................................................... 95 ........................................................................................................................... 95 Introdução .............................................................................................................................. 96 Conteúdo Conceitos e funcionamento dos canais de distribuição .......................................... 96 A estrutura de canais de distribuição .......................................................................... 96 Decisões sobre o canal de distribuição ....................................................................... 98 Planejamento e operações nos canais de distribuição ............................................ 99 Funções dos canais de distribuição ........................................................................... 100 Estruturas dos canais de distribuição ........................................................................ 100 Serviços desejados pelos clientes ............................................................................... 102 Tipos e modalidades de distribuição ......................................................................... 102 Sistemas de distribuição ............................................................................................... 104 Como o ciclo de vida dos produtos impactam os canais de distribuição ......... 106 Atividade proposta ........................................................................................................ 107 ......................................................................................................................... 107 Referências ....................................................................................................... 108 Exercícios de fixação Notas ......................................................................................................................................... 111 Chaves de resposta ................................................................................................................... 112 ................................................................................................................................... 112 Aula 5 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 112 Aula 6: Sistema de transporte ................................................................................................... 115 ......................................................................................................................... 115 Introdução ............................................................................................................................ 116 Conteúdo Características dos modais de transportes e suas estratégias .............................. 116 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 4 Alguns dados importantes ........................................................................................... 116 Modal ferroviário, rodoviário, aquaviário, dutoviário, aeroviário ......................... 118 Comparativos entre os tipos de modais ................................................................... 120 Parâmetros determinantes para a escolha do modal e características das cargas ........................................................................................................................................... 121 Cálculo do dimensionamento da frota de distribuição urbana e do tempo de ciclo das entregas .......................................................................................................... 122 Custos dos transportes ................................................................................................. 123 Visão dos atores participantes do processo de distribuição ................................. 125 Visão dos atores participantes do processo de distribuição ................................. 128 Cálculo simplificado da frota de distribuição de carga urbana ............................ 128 Características básicas da coleta e distribuição de carga no transporte rodoviário ........................................................................................................................ 131 O problema de zoneamento ou particionamento .................................................. 132 Estudos sobre zoneamento ......................................................................................... 133 Conceitos e funcionamento dos canais de distribuição ........................................ 135 Atividade proposta ........................................................................................................ 136 ......................................................................................................................... 137 Referências ....................................................................................................... 137 Exercícios de fixação Notas ......................................................................................................................................... 141 Chaves de resposta ...................................................................................................................143 ................................................................................................................................... 143 Aula 6 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 143 Aula 7: Cadeia de valor .............................................................................................................. 146 ......................................................................................................................... 146 Introdução ............................................................................................................................ 147 Conteúdo Conceitos sobre cadeia de valor ................................................................................ 147 Identificação das atividades geradoras de valor ...................................................... 147 Subprocessos .................................................................................................................. 149 Valor, preço e custo ...................................................................................................... 150 Relação do preço com a qualidade ............................................................................ 151 Divisão física ................................................................................................................... 152 Interdependência das atividades de valor ................................................................ 153 Distribuição física da cadeia de valor......................................................................... 154 Análise das características da carga ........................................................................... 155 Análise das características da empresa ..................................................................... 156 Definição da localização de armazéns ...................................................................... 157 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 5 Seleção dos meios de transporte ............................................................................... 157 Atividade proposta ........................................................................................................ 158 ......................................................................................................................... 158 Referências ....................................................................................................... 159 Exercícios de fixação Notas ......................................................................................................................................... 163 Chaves de resposta ................................................................................................................... 163 ................................................................................................................................... 163 Aula 7 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 163 Aula 8: Operações logísticas e de distribuição .......................................................................... 165 ......................................................................................................................... 165 Introdução ............................................................................................................................ 166 Conteúdo Conceitos de terceirização .......................................................................................... 166 Terceirizações ................................................................................................................ 167 Qualidade total ............................................................................................................... 169 Just-in-time .................................................................................................................... 169 Kaizen ............................................................................................................................... 170 Kanban ............................................................................................................................. 170 Reengenharia .................................................................................................................. 171 Parcerias .......................................................................................................................... 173 Aliança estratégica ........................................................................................................ 174 Surgimento de parcerias .............................................................................................. 174 Características e objetivos das alianças .................................................................... 175 Operadores logísticos e distribuidores ...................................................................... 176 Características do trabalho do operador logístico .................................................. 176 Dinâmica de trabalho .................................................................................................... 177 Comparação entre prestador de serviço e operador logístico ............................. 177 Funções do distribuidor ................................................................................................ 179 Atividade proposta ........................................................................................................ 181 ......................................................................................................................... 182 Referências ....................................................................................................... 182 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 185 ................................................................................................................................... 185 Aula 8 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 185 Conteudista ............................................................................................................................... 188 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 6 No cenário atual, muito competitivo, as empresas modernas necessitam criar estratégias para que possam se diferenciar no mercado. A distribuição física, processo tão importante e final da cadeia de suprimentos, é hoje considerada pelos especialistas, como sendo a sua eficácia, diversas nuances e fases da distribuição, como a implantação de uma rede de distribuição logística deverá permitir com que a empresa cumpra com os fundamentos básicos da Logística que são: aumentar o nível de serviço ao cliente e reduzir / otimizar custos. Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 1. Fornecer conhecimentos sobre a Distribuição e redes de Distribuição Logísticas. 2. Entender os processos que permitem com que a Distribuição tenha sucesso. 3. Criticar os aspectos empregados nos processos de distribuição e redes logísticas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 7 Introdução O Ciclo do Pedido reflete o atendimento efetivo às demandas dos clientes, e através dele é medido o nível do serviço prestado. A redução do tempo de ciclo leva a exigências de maior flexibilidade e agilidade do processo logístico em apoio à Cadeia de Suprimentos envolvida, que podem ser dificultadas por comportamentosassociados à condução do processo, ou a fatores externos. A solução para um Ciclo de Pedido bem gerenciado passa pelo investimento em tecnologia, uma visão e um modelo de gestão por processo, e pelo conhecimento das etapas desse processo, de forma a permitir o alinhamento de objetivos e das operações. Objetivo: 1. Analisar o Ciclo do Pedido; 2. Avaliar o desempenho do Ciclo do Pedido; 3. Empregar a maximização do desempenho da Cadeia de Suprimentos. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 8 Conteúdo O ciclo do pedido na logística integrada Segundo Fleury (2007) a análise do ciclo do pedido permite entender o papel das informações no desempenho dos Sistemas Logísticos. O modelo a seguir apresenta o conceito de Logística Integrada e o papel da informação, partindo do princípio de que o sistema logístico deve ser compreendido como um instrumento operacional de Marketing. A montagem de um sistema logístico ocorre a partir de uma missão com a definição de uma política de canais de distribuição compreendendo: Neste cenário o processamento de pedidos é a base para a coordenação/integração, com a utilização intensiva de tecnologia. Ciclo do pedido Pode ser mais bem entendido com o estudo do fluxo de informações e produtos, onde o primeiro aciona e controla o produto. No caso de pedido, do instante em que o cliente decide considerar a possibilidade de efetuar um pedido até o momento em que recebe o produto/serviço solicitado e efetua o pagamento. Segundo Bowersox e Closs (2007), o processamento do pedido está associado à satisfação das necessidades dos clientes. Os sistemas de processamento de pedidos com recursos tecnológicos de ponta podem manter uma integração através de comunicação bidirecional com os clientes, satisfazendo-os dentro das restrições das operações logísticas planejadas, afastando-se da abordagem tradicional que atribui o desempenho ao estoque disponível ou à fabricação já programada aos clientes. Principais etapas do Ciclo do Pedido: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 9 • Preparação do pedido; • Transmissão do pedido; • Entrada do pedido. Temos também as características das etapas do Ciclo do Pedido. Figura 1.1 – Etapas do Ciclo do Pedido ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 10 Se todas as atividades operarem para os seus limites máximos de tolerância, a percepção do cliente será de uma variação de 16,5 dias no Ciclo do Pedido. Fica desta forma evidente a importância de uma gestão por processo. Outras consequências da evolução das etapas do Ciclo do Pedido sobre a Cadeia de Suprimentos: • Maior agilidade: o tempo das etapas passa de semanas para dias e, algumas, para minutos. • Maior precisão e agilidade das atividades de: movimentação de materiais, programação de transportes e emissão dos documentos legais. Problemas comuns na gestão do Ciclo de Pedido Segundo Fleury (2007), por maior que seja a sofisticação dos sistemas envolvidos, os problemas mais comuns são: Percepções conflitantes entre clientes e fornecedores sobre o real desempenho do ciclo do pedido Isso é mais comum quando as etapas do Ciclo do Pedido são medidas separadamente, com tolerâncias próprias, o que pode gerar uma percepção de que cada etapa atende a variações aceitáveis de tempo (olhar as variações das etapas de forma individual sem considerar o impacto acumulado). Entretanto, para o cliente, o ciclo é medido do momento da emissão do pedido até a sua entrega efetiva. A tabela abaixo exemplifica a situação: Variabilidade dos tempos de resposta do Ciclo do Pedido Resultado típico da falta de padronização dos processos e de sofisticação dos sistemas de controle. No exemplo anterior, qual o prazo a ser passado para o cliente? Como medir esse nível de serviço? Segundo o autor, as principais causas da variabilidade podem ser classificadas como: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 11 • Informacionais: atraso na transmissão dos pedidos; demora na aprovação do crédito; demora na negociação de descontos; ou prioridade no atendimento. • Físicos: disponibilidade de estoque; espera para a consolidação de carga; atrasos diversos nos transportes ou dificuldade na entrega aos clientes. Flutuações da demanda Alguns dos fatores que contribuem para estas flutuações são: • Promoções de vendas; • Descontos em quantidades; • Sistemas de avaliação da força de vendas em cotas mensais; • Movimentos especulativos dos clientes; • Fatores sazonais. O que deve ser feito para melhorar o desempenho Para Fleury (2010), a solução passa pelo aumento da cooperação entre clientes e fornecedores, que pode ocorrer através: Compartilhamento de informações através da difusão do conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos e uso de modernas técnicas de TI. Desenvolvimento de projetos conjuntos para eliminar desperdícios: (“Vendor Managed Inventory” – VMI; “Continuous Replenishment Planning” - CRP; “Collaborative Planning, Forecasting, and Replenishment” – CPFR). Ballou (2006) considera que através do acompanhamento do Ciclo do Pedido é possível acompanhar os fatores tangíveis do nível de serviço. A Logística controla os elementos individuais do Ciclo do Pedido, e como eles impactam no tempo total percebido pelo cliente, de forma o acompanhamento do ciclo permitirá estabelecer e controlar o nível de serviço. Para esta abordagem Ballou (2006) oferece a seguinte estrutura de atividades que compõem o processo do Ciclo do Pedido: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 12 Figura 1.2 – Estrutura de atividades do Ciclo do Pedido (Fonte: adaptação BALLOU,2006) Segundo Ballou (2006), em pesquisa realizada, os três principais problemas neste processo são: Tempo médio de entrega. Variabilidade do tempo de entrega. Informações sobre o andamento do pedido. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 13 O que reforça a proposta de linha de ação apresentada por Fleury (2010) Para a melhoria do desempenho das atividades envolvidas no Ciclo do Pedido, Bertaglia (2009) aponta algumas atividades importantes no processo, apresentando práticas de negócio que podem ser úteis, dentre as quais: Atentar para a consolidação de pedidos afeta diretamente o tempo de atendimento ao cliente, e deve seguir as características de distribuição e dos produtos a serem distribuídos, podendo ser baseada em pedidos por cliente, tipo de produto, origem, destino, região, tipo de carga e empresa de transportes. Maximizar o aproveitamento do transporte na formação da carga, ao considerar variáveis como distância a ser percorrida, roteiros, capacidades e características do produto. A eventual capacidade ociosa pode ser reduzida com a aplicação de tecnologia na roteirização de viagens, que diminuirá os custos e tornará mais eficiente o serviço prestado. Buscar a máxima acurácia do estoque, pois é fundamental para uma separação dos produtos eficaz e eficiente, sem perdas de tempo e desperdícios oriundos de diferenças de estoque. No carregamento do veículo, utilizar equipamentos de movimentação e plataformas de carga e de descarga que permitam maior agilidade; além de tentar ao máximo organizá-lo de forma compatível à sequência de paradas nos clientes, evitando movimentações desnecessárias (maior acessibilidade) de outros produtos durante a entrega. Ajustes no tempo dociclo do pedido Segundo Ballou (2006), algumas políticas ou diretrizes de serviço ao cliente estabelecidas pelas empresas acabam por causar problemas, provocando ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 14 variações nos padrões normais do tempo de ciclo de pedidos, dentre as quais cita: I. Estabelecer prioridades para o atendimento de pedidos Quando há pedidos em aberto, o critério para a priorização ao atendimento pode afetar clientes importantes ou de uma forma geral caso não vise à maximização de pedidos liberados, ou o atendimento aos principais clientes. A empresa deve analisar a melhor alternativa onde a variação do tempo do ciclo do pedido gere menor impacto para o seu negócio. II. Padrão das condições do pedido Diz respeito a questões associadas à qualidade do serviço prestado, considerando que mercadorias que cheguem ao cliente danificadas ou inutilizadas afetam seriamente o tempo do ciclo do pedido, com impacto direto sobre os custos. Ações preventivas associadas à gestão da qualidade e o desenvolvimento de processos para a devolução e reposição de mercadorias trocadas e danificadas poderão reduzir o tempo de ciclo de pedido em situações já comprometidas por problemas de qualidade do serviço. III. Restrições de pedidos Há situações onde pode ser importante a definição de critérios para o atendimento de pedidos como: imposição de tamanho mínimo e um cronograma preciso de transporte de produtos criam restrições que possibilitam o enxugamento de custos desnecessários resultantes da ineficiência da operação; permitindo a otimização da ocupação do transporte e do roteiro selecionado para a entrega. Obtendo vantagem competitiva através do gerenciamento de pedidos Segundo Bertaglia (2009), a melhoria da gestão de pedidos vem se tornando o foco das empresas na busca de competir de maneira mais forte nos mercados. O pedido perfeito se refere à entrega conforme solicitado pelo cliente, ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 15 considerando-se prazos, quantidades, produtos corretos e especificações; e passa a ser a busca constante dessas empresas. Segundo pesquisa da American Productivity and Quality Center (APQC) três práticas foram identificadas como as mais importantes para o atingimento desse objetivo: 1. Rompimento das barreiras funcionais e organizacionais Normalmente não há integração entre os departamentos por onde passam os pedidos, sendo esse fluxo desordenado e confuso. As consequências associadas são o aumento do tempo do ciclo do pedido e a perda de referência do cliente para a comunicação sobre o seu pedido. A solução adotada por empresas é a implantação de um processo centralizado de administração dos pedidos, como forma de integração das funções envolvidas. Esse processo tem medidas de desempenho bem definidas, e conta com o feedback dos clientes como base para a melhoria. 2. Objetivo de entregar o pedido perfeito O nível de serviço prestado está diretamente associado à conformidade aos requerimentos dos pedidos; gerando a satisfação e lealdade crescente dos clientes. Há o reconhecimento de empresas de que a participação dos clientes no processo é fundamental, pois a troca de informações com eles permite a rápida identificação das suas necessidades, e a criação de relacionamentos duradouros (indiretamente, vantagem competitiva para ambas as partes). Indisponibilidade de produtos para a entrega, baixo desempenho na entrega, tempo de entrega afetado por problemas de trânsito ou problemas do transportador e problemas na fatura são considerados os fatores que mais afetam o nível de serviço. 3. Melhoria da gestão de pedidos A busca principal é pela redução do tempo do ciclo do pedido, otimizando ou eliminando funções realizadas no processo; com a aplicação da tecnologia (em constante evolução) é possível utilizar programas como: EDI (troca eletrônica ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 16 de dados); VMI (estoque administrado pelo fornecedor) ou ECR (resposta eficiente ao consumidor); além de conceitos de relacionamento como o CRM (gestão do relacionamento com o cliente). Uma análise dos processos do negócio com o uso de técnicas de otimização e de melhoria contínua pode obter importantes resultados na diminuição de tempo e de custo através da redução no nível de estoques, na quantidade de produtos obsoletos, na melhoria das estimativas de vendas, na disponibilidade de informações em tempo para tomada de decisões mais ágeis e consistentes. A capacidade de serviço ao cliente com base na disponibilidade e no desempenho operacional Para Bowersox (2007), a capacidade de serviço ao cliente com base na disponibilidade e no desempenho operacional são fundamentais para o atendimento de um pedido perfeito, devendo contemplar todos as etapas do serviço, incluindo as atividades de apoio, como o faturamento, sendo perfeito do recebimento do pedido até a sua entrega. Para tal, é importante considerar os seguintes aspectos: Este conceito é uma extensão do conceito da qualidade, dependendo intensivamente da tecnologia sendo, portanto, caro. Isso torna difícil torná-lo uma promessa para todos os clientes, sendo necessário adotá-lo como uma opção estratégica para clientes selecionados. Mais do que a disponibilidade de estoque em determinadas localizações, é importante desenvolver uma estratégia de localizações secundárias com uma rigorosa e ágil gestão dos estoques, de forma a reposicioná-los de acordo com a identificação das variações de demanda. Estes programas extrapolam o serviço básico, necessitando de acordos estruturados entre clientes e fornecedores, estreitand. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 17 As relações de trabalho que se desenvolverão ao longo do tempo baseadas em intensa troca de informações. O objetivo é construir uma sólida compreensão sobre a satisfação das necessidades do cliente. Maximizando o desempenho da cadeia de suprimentos A resposta ao cliente no ciclo do pedido se tornou efetivamente uma questão de desempenho operacional da Cadeia de Suprimentos, tendo em vista a disponibilidade de recursos tecnológicos para a maior agilidade das atividades burocráticas e informacionais. Para este melhor desempenho é importante entender o projeto da Cadeia de Suprimentos, pois a estratégia adotada possibilitará estabelecer a velocidade do fluxo do ciclo do pedido, fator determinante de competitividade e satisfação no mercado. Estratégia para a cadeia de suprimentos: eficiência ou flexibilidade? Segundo Taylor (2005), determinar a estratégia a ser adotada é o primeiro passo para o desenvolvimento de um projeto de Cadeia de Suprimentos. Quando a Logística era considerada apenas uma atividade de apoio, a meta era determinar a melhor forma de movimentar. Que se queria vender. Atualmente, o projeto de comercialização é irrelevante se não se conseguir produzir e entregar o produto de maneira lucrativa. Para as Cadeias de Suprimentos, duas são as linhas estratégicas a serem adotadas: maior eficiência ou maior flexibilidade. Embora gestores entendam que devam obter os dois, essas opções constituem um “trade-off”, pois o aumento da flexibilidade pode significar maiores custos com transportes, estoques e capacidade para gerar disponibilidade em curto prazo para o cliente; o que vai no sentido inverso a uma política de eficiência (como mostra a figura). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 18 A meta é buscar o equilíbrio na curva de “trade-off” através da estratégiacorporativa de posicionamento sobre a fronteira de eficiência mostrada na figura. Segundo Taylor (2005), a empresa definirá este posicionamento através de três fatores: produto, preço e serviço. O foco em produtos maduros e preços levam a estratégias posicionadas mais próximas da eficiência; enquanto produtos novos e serviços irão demandar maior flexibilidade. Entretanto, é importante considerar que a diversidade de produtos e clientes pode exigir a existência de diferentes estratégias sobrepostas (concomitantes), como é o caso do Walmart. Maximização do desempenho da cadeia de suprimentos Para Taylor (2005) o deslocamento da “fronteira de eficiência” através de novas técnicas e tecnologias é a forma de melhorar o desempenho da Cadeia de Suprimentos, podendo ser adotadas linhas de ação como a aceleração do movimento do estoque pela Cadeia de Suprimentos, ou a centralização dos riscos com estoques virtuais em diversas localidades. O aumento da velocidade dos estoques na Cadeia de Suprimentos aumenta a eficiência do processo em função da menor permanência de estoques na cadeia, dando também maior flexibilidade devido à redução do tempo necessário para a mudança do posicionamento de produtos pelos locais de distribuição. Este aumento de velocidade pode ser obtido por alguns meios, dentre os quais: Uso de transportes mais rápidos – é parte do “trade-off” logístico clássico com a manutenção de estoques (níveis), podendo também representar um aumento efetivo das vendas. Processamento mais inteligente dos pedidos – estoques ainda permanecem por muito tempo na Cadeia de Suprimentos devido ao baixo giro ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 19 dos estoques gerados pela variabilidade das demandas e a má comunicação entre os elementos da cadeia, mas também devido a critérios de atendimento de pedidos pouco eficazes que levam à perda de tempo na separação, preparação e expedição. Rever o processo que envolve o ciclo do pedido – uma análise para a melhoria do processo com a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade irá garantir a prática da cultura da melhoria contínua, que permitirá obter constantes ganhos nos tempos de permanência dos estoques. Livrar-se de atividades que não agregam valor – esta é uma consequência da aplicação de metodologias de análise e otimização de processos, que são ferramentas utilizadas para a melhoria contínua. Normalmente atividades de movimentação sem o objetivo específico de produção ou entrega (ou seja, não destinadas à agregação de valor) podem e devem ser analisadas e eliminadas. Acelerar o fluxo de demanda – quanto mais rapidamente se move a demanda, quanto mais rapidamente os fornecedores do início da cadeia movimentam o fluxo de suas demandas, mais rapidamente os demais fornecedores podem responder a modificação nessa demanda. Available to Promise (ATP) A Available to Promise (ATP) é definido pela APICS (American Production and Inventory Control Systemas) como o estoque de produto disponível e não comprometido, mantido de forma planejado para atender às necessidades dos clientes. De acordo com Bertaglia (2009), o objetivo principal é identificar se uma quantidade de produto pode ser entregue para um determinado cliente quando ele solicitar, utilizando informações de diversas fontes. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 20 A disponibilidade é calculada através da análise comparativa da demanda e do fornecimento ao cliente, considerando-se os pedidos planejados e as requisições de compras emitidas. Segundo o autor o ATP é considerado pela maioria dos softwares de gestão. Atividade proposta Desenhe a cadeia de suprimentos do mercado de roupas (escolha o segmento) envolvendo apenas três elementos da rede de suprimentos: o fabricante de tecidos, a confecção e a rede de lojas (considere apenas um fabricante, uma confecção e uma loja). Com a cadeia de suprimentos desenhada, identifique e detalhe o Ciclo do Pedido nas duas etapas da cadeia: do fornecedor de tecido para a confecção e da confecção para as lojas, estabeleça os pontos críticos que podem afetar o tempo do Ciclo do Pedido e proponha ações que possam estabelecer o adequado equilíbrio do fluxo de produto. Tenha em mente que a demanda da loja segue, em alguns momentos, um perfil sazonal, tendo como principal característica a necessidade do uso de métodos de previsão. Chave de resposta: Você deverá demonstrar a compreensão do circuito demanda-entrega nas duas relações pelo ponto de vista de suprimentos e de distribuição, aplicando o entendimento da disponibilidade de estoque e do tempo de resposta em função da variabilidade da demanda. Deverá aplicar os conceitos e abordagens apresentados na aula para desenvolver a análise. Atividade proposta Utilizando o desenho da Cadeia de Suprimentos da atividade anterior, acrescente mais uma confecção e mais uma loja, e reavalie a complexidade das relações com a inclusão desses novos elementos. Chave de resposta: Você deverá avaliar e analisar a complexidade para a garantia de disponibilidade com o aumento do número de pontos para a distribuição, que faz crescer a incerteza em função de diferentes comportamentos de demanda a serem atendidos. Precisará pensar como aplicar ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 21 o conceito de disponibilidade neste caso, que demandará maior compreensão da utilização dos estoques, seu posicionamento e a dinâmica (velocidade e flexibilidade) necessária para os estoques nesta situação. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BERTAGLIA, Paulo R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. 1. ed. 5. reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. FIGUEIREDO, Kleber F.; FLEURY, Paulo F.; WANKE, Peter. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. 1. ed. 6. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010. TAYLOR, David A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson/Addison-Wesley, 2005. Exercícios de fixação Questão 1 Alguns aspectos do Ciclo do Pedido são beneficiados pelo desenvolvimento da tecnologia, como: Anote a opção INCORRETA. a) Confecção do pedido b) Separação do pedido c) Transporte do pedido d) Transmissão do pedido e) Liberação do pedido Questão 2 Como as promoções de vendas podem gerar flutuações de demanda? Anote a alternativa CORRETA. a) Por aumento de preço ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 22 b) Por redução de preço c) Por aumento da demanda d) Por diminuição da demanda e) Por indisponibilidade do fornecedor Questão 3 Qual das opções abaixo é uma das causas para problemas de percepções conflitantes entre clientes e fornecedores? a) Desinformação dos clientes. b) Objetivos independentes e não alinhados na organização do fornecedor. c) Incompatibilidade entre os negócios do cliente e do fornecedor. d) Solicitação de produto ou serviço complexo e de difícil processamento. e) Falta de informação quanto à previsão de entrega do pedido ao cliente. Questão 4 Identifique dentre as alternativas abaixo aquela que não corresponde a uma das atividades do processo de atendimento a pedido: a) Análise de crédito. b) Preparação do pedido. c) Seleção do fornecedor.d) Entrega do pedido. e) Seleção do cliente. Questão 5 Marque a afirmativa FALSA sobre o impacto do Comércio Eletrônico sobre o ciclo do pedido: a) Houve um aumento do tempo do ciclo, pois o cliente passou a ser um participante mais lento no processamento do pedido. b) Com o uso da tecnologia o tempo de preparação do pedido se tornou menos perceptível para o cliente em função da participação direta nessa etapa. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 23 c) Não se poder afirmar que tenha havido uma melhoria real no tempo do ciclo do pedido, pois provocou um congestionamento da Logística de Distribuição pelo aumento da quantidade de pedidos e a pulverização de itens para entrega. d) Gerou a necessidade de rever a aplicação de tecnologia e de novas técnicas operacionais para que as atividades físicas do ciclo do pedido não se tornem os efetivos “gargalos” do processo. e) Com a maior agilidade das atividades burocráticas do processo diversas decisões são tomadas automaticamente, o que aumentou a importância da precisão das informações disponibilizadas associadas, em parte, à acurácia dos registros das movimentações físicas. Questão 6 Alguns elementos de nível de serviço são básicos e, portanto, toda a empresa que deseje obter sucesso deve minimamente oferece-los. “Para que os pedidos sejam entregas no prazo e completos, OTIF, on time in full (no prazo e completo)”, essa definição refere-se a que nível de serviço? a) Tempo de entrega b) Frequência de entregas c) Flexibilidade d) Disponibilidade de estoque e) Intangíveis Questão 7 Indique a sigla que não represente um método de melhoria da gestão de pedidos: a) EDI b) VMI c) WMS d) CRM e) ECR ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 24 Questão 8 Marque a atividade do ciclo do pedido diretamente beneficiadas pela alta acurácia dos estoques: a) Montagem do pedido (retirada do estoque e composição física do pedido). b) Roteirização para a entrega. c) Consolidação da carga para carregamento do veículo. d) Análise de crédito. e) Seleção da transportadora. Questão 9 Para que a qualidade seja garantida é preciso monitora-la ao longo de toda a Cadeia de Suprimentos, desde o recebimento da matéria prima até a entrega do produto acabado ao cliente. Alguns indicadores que vão informar se os controles sobre o atendimento dos pedidos estão sendo funcionando, como: Aponte a opção INCORRETA. a) Pedido Perfeito ou Perfect Order b) Pedidos Completos e no Prazo ou %OTIF c) Entregas no Prazo d) Taxa de Atendimento do Pedido e) Tempo de picking Questão 10 Alguns elementos de nível de serviço são básicos e portanto toda a empresa que deseje obter sucesso deve minimamente oferece-los. “Para que os pedidos sejam entregas no prazo e completos, OTIF, on time in full (no prazo e completo)”, essa definição refere-se a que nível de serviço? a) Tempo de entrega b) Frequência de entregas c) Flexibilidade d) Disponibilidade de estoque e) Intangíveis ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 25 Questão 11 Sendo o estoque de segurança e a capacidade variáveis que proporcionam maior disponibilidade na Cadeia de Suprimentos e, consequentemente, maior velocidade de resposta à demanda dos clientes; pode-se dizer que o aumento dessas duas variáveis irá favorecer o aspecto da cadeia referente a: a) Eficiência b) Custo c) Giro d) Flexibilidade e) Rentabilidade Questão 12 O uso de transportes rápidos como forma de maximizar o desempenho da Cadeia de Suprimentos pode trazer também trazer consequências negativas para a operação. Dentre elas podemos citar: a) Aumento dos níveis dos estoques. b) Aumento do Ciclo do Pedido. c) Redução dos custos de recebimento/expedição. d) Encarecimento dos custos de transportes. e) Aumento do custo total quando comparado à manutenção de estoques. Questão 13 Algumas questões devem ser definidas pelas empresas no tocante aos clientes. Algumas dessas indagações são de fácil captação, outras são mais complexas, de qualquer forma, entende-las é fundamental para o sucesso do negócio da empresa. Dentre elas podemos citar: A) Até onde chegar na personalização dos clientes? B) Onde atender o cliente? C) Como competir com custo e preço mais baixo? D) Como melhorar a produtividade de vendas? E) Quais clientes são mais importantes? a) A, B, C, D – corretas ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 26 b) A, C, D, E – corretas c) A, B, D, E – corretas d) B, C, D, E - corretas Questão 14 Um Sistema de Gestão da Qualidade bem implementado pode ser um grande aliado na melhoria do desempenho da Cadeia de Suprimentos porque: a) Tem como um dos focos a melhoria contínua dos processos. b) Tem foco exclusivamente nos custos, buscando sempre a alternativa que o reduza. c) Possibilita a tomada de ações corretivas, embora não se possa ter uma atitude preventiva. d) Todo processo tem um erro, e todo erro está associado ao desempenho da Cadeia de Suprimentos. e) As melhorias necessárias não são de gestão, são sempre operacionais, e este é o foco do Sistema de Gestão da Qualidade. Questão 15 Para que a empresa obtenha sucesso na criação de valor, é necessário antes de mais nada identificar as atividades na Cadeia de Valor que irão acrescentar o que o cliente realmente necessita(nível de serviço). Algumas atividades geram mais valor que outras, e faz-se necessário identifica-las. Dentre as atividades de apoio ou indiretas que são as que normalmente geram mais valor, estão: Aponte a opção CORRETA. a) Operações b) Sistemas integrados de informação c) Logística de Entrada d) Marketing e Vendas e) Logística de Saída ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 27 Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - C Justificativa: Podem ser citadas quaisquer atividades em que a tecnologia tenha proporcionado a redução da interferência humana no processamento, inserção do cliente no processo ou aumento da velocidade de disponibilização de informação. O transporte do pedido não gera benefícios em seu ciclo em virtude da tecnologia. Questão 2 - C Justificativa: Promoções são utilizadas com a finalidade de alavancar vendas para escoamento de estoques, antecipação de receitas, ocupação de capacidade ociosa, lançamento de produtos, entre outros. O que leva a formação de “picos” e eventuais “vales” de demanda. Questão 3 - B Justificativa: A falta de integração entre as áreas do fornecedor faz com que estabeleçam limites próprios para as diversas etapas do processo, inviabilizando a determinação de um prazo confiável de entrega ao cliente. Questão 4 - E Justificativa: A resposta (e) é caracterizada por uma inversão do fluxo normal do ciclo do pedido, que se inicia no cliente selecionando o fornecedor. Questão 5 - A Justificativa: De fato o uso da Internet estabelece uma participação direta do cliente no início do ciclo do pedido, o que posterga a percepção do cliente quanto à “passagem do bastão” para o fornecedor. Associar essa interação ao tempo do ciclo é um erro, pois ele agora está mais claramente associado ao desempenho operacional até a entrega ao cliente. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 28 Questão 6 - D Justificativa: Para que os pedidos sejam atendidos de forma perfeita (OTIF) é necessário que os itens estejam disponíveis em estoque. As outras opções referem-se aos atributos correspondentes. Questão7 - C Justificativa: O WMS (“Warehouse Management System”) é um software voltado para o apoio à operação em armazéns, pode tornar melhor o controle das movimentações de materiais, mas não constitui um método. Utilizar um WMS exige organização prévia das operações do armazém. Questão 8 - A Justificativa: A pouca acurácia dos estoques pode levar à venda de produtos que não estejam efetivamente no estoque, provocando perda de tempo na preparação do pedido, pois a equipe não poderá compor o pedido como esperado. Questão 9 - E Justificativa: 1 ) Pedido Perfeito ou Perfect Order Determina a taxa de pedidos sem erros em cada estágio do pedido do Cliente. Deve considerar cada etapa na "vida" de um pedido. O cálculo é feito através do % de Acuracidade no Registro do Pedido x % Acuracidade na Separação x % Entregas no Prazo x % Entregas sem Danos x % Pedidos Faturados Corretamente. As melhores práticas indicam uma performance mínima de 70%. 2 ) Pedidos Completos e no Prazo ou %OTIF (On Time in Full) Indica às entregas realizadas dentro do prazo e atendendo as quantidades e especificações do pedido. O cálculo é executado através da relação: Entregas Perfeitas /Total de Entregas Realizadas x 100. A performance média deve girar em torno dos 75%, para clientes classe A deve ser maior podendo atingir a 95%. 3 ) Entregas no Prazo ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 29 Desmembramento da OTIF; calcula o % de entregas realizadas no prazo acordado com o Cliente. O cálculo é feito através da relação: Entregas no prazo / Total de Entregas Realizadas x100. A performance deve ser alta, entre 90 e 95%. 4) Taxa de Atendimento do Pedido É também um desmembramento da OTIF; mede % de pedidos atendidos na quantidade e especificações solicitadas pelo Cliente. É calculado através da relação: Pedidos integralmente atendidos / Total de Pedidos Expedidos x100. O resultado deve também ser bem alto quase chegando a perfeição, em torno de 99%. 5 ) Tempo de Ciclo do Pedido É o tempo decorrido entre a realização do pedido por um Cliente e a data efetiva da entrega. Deve ser calculado através da expressão: Data da Entrega - Data da Realização do Pedido. A performance vai variar de acordo com o nível de serviço estabelecido, dependendo aí de distância, classificação dos itens do pedido (ABC) e do cliente. Questão 10 - D Justificativa: Para que os pedidos sejam atendidos de forma perfeita ( OTIF ) é necessário que os itens estejam disponíveis em estoque. Questão 11 - D Justificativa: Aumentando os níveis dos estoques e a capacidade da Cadeia de Suprimentos, ela se torna mais flexível para responder à variações de demanda dos clientes, pois terá disponibilidade física de produto ou capacidade para fazê-lo no momento em que for necessário. Entretanto, essa disponibilidade exige investimentos nem sempre utilizados que irão onerar os custos operacionais, representando excedentes e desperdícios. Questão 12 - E Justificativa: O uso de transportes mais rápidos possibilita a manutenção de níveis menores de estoque, levando a um aumento do giro com a redução dos ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 30 custos de estoque. Por outro lado, haverá um aumento da frequência de recebimentos/expedições (que acontecerão em menores intervalos de tempo) e um consequente aumento do risco de falta de produto associado à qualidade do fornecedor e do transportador. Como um dos princípios de custos logísticos, há de se avaliar o resultado do custo total (aumento do transporte – aumento do custo de estoque), pois em caso de resultado que aponte para um crescimento, essa política deverá ser revista. Questão 13 - B Justificativa: Onde serão atendidos os clientes não é uma definição para implantação do ECR, as outras são pertinentes. Questão 14 - A Justificativa: O Sistema de Gestão da Qualidade têm como uma das suas bases o Ciclo do PDCA, que estabelece um ciclo de melhoria contínua através da medição e análise dos resultados operacionais do planejamento realizado, de forma a identificar ações corretivas que, inseridas na revisão do plano inicial, irão melhorar o desempenho do processo. Questão 15 - B Justificativa: Os sistemas Integrados de Informação é o único sub processo de apoio para a identificação do valor que irá definir o nível de serviço ao cliente. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 31 Introdução A distribuição física pode ser, no cenário atual, considerada a eficácia da Cadeia de Suprimentos, ou seja, o resultado final de todos os processos que tramitaram ao longo da Cadeia. Notamos também uma interface muito significativa entre a distribuição e o cliente, portanto um planejamento cuidadoso e a consequente implantação da estrutura adequada da distribuição física vai permitir com que os fundamentos estratégicos da Cadeia de Suprimentos sejam plenamente contemplados. Objetivo: 1. Conhecer os critérios que devem ser abordados no planejamento da distribuição física; 2. Entender as Estruturas mais usuais da distribuição física. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 32 Conteúdo Introdução A distribuição física é o subsistema mais complexo da cadeia logística. Tanto que durante muitos anos foi confundida com o próprio sistema. De um lado, tem que cobrir todas as etapas que ligam a produção ao consumidor final: estocagem, armazenagem, embalagem e transporte. De outro, acrescenta custos que não trazem qualquer alteração ao valor do produto. Como custo de capital, temos investimentos em armazéns, veículos e equipamentos de movimentação. Como custos operacionais, mão de obra, combustíveis, manutenção de estoques, veículos e equipamentos. O projeto de distribuição física é definido por fatores como localização geográfica do mercado consumidor, quantidade de clientes, números e volume de pedidos, características e variedades de itens fornecidos. Uma empresa montadora de computadores terá uma estrutura de distribuição bem mais simples que um distribuidor de produtos de varejo, por exemplo. A rede de distribuição do primeiro, embora extensa, fica simplificada em função do pequeno mix de produtos a serem distribuídos, ao contrário do 2º caso que vai distribuir uma infinidade de produtos dos mais diferentes tipos com entregas no varejo, em quantidades também muito diversificadas. Provavelmente, deverão ter CDs estrategicamente localizados, de forma a reduzir seus custos de transporte e aumentar a segurança do abastecimento em locais mais distantes com a redução do tempo de entrega. Pode-se dizer, portanto, que a distribuição é o planejamento do abastecimento de clientes, filiais e depósitos, visando assegurar um máximo de vendas. Por isso, deve responder a três perguntas: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 33 • Quanto distribuir? – Qual a quantidade ideal. • Onde distribuir? – programação de remessas. • A quem distribuir? - transporte, estocagem e rede de revenda. Planejamento da distribuição A fim de criar a estrutura adequada de distribuição, as empresas necessitam traçar planejamentos cuidadosos que deverão ajustar as ações às suas necessidades. Em um planejamento da Distribuição Física, alguns parâmetros fundamentais devem ser abordados e estudados com precisão: 1. Necessidade Analisar necessidades de distribuição Aqui deverão ser definidas como deverá ser a distribuição em função, principalmente,dos tipos de produtos e exigências da demanda (localização, concentração e quantidade). 2. Recursos Analisar recursos de distribuição Deverão ser analisados os recursos necessários para que sejam contempladas todas as necessidades da distribuição, como: CDs, níveis de estoques por tipo de produto, frota de distribuição, tempo de entrega e parcerias. 3. Necessidade x Recursos Equilibrar necessidades e recursos de distribuição Nesse aspectos deverão ser referenciadas as necessidades e ajustados com os recursos, ou seja, deverá ser executado um trade off entre as necessidades e os recursos possíveis. 4. Plano de distribuição ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 34 Elaborar plano de distribuição Todas as atividades e rotinas que irão envolver o processo da distribuição deverão estar definidos. 5. Organizações do processo Integrar organizações do processo e se relacionar com clientes Como o próprio fundamento da Cadeia de Suprimentos sugere, a integração entre os parceiros no processo de distribuição é mandatário para que obtenha- se sucesso. Lembrando ainda que um dos conceitos da Cadeia de Suprimentos é que os fornecedores tem a mesma importância que os clientes, portanto um bom relacionamento com esses atores é indispensável. 6. Previsões Reduzir retorno de produtos; elaborar previsões com os clientes O retorno de produtos é altamente impactante tanto na questão de custos quanto na de nível de serviço. O retorno de produtos desagrada o cliente em função deste não ter sido atendido conforme sua necessidade e ainda impacta quanto aos custos sob forma de transporte de retorno, questões fiscais e retrabalhos. Esses retornos podem ser classificados como Logística Reversa de pós-venda, que caracteriza-se pelo retorno de produtos que tiveram pouca ou nenhuma utilização. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 35 Atenção Os motivos mais comuns desses retornos estão exemplificados a seguir: Logística Reversa de Pós-venda Motivo do Retorno • Erros de expedição; • Excesso de estoques; • Produtos sazonais; • Produtos defeituosos; • Validade de expiração; • Produtos danificados no transporte ou movimentação. Destino dos Retornos • Mercado primário; • Conserto; • Mercado secundário; • Remanufatura; • Desmanche; • Reciclagem; • Aterro sanitário; 7. Regras Estabelecer regras claras para pedidos urgentes O atendimento a pedidos urgentes é uma característica importante para as empresas e pode ser considerada como um diferencial. Classificada como uma ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 36 flexibilidade, esses atendimentos emergenciais devem ser bem-definidos, pois via de regra eles adicionam um custo não previsto à atividade de distribuição. 8. Tecnologia Tecnologia da informação Seria imaginar a gestão de um processo complexo como o de Distribuição Física sem o auxílio indispensável de ferramentas adequadas de TI, que possibilitem uma gestão corretas dos estoques, frotas de veículos, rastreamento do pedido etc. Nesse caso os mais usuais são os WMS’s (Wharehouse Management System) para os processos de estoques, picking, faturamento e expedição e os TMS’s (Transportation Management System) para gestão das frotas, roteirizações etc.). Analisar necessidades de distribuição Fonte: slideplayer.com.br Analisar recursos de distribuição ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 37 Fonte: <slideplayer.com.br>. Equilibrar necessidades e recursos de distribuição Elaborar plano de distribuição ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 38 Fonte: <jbaonline.wordpress.com>. Tecnologia da informação ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 39 Fonte: <osc-vector.com>. Estrutura da distribuição física (logística de distribuição) Para que o processo de distribuição física tenha sucesso é necessário que haja apoio em suas atividades e principalmente um centro de distribuição bem equipado para que todas as ações sejam eficientes e eficazes, tornando-se assim um importante diferencial competitivo e estratégico para as empresas. Se nos fosse possível traduzir todas as exigências dos clientes, uma palavra atenderia a essa tradução – Qualidade. Não é possível ter sucesso sem qualidade, ela não pode ser trocada sob nenhum pretexto. A redução contínua dos custos, a produtividade e a melhoria da qualidade tem demonstrado que é essencial para as organizações se manterem em operação. A qualidade transformou-se na mais importante arma competitiva e sua aplicabilidade vai além de garantir a qualidade do produto ou serviço, é uma maneira de gerenciar os processos da empresa para assegurar a completa satisfação do cliente. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 40 Nas interfaces cliente-fornecedor o núcleo deve ser envolto por comprometimento com a qualidade, atendimento dos requisitos do cliente, pela comunicação da mensagem da qualidade e pelo reconhecimento da necessidade de mudança da cultura das organizações que instalam um sistema de qualidade. Se qualidade é o atendimento das exigências do cliente, esse assunto tem então amplas implicações. As exigências podem incluir disponibilidade, efetividade de entrega, confiabilidade, condições de manutenção e adequação de custos, entre muitos outros aspectos. Ao lidar com um relacionamento fornecedor/cliente, deve-se compreender não apenas as necessidades do cliente, mas também conhecer a capacidade da empresa em atendê-las. Dentro das organizações, entre clientes e fornecedores internos as transferências de informação sobre requisitos são frequentemente insuficientes e até ausentes. A melhoria de serviços a clientes é perpétua, pois as vantagens competitivas iniciais são, muitas vezes, atingidas com facilidade, transformando a distinção anterior em um atributo do tipo commodity, para ter não só acesso ao serviço, mas também para aumentar as expectativas do cliente, sempre exigente. Deste modo, os serviços constituem uma presença de mercado substancial e, talvez, continuarão assim. A qualidade do serviço e a satisfação do cliente são definidas pelos clientes por meio da avaliação subjetiva que fazem quanto à experiência que tiveram com os serviços prestados. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 41 Atenção A excelência das comunicações entre clientes e fornecedores é a chave para a qualidade, ela permite erradicar a opinião difundida em muitas organizações de que o cliente é “chato/exigente”. É necessário estabelecer sistemas de retorno de informações do cliente e de sua reação, trabalho que deve ser programado para um contínuo acompanhamento. Qualquer informação pertinente ao produto ou serviço deve ser coletada, conferida, interpretada, analisada e comunicada com o objetivo de melhorar a resposta à experiência e as exigências do cliente. O apoio ao centro de distribuição Para que o processo de distribuição física tenha sucesso é necessário que haja apoio em suas atividades e principalmente um centro de distribuição bem equipado para que todas as ações sejam eficientes e eficazes, tornando-se assim um importante diferencial competitivo e estratégico para as empresas. Vamos a seguir detalhar os mais importantes serviços que um CD deverá executar para que a Logística de Distribuição obtenha sucesso,cumprindo assim o nível de serviço aos clientes propostos pela empresa. Prazo de entrega e precisão no atendimento Prazo de entrega Mais importante do que definir o prazo de entrega é cumpri-lo. E qual é o melhor prazo de entrega? Engana-se a empresa ou o profissional que imagina que o melhor prazo de entrega será o mais rápido possível. Esse prazo dependerá de inúmeras variáveis e dependerá de produto para produto, portanto a resposta à pergunta é: o prazo combinado ou aceito pelos clientes. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 42 Deve-se ter também ter o cuidado de não tentar “surpreender” o cliente, antecipando a entrega. O cliente pode não estar preparado para receber em data antecipada, o que trará desconforto para este e aumento de custo para a empresa por ter que retornar na data acertada para refazer a entrega. Estudos demostram que o prazo de entrega é a maior preocupação dos atores envolvidos no processo de distribuição. Precisão no atendimento Esse é um fator de grande importância, ele traduz a exatidão de como o pedido do cliente foi atendido, seja na quantidade, na descrição dos itens ou ainda no faturamento, quanto a preços, impostos... Desempenho no atendimento do pedido do cliente Vejamos agora como é realizado o desempenho no atendimento do cliente. 1. Pedido perfeito ou perfect order Calcula a taxa de pedidos sem erros em cada estágio do pedido do cliente. Deve considerar cada etapa na "vida" de um pedido. O cálculo é feito através do % de Acuracidade no Registro do Pedido x % Acuracidade na Separação x % Entregas no Prazo x % Entregas sem Danos x % Pedidos Faturados Corretamente. As melhores práticas indicam uma performance mínima de 70%. 2. Pedidos completos e no prazo ou %OTIF (On Time in Full) Corresponde às entregas realizadas dentro do prazo e atendendo às quantidades e especificações do pedido. O cálculo é executado através da relação: Entregas Perfeitas/Total de Entregas Realizadas x 100. A performance média deve girar em torno dos 75%, para clientes classe A deve ser maior podendo atingir 95%. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 43 3. Entregas no prazo Desmembramento da OTIF; mede % de entregas realizadas no prazo acordado com o Cliente. O cálculo é feito através da relação: Entregas no prazo/Total de Entregas Realizadas x 100. A performance deve ser alta, entre 90 e 95%. 4. Taxa de atendimento do pedido É também um desmembramento da OTIF; mede % de pedidos atendidos na quantidade e especificações solicitadas pelo cliente. É calculado através da relação: Pedidos integralmente atendidos/Total de Pedidos Expedidos x 100. O resultado deve também ser bem alto, quase chegando à perfeição, em torno de 99%. 5. Tempo de ciclo do pedido É o tempo decorrido entre a realização do pedido por um cliente e a data efetiva da entrega. Deve ser calculado através da expressão: Data da Entrega - Data da Realização do Pedido A performance vai variar de acordo com o nível de serviço estabelecido, dependendo de distância, classificação dos itens do pedido (ABC) e do cliente. Qualidade do produto entregue Neste atributo a distribuição física deverá atender aos aspectos de integridade do produto entregue. Lembrando sempre que a distribuição física representa a ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 44 eficácia da cadeia de suprimentos, não podem haver falhas sobre o aspecto de danos ou enganos na entrega do produto. Na avaliação feita pelo comércio, o serviço de distribuição das indústrias detentoras das melhores práticas tem apresentado uma clara tendência de melhoria, após vários anos de crescente insatisfação com o seu desempenho. Entre 2003 e 2006, via de regra, houve uma redução de mais de 75% de varejistas insatisfeitos com o serviço de distribuição das melhores indústrias. Atenção A análise de desempenho do serviço de distribuição física da indústria faz mais sentido se considerada conjuntamente com o nível de exigência do varejista pelo mesmo. Afinal, uma questão central a ser compreendida para se desenhar uma estratégia de serviços vencedora seria: Como atingir o nível de satisfação do cliente? E aí incluem-se a integridade da carga recebida e a carga entregada corretamente. Suporte no pós venda A pós-venda inclui uma série de aspectos como: assistência técnica, instalação, atendimento ao cliente (SAC), garantia, podemos considerar como pós-venda a Logística Reversa, pois os clientes, quando necessitam devolver uma determinada carga (mercadoria), seja por qualquer motivo, o tempo de resposta a essa solicitação é extremamente importante. Atendimento ao cliente Assistência técnica Peças de reposição ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 45 Garantia Atividade proposta Sabemos que a OTIF é um dos critérios de avaliação de desempenho de atendimento de pedidos, que traz impactos diretos à Distribuição Física. Relate o seu entendimento sobre a OTIF e como deve ser calculada. Chave de resposta: Corresponde às entregas realizadas dentro do prazo e atendendo às quantidades e especificações do pedido. O cálculo é executado através da relação: Entregas Perfeitas/Total de Entregas Realizadas x 100. A performance média deve girar em torno dos 75%, para clientes classe A deve ser maior podendo atingir 95%. Material complementar Para saber mais sobre estratégias de distribuição e redes logísticas, assista ao vídeo disponível em nossa galeria de vídeo. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 46 TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 A volatilidade econômica, característica do mercado contemporâneo, resulta em uma maior complexidade operacional à Distribuição Física devido a: A - Ciclo mais curto de pedidos B - Competição baseada no ciclo do pedido e na qualidade C - Preço dos produtos D - Pedidos mais frequentes e em quantidades menores E - Aumento do número de sku’s em estoque a) A, B, C, D estão corretas b) B, C, D, E estão corretas c) A, C, D, E estão corretas d) A, B, D, E estão corretas Questão 2 Busca-se, nos CDs, uma ligação mais efetiva entre comprador/vendedor, que traga como resultado a qualidade de serviços representada pelos itens: A - Maior lucratividade a curto prazo B - Precisão no atendimento C - Suporte no pós-venda D - Qualidade do produto entregue E - Entrega no prazo a) A, B, D, E estão corretas b) B, C, D, E estão corretas c) A, C, D, E estão corretas d) A, B, C, D estão corretas Questão 3 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 47 As características dos clientes que podem influenciar a configuração da logística de entregas são as seguintes: A - Tamanho da encomenda B - Localização geográfica C - Nível de serviço requerido etempo de resposta D - ICMS referente a sede do cliente E - Condições de venda a) A, B, C, D estão corretas b) A, B, C, E estão corretas c) B, C, D, E estão corretas d) A, B, D, E estão corretas Questão 4 Sabe-se que o prazo de entrega é um requisito de nível de serviço de extrema importância. Analise as opções a seguir e aponte a INCORRETA. a) Importante, além de definir, será cumprir. b) Se o prazo de entrega foi combinado para n dias, poderemos atender dentre esses n dias. c) É uma estratégia errada antecipar o prazo de entrega sem consultar o cliente. d) O melhor prazo de entrega é aquele combinado com o cliente. e) Se o cliente exige, além da data, um determinado horário para a entrega, isso deve ser acatado. Questão 5 Segundo Ballou (2001), um planejamento logístico adequado deve contemplar um triângulo de decisões integradas que envolvem questões de localização de instalações, de estoque e de transporte, as quais estão atreladas aos objetivos de serviço ao cliente e custos. Baseado nesse texto, aponte a alternativa INCORRETA, sobre os impactos no custo total do processo: a) Localização geográfica dos pontos de estocagem. b) Localização da rede de fornecimento. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 48 c) Mão de obra utilizada nos serviços. d) Localização da demanda. e) Modal a ser utilizado. Questão 6 É o tempo decorrido entre a realização do pedido por um cliente e a data efetiva da entrega. Essa definição refere-se a: a) Precisão da entrega. b) Tempo do ciclo do pedido. c) Prazo de entrega. d) Qualidade da entrega. e) Taxa de atendimento. Questão 7 Um dos aspectos na estrutura da Distribuição Física é o suporte ao pós-venda. O pós-venda inclui uma série de aspectos, EXCETO: a) Garantia b) Montagem c) SAC d) Prazo da entrega e) Assistência Técnica Questão 8 Na avaliação do desempenho ao atendimento do pedido do cliente, temos diversos aspectos a serem verificados, a definição a seguir refere-se a qual desses aspectos? Calcula a taxa de pedidos sem erros em cada estágio do pedido do cliente. Deve considerar cada etapa na "vida" de um pedido: a) Prazo de entrega b) Precisão da entrega c) OTIF d) Pedido perfeito e) Tempo de ciclo ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 49 Questão 9 A definição a seguir refere-se a um dos critérios de avaliação de desempenho no atendimento de pedidos. A qual deles? Neste atributo a distribuição física deverá atender aos aspectos de integridade do produto entregue: a) Qualidade do pedido b) Taxa de atendimento c) Tempo de ciclo d) Prazo de entrega e) Tempo de entrega Questão 10 Leia e interprete as duas afirmativas: I. Taxa de Atendimento do Pedido É também um desmembramento da OTIF; mede % de pedidos atendidos na quantidade especificações solicitadas pelo cliente. II. Taxa de atendimento do Pedido A performance vai variar de acordo com o nível de serviço estabelecido, dependendo de distância, classificação dos itens do pedido (ABC) e do cliente. Analisando as duas afirmações, conclui-se que: a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são falsas. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - D Justificativa: O preço dos produtos não influi na operação da Distribuição Física. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 50 Questão 2 - B Justificativa: Os CD’s não irão propiciar lucratividade a curto prazo. Questão 3 - B Justificativa: Os CD’s não irão propiciar lucratividade a curto prazo. Questão 4 - B Justificativa: Se o prazo combinado foi para n dias a entrega deverá ser efetuada no enésimo dia. Questão 5 - C Justificativa: A mão de obra utilizada não traz reflexos significantes no custo total do processo. Questão 6 - B Justificativa: Esse tempo refere-se ao tempo total desde que foi efetuado o pedido até a sua efetiva entrega (Ciclo do pedido). Questão 7 - D Justificativa: O prazo de entrega não é um dos elementos de suporte à pós- venda. Questão 8 - D Justificativa: O cálculo é feito através do % de Acuracidade no Registro do Pedido x % Acuracidade na Separação x % Entregas no Prazo x % Entregas sem Danos x% Pedidos Faturados Corretamente. As melhores práticas indicam uma performance mínima de 70%. Questão 9 - A Justificativa: Neste atributo a distribuição física deverá atender aos aspectos de integridade do produto entregue. Lembrando sempre que a distribuição física ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 51 representa a eficácia da cadeia de suprimentos, não pode haver falhas sobre o aspecto de danos ou enganos na entrega do produto. Questão 10 - C Justificativa: A taxa de atendimento de pedidos é calculada através da relação: Pedidos integralmente atendidos/Total de Pedidos Expedidos x 100. O resultado deve também ser bem alto, quase chegando à perfeição, em torno de 99%. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 52 Introdução Sabemos que os CDs tem uma função importante e até, na maioria das vezes, indispensável para o sucesso da logística de distribuição. Implantar um CD avançado é uma decisão em longo prazo, pois requer investimentos substanciais e irá gerar diversos custos; portanto, a decisão quanto ao planejamento do posicionamento do CD necessita de estudos apurados envolvendo diversos fatores. Objetivo: 1. Verificar a importância dos CDs no contexto da distribuição física; 2. Analisar os fatores que envolvem o planejamento do posicionamento de um CD. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 53 Conteúdo Centros de distribuição (CDs) Segundo Amaral (2002), há algum tempo, o conceito de ocupação física concentrava-se mais na área do que na altura. Em geral, o espaço destinado à armazenagem era sempre relegado ao local menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espaço tornou-se um comportamento antieconômico. Não era mais suficiente apenas guardar a mercadoria com o maior cuidado possível. Racionalizar a altura ocupada foi a solução encontrada para reduzir o espaço e guardar maior quantidade de material. Conforme Bowersox e Closs (2001), um aspecto importante a ser considerado, que envolve uma análise quantitativa, é o estudo dos produtos que serão distribuídos pelo CD. O projeto e a operação dos CDs estão diretamente relacionados com as características dos produtos. Cada produto deve ser analisado quanto às vendas anuais, estabilidade da demanda, peso, volume e embalagem. Nesta análise, é também importante determinar tamanho, volume e peso do pedido médio a ser processado no CD. Formas de sistemas de distribuição Existem duas formas distintas de sistemas de distribuição: a escalonada e a direta. Vale ressaltar que a adoção de um sistema de distribuição impacta diretamente na armazenagem. Segundo Lacerda (2000), na estrutura escalonada ou indireta, a empresa possui um ou mais armazéns centrais, além de um conjunto de centros de distribuição avançados próximo aos clientes. Conforme o mesmo supracitado autor, nasestruturas diretas, a empresa possui um ou mais armazéns centrais, nos quais os produtos são expedidos diretamente para os clientes. Os sistemas de distribuição diretos podem também utilizar instalações intermediárias, não para manter estoque, mas para permitir um rápido fluxo de produtos aliado a baixos custos de transporte. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 54 Tabela 1 – Características de centros de distribuição avançado A tabela 1 apresenta as principais características dos centros de distribuição avançados visando colocar as mercadorias próximas aos clientes. Ao contrário da distribuição escalonada, como mostra a tabela 1, a distribuição direta, que podemos chamar também de centralizada, possui características contrárias, como: baixos giros de estoques, maior risco de obsolescência, baixa amplitude de vendas etc.; portanto, a definição da demanda, nesses casos, torna-se uma atividade de maior importância. Fonte: Ribeiro et al, 2006. Vantagens e desvantagens da utilização de CDs Como em todos os processos, a utilização de CDs apresenta suas vantagens e desvantagens que, de acordo com Moura (2002), são: VANTAGENS • Melhoria nos níveis de serviço, que, em função de centros de distribuição como vantagem competitiva, acarreta nas reduções de tempo e, ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 55 consequentemente, no aumento de desempenho das entregas ao cliente/usuário; • Redução nos gastos com transporte de distribuição, o que facilita a gestão de materiais; • Possível melhora do nível de serviço, além do atendimento a pedidos completos isentos de danos e avarias, e não conformidades; • Redução de burocracia e custos relacionados à armazenagem, inventários, controle e comunicação; • Aumento de produtividade. DESVANTAGENS • Elevação nos custos de manutenção de estoques em função de aumentos nos níveis de estoque de segurança necessários para proteger cada armazém contra incertezas da demanda; • Aumento nos gastos com transporte de suprimento; menor segurança física dos materiais; menor flexibilidade de rotas; diminuição da proximidade com o cliente; • Aumento de custos de inventário. Devemos entender que a implantação de um CD deve ser muito bem planejada, pois é uma decisão em longo prazo, ou seja, qualquer tentativa de alterar esse ato acarretará prejuízos, na maioria das vezes, irrecuperáveis à empresa. A implantação de um CD avançado necessita de investimentos substanciais e gera, como qualquer outro CD, custos bem expressivos. Posicionamento de um CD O outro entendimento importante é que um CD avançado deve estar bem posicionado geográfica e estrategicamente, visto que sua função precípua é a de chegar com os produtos da empresa próximo à demanda. O posicionamento de um CD terá efeitos diretos sobre os seguintes fatores: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 56 Potencial de vendas As vendas da empresa são influenciadas diretamente pelo posicionamento do CD, ou seja, se este estiver mal localizado quanto à demanda, por exemplo, poderá causar queda no potencial de vendas. Custos com transportes Existem dois aspectos distintos quanto aos custos com transportes: o primeiro refere-se aos custos com o transporte de distribuição urbana, que não é elevado devido à proximidade do CD com a demanda (normalmente, a área de abrangência de um CD é de 80 km para esse tipo de distribuição); o outro aspecto relaciona-se ao transporte de transferência ou de ressuprimento, que dependerá da distância da planta produtiva do fornecedor até o CD e, ainda, dos modais que serão utilizados para esse serviço. Custos com as operações na planta Essa é uma questão que deverá ser analisada com muito cuidado, pois os custos de operação devem ser minimizados através de otimizações que possam ser utilizadas. Níveis de atendimento Estes podem ser entendidos como os níveis de serviço aos clientes que serão oferecidos. Sabe-se que os níveis de serviço são diferenciais competitivos importantes, mas será sempre necessária uma análise através dos conceitos de trade-off para verificação da viabilidade do serviço. Portanto, basicamente, as decisões de localização visam: • Minimizar custos com logística e operações; • Maximizar o nível de serviço e as receitas das operações. E dependerão, também, basicamente, de: • Demanda de bens e serviços; • Oferta de insumos para a operação. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 57 Fatores que impactam no posicionamento dos CDs Veja os fatores de fornecimento e demanda que impactam no posicionamento dos CDs: Fatores de fornecimento • Mão de obra; • Custo da terra; • Energia; • Transporte; • Comunidade; • Fornecedores; • Legislação. Fatores de demanda • Imagem do local; • Conveniência para clientes. FATORES DE FORNECIMENTO Mão de obra Custos diretos e indiretos; Nível de qualificação; Legislação trabalhista; Volume e flexibilidade da oferta. Terreno Custo de aquisição do terreno; Custos de aluguel; Custos de construção; Burocracia; Disponibilidade de área; Incentivos do governo (doação de terrenos e prédios). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 58 Energia Disponibilidade; Alternativas energéticas; Risco de não suprimento; Custo. Transporte Custos; Oferta; Alternativas (modais) de transporte: – Entre fornecedores e CD; – Entre CD e consumidores. Tempo gasto na distribuição; Distâncias percorridas; Dificuldades geográficas. Comunidade Legislação; Ambiente político; Língua e costumes; Meio ambiente (restrições quanto à conservação); Serviços de apoio; Lazer; Ambiente para empregados que residirão no local. Fornecedores de insumos ou serviços Existem na região? Podem se instalar futuramente? Exigências legais Muitos países exigem que algumas partes do processo produtivo ocorram no país, como: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 59 – Geração de empregos; – Equilíbrio da balança comercial. Ex.: montadoras de veículos. Aspectos políticos e econômicos Incentivos fiscais; Limitações de envio de divisas para o exterior; Congelamentos de preços; Políticas de importação/exportação. Aspectos políticos e econômicos Protecionismos; Blocos econômicos (acordos); Estabilidade do ambiente; Relações diplomáticas internacionais. FATORES DE DEMANDA Imagem do local O “ambiente” onde as operações se situam pode influenciar fortemente a imagem da empresa; O ambiente deve “combinar” com a estratégia de mercado e com o público- alvo (demanda). Conveniência Custo ou esforço que os clientes precisam despender para obter o produto ou o serviço oferecido. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 60 Planejamento de posicionamento de um CD Podemos notar que o planejamento de posicionamento de um CD requer a análise de vários fatores, que, certamente, influenciarão tanto nas operações quanto no sucesso do processo de distribuição física. Uma avaliação poderá ser feita por meio de análises dos diversos fatores estudados, atribuindo, assim, determinado peso (nota) a cada um deles. Importante ressaltar que esses pesos não têm um padrão preestabelecido para cada critério analisado, cabendo, portanto,a cada empresa estabelecê-los. Método de ponderação de fatores O método de ponderação de fatores apresenta como vantagem um método mais simples, pois engloba diversos fatores na comparação entre os locais (A, B e C). Como desvantagem, cabe ressaltar que esta metodologia exige consenso na decisão de pesos para fatores e escores; além disso, ela não envolve análise de custos. Exemplo: Podemos notar nesse exemplo que a alternativa de posicionamento B obteve uma melhor pontuação, e nesse caso deverá ser a escolha do local para o posicionamento do CD. Outra análise também necessária ao posicionamento do CD é aquela que busca localizar as operações em um ponto central entre todos os locais de fornecimento e distribuição, conhecido como método do centro de gravidade. O ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 61 objetivo desse método é a minimização dos custos de transporte totais do sistema. Busca-se calcular o ponto central (Cx, Cy) a partir da latitude (Dix), longitude (Diy) e volume de transporte (Vi) de cada ponto (i) de fornecimento ou distribuição. Temos, então, as seguintes equações: • Cx = (∑ Dix Vi) / ∑ Vi • Cy = (∑ Diy Vi) / ∑ Vi Um exemplo do método centro de gravidade é a localização da central de correios dos EUA. Podemos, então, utilizar as fórmulas já vistas da seguinte maneira: Atividade proposta Relate seu entendimento sobre como e quais custos de transporte devem ser analisados com vistas ao planejamento para a implantação de um CD avançado. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 62 Chave de resposta: Existem dois aspectos distintos quanto aos custos com transportes: o primeiro refere-se aos custos com o transporte de distribuição urbana, que não é elevado devido à proximidade do CD com a demanda (normalmente, a área de abrangência de um CD é de 80 km para esse tipo de distribuição); o outro aspecto relaciona-se ao transporte de transferência ou de ressuprimento, que dependerá da distância da planta produtiva do fornecedor até o CD e, ainda, dos modais que serão utilizados para esse serviço. Material complementar Para saber mais sobre operações em um CD, assista ao vídeo disponível em nossa galeria de vídeo. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 63 Tanto o projeto quanto a operação dos CDs estão diretamente relacionados com as características dos produtos; contudo, em relação a estes, qual dos critérios relacionados abaixo não deve ser analisado? a) Comportamento da demanda b) Vendas periódicas c) Peso d) Preço e) Volume Questão 2 Existem duas formas distintas de sistemas de distribuição: a escalonada e a direta. Qual é a principal característica da distribuição escalonada? a) CD – cliente b) CD – intermediário c) Intermediário – cliente d) CD – armazém central e) Armazém central – CD Questão 3 A distribuição direta, que também podemos chamar de centralizada, possui como característica: a) Altos giros de estoque b) Alto risco de obsolescência c) Alta amplitude nas vendas d) Baixos giros de estoques e) Altos investimentos em equipamentos Questão 4 A utilização de CDs possui vantagens e desvantagens. Aponte a alternativa INCORRETA quanto às vantagens. a) Redução nos gastos com transporte de distribuição; facilita a gestão de materiais. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 64 b) Melhoria nos níveis de serviço, que, em função de centros de distribuição como vantagem competitiva, acarreta nas reduções de tempo e, consequentemente, no aumento de desempenho das entregas ao cliente/usuário. c) Redução de burocracia e custos relacionados à armazenagem, inventários, controle e comunicação. d) Aumento nos gastos com transporte de suprimento; menor segurança física dos materiais; menor flexibilidade de rotas; diminuição da proximidade com o cliente. e) Possível melhora do nível de serviço, além do atendimento a pedidos completos isentos de danos e avarias, e não conformidades. Questão 5 Um CD avançado deve estar bem posicionado geográfica e estrategicamente, visto que sua função precípua é chegar com os produtos da empresa próximo à demanda. O posicionamento de um CD não terá efeitos diretos sobre: a) Custos com transportes b) Nível de atendimento c) Custos de importação d) Custos com operação e) Potencial de vendas Questão 6 Sabe-se que alguns fatores, como os de fornecimento e os de demanda, impactam no posicionamento dos CDs. São fatores de fornecimento, exceto: a) Transporte b) Mão de obra c) Energia d) Produção e) Fornecedores ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 65 Questão 7 Os fatores relacionados à demanda possuem aspectos políticos e econômicos. Qual das opções abaixo não se refere a um desses fatores? a) Taxas de importação b) Protecionismos c) Relações diplomáticas d) Estabilidade do cenário político e) Acordos entre blocos econômicos Questão 8 Alguns fatores da demanda possuem aspectos relacionados à comunidade que vive próxima ao CD. Dentre as opções abaixo, marque aquela que não se refere às características de uma coletividade. a) Legislação trabalhista b) Cultura c) Língua e costumes d) Variações climáticas e) Lazer Questão 9 Dentre os fatores da demanda, existem os aspectos do terreno que será ocupado pelo CD. Qual das alternativas abaixo não se refere às características de um lote em que, futuramente, será construído um centro de distribuição? a) Custo da aquisição b) Segurança c) Custo de aluguel d) Custo da construção e) Incentivos do governo Questão 10 Dentre os fatores da demanda, existem os aspectos relacionados ao transporte. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que não se refere a eles. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 66 a) Oferta b) Frequência c) Tripulação d) Distâncias percorridas e) Custos totais Aula 3 Exercícios de fixação Questão 1 - D Justificativa: O preço do produto não deve ser analisado, visto que o comportamento da demanda e as vendas já estarão atreladas ao seu aspecto. Questão 2 - E Justificativa: Existem duas formas distintas de sistemas de distribuição: a escalonada e a direta. Vale ressaltar que a adoção de um sistema de distribuição impacta diretamente na armazenagem. Segundo Lacerda (2000), na estrutura escalonada ou indireta, a empresa possui um ou mais armazéns centrais, além de um conjunto de centros de distribuição avançados próximo aos clientes. Questão 3 - A Justificativa: A distribuição direta, que podemos chamar também de centralizada, possui características contrárias, como: baixos giros de estoques, maior risco de obsolescência, baixa amplitude de vendas etc.; portanto, adefinição da demanda, nesses casos, torna-se uma atividade de maior importância. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 67 Questão 4 - D Justificativa: Aumento nos gastos com transporte de suprimento, menor segurança física dos materiais, menor flexibilidade de rotas e diminuição da proximidade com o cliente são desvantagens na utilização de CDs. Questão 5 - C Justificativa: Os custos com importações não impactarão na decisão de posicionamento do CD. Questão 6 - D Justificativa: O fator produção não causará impactos na decisão da escolha dos CDs. Questão 7 - A Justificativa: As taxas de importação não impactarão na decisão de posicionamento dos CDs. Questão 8 - D Justificativa: As variações climáticas não são inerentes aos aspectos da comunidade do entorno do CD. Questão 9 - B Justificativa: A segurança não será um aspecto a ser analisado visando à implantação do CD. Questão 10 - C Justificativa: A tripulação do modal a ser utilizado não impacta diretamente na decisão de posicionamento do CD, visto que já estará contido nos custos totais. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 68 Introdução Sabemos que a distribuição física pode ser um diferencial competitivo importante para as empresas modernas num cenário tão competitivo como o atual. Entretanto, algumas estratégias deverão ser utilizadas para que se possa atingir a plenitude do processo da logística de distribuição, seja no aspecto qualitativo, cumprindo e procurando aumentar o nível de serviço aos clientes, seja quanto a custos. Objetivo: 1. Discutir como a armazenagem pode servir como estratégia para melhorar o processo de distribuição física; 2. Esclarecer como os estoques e seus subprocessos, assim como os transportes, irão possibilitar a criação de estratégias importantes para a logística de distribuição. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 69 Conteúdo Criando estratégias com a armazenagem A logística de distribuição tem como apoio incondicional os armazéns, que no contexto da distribuição são os Centros de Distribuição (CDs), armazéns específicos para os processos de distribuição física. A armazenagem é um dos fatores-chave da Cadeia de Suprimentos, pois ao longo de toda a Cadeia, desde o fornecedor até o cliente, encontra-se armazéns que necessitam de investimentos substanciais e geram custos, portanto, devem ser bem planejados para que possam atender a sua finalidade principal que é preservar as características originais dos produtos nele guardados com seus custos otimizados. Princípios da armazenagem Vejam os 9 princípios da armazenagem: Planejamento O planejamento de um armazém/CD é primordial para o sucesso das operações da empresa, assim como para o retorno do capital investido. A instalação deverá ser adequada aos tipos de produtos que serão armazenados, bem como suas quantidades. Flexibilidade operacional Um armazém/CD deverá ter um conceito flexível para que na necessidade de mudanças nas suas operações poucas alterações devam ser feitas. Simplificação do fluxo Quanto maior for a simplicidade do fluxo de operações da instalação, maior e mais rápida será a compreensão pelo pessoal que ali opera. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 70 Otimização do espaço físico Os custos de armazenagem são diretamente proporcionais ao seu tamanho, portanto, o aproveitamento/otimização do espaço físico, incide diretamente na gestão de custos da instalação. Otimização de equipamentos/mão de obra Nesse sentido, deve-se repelir as improvisações. Equipamentos inadequados e mão de obra pouco treinada trazem riscos para as operações. Controle Os controles nos CDs/armazéns são fundamentais para as operações, aliás, o que não tem controle não pode ser gerenciado. Mecanização Verificação da necessidade de mecanização do CD, como empilhadeiras, esteiras, rampas niveladoras, pontes rolantes etc. Automação As automações das operações trazem rapidez e segurança às mesmas. Segurança Vem ao encontro de uso de mão de obra treinada e equipamentos de movimentação e armazenagem adequados. Funções da armazenagem São funções da armazenagem: Balanceamento oferta X demanda; Manter estoques regulados; Gerar escala nas compras, transporte e produção; ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 71 Finalizar alguns processos de fabricação (frutas antes da distribuição aos atacadistas); Consolidar, marcar e separar cargas; Facilitar roteirização e despacho a clientes; Proteção contra incertezas; Distância geográfica. Conceito do Cross Docking A EAN International (2000), em seu artigo sobre Cross Docking, define-o como sendo um sistema de distribuição no qual a mercadoria recebida, em um armazém ou Centro de Distribuição, não é estocada, mas sim imediatamente preparada para o carregamento de entrega. De acordo com o mesmo artigo desenvolvido pela EAN International, o Cross Docking é a transferência das mercadorias entregues, do ponto de recebimento, diretamente para o ponto de entrega, com tempo de estocagem limitado ou, se possível, nulo. Operam sob o mesmo formato que os Transit Points, mas envolvem múltiplos fornecedores atendendo clientes comuns. Modal dos fornecedores As instalações que operam com o Cross Docking recebem carretas completas (FTL – Full Truck Load) de diversos fornecedores e realizam, dentro das instalações, o processo de separação dos pedidos através da movimentação e combinação das cargas, da área de recebimento para a área de expedição. As carretas partem com a carga completa formada por diversos fornecedores (FTL). O uso do FTL, tanto para o recebimento quanto para a expedição, permite que os custos de transporte sejam reduzidos. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 72 Área de recebimento O Cross Docking, também chamado de distribuição “flow through”, permite que a administração dos Centros de Distribuição concentre-se no fluxo de mercadorias e não na armazenagem destas. A aplicação desse sistema busca reduzir ou eliminar, se possível, duas das atividades mais caras realizadas em um armazém. Segundo Schaffer (1998), estas seriam a estocagem e o picking. Modal dos clientes Assim, ao buscar redução de custos através da redução do manuseio de materiais, e redução do nível de estoques, o Cross Docking trabalha com pedidos de ordens dos clientes em menores quantidades, entregues e ritmo mais frequente, mantendo o nível de serviço ao cliente. Essa técnica proporciona diversas vantagens tanto para o fornecedor quanto para o cliente. Vantagens do Cross Docking Dentre as diversas vantagens identificadas, destacam-se as seguintes, segundo a EAN International: Redução de custos Todos os custos associados com o excesso de estoque e com distribuição são reduzidos, já que o transporte é feito em FTL e de forma mais frequente. Redução da área física necessária no CD Com a redução ou eliminação do estoque, a área necessária no Centro de Distribuição é reduzida. Redução da falta de estoque nas lojas dos varejistas Devido ao ressuprimento contínuo, em quantidades menores e mais frequentes. Redução do número de estoques em toda a cadeia de suprimentos O produto passa a fluir pela cadeia de suprimentos, não sendo estocado.ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 73 Redução da complexidade das entregas nas lojas É realizada uma única entrega formada com toda a variedade de produtos dos seus diversos fornecedores, em um único caminhão. Aumento do turn-over no CD A rotatividade dentro do Centro de Distribuição aumenta, já que o sistema opera com entregas em menores quantidades e com maior frequência. Aumento da shelf-life Aumento da shelf-life (prazo de validade) do produto. Aumento da disponibilidade do produto Devido ao ressuprimento contínuo ao varejo. Suaviza o fluxo de bens Torna-se constante devido às encomendas frequentes. Redução do nível de estoque Mercadoria não para em estoque. Torna acessível os dados sobre o produto Devido ao uso de tecnologias de informação que proporcionam a intercomunicação entre os elos da cadeia, como, por exemplo, o EDI, que unifica a base de dados. Desvantagens do Cross Docking A desvantagem que se pode identificar, segundo Schaffer (1998), estaria nos custos e esforços que os outros membros da cadeia de suprimentos teriam que absorver para que o sistema Cross Docking alcance o sucesso. Esses esforços estariam voltados para a implementação de melhorias em seus sistemas com o objetivo de fornecer a base necessária para o funcionamento efetivo do Cross Docking. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 74 Entretanto, convencer os membros da cadeia a absorver esses custos e esforços não é uma tarefa fácil, pois deve-se ter em mente a cooperação entre todos dentro da cadeia produtiva para atingirem o sucesso. Tão importante quanto gerenciar o fluxo físico (movimentação de mercadorias) está o gerenciamento do fluxo de informações, que deve ser contínuo. Informações exatas sobre a mercadoria, sobre os fornecedores e os clientes são críticas para o gerenciamento efetivo de um armazém ou centro de distribuição que se utilize do sistema Cross Docking. Fluxo de informações Segundo o artigo da revista Modern Materials Handling (1998), o fluxo de informações é utilizado como um substituto do estoque. De acordo com Zinn (1998), o Cross Docking combina a administração de estoques com o processamento de informações para criar um sistema capaz de reabastecer com frequência um grande número de pontos de entrega. A combinação entre movimentação e informação é permanente, isto porque, se houver o envio não coordenado de encomendas, o estoque em trânsito pode aumentar, necessitando assim de maior espaço para armazenagem. Desta forma, o Cross Docking não funcionará de maneira eficiente. Custos de logística Segundo Ballou (1993), os custos de logística têm tido uma representação de mais de 25% do faturamento em vendas. Essa representação significativa nos custos tem tornado crucial a atividade de gerenciamento do trabalho de distribuição e logística. O sistema Cross Docking apresenta um grande potencial para controlar os custos de logística e distribuição e para manter o nível de serviço aos clientes, já que busca eliminar ou reduzir o estoque não produtivo na cadeia de suprimentos e, junto à ele, eliminar também os custos, o tempo e o trabalho ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 75 necessário para o seu gerenciamento. Com isso, as economias advindas da implementação e do uso do sistema Cross Docking, segundo Richardson (1999), variam de 5% a 20% dos custos de manuseio de materiais, podendo atingir economias maiores. Atenção O Cross Docking possui, então, uma capacidade de reduzir os custos de forma estratégica, pois essa redução não afeta o seu nível de serviço, ou seja, os produtos tornam-se mais disponíveis aos clientes e sua entrega mais rápida. Pré-requisitos do sistema Cross Docking O sistema de distribuição Cross Docking não é tão simples de ser executado. Segundo Schaffer (1998), existem pré-requisitos para serem cumpridos para que o sistema alcance o sucesso. Esses pré-requisitos, segundo o autor são: Parceria Quando um membro da cadeia de suprimentos implementa o sistema Cross Docking, geralmente os custos e esforços dos outros membros aumentam. Por isso, todos os membros da cadeia de suprimentos devem ser capazes de suportar as operações do Cross Docking. Confiança da qualidade A qualidade deve ser construída e não inspecionada, ou seja, a responsabilidade da qualidade está na produção, isso porque o Cross Docking não mantém estoque de produtos acabados, o produto deve ser testado assim que sai da produção. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 76 Comunicação entre os membros da cadeia de suprimentos Dados sobre vendas, pedidos, previsão de demanda, entre outros dados, devem ser compartilhados de forma a facilitar o planejamento de cada elo da cadeia de suprimentos. Comunicação e controle das operações Informações como: que produto e quando será recebido, em que quantidade e com qual destino são essenciais para o planejamento das operações dentro das instalações (armazéns ou centros de distribuição) que se utilizam do sistema Cross Docking. Segundo Apte (2000), não deve haver surpresas quando as portas da instalação são abertas no início do dia. Mão de obra, equipamentos e instalações Como o sistema Cross Docking envolve a quebra de cargas consolidadas, separação de pedidos e reconsolidação de cargas, é crucial o planejamento da área necessária, equipamentos e mão de obra para realizar tais tarefas. Deve haver espaço suficiente e mão de obra e equipamentos especializados para as tarefas de desconsolidação e reconsolidação das cargas. Gerenciamento tático Além de todo o planejamento, parceria, uso de equipamentos e sistemas adequados e alterações na força de trabalho, o Cross Docking requer um certo nível de gerenciamento tático do trabalho. Isso porque, quando ocorrem problemas, recursos e mão de obra devem ser reorganizados de forma a normalizar a situação sem que ocorram grandes perdas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 77 Atenção Com relação aos pré-requisitos, a EAN International (2000) reforça que as restrições de espaço devem ser consideradas com alto grau de importância. Isso porque, com o espaço limitado nos horários de pico, quando a utilização do espaço tanto no chão quanto nas docas é intenso, as tarefas de desconsolidação e reconsolidação são executadas sob grande pressão, podendo gerar erros. Transit Point De acordo com Lacerda (2000, p. 155), Transit Point são instalações similares aos Centros de Distribuição, cuja diferença é a inexistência de estoque. Veja a seguir: Fornecedor ou fabricante Os produtos já têm seu destino estabelecido ao serem enviados. Portanto, não há perda de tempo. Como vantagem destaca-se a possibilidade de transportar cargas consolidadas para grandes distâncias. Mas essa opção só se torna viável com a existência de grandes volumes de carga a serem transportados. Transit Point Segundo Fleury (2000, p. 157), as instalações do tipo transit point são bastante similares aos centros de distribuição avançados, mas não mantêm estoques. O transit point é localizado de forma a atender a determinada área de mercado distante dos armazéns centrais e opera como uma instalação de passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a clientes individuais. Cliente ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 78 Uma característica básica dos sistemas tipo transit point é que osprodutos recebidos já têm destinos definidos, ou seja, já estão pré-alocados aos clientes e podem ser imediatamente expedidos para entrega local. Outra característica dos transit points é que estruturalmente são muito simples, necessitando de baixo investimento em sua instalação, seu gerenciamento é facilitado, pois não são executadas atividades de estocagem. Criando estratégias com os estoques e transportes Segundo Ballou (2001), um planejamento logístico adequado deve contemplar um triângulo de decisões integradas que envolvem: Nesse contexto, o projeto de desenho de rede de distribuição se apresenta como ponto fundamental no planejamento logístico empresarial, pois a localização geográfica dos pontos de estocagem, as definições das fontes de fornecimentos e o esquema de associação das instalações aos pontos de demanda impactam profundamente o custo total do sistema logístico. Atenção O nível de serviço alcançado pela logística empresarial pode proporcionar às empresas boas oportunidades para desenvolvimento e diferenciação de seus produtos e serviços. O serviço logístico ao cliente é a oferta consistente de utilidade no tempo e lugar (CHRISTOPHER, 1992), representa o produto do sistema logístico e é o componente de “praça” (ponto de venda) do composto de marketing (LAMBERT, STOCK, 1993), onde a responsabilidade da Distribuição Física é altamente desejável. A relação de serviço logístico com a velocidade e confiabilidade foi estabelecida por Heskett (1994); e seu objetivo final de fornecer benefícios significativos de valor agregado à cadeia de suprimentos, de maneira eficiente em termos de custos, é ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 79 apregoado por LaLonde, Cooper e Noordewier (1988). Confiabilidade em logística A confiabilidade, em logística, é sinônimo de qualidade. É a capacidade de manter níveis de disponibilidade de estoque e de desempenho operacional planejados, como a distribuição física. Inclui também a capacidade e a disposição para fornecer rapidamente informações precisas ao cliente sobre operações logísticas e andamento do pedido (BOWERSOX, CLOSS, 2001). E este é o caso dos setores de alimentos e de papel, que apresentam os custos logísticos entre 30% a 40% do valor agregado total. Essência da logística Como a própria essência da logística determina: produto certo, no local correto e a menor custo possível não é uma tarefa das mais simples. Atender a esses requisitos tem uma ligação direta com o sistema de distribuição da empresa, mas, interliga-se em toda a cadeia de suprimentos. É possível que os benefícios “prometidos” por essas iniciativas com relação aos níveis de estoque (e também aos custos totais) na indústria dependam da aderência entre o posicionamento estratégico de sua rede de distribuição, as características do produto e da demanda e o que se espera dos indicadores de desempenho no varejo (JOHNSON, STICE, 1993; JONES, 1991). Wanke e Zinn (2004) fornecem um exemplo nesse sentido a partir da iniciativa de VMI (Vendor Managed Inventory), que pode ser utilizada para ilustrar a escolha entre centralização e descentralização da distribuição sob diferentes trade-offs entre giro dos estoques na indústria e tempo de entrega exigido pelo varejo. No VMI, o estoque da indústria pode ser localizado num centro de distribuição avançado e a entrega para o varejo ser praticamente instantânea. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 80 A questão-chave é como a indústria deve ressuprir o estoque no varejo. As escolhas são um estoque centralizado na indústria combinado com um tempo de entrega mais longo para o varejo (e menor giro) ou um estoque descentralizado, próximo ao varejo, com entregas mais rápidas (e maior giro)? Em essência, o que se está buscando é responder se essa iniciativa gerencial (VMI) deveria ser estruturada via distribuição direta (estoque centralizado na indústria ou num centro de distribuição único) ou via distribuição escalonada (estoque descentralizado num centro de distribuição local). Qual o tipo de distribuição mais adequado? Geralmente, os sistemas de distribuição são classificados como um sistema de empurrar ou um sistema de puxar. Normalmente as plantas industriais modernas são providas de armazéns pequenos que estocam poucas quantidades de materiais, e CDs localizados estrategicamente, que puxam as mercadorias das plantas produtivas e então armazenam grandes quantidades, normalmente próximos à demanda, para atender um sistema de empurrar. Percebe-se que as empresas empregam um sistema misto de puxar e empurrar que oferece os maiores benefícios. Alguns desses benefícios são: Reduzir as transferências de estoque entre os armazéns; Utilizar cargas completas nos veículos para transferir das fábricas aos centros de distribuição; Utilizar expedição direta da fábrica aos clientes; Melhorar o nível de serviço ao cliente. Um sistema de puxar apresenta algumas vantagens, dentre as quais: Pequenos armazéns nas fábricas; Alto nível de serviço ao cliente; Cargas completas dos caminhões das fábricas até os centros de distribuição. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 81 Um sistema de empurrar oferece algumas desvantagens importantes como: Grandes armazéns nas fábricas; Tempo mais lento de atendimento dos pedidos e, consequentemente, dos clientes; Maior número de expedições com cargas incompletas. Esse processo traz enorme complexidade às fábricas, seja em função dos custos ou quanto às operações de controle. Um sistema de empurrar significa grandes armazéns, com grande quantidade de materiais estocados, muitas vezes faltando espaço para um armazenamento apropriado, requer também uma grande quantidade de pessoas e equipamentos. O tempo de resposta torna-se mais longo e as discrepâncias (diferenças) nos inventários também aumentam substancialmente. Portanto, percebemos que um sistema de puxar é mais vantajoso para as empresas, muito embora estas tenham que ter capacidade produtiva alta para atender às diversas variações da produção. O transporte na cadeia de suprimentos O Transporte é a atividade logística que movimenta e posiciona geograficamente os produtos. Ele é necessário para movimentar produtos até a fase seguinte do processo de transformação ou até um local fisicamente mais próximo do cliente final, estejam os produtos na forma de materiais, componentes, subconjuntos, produtos semiacabados ou produtos acabados. São também considerados como um fator-chave da Cadeia de Suprimentos, pois, assim como os estoques, verificam-se em todas as fases da Cadeia, seja sob o aspecto interno ou externo, além disso, devem-se também considerar os ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 82 altos custos gerados pelos transportes em função da utilização maciça do modal rodoviário, que representa entre 56 a 58% da matriz de transportes do país. Terceirização do transporte Para que possamos usar estratégias que melhorem a performance da empresa frente ao mercado, na utilização do transporte na distribuição física deve-se planejar cuidadosamente. A terceirização do serviço de transportes é uma alternativa, mas a escolha do modal a ser utilizado no serviço de transporte torna-se, sem dúvida, a análise mais importante para a operação (processo). Veja a seguir: Como podemos notar na figura, uma operação de transporte engloba uma série de subatividades para que resultem em sucesso, cabe ressaltar que aqui faz-senecessária a utilização dos conceitos de trade off e análise profunda do terceiro, na intenção de que cumpra-se o desejado pela empresa. O ponto central é exatamente o mais importante, pois no Brasil existem fortes paradigmas sedimentados nessa área, um dos mais importantes é o uso maciço do modal rodoviário. Na decisão sobre que modal utilizar, alguns critérios devem ser analisados, pois certamente alguns deles inviabilizarão a utilização de alguns modais pretendidos. Meio de transporte Vantagens Desvantagens Rodoviário Flexibilidade do serviço Grande cobertura geográfica Manusear pequenos lotes Competitivo para distâncias curtas e médias Adaptabilidade elevada Unidades de carga limitadas Muito dependente das condições climatéricas Dependente do trânsito Dependente das infraestruturas ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 83 Baixo investimento para o operador Serviço ponto a ponto Manuseamento mais fácil Menores custos de embalagem Dependente da regulamentação (quanto à circulação, horários etc.) Mais caro em grandes distâncias (mais de 500 Km) Ferroviário Baixo custo para grandes distâncias Adequado para produtos de baixo valor e alta densidade Adequado para grandes quantidades Baixa dependência de condições climatéricas e tráfego Pouco competitivo para cargas pequenas Pouco competitivo para pequenas distâncias (sobretudo abaixo dos 500 Km) Pouco flexível (trabalha terminal a terminal, nem sempre com as paragens desejáveis) Custos de manuseamento elevados Horários e serviço pouco flexíveis Elevada dependência de outros meios de transporte (geralmente rodoviário) Aéreo Velocidade de transporte Boa fiabilidade e frequência entre as principais cidades Bom para produtos de elevado valor a longas distâncias Bom para situações de emergência a larga distância Custos elevados Menos rápido que o rodoviário para pequenas distâncias (menos de 500 Km) Pouco flexível (trabalha terminal a terminal e não ponto a ponto) Marítimo Competitivo para produtos com Baixa velocidade ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 84 (ou fluvial) muito baixo custo por tonelada (químicos industriais, ferro, cimento, petróleo, minerais) Limitado a mercados com orla marítima ou rios navegáveis Muito pouco flexível Fonte: <pmlink.pt>. As opções disponíveis deverão ser comparadas em termos de performance relativa considerando os seguintes critérios: Velocidade total (considerar ainda se a distância a percorrer é inferior ou superior a 500 Km); Custo por tonelada e por quilômetro; Possíveis estragos e perdas; Versatilidade da carga; Capacidade; Fiabilidade do serviço; Continuidade do serviço. Resta acrescentar que, em termos de velocidade real, os vários meios de transporte estão confinados a determinados intervalos. O transporte rodoviário está compreendido num intervalo de [0 a 90] Km/h, o ferroviário num intervalo de [0 a 80] Km/h, o aéreo num intervalo de [0 a 900] Km/h, e o marítimo (e mesmo o fluvial) num intervalo de [0 a 32] Km/h. O transporte rodoviário é o único que, conseguindo uma velocidade razoável, revela máxima flexibilidade e entrega ponto a ponto, bastando essas duas características para atenuarem as desvantagens evidenciadas no quadro anterior. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 85 Atividade proposta Uma operação de transporte engloba uma série de subatividades para que resultem em sucesso. O ponto central é exatamente o mais importante (mudança de paradigmas), pois no Brasil existem fortes paradigmas sedimentados nessa área, um dos mais importantes é o uso maciço do modal rodoviário. Portanto a escolha do modal a ser utilizado no serviço de transporte torna-se, sem dúvida, a análise mais importante para a operação (processo). Pesquise, relate e justifique como deveria ser a matriz de transportes brasileira. Chave de resposta: A matriz de transportes no Brasil deveria ser equilibrada entre os três principais modais, rodoviário, ferroviário e marítimo de cabotagem. O país tem aproximadamente 7500 Km de costa marítima, portanto oferecendo um potencial enorme para a cabotagem. Devido a sua grande extensão, o interior deveria ser atendido pelo modal ferroviário e fazendo a interligação entre os dois, o rodoviário. Lembrando também que no interior o modal fluvial deverá ser mais explorado. Para que esse equilíbrio aconteça, altos investimentos serão necessários. Material complementar Para saber mais sobre as estratégias logísticas, assista ao vídeo disponível em nossa galeria de vídeo. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 86 MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 A armazenagem é um dos fatores-chave da cadeia de suprimentos, pois ao longo de toda a cadeia, desde o fornecedor até o cliente, encontram-se armazéns. O planejamento de um armazém/CD é primordial para o sucesso das operações da empresa, assim como para o retorno do capital investido. Aponte dentre as alternativas a seguir a que NÃO se refere a um fator do planejamento da armazenagem. a) Automação b) Segurança c) Impostos d) Simplificação do fluxo e) Flexibilidade Operacional Questão 2 Conforme sabido, os armazéns são fundamentais e imprescindíveis para uma adequada logística de distribuição. Nesse contexto ele exerce uma série de funções. Dentre as opções apresentadas, aponte a que se encontra INCORRETA quanto à função desempenhada pelo armazém: a) Apoiar a geração de escala em compras b) Apoiar o desenvolvimento da mão de obra dos operadores c) Favorecer o balanceamento entre oferta X demanda d) Manter estoques reguladores e) Proteção contra incertezas Questão 3 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 87 A aplicação desse sistema busca reduzir ou eliminar, se possível, duas das atividades mais caras realizadas em um armazém. Segundo Schaffer (1998), estas seriam a estocagem e o picking. A que sistema refere-se a definição? a) Distribuição escalonada b) Simplificação do fluxo c) Distribuição direta d) Cross docking e) Transit Point Questão 4 O sistema Cross Docking apresenta um grande potencial para controlar os custos de logística e distribuição e para manter o nível de serviço aos clientes. Dentre esses custos podemos afirmar, EXCETO que: a) Redução da mão de obra b) Redução de estoques c) Redução de faltas d) Aumento do nível de serviço e) Redução de retrabalhos Questão 5 O sistema de distribuição Cross Docking não é tão simples de ser executado. Existem pré-requisitos para serem cumpridos para que o sistema alcance o sucesso. Esses pré-requisitos são, EXCETO:a) Parceria com clientes b) Comunicação entre os participantes c) Turn over da mão de obra. d) Confiança na qualidade dos produtos e) Gerenciamento tático. Questão 6 O serviço logístico pode ser interpretado como uma forma de criação de valor por meio das atividades logísticas ou como uma maneira manter ou gerar ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 88 vantagens competitivas sustentáveis. O serviço logístico básico ao cliente é alcançado mediante três fatores fundamentais. Escolha a opção que NÃO contempla esses fatores: a) Disponibilidade b) Preço c) Desempenho operacional d) Confiabilidade e) Operações eficientes Questão 7 A disponibilidade trata da capacidade de ter o produto em estoque no momento em que o cliente o deseja e é avaliada por alguns parâmetros. Escolha a alternativa CORRETA: a) Medição da magnitude ou o impacto das faltas de estoque no decorrer do tempo. b) Comprometimento logístico com o prazo de execução esperado. c) Capacidade de manter níveis de disponibilidade de estoque e de desempenho operacional planejado. d) Capacidade e a disposição para fornecer rapidamente informações precisas ao cliente. e) Velocidade; consistência; flexibilidade; falhas; e recuperação. Questão 8 Geralmente, os sistemas de distribuição são classificados como um sistema de empurrar ou um sistema de puxar. Percebe-se que as empresas empregam um sistema misto de puxar e empurrar que oferece os maiores benefícios. Alguns desses benefícios são, EXCETO: a) Utilizar expedição direta da fábrica aos clientes. b) Melhorar o nível de serviço ao cliente. c) Reduzir as transferências de estoque entre os armazéns. d) Utilizar cargas completas nos veículos para transferir das fábricas aos centros de distribuição. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 89 e) Utilizar expedição indireta do CD aos clientes. Questão 9 Na decisão sobre que modal utilizar, alguns critérios devem ser analisados, pois certamente alguns deles inviabilizarão a utilização de alguns modais pretendidos. As opções disponíveis deverão ser comparadas em termos de performance relativa considerando os seguintes critérios. Escolha a opção INCORRETA: a) Versatilidade da carga b) Capacidade c) Velocidade total d) Mão de obra especializada e) Possíveis estragos e perdas Questão 10 Na decisão sobre que modal utilizar, alguns critérios devem ser analisados, pois certamente alguns deles inviabilizarão a utilização de alguns modais pretendidos. No Brasil, o único modal passível de utilização para a distribuição urbana é o modal rodoviário, que traz vantagens e desvantagens na sua utilização. Dentre as vantagens podemos citar, EXCETO: a) Grande cobertura geográfica b) Adaptabilidade elevada c) Baixo custo para grandes distância d) Manuseamento mais fácil e) Flexibilidade do serviço Cross Docking: Segundo Zinn (1998), o Cross Docking é uma forma bem diferente da distribuição tradicional e dos sistemas de redistribuição e o autor cita como principal diferencial entre esses sistemas, o uso da informação, como fator essencial para o Cross Docking. Além disso, pelo fato do Cross Docking ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 90 operar em tempo real, ou seja, tendo o material chegado ao armazém ou centro de distribuição, ele deve se mover rapidamente através da instalação, por isso, o acesso à informação deve ser o mais rápido possível, com maior exatidão e sem interrupções. As principais ferramentas e práticas da tecnologia de informação que são importantes para o Cross Docking são: EDI, ECR, Código de Barra, Scanning, Radiofrequência e WMS. Centros de Distribuição (CDs): Concentram a distribuição, a partir de pontos de estocagem regionais de grande porte (CDs), estrategicamente localizados e com controle centralizado. Deles são atendidos os pedidos de clientes, evitando duplicar pessoal, eliminando atrasos e reduzindo o custo do transporte e o tempo de entrega. Distribuição física: Baseados nos trabalhos de Bowersox e Cooper (1992), Christopher (1992) e de La Londe, Cooper e Noordewier (1988), Fleury e Lavalle (2000), em um estudo para avaliar o serviço de distribuição física entre indústrias de bens de consumo e o comércio atacadista e varejista, propuseram nove atributos representativos do serviço logístico, a saber: disponibilidade do produto, consistência no prazo de entrega, tempo do ciclo do pedido, frequência de entrega, sistema de recuperação de falhas, apoio na entrega física, flexibilidade, sistema de informação de apoio e apoio pós-entrega. Lambert (1993), por exemplo, avalia que reduções em custos logísticos ou o posicionamento mercadológico baseado em capacitação logística podem ter impactos substanciais nas margens de lucros, principalmente em empresas de setores nos quais o valor agregado pela logística é relevante Informações exatas sobre a mercadoria: As informações mais relevantes para o eficaz funcionamento do sistema, segundo Schaffer (1998), são: hora e data do embarque feito pelo fornecedor; transportadora utilizada; quantidade e código de barra de cada pedido (ordem); data e hora de chegada planejada; descrição da carga, destino e data e hora de entrega de cada carga de cada caminhão; localização da doca de descarga dos caminhões. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 91 Instalações similares: São similares aos Centros de Distribuições Avançados, mas não mantêm estoques; Os produtos recebidos já têm os destinos predefinidos; não há espera pela colocação dos pedidos; instalações simples, de baixo investimento; gerenciamento facilitado, pois não são executadas atividades de estocagem e picking (fracionamento de embalagens). Sistema logístico: O serviço logístico pode ser interpretado como uma forma de criação de valor por meio das atividades logísticas (RUTNER, LANGLEY JR., 2000; VEEKEN, RUTTEN, 1998; LANGLEY JR., HOLCOMB, 1992) ou como uma maneira manter ou gerar vantagens competitivas sustentáveis (LAMBERT, HARRINGTON, 1989; DAUGHERTY, STANK, ELLINGER, 1998). Bowersox e Closs (2001) destacam que o serviço logístico básico ao cliente é alcançado mediante três fatores fundamentais: disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade. A disponibilidade trata da capacidade de ter o produto em estoque no momento em que o cliente o deseja e é avaliada pela frequência de falta de estoques (indica que um produto está disponível para ser enviado aos clientes); índice de disponibilidade (mede a magnitude ou o impacto das faltas de estoque no decorrer do tempo) e expedição de pedidos completos (uma medida da capacidade de uma empresa de ter disponível estoque para atender todo o pedido de um cliente). O desempenho operacional envolve comprometimento logístico com o prazo de execução esperado, sua variação aceitável e compreende os atributos: velocidade; consistência; flexibilidade; falhas; e recuperação. Valor agregado total: Valor agregado corresponde aos custos adicionados a matéria-prima — tais como o processo de transformação, transferência física, armazenagem, imagem — que se refletem no preço/valor final do produto ou serviço ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 92 Aula 4 Exercícios de fixação Questão 1 - C Justificativa: Os impostos não estão contidos como um dos aspectos a serem verificados no planejamento da armazenagem, eles devem fazer parte dos estudos quando da implantação do armazém/CD. Questão 2 - B Justificativa: Não é uma das funções da armazenagem apoiar treinamentoda mão de obra. Questão 3 - D Justificativa: O Cross Docking, também chamado de distribuição “flow through”, permite que a administração dos Centros de Distribuição concentre-se no fluxo de mercadorias e não na armazenagem das mesmas. A aplicação desse sistema busca reduzir ou eliminar, se possível, duas das atividades mais caras realizadas em um armazém. Segundo Schaffer (1998), estas seriam a estocagem e o picking. Questão 4 - A Justificativa: O sistema Cross Docking apresenta um grande potencial para controlar os custos de logística e distribuição e para manter o nível de serviço aos clientes, já que busca eliminar ou reduzir o estoque não produtivo na cadeia de suprimentos e, junto à ele, eliminar também os custos, o tempo e o trabalho necessário para o seu gerenciamento. O Cross Docking possui então, uma capacidade de reduzir os custos de forma estratégica, pois essa redução não afeta o seu nível de serviço, ou seja, os produtos tornam-se mais disponíveis aos clientes e sua entrega mais rápida. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 93 Questão 5 - D Justificativa: 1) Parceria: quando um membro da cadeia de suprimentos implementa o sistema Cross Docking, geralmente os custos e esforços dos outros membros aumentam. Por isso, todos os membros da cadeia de suprimentos devem ser capazes de suportar as operações do Cross Docking. 2) Comunicação entre os membros da cadeia de suprimentos: dados sobre vendas, pedidos, previsão de demanda, entre outros dados, devem ser compartilhados de forma a facilitar o planejamento de cada elo da cadeia de suprimentos. 3) Comunicação e controle das operações: informações como: que produto e quando será recebido, em que quantidade e com qual destino, são essenciais para o planejamento das operações dentro das instalações (armazéns ou centros de distribuição) que se utilizam do sistema Cross Docking. Segundo Apte (2000), não deve haver surpresas quando as portas da instalação são abertas no início do dia. 4) Mão de obra, equipamentos e instalações: como o sistema Cross Docking envolve a quebra de cargas consolidadas, separação de pedidos e reconsolidação de cargas, é crucial o planejamento da área necessária, equipamentos e mão de obra para realizar tais tarefas. Deve haver espaço suficiente e mão de obra e equipamentos especializados para as tarefas de desconsolidação e reconsolidação das cargas. 5) Confiança da qualidade: a qualidade deve ser construída e não inspecionada, ou seja, a responsabilidade da qualidade está na produção, isto porque o Cross Docking não mantém estoque de produtos acabados, o produto deve ser testado assim que sai da produção. 6) Gerenciamento tático: além de todo o planejamento, parceria, uso de equipamentos e sistemas adequados e alterações na força de trabalho, o Cross Docking requer um certo nível de gerenciamento tático do trabalho. Isso porque, quando ocorrem problemas, recursos e mão de obra devem ser reorganizados de forma a normalizar a situação sem que ocorram grandes perdas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 94 Questão 6 - B Justificativa: Bowersox e Closs (2001) destacam que o serviço logístico básico ao cliente é alcançado mediante três fatores fundamentais: disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade. Questão 7 - A Justificativa: A disponibilidade trata da capacidade de ter o produto em estoque no momento em que o cliente o deseja e é avaliada pela frequência de falta de estoques (indica que um produto está disponível para ser enviado aos clientes); índice de disponibilidade (mede a magnitude ou o impacto das faltas de estoque no decorrer do tempo) e expedição de pedidos completos (uma medida da capacidade de uma empresa de ter disponível estoque para atender todo o pedido de um cliente). Questão 8 - E Justificativa: Percebe-se que as empresas empregam um sistema misto de puxar e empurrar que oferece os maiores benefícios. Alguns desses benefícios são: reduzir as transferências de estoque entre os armazéns; utilizar cargas completas nos veículos para transferir das fábricas aos centros de distribuição; utilizar expedição direta da fábrica aos clientes; melhorar o nível de serviço ao cliente. Questão 9 - D Justificativa: As respostas corretas são: velocidade total; custo por tonelada e por quilômetro; possíveis estragos e perdas; versatilidade da carga; capacidade; fiabilidade do serviço; e continuidade do serviço. Questão 10 - C Justificativa: A flexibilidade do serviço; grande cobertura geográfica; manusear pequenos lotes; competitivo para distâncias curtas e médias; adaptabilidade elevada; baixo investimento para o operador; serviço ponto a ponto; manuseamento mais fácil; menores custos de embalagem. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 95 Introdução Os canais de distribuição podem ser definidos como o caminho que o produto/serviço faz desde a sua criação até a chegada ao cliente final, que é aquele que, efetivamente, consumirá o produto ou utilizará o serviço; portanto, planejamento, operação e controle dos canais de distribuição adotados pelas empresas devem ser bastante elaborados e cuidadosos. Objetivo: 1. Identificar conceitos, fundamentos e formas de funcionamento dos canais de distribuição; 2. Esclarecer como devem ser seus planejamentos e operações. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 96 Conteúdo Conceitos e funcionamento dos canais de distribuição Rosembloom (1999) define canais de distribuição como: • O caminho seguido por um produto desde sua concepção até o consumidor final; • A transferência de posse entre diversas empresas ou clientes; • Uma coalizão de empresas reunidas com o propósito de realização de trocas. Já Silva (1999) afirma que os canais de distribuição englobam os agentes, que são responsáveis por disponibilizar o produto, desde seu ponto de origem até o consumidor final, da melhor maneira possível. As funções desempenhadas por diferentes membros do canal são chamadas de fluxos, porque consistem em um conjunto de atividades que ocorrem numa sequência dinâmica dentro do canal de distribuição. (STERN et al, 1996). A estrutura de canais de distribuição Segundo Wilkinson (1990), a estrutura de canais de distribuição refere-se ao modo como as partes de um sistema se organizam. Essa estrutura é denominada por Rangan como desenho estrutural da distribuição (RANGAN et al, 1992, apud DIAS, 1997). Kotler e Armstrong (1993) melhoraram o entendimento sobre a estrutura do canal de distribuição ao afirmarem que ela se caracteriza pelo número de níveis de intermediários utilizados pelo fabricante para atingir o consumidor final. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 97 Atenção Segundo Semenik e Bomossy (1995, p. 546), os participantes envolvidos em um canal de distribuição devem desempenhar atividades no fluxo de forma a agregar valor ao canal. Podemos tomar como exemplo a decisão de um determinado fabricante de eliminar um intermediário no canal. Vale ressaltar que o nível de serviço do canal deve ser mantido ou melhorado. Devemos atentar ainda que os intermediários, principalmente os distribuidores, operam com grande quantidade de mercadorias e têm a distribuição como especialização; portanto, há de ser bem planejada a exclusão de um participante do canal para que o processo continue eficiente e eficaz. Stern et al (1996, p. 11) enfatizamque: “...os intermediários, através de suas experiências, especializações, contatos e escalas, oferecem aos outros membros dos canais mais do que podem usualmente atingir por eles mesmos em termos de eficiência superior no desempenho das funções básicas de marketing”. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 98 Decisões sobre o canal de distribuição O planejamento e escolha de um canal de distribuição exigem uma série de decisões, que deve contemplar a organização do canal, como será o funcionamento dos diversos fluxos e como o cliente final será atendido. Deve- se salientar que cada empresa é responsável pela decisão adotada pelos canais de distribuição; além disso, o nível de serviço (que deve estar alinhado com as necessidades dos clientes), a rentabilidade e os custos devem ser planejados cuidadosamente. Kotler e Armstrong (1993) observaram que as decisões sobre canais de distribuição estão entre as mais importantes que a empresa deve tomar. Veja algumas delas: Conhecer bem seus clientes é o ponto de partida para as empresas que querem obter sucesso no mercado. Não adianta fabricar produtos considerados muito bons pela empresa se a demanda não os deseja. Dentre essas necessidades, podemos citar o tempo de entrega, variedade e disponibilidade de itens, pedidos completos e mercadorias sem danos. Vale lembrar que a distribuição física é hoje considerada a eficácia da SCM. Segundo Kotler e Armstrong (1999), os objetivos do canal devem ser definidos em termos do nível de serviço desejado pelos consumidores-alvo. Em grandes empresas, é comum a existência de vários segmentos de produtos; portanto, para cada segmento, deve ser adotado um canal que melhor atenda às necessidades do cliente e da própria empresa. Bowersox e Cooper distinguem a organização dos canais pelo grau de diretividade inerente à alternativa de estrutura de canal escolhida, se será realizada pela própria empresa (canais diretos) ou via intermediários (canais indiretos) (BOWERSOX; COOPER, 1992, apud DIAS, 1997). Essa decisões baseiam-se principalmente nas seguintes áreas: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 99 Comprimento do canal Kotler e Armstrong (1999) descrevem que os canais de marketing podem ser reconhecidos pela quantidade de níveis utilizados para levar seu produto ao consumidor. Cada intermediário que atua no canal é considerado como um nível dentro do fluxo do canal, e essa dimensão é normalmente proporcional ao custo do produto final. Distribuição ou cobertura de mercado A intensidade de distribuição refere-se ao nível de cobertura de mercado que o fabricante considera necessário para comercializar seu produto com sucesso (SEMENIK; BAMOSSY, 1995); portanto, quanto maior a área geográfica a ser atingida pelo produto, maior deve ser a capacidade do canal escolhido. Intermediários A escolha dos intermediários é fundamental para o sucesso ou fracasso da operação comercial (DIAS, 1993). Ao selecioná-los, a empresa deve determinar as características dos melhores: há quanto tempo eles estão no mercado, quais linhas eles comercializam, seus históricos de crescimento e lucro, seus sensos de cooperação e suas reputações. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Planejamento e operações nos canais de distribuição O desafio do planejamento dos canais de distribuição envolve as seguintes tarefas: Significa segmentar o mercado, identificar ótimas respostas de posicionamento para demandas de segmentos, selecionar os setores visando focar os esforços do canal, e estabelecer ou aprimorar os canais para administrar no mercado. Para que isso ocorra, é preciso entender quais as fontes de poder e de dependência de cada membro de canal. Também são necessários o ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 100 entendimento do potencial para conflitos de canal e um plano para criar um ambiente no qual o projeto ótimo de canal possa ser executado, de modo eficaz, em uma base progressista. Indicar o papel da distribuição dentro do mix de marketing, o tipo de canal, o número de intermediários e as empresas específicas para distribuir o produto. Funções dos canais de distribuição São funções dos canais de marketing: Funções transacionais Atividades associadas à compra e venda, que envolvem risco na operação por propriedade, transporte, armazenagem e administração. Funções logísticas Atividades de concentração (disponibilização de variedade de produtos para venda em um dado local ou ponto de vendas), armazenamento (manutenção e preservação de estoques), organização (composição de estoques em termos de produtos e quantidades orientadas para o consumidor), distribuição física (movimentação física de bens da produção ao consumo) e administração destes processos de forma integrada e eficiente. Funções de facilitação Atividades de estímulo e favorecimento dos processos de compra e venda, e da produção ao consumo, como financiamento de transações, classificação de produtos e troca ou fornecimento de informações de mercado. Estruturas dos canais de distribuição A estrutura de canais de distribuição ou fluxo de distribuição refere-se ao modo como as partes de um sistema se organizam. Essa estrutura é demonstrada pelo desenho estrutural da distribuição. Kotler e Armstrong (1993) melhoraram o entendimento da estrutura do canal de distribuição ao afirmarem que ela se ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 101 caracteriza pelo número de níveis de intermediários utilizados pelo fabricante para atingir o consumidor final. Veja a seguir: Distribuição física • Condiciona os processos logísticos de estocagem, transporte e controle; • Determina a estrutura da rede logística de distribuição (quantidade de organizações, localização de centros de distribuição, especificações de equipamentos de estocagem, definição de modais de transporte e de serviços de apoio – rastreamento, pós-venda). Fabricantes Responsáveis pela criação e fabricação do produto, também são eles que determinam as campanhas de marketing e escolhem o melhor canal a ser utilizado. Atacadistas/intermediários Atualmente, são muito utilizados, pois conseguem equilibrar oferta e variedade de produtos com a demanda. Os intermediários (que podem ser atacadistas, distribuidores, representantes, agentes e varejistas) facilitam o fluxo de bens e serviços. Para que essa operação possa ser realizada com sucesso, algumas ações especializadas são executadas pelos intermediários, como: seleção (consiste em transformar as mercadorias que entram no estoque de forma heterogênea em homogêneas), acumulação (refere-se ao ato de acumular ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 102 mercadorias de diversos fornecedores a fim de torná-las homogêneas), loteamento (o mesmo que fracionar, é a separação de quantidades menores no estoque), sortimento (é a ação de mesclar diversas mercadorias que tenham compatibilidade entre si para melhor atender a demanda). Serviços desejados pelos clientes No cenário atual, as empresas devem estar preparadas para atender as necessidades dos clientes e procurar sempre inovar. Os principais desejos dos clientes são: Tamanho do lote Número de unidades que o canal permite que um cliente compre em um determinado momento. Tempo de espera Tempo médio que os clientes esperam para receber o produto. Conveniência O que existe de facilidade/comodidade para a compra do produto pelos clientes. Variedade do produto Nívelde opções do produto oferecido pelo canal de marketing. Serviços de apoio Serviços adicionais fornecidos pelo canal, tais como: forma de pagamento, entrega, instalação e reparos. Tipos e modalidades de distribuição Existem tipos de canais de distribuição que podem estar caracterizados em algumas modalidades de distribuição. Veja a seguir: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 103 Existem três tipos de canais de distribuição: Nesse tipo de fluxo, não existem intermediários, ou seja, os fabricantes comercializam seus produtos e entregam ao consumidor final. Podemos citar como exemplo a Dell Computadores. A vantagem desse processo é o perfeito controle dos clientes, e a desvantagem refere-se à área de abrangência geográfica. Esse fluxo elimina a figura do distribuidor (atacadista), ou seja, as mercadorias saem do produtor e vão diretamente ao varejista. O fluxo curto permite melhor abrangência do mercado, mas, em contrapartida, pulveriza consideravelmente as entregas para diversos varejistas. Esse canal, também conhecido como canal completo, contempla as figuras do distribuidor e do varejista. Ambos possibilitam um amplo alcance geográfico, mas a gestão das relações internas do fluxo é mais trabalhosa e complexa, o que aumenta o preço final dos produtos. Os canais de distribuição são caracterizados em quatro modalidades: É utilizado um canal de distribuição longo, que permite maior abrangência geográfica na distribuição e, portanto, atinge um número maior de consumidores; por outro lado, tem como desvantagens o elevado custo que impõe à empresa e uma possível perda parcial de controle sobre o canal. Adota-se um distribuidor exclusivo para áreas predeterminadas; além disso, pretende-se também que esse distribuidor mantenha exclusividade com a marca do fabricante. Temos como exemplo de distribuição exclusiva o franchising. Nesse fluxo, o fabricante adota um número reduzido de distribuidores, aos quais, normalmente, são fixadas cotas de vendas, com a possibilidade de ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 104 estabelecer princípios de exclusividade de vendas em um determinado território. Utiliza-se essa modalidade como complemento às de distribuição seletiva ou extensiva no intuito de intensificar as melhorias desses canais. Sistemas de distribuição Sistemas convencionais Tipos de estrutura que o produtor e os intervenientes compreendem como entidades independentes, onde seus interesses são individualizados, e cada um procura aumentar seus respectivos lucros. Essa é a estrutura utilizada com mais frequência pelas PMEs, e sua principal vantagem é a flexibilidade, sendo relativamente simples a alteração de intervenientes. Sistema vertical Nessa estrutura (que se divide em corporativo, administrativo e contratual), o produtor e os intervenientes atuam juntos, e a gestão das funções realizadas pelos membros do canal é dirigida por apenas um componente. De grosso modo, a gestão de todas as atividades necessárias para a realizar a função de distribuição é centralizada. O sistema vertical também permite tirar proveito de economias de escala, além de incrementar o poder de negociação junto de empresas exteriores ao canal. Sistema vertical corporativo Combina estágios sucessivos de produção e distribuição sob o comando de um único proprietário. Exemplo: Vila Romana. Sistema vertical contratual São redes patrocinadas por atacadistas, cooperativas de varejistas e franquias. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 105 Redes patrocinadas por atacadistas O atacadista desenvolve um programa no qual os varejistas envolvidos padronizam suas práticas de vendas e obtêm economias de compra que permitem ao grupo competir eficazmente com grandes redes. Cooperativas de varejistas Os varejistas organizam uma cooperativa para executar as funções de atacado ou, até mesmo, de fabricação. Além disso, concentram suas compras por meio da cooperativa e planejam conjuntamente suas divulgações. Franquias Um membro do canal – o franqueador – vincula estágios sucessivos de produção e distribuição. Sistema horizontal Resulta da cooperação de duas ou mais empresas, independentes entre si, para, conjuntamente, colocarem recursos através de um vínculo contratual ou pela criação de uma nova empresa. Como exemplo, podemos citar as lojas de conveniências em postos de abastecimento de combustíveis, cafeterias no interior de livrarias etc. Sistema multicanal Estrutura cada vez mais frequente, em que um produtor opta, por exemplo, pela utilização de um canal longo para venda através de distribuidores (de forma a aumentar o seu alcance) e, paralelamente, opera por meio de um canal curto ou direto. Um exemplo de simples compreensão são as indústrias que comercializam seus produtos em varejistas e, paralelamente, permitem a venda direta ao cliente final nas suas instalações por meio de um pequeno estabelecimento comercial, comumente conhecido como “loja de fábrica”. Também ocorre quando uma única empresa utiliza dois ou mais canais para atingir um ou mais segmentos de clientes. Exemplo: Shoptime (internet/TV). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 106 Como o ciclo de vida dos produtos impactam os canais de distribuição Nenhum canal de marketing permanece eficaz por todo o ciclo de vida do produto. Veja no gráfico a seguir como isso acontece. Introdução Produtos ou modas radicalmente novos tendem a entrar no mercado por meio de canais especializados, que promovem tendências e atraem os adotantes imediatos. Crescimento Quando cresce o interesse, aparecem canais de maior volume (redes especializadas, lojas de departamentos) que oferecem os mesmos serviços, mas não no mesmo nível que os canais do estágio de introdução. Existem vários estágios de crescimento quando o interesse do fabricante está alinhado com os interesses dos demais membros do canal. Maturidade Quando o crescimento diminui, alguns concorrentes transferem seus produtos para canais reduzidos (varejo em massa). Existem vários estágios de maturidade, dependendo dos conflitos que aparecem por conta da busca de ganhos de eficiência na relação fornecedor-canal, seja para focar em melhoria na satisfação do cliente, seja para focar na redução de custos. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 107 Declínio Quando começa o declínio, surgem canais de custo ainda mais reduzidos (vendas pelo correio, lojas de descontos). O estágio de declínio ocorre quando o conflito intenso é gerado a partir do desalinhamento de interesses. Fornecedor busca reprojetar as formas de servir o cliente. Atividade proposta Os canais de distribuição têm três funções básicas; dentre elas, as logísticas. Descreva algumas atividades da função logística dos canais de distribuição. Chave de resposta: As funções logísticas referem-se a atividades de concentração (disponibilização de variedade de produtos para venda em um dado local ou ponto de vendas), armazenamento (manutenção e preservação de estoques), organização (composição de estoques em termos de produtos e quantidades orientadas para o consumidor), distribuição física (movimentação física de bens da produção ao consumo) e à administração destes processos de forma integrada e eficiente. Material complementar Para saber mais sobre o funcionamento dos canais de distribuição, assista ao vídeo disponível em nossa galeria de vídeo.Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 108 MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 O planejamento e escolha de um canal de distribuição exigem uma série de decisões, que deve contemplar a organização do canal, como será o funcionamento dos diversos fluxos e como o cliente final será atendido. Deve- se decidir também a estrutura de canal, se será realizada pela própria empresa (canais diretos) ou via intermediários (canais indiretos). Essas decisões baseiam-se principalmente nas seguintes áreas, exceto: a) Comprimento do canal b) Extensão do canal c) Custo do canal d) Intensidade do canal e) Intermediários no canal Questão 2 A estrutura de canais de distribuição refere-se ao modo como as partes de um sistema se organizam e é apresentada como desenho estrutural da distribuição. Escolha a alternativa incorreta sobre a estrutura dos canais de distribuição diretas. a) Fábrica – CDs b) CDs – distribuidores c) Distribuidores – varejistas d) Fábrica – varejistas e) Varejistas – CDs ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 109 Questão 3 A estrutura de canais de distribuição refere-se ao modo como as partes de um sistema se organizam e é apresentada como desenho estrutural da distribuição. Escolha a alternativa correta sobre a estrutura dos canais de distribuição indiretas. a) Fábrica – CDs b) CDs – distribuidores c) Distribuidores – varejistas d) Fábrica – varejistas e) Varejistas – CDs Questão 4 A gestão dos canais de distribuição implica em uma série de decisões. Escolha a alternativa que não contempla um desses veredictos. a) Tempos de entrega do canal b) Comprimento do canal c) Intensidade do canal d) Extensão do canal e) Intermediários no canal Questão 5 A escolha dos intermediários que atuarão no fluxo de distribuição é uma das decisões mais importantes referente ao planejamento dos canais. Dentre as atribuições de um bom intermediário, podemos citar, exceto: a) Tempo no mercado b) Tipos de produtos que distribuem c) Tamanho da frota de distribuição d) Reputação no mercado e) Comprometimento ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 110 Questão 6 Os intermediários (que podem ser atacadistas, distribuidores, representantes, agentes e varejistas) facilitam o fluxo de bens e serviços. Para que essa operação possa ser realizada com sucesso, as seguintes operações especializadas são executadas pelos intermediários, exceto: a) Acumulação b) Manutenção c) Seleção d) Sortimento e) Loteamento Questão 7 No cenário atual, as empresas devem estar preparadas para atender as necessidades dos clientes e sempre procurar inovar. São os principais desejos dos clientes, exceto: a) Variedade de produtos b) Tempo de espera c) Conveniência d) Acesso à internet e) Tamanho do lote Questão 8 Esse fluxo elimina a figura do distribuidor (atacadista), e as mercadorias saem do produtor e vão diretamente ao varejista. Essa definição refere-se a que tipo de canal de distribuição? a) Direto b) Indireto c) Curto d) Longo e) Misto ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 111 Questão 9 Quanto às modalidades de distribuição, os canais possuem as seguintes características, exceto: a) Exclusiva b) Semi-intensiva c) Extensiva d) Seletiva e) Intensiva Questão 10 Nessa estrutura, o produtor e os intervenientes atuam em conjunto, e a gestão das funções realizadas pelos membros do canal é dirigida por apenas um componente. Esse sistema combina estágios sucessivos de produção e distribuição sob o comando de um único proprietário. Essa definição refere-se à qual sistema de distribuição? a) Horizontal b) Híbrido c) Multicanal d) Vertical administrativo e) Vertical corporativo Canais de distribuição: Estes não devem ser vistos apenas como um processo onde se entrega o produto no lugar desejado, mas que também agrega valores diferenciados com o intuito de sempre satisfazer o cliente. É uma estrutura formada por unidades internas de uma empresa (rede de filiais de venda) e por agentes e distribuidores externos (agentes de fabricantes, representantes, instituições atacadistas e varejistas) através dos quais um produto ou serviço é comercializado. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 112 Ciclo de vida do produto: O conflito é uma parte inerente ao gerenciamento de canais para qualquer negócio de tamanho razoável, além de ser virtualmente inevitável. A extensão do conflito é, em grande parte, determinada pelas mudanças na rentabilidade do canal. A evolução na rentabilidade através do tempo corresponde a um ciclo de vida do relacionamento fornecedor-canal, que é comparável ao ciclo de vida de um produto. Fluxos: A informação é fator-chave dentro dos canais de distribuição, pois tem a função de ordenar os fluxos nos canais a fim de que os participantes operem o canal da forma mais competitiva possível. Todos os produtos e/ou serviços adquiridos por um cliente final ou corporação são servidos por um canal de distribuição, que atua de forma que essas ações aconteçam conforme as necessidades e desejos de cada um desses participantes. Aula 5 Exercícios de fixação Questão 1 - C Justificativa: Essas decisões baseiam-se principalmente nas seguintes áreas: comprimento do canal, intensidade de distribuição e intermediários para desempenho das funções dentro do canal. Questão 2 - E Justificativa: Fluxo e estrutura de distribuição direta não contemplam os produtos que vão dos varejistas para os CDs. Questão 3 - E Justificativa: Fluxo e estrutura de distribuição indireta contemplam os produtos que vão dos varejistas para os CDs. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 113 Questão 4 - A Justificativa: Essas decisões baseiam-se principalmente nas seguintes áreas: comprimento do canal, intensidade de distribuição e intermediários para desempenho das funções dentro do canal. Questão 5 - C Justificativa: A escolha dos intermediários é fundamental para o sucesso ou fracasso da operação comercial (DIAS, 1993). Ao selecionar os intermediários, a empresa deve determinar as características dos melhores: há quanto tempo eles estão no mercado, quais linhas eles comercializam, seus históricos de crescimento e lucro, seus sensos de cooperação e suas respectivas reputações. Questão 6 - B Justificativa: Os intermediários (que podem ser atacadistas, distribuidores, representantes, agentes e varejistas) facilitam o fluxo de bens e serviços. Para que essa operação possa ser realizada com sucesso, algumas operações especializadas, como seleção, acumulação, sortimento, seleção e loteamento, devem ser executadas pelos intermediários. Questão 7 - D Justificativa: Tamanho do lote, tempo de espera, conveniência, variedadedo produto e serviços de apoio. Questão 8 - C Justificativa: O fluxo denominado canal curto elimina a figura do distribuidor (atacadista); portanto, as mercadorias saem do produtor e vão diretamente ao varejista. Além disso, o fluxo curto permite melhor abrangência do mercado, mas, em contrapartida, pulveriza consideravelmente as entregas para diversos varejistas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 114 Questão 9 - B Justificativa: Os canais de distribuição são caracterizados em quatro modalidades: extensiva, exclusiva, seletiva e intensiva. Questão 10 - E Justificativa: O sistema vertical corporativo combina estágios sucessivos de produção e distribuição sob o comando de um único proprietário. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 115 Introdução Os transportes são um aspecto bastante representativo na Cadeia de Suprimentos, pois além de movimentar mercadorias entre uma origem e um destino provocando a troca da propriedade, é ainda considerado um dos fatores-chave da Cadeia. Quando pensamos em transportes, percebemos que no Brasil para a Distribuição Física Urbana só é possível a utilização do modal rodoviário, exceções raras para regiões onde utilizam-se o modal fluvial. Mas para a distribuição de ressuprimento, a longas distâncias, é possível a utilização de outros modais mais econômicos. Objetivo: 1. Identificar os conceitos e características dos modais de transportes voltados à distribuição física e suas estratégias; 2. Esclarecer o cálculo do dimensionamento frota de distribuição urbana e do tempo de ciclo das entregas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 116 Conteúdo Características dos modais de transportes e suas estratégias O sistema de transportes brasileiro define-se basicamente por uma extensa matriz rodoviária, sendo também servido por um sistema limitado de transporte fluvial (apesar do numeroso sistema de bacias hidrográficas presentes no país), ferroviário e aéreo. Com uma rede rodoviária de cerca de 1,6 milhões de quilômetros, sendo 204.000 km de rodovias pavimentadas (2014), as estradas são as principais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro. Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos no governo Vargas e Gaspar Dutra. O Presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro incentivador de rodovias. Alguns dados importantes Existem cerca de 4000 aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo 721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O país possui uma extensa rede ferroviária de 28.857 km de extensão, a décima maior rede do mundo. Atualmente o governo brasileiro, diferentemente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, um trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 117 Há 37 portos, sendo que 11 desses são considerados grandes, no conceito de internacionais, de grandes navios, segundo o PNAC II, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O país também possui 50.000 km de hidrovias. Podemos notar o desequilíbrio da nossa matriz de transportes, que utiliza largamente o modal rodoviário num país de dimensões continentais com o agravante de o modal rodoviário ter uma capacidade de carga muito baixa. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 118 Modal ferroviário, rodoviário, aquaviário, dutoviário, aeroviário Conheça as principais características operacionais de cada um dos modais utilizados: MODAL FERROVIÁRIO • Menor consumo de combustíveis (comparado ao Rodoviário); • Menores impactos ambientais (comparado ao Rodoviário); • Grande capacidade de transporte a longas distâncias; • Cargas com baixo valor agregado (minérios, carvão, cimento); • Alto custo fixo – Via segregada, pátios de manobra etc; • Custos operacionais baixos – óleo, energia elétrica, mão de obra; • Frete mais barato em torno de 50%, se comparado ao rodoviário; • Ligação com Portos (comércio internacional); • Necessidade de bitolas padronizadas para integração nacional e internacional (Mercosul); • No Brasil existem 3 bitolas – Larga (1,60 /17%) – Métrica (1,00/81%) e Mista (1,435/ 2%). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 119 MODAL RODOVIÁRIO • Pouca capacidade de carga; • Curtas distâncias; • Flexibilidade operacional; • Alta Capilaridade; • Utilização intensiva de combustíveis de fontes não renováveis e alto custo financeiro e ambiental; • Grandes impactos ambientais (poluição atmosférica, ruídos, acidentes, congestionamentos); • Custos fixos baixos; • Custos variáveis altos. MODAL AQUAVIÁRIO • Grande capacidade de carga; • Elevado custo portuário; • Menor custo de transporte para grandes distâncias; • Baixa velocidade = maior tempo de entrega (transit time); • Baixa capilaridade (porta a porta); • Vários tipos de navegação: Navegação de Cabotagem, Navegação de Longo Curso, Navegação Interior, Navegação de Apoio Marítimo, Navegação de Apoio Portuário. • Possibilidade de estoque em trânsito. MODAL DUTOVIÁRIO • Operam 24 h/dia e 07 dias/semana (com restrições na troca de produtos transportados e manutenção); • Alto custo fixo (construção, controle dos terminais e bombeamento); • Baixo custo variável (menor em relação aos outros modais); • Alta confiabilidade; • Considerações ambientais na implantação da rede e na sua operação. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 120 MODAL AÉREO • Mais novo e menos utilizado; • Maior velocidade; • Custo do frete compensado pela redução de custos com estocagem e armazenagem; • Custo fixo baixo; • Custo variável alto; • Baixa capilaridade; • Válido para produtos perecíveis e com alto valor agregado; • Frete 02 vezes maior que o rodoviário e 16 vezes maior que o ferroviário. Comparativos entre os tipos de modais Veja a seguir a capacidade de carga e ocupação de espaço físico: Veja a seguir o comparativo de custos do Brasil, Argentina e EUA, em 2010: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 121 Atenção Pelos quadros apresentados, verificamos que a utilização inadequada do modal rodoviário no Brasil onera os custos com transportes, trazendo um aumento dos custos finais dos produtos, portanto, quando do planejamento do transporte, o aspecto mais importante é a escolha do modal a ser utilizado. No Brasil para a Distribuição Física Urbana, só é possível a utilização do modal rodoviário, mas em grandes cidades dos EUA e Europa já se utiliza drones (aeronaves não tripuladas) para esse tipo de serviço. Parâmetros determinantes para a escolha do modal e características das cargas Na decisão sobre que modal utilizar, alguns critérios devem ser analisados, pois certamente alguns deles inviabilizarão a utilização de alguns modais pretendidos. Além disso, outro parâmetro a ser analisado refere-se à natureza e características das cargas, veja a seguir:Parâmetros determinantes Escolha de modais • Custo da operação; • Tempo de trânsito; • Frequência do serviço; • Serviços logísticos oferecidos; • Disponibilidade e qualidade das informações; • Confiabilidade (regularidade e consistência no nível de serviços oferecidos); • Capacidade; • Acessibilidade e flexibilidade de integração; • Segurança, perdas e danos. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 122 Parâmetros determinantes Caracterísitcas da carga • Tipo (sólida, granel, sacaria etc.); • Peso específico ou unitário; • Volume; • Fragilidade; • Tipo de embalagem; • Limite de empilhamento; • Possibilidade de unitização; • Temperatura de conservação; • Nível de umidade admissível; • Prazo de validade; • Legislação. Atenção Para que possamos usar estratégias que melhorem a performance da empresa frente ao mercado, na utilização do transporte deve-se planejar cuidadosamente todos esses aspectos mencionados. Uma outra opção será a terceirização do serviço de transportes, cabe ressaltar que aqui faz-se necessária a utilização dos conceitos de trade off e análise profunda do terceiro, na intenção de que cumpra-se o desejado pela empresa. Cálculo do dimensionamento da frota de distribuição urbana e do tempo de ciclo das entregas Para que um sistema de distribuição obtenha o sucesso desejado, é imperioso o devido e cuidadoso dimensionamento da frota de distribuição, assim como a especificação dos mesmos. Tal planejamento visa fazer com que as entregas sejam executadas no tempo prometido com a utilização ótima dos veículos da frota. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 123 A logística é hoje amplamente estudada em função dos seus enlaces, que determinam situações que geralmente, se bem desenvolvidas levam as empresas ao sucesso. A área de transporte é uma das mais impactantes para as empresas, pode representar até 45% dos custos logísticos, portanto um bom planejamento dos transportes é muito importante. Algumas decisões são fundamentais, as principais são a seleção do modal, a roteirização do transportador, a programação de veículos e a consolidação do embarque. Custos dos transportes Em função da crescente concorrência no mercado, os custos dos transportes podem ser um diferencial competitivo importante, ou até inviabilizar uma negociação. Portanto, quanto mais eficiente o transporte, maior ganho terão as empresas que o praticam com relevância. A expansão urbana e crescimento das diversas regiões trazem um aumento do volume de bens que são transportados, atendendo às necessidades da demanda. Esse fato faz com que o planejamento de transporte consiga atender aos interessados, como redes varejistas, fabricantes e clientes finais. Nesse contexto, merece destaque a distribuição física de carga urbana, pela complexidade que oferece aos profissionais envolvidos nesse processo. Vale destacar a grande diferença em rotas de distribuição de média/grande distâncias e rotas urbanas, que tem todas as restrições impostas pela circulação em perímetros urbanos populosos. É inegável a importância que exerce a carga urbana na qualidade de vida da sociedade, que a cada dia solicita um maior número de produtos, assim como uma maior diversidade destes. Porém, com o aumento do volume de bens produzidos e consumidos, bem como a ampliação da demanda por serviços numa região, favorecendo sua expansão econômica, gera um aumento significativo da demanda por transporte (CARVALHO, 1998). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 124 Isso provoca um grande número de problemas, destacando-se as restrições de tráfego e o aumento do risco sobre os demais veículos e sobre os pedestres; conflitos entre o transporte urbano e o transporte de carga; obstruções ao trânsito com consequente redução da velocidade; congestionamentos, que por sua vez acarretam maior consumo de combustível, maiores tempos de viagem, incremento na poluição sonora, atmosférica e visual, vibrações, doenças, mortes e acidentes; perda de espaços verdes e espaços abertos e o aumento do custo do serviço de transporte de carga propriamente dito, com o consequente aumento no custo final dos produtos (CARVALHO, 1998). Algumas atividades vão impactar diretamente no tempo de um processo de distribuição urbana, tais como: o tempo de carregamento do veículo, que depende da forma em que o veículo é carregado; tempo do percurso desde o Centro de Distribuição (CD) até o cliente, prevendo-se todas as dificuldades de estacionamento do veículo; tempo de descarregamento, dependendo também como o veículo será descarregado; tempo de atendimento do cliente, que envolve a espera para conferências; tempo da viagem de retorno até a base (CD) etc. Em estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Westminster, Inglaterra (ALLEN et al., 2000) para as cidades de Londres e Norwick, os autores chegaram à conclusão que 10% do tempo gasto para efetivar-se uma entrega é em decorrência da viagem de ida e volta ao CD, 1% em espera no cliente, 2% em engarrafamentos e 87% procurando local para estacionar. No Brasil, esses índices diferem em função principalmente da tolerância de estacionamentos em locais proibidos. Portanto, é necessário um bom planejamento de distribuição urbana a fim de reduzir os impactos causados, principalmente no trânsito dos centros urbanos. Um dos problemas encontrados em um planejamento de distribuição é a variação do tempo do ciclo de entrega/coleta, que é o tempo dispendido desde ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 125 a saída da base até o final das entregas com o retorno à base ou não. Nota-se que esses tempos são de certa forma aleatórios, que dependem de alguns fatores como os mencionados anteriormente. Com o objetivo de avaliar o efeito que essas diversas ocorrências podem ter na logística de distribuição, Novaes (2003) analisou, de forma hipotética, como seria o processo de distribuição de uma empresa considerando, inicialmente, que não haveria nenhum tipo de ocorrência (situação 1), ou seja, nenhum tipo de evento que provocasse atraso nas diversas etapas do processo de distribuição. Posteriormente, considerou o caráter aleatório das atividades relacionado com diferentes ocorrências e que induzem à variabilidade do tempo de viagem e da carga e descarga (situação 2). Nesta análise, Novaes (2003) observou, comparando as duas hipóteses, que na situação 2 haveria uma redução de aproximadamente 47% no número de entregas e no carregamento médio do veículo em relação à situação 1, dentro de uma jornada de oito horas de trabalho. Portanto, essas variabilidades devem ser mais bem estudadas a fim de diminuir o impacto em tempos que diretamente aumentam os custos. Visão dos atores participantes do processo de distribuição Em um processo de distribuição, os atores participantes tem visões próprias, de acordo com os seus interesses. Veja a seguir cada uma dessas visões e algumas medidas que visam reduzir os impactos causados pela distribuição: Fabricante Visão Para o fabricante, interessa que a distribuição não gere perdas de seus produtos e que mantenha um grau de eficácia que consiga satisfazer os seus clientes. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 126 Medidas que visam reduzir os impactos Facilitar a utilização de equipamentos adequados para a transferência da carga entre o veículo e o estabelecimento; dar uma rápido atendimento aos fornecedores. Varejista VisãoPara o varejista interessa que a distribuição garanta que os produtos não faltem em seu estabelecimento, sendo entregues na quantidade exata, e sem danos. É importante também para o varejista que o agendamento das entregas sejam respeitados para que não afete a organização de seu negócio. Medidas que visam reduzir os impactos Planejar locais para carga e descarga próximo aos varejistas e estes flexibilizarem seus horários de entregas/coletas. Transportadoras Visão Para os transportadores interessam os seguintes aspectos: a compatibilidade dos veículos com as praças de entregas;); adequação à carga/descarga das mercadorias; as restrições de horários de entrega e coleta da mercadoria impostos pelo cliente ou pela legislação vigente na área; a rastreabilidade da operação de entrega; a disponibilidade de áreas apropriadas para a carga e descarga; fácil localização dos clientes, em áreas de fácil acesso; congestionamentos que possam trazer atrasos nas entregas; utilização de sistemas de roteamento para auxiliar a programação de entrega e coleta das mercadorias; agendamento das entregas, sem atrasos; legislações de trânsito vigentes. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 127 Medidas que visam reduzir os impactos Rastreamento das entregas com um efetivo controle dos locais onde encontram-se os veículos, inibindo assim os roubos de carga; utilização de roteirizadores, que aumentam a eficácia das entregas; dotar seus veículos com equipamentos que possibilite uma melhor carga/descarga dos veículos, como paleteiras, rampas niveladoras etc.; intensivo programa de treinamento de seus motoristas e ajudantes. Comunidade e Autoridades Locais Visão Para a comunidade e população em geral, interessa que não hajam congestionamentos, poluições atmosféricas, auditivas e visuais, mantendo a cidade dentro de padrões confortáveis para a convivência. Para as autoridades, interessa que as leis vigentes sejam respeitadas, reduzindo-se assim os congestionamentos, poluições e acidentes nas vias. Medidas que visam reduzir os impactos Adoção de estratégias para redução do uso de veículos particulares por meio de melhoria do sistema de transporte público; planejamento de locais para paradas de veículos de entrega, e efetiva fiscalização de paradas em locais inadequados; colocação de painéis eletrônicos com indicações das condições de trânsito, que oriente o motorista sobre a rota a ser utilizada; planejamento e controle de execução de obras públicas que obstruem as vias; regulamentação da operação de carga e descarga em horários noturnos em áreas com alta densidade de tráfego, promovendo segurança nesses locais, além de outras medidas que visam reduzir o número de veículos em circulação nas vias públicas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 128 Visão dos atores participantes do processo de distribuição Veja a seguir, os atributos que devem ser analisados no momento da escolha do veículo ideal para determinada operação de transporte (distribuição). Os dados a serem levantados referem-se às características da carga, do transporte e das rotas: Características da carga Tipo (sólida, granel, líquida etc.); peso específico (kg/m³) ou unitário; volume (m³); prazo de validade; unitização; fragilidade; altura de empilhamento; tipo de embalagem; temperatura para o transporte; umidade admissível; validade; legislação específica no caso de cargas perigosas. Características do transporte Pontos de partida e chegada; pontos e frequência de abastecimento; processos de carga/descarga; horários de atendimento dos locais de partida e chegada; dias úteis de trabalho por semana/mês; tempo de carga/descarga. Características das rotas Distâncias entre origem e destino; tipo de estrada (pavimentação e trânsito); topografia (rampa máxima e altitude); pesos máximos admitidos em pontes e viadutos; legislação de trânsito (federal, estadual, municipal). Cálculo simplificado da frota de distribuição de carga urbana Segundo Novaes, considerando uma empresa que distribui seus produtos a partir de um Centro de Distribuição (CD), atendendo a uma determinada região, normalmente essa região deve ser subdividida em zonas de entrega. Para Galvão (2003), a subdivisão da região em zonas depende de uma série de fatores, destacando-se: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 129 A determinação precisa dos contornos das zonas de distribuição, que constitui um problema relativamente complexo, pois envolve conceitos topológicos, operacionais, urbanísticos e viários. Cada zona de entrega é atendida por um veículo, com uma periodicidade prefixada. A periodicidade da entrega pode ser diária, semanal, quinzenal, mensal, dependendo da característica de cada caso. A escolha do período em que as visitas se repetem vai depender basicamente de dois fatores antagônicos: de um lado, o nível de atendimento ao cliente, que sente-se melhor atendido com entregas mais frequentes; de outro, o custo do transporte para o distribuidor. Há casos em que o veículo pode executar mais de um roteiro por dia. Nesse caso ele volta ao CD, onde é novamente carregado, e vai atender outra zona de entrega (NOVAES, 1997). Veja como fazer o cálculo: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 130 Atenção Dia após dia, milhares de veículos de entrega são roteirizados para executarem sua rota de entrega, segundo diversos parâmetros e restrições, impostas por leis, pelos clientes etc... Diante dessas características e da complexidade do processo, faz-se necessário analisar a distribuição física e a rotina operacional de roteirização e programação de veículos, englobando nessa programação as distâncias percorridas e tempos gastos para a realização das entregas. Especial atenção deve ser dedicada ao processo de roteirização e programação de veículos, sempre tendo como referência os conceitos encontrados na literatura especializada. Esse processo muitas vezes está baseado na experiência prática do profissional, não tendo portanto, nenhum embasamento técnico que lhe dê suporte. Diversas aplicações práticas podem ser citadas, como: entrega em domicílio de produtos comprados nas lojas de varejo ou Internet, distribuição de jornais, manufaturados, distribuição dos CDs para lojas de varejo, distribuição de bebidas em bares e restaurantes, distribuição de combustível para postos de gasolina, coleta de lixo, entrega de correspondências, distribuição de gás, patrulhamento policial, limpeza de ruas, roteirização de linhas aéreas etc. (NOVAES, 2004). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 131 Características básicas da coleta e distribuição de carga no transporte rodoviário O transporte não deve ser considerado como mero responsável por transportar mercadorias, alguns aspectos importantes e estratégicos devem ser considerados, como o fator espacial x temporal e sua relação com custos. Novaes (1989), Valente et al. (2003) e Galvão (2003) apresentam as características básicas da coleta e distribuição de carga no transporte rodoviário: Uma região geográfica é dividida em zonas, cujos contornos podem ser rígidos ou, em alguns casos, podem sofrer alterações momentâneas para acomodar diferenças de demanda em regiões contíguas. Para cada zona é alocado um veículo, com uma equipe de serviço, podendo ocorrer outras situações, como, por exemplo, mais de um veículo por zona. A cada veículo é designado um roteiro, incluindo os locais deparada, pontos de coleta ou entrega, atendimento de serviços etc., e a equipe que deverá atendê- los, partindo preferencialmente de um depósito/CD e retornando no final da tarefa. O serviço deverá ser realizado dentro de um tempo de ciclo predeterminado. No caso de coleta/entrega urbana, o roteiro típico inicia-se de manhã cedo e encerra-se no fim do dia (ou antes, se o roteiro for totalmente cumprido). Nas entregas regionais o ciclo pode ser maior. Os veículos são despachados a partir de um depósito, onde se efetua a triagem da mercadoria (ou serviço) em função das zonas. Nos casos em que há mais de um depósito, o problema poderá ser analisado de forma análoga, efetuando-se, para isso, as divisões adequadas da demanda e/ou área geográfica a ser atendida. A localização e utilização dos depósitos precisam ser programadas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 132 O problema de zoneamento ou particionamento De modo geral, o problema de zoneamento ou particionamento envolve criar grupos de elementos baseadas em proximidade ou medidas de similaridade. Para Botelho (2003) o zoneamento das áreas de abastecimento visa equilibrar a demanda e a utilização dos recursos. Novaes (1989) cita que esse conceito visa tirar vantagem das características morfológicas das redes de transporte, especialmente nas vias arteriais com direções bem-definidas e vários pontos a serem atendidos por um único veículo. Para Valente et al. (2003), em um estudo de zoneamento, dois princípios devem ser observados: a procura pelo menor custo operacional, através da diminuição do comprimento total das rotas ou do número de veículos necessários para atender todos os pontos (clientes), e a procura do menor tempo de operação. A partir desses princípios alguns critérios podem ser estabelecidos: Compacidade Compacidade É a proximidade de um grupo, sendo que quanto mais próximos forem os pontos do serviço menor o comprimento das rotas. Morfologia Morfologia Os fatores que podem determinar a forma dos grupos são: as características das regiões urbanas (como rios, morros, linhas férreas, vias expressas etc.), que já dividem a região em uma série de zonas, ou a finalidade dos transportes, como para o caso do transporte escolar, em que uma das hipóteses sugerida possui a forma elíptica. Balanceamento ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 133 Balanceamento Situação em que o número de pontos a serem servidos é dividido igualmente entre os diversos grupos e seus respectivos veículos, de acordo com sua capacidade e volume de serviço demandado nos pontos atendidos. O objetivo é conseguir um melhor aproveitamento dos veículos nas rotas. Homogeneidade Homogeneidade De acordo com as condições de tráfego, os volumes envolvidos, entre outros, as regiões podem ser mais ou menos homogêneas. Isso servirá de base nas especificações dos veículos e dos equipamentos envolvidos. Estudos sobre zoneamento Diversos autores, em seus trabalhos, analisaram a questão do zoneamento, considerando-o como fator-chave para obter rotas com tempos e/ou distâncias mínimas para essas zonas. Todos esses estudos buscam metodologias para auxiliar os usuários/empresas na tarefa de zoneamento no processo de distribuição física de produtos. De forma geral, isso possibilita ao analista uma pré-seleção de configurações consistentes entre si e obedecendo a critérios objetivos e claros. É importante ressaltar que muitas linhas de pesquisas de zoneamento estão diretamente ligadas à formação/otimização de roteiros de viagem. Veja a seguir os estudos sobre a questão do zoneamento: Novaes (1991) apud Galvão (2003) apresenta um desenvolvimento metodológico onde a região analisada pode ter qualquer forma, o depósito pode estar localizado em qualquer ponto da região, a densidade pode variar ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 134 ponto a ponto, de forma não uniforme. A metodologia representa a região de distribuição de forma reticulada, dividindo a região em quadrículas elementares, abordagem com tratamento discreto da região. Para cada quadrícula são determinadas as coordenadas e a densidade de pontos e, juntamente com as características de distribuição e restrições dos veículos, é determinada a divisão da região em zonas de distribuição aproximadamente ótimas. Divisão de Região em faixas de Daganzo, citados por Novaes (1999) e Galvão (2003). Procura-se determinar uma segmentação que reduza a distância média entre pontos e facilite a programação do roteiro de entrega. Daganzo (1984), também citado nesses trabalhos, apresenta formulações para zoneamento, objetivando a minimização da distância média percorrida por ponto de parada. Novaes e Graciolli (1999) fixam os limites de distrito e busca a melhor frota de veículos que minimize custos totais de transporte diário. São tratados tempo e carga probabilística do veículo. Cada distrito é relacionado a uma função característica que leva em conta os custos de distribuição, tempo e restrições de capacidade, esforço de distribuição, e considerações de forma. O modelo de otimização comparado com os resultados prévios aplicam divisões circulares com base em um depósito central (coordenadas polares centradas no depósito) que dá início a determinação de setores, anéis, distritos, zonas onde cada caminhão irá fazer a distribuição. Cada distrito é limitado entre dois raios R1 e R2, sendo R1 o limite inferior e R2 o limite superior. Para o início da distribuição, o primeiro distrito é limitado por um raio centrado no depósito, raio este que é variado por iterações até que se verifique o mais próximo possível de suas restrições. A partir do segundo distrito, anéis são construídos igualando o raio 1 ao raio 2 do anel anterior e projetando o raio 2 de acordo com a área e densidade da região que ainda não foi trabalhada em relação ao ponto mais distante do raio 1. Iterações são feitas no anel obtendo-se as zonas sequencialmente em seus limites de ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 135 restrições até que, fazendo pequenas alterações no raio 2, a última zona do anel seja equilibrada em relação às outras. Novaes et al. (2000) apresentam uma metodologia a ser usada no projeto de viagens multientrega associado com o atendimento de uma região heterogênea, onde a densidade de pontos a serem visitados e a quantidade de carga varia na área atendida. Os tempos de ciclo de veículo e carga do veículo são assumidos como probabilísticos. A região analisada é dividida em vários setores, anéis, e distritos, com as coordenadas polares centradas no depósito. Conceitos e funcionamento dos canais de distribuição Os pesquisadores assumiram uma estrutura de grade retangular para a representação das variáveis de espaço. O modelo de otimização busca a configuração da frota de veículos que minimize custos totais de transporte diariamente. Como exemplo, o modelo é aplicado a um problema de entrega de pacotes na cidade de São Paulo, Brasil. Galvão (2003) determina um conjunto de distritos (zonas) para cada uma das quais está associado um veículo que percorrerá uma distância a ser aproximada. Seguindo esses conceitos, temos a formulação matemática simplificada para calcularmos o tempo do ciclo das entregas: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 136 Atividade proposta Como você analisaria a infraestrutura de transportes no Brasil e quais os impactos causados? Chave de resposta: A infraestrutura dopaís é precária e está baseada principalmente no modal rodoviário, que é um modal inadequado em função do tamanho territorial brasileiro. Sabe-se também que o transporte é um dos fatores-chave da SCM e o maior ofensor em custos, portanto, planejar o serviço de transportes analisando os principais aspectos que o envolve, cria-se a possibilidade de estratégias que possam diferenciar a empresa no mercado. Material complementar Para saber mais sobre o funcionamento dos sistemas de transportes, assista ao vídeo disponível em nossa galeria de vídeo. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 137 Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 Um dos fatores determinantes para a criação de uma estratégia envolvendo o transporte é quanto ao impacto do frete. São fatores determinantes para o preço final do frete: I. Distância percorrida, custos operacionais. II. Especificidade do veículo utilizado, perdas e avarias. III. Mão de obra utilizada no terminal, carga e descarga. IV. Sazonalidade por demanda por transporte, possibilidade de carga de retorno. V. Especificidade da carga transportada, custos operacionais. a) I, II, III, IV corretas b) I, II, IV, V corretas c) I, II, III, V corretas d) II, III, IV, V corretas e) I, III, IV, V corretas Questão 2 ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 138 Alguns paradigmas devem ser quebrados quando do planejamento de transportes, dentre os mais importantes é a escolha do modal adequado a ser utilizado. São parâmetros importantes a serem analisados na escolha dos modais: I. Acessibilidade e flexibilidade de integração, segurança, perdas e danos. II. Frequência do serviço, serviços logísticos oferecidos. III. Custo da operação, tempo de trânsito. IV. Conforto, segurança do veículo. V. Disponibilidade e qualidade das informações, confiabilidade a) I, II, III, IV corretas b) I, II, IV, V corretas c) I, II, III, V corretas d) II, III, IV, V corretas e) I, III, IV, V corretas Questão 3 Podemos notar o desequilíbrio da nossa matriz de transportes, que utiliza largamente o modal rodoviário em um país de dimensões continentais com o agravante de o modal rodoviário ter uma capacidade de carga muito baixa. Assinale a opção INCORRETA quanto às características do modal rodoviário: a) Flexibilidade – Custos fixos baixos b) Impactos ambientais – Grande capacidade de carga c) Capilaridade – Curtas distâncias d) Custos fixos baixos – Custos variáveis altos e) Impactos ambientais – Combustíveis – fontes não renováveis Questão 4 Na decisão quanto à escolha de que modal utilizar, deve-se analisar alguns parâmetros como, EXCETO: a) Frequência b) Tempo de trânsito c) Capacidade ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 139 d) Disponibilidade e) Tipo de embalagem Questão 5 Na decisão quanto à escolha de que modal utilizar em função das características da carga, deve-se analisar alguns parâmetros como, EXCETO: a) Tipo b) Volume c) Fragilidade d) Capacidade e) Prazo de validade Questão 6 Pode-se dizer que a distribuição também interage com o meio, podendo provocar diversas interferências, Dentre essas interferências, escolha a INCORRETA: a) Aumento do custo dos combustíveis b) Atrasos na viagem c) Oscilações e atrasos nos prazos de entrega d) Políticas de estoque e) Avarias na carga e descarga Questão 7 O tempo necessário para realizar um serviço de distribuição de carga urbana pode ser subdividido em vários componentes. Escolha a opção que NÃO atende a esses requisitos: a) O tempo de carregamento do veículo. b) Tempo de descarregamento. c) Mão de obra utilizada. d) Tempo de contato com o cliente e tempo da viagem de retorno. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 140 e) Tempo de viagem desde o Centro de Distribuição (CD) até o cliente, tempo procurando o local para estacionamento e estacionando o veículo próximo ao cliente. Questão 8 A escolha dos equipamentos a serem utilizados no processo de distribuição, seja para médias/longas distâncias ou para entregas urbanas, deve ser baseada em modelos de análise, de forma a ter uma resposta correta para a pergunta: “qual o veículo ideal para atender determinada necessidade de transporte?” (NOVAES, 1997). Escolha a opção que NÃO atende a essa análise: a) Condições viárias e de tráfego e tipo e capacidade dos veículos. b) Qualidade dos combustíveis e óleos utilizados no veículo. c) Processos de carga/descarga e o, tempo de carga/ descarga. d) Horários de atendimento dos locais de partida e chegada e os dias úteis de trabalho por semana/mês. e) Tipo de carga (sólida, granel, líquida etc.) e o seu peso específico (kg/m³) ou unitário. Questão 9 A carga é coletada nas instalações do embarcador e deslocada até o depósito da transportadora, onde é feita a triagem e o reembarque nos veículos de distribuição, que fazem as entregas diretamente aos destinatários localizados em vários pontos. O texto está se referindo ao conceito de: a) Serviço de carga fracionada local b) Serviço de lotação completa c) Serviço de carga fracionada de longa distância d) Serviço de carga fracionada de longa distância com terminais intermediários e) Serviço de carga consolidada ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 141 Questão 10 Alguns atributos devem ser analisados no momento da escolha do veículo ideal para determinada operação de transporte (distribuição). Quanto às características das rotas podemos afirmar que deve (m) ser analisado (a/s), EXCETO: a) Tipo de estrada b) Qualidade e preço do combustível c) Distância origem x destino d) Legislação de trânsito e) Topografia Navegação de Apoio Marítimo: É a utilizada para apoio logístico a embarcações e instalações em águas territoriais nacionais. Navegação de Apoio Portuário: Realizada exclusivamente nos portos e terminais aquaviários, para atendimento a embarcações e instalações portuárias. Navegação de Cabotagem: É aquela realizada entre os portos ou pontos do território nacional, utilizando a via marítima e/ou as vias navegáveis do interior. Navegação de Longo Curso: É a navegação realizada entre os portos brasileiros e estrangeiros. Navegação Interior: É aquela realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional ou internacional. Número de aeroportos: O Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado nas proximidades de São Paulo, é o maior e mais movimentado aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego comercial e popular ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 142 do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem 34 aeroportos internacionais e 2464 aeroportos regionais. Outras medidas que visamreduzir o número de veículos em circulação: Desenvolver veículos próprios para a distribuição urbana, dotados de maior conforto a seus tripulantes e melhor manobrabilidade, assim como projetos de combustíveis menos poluentes. A escolha dos equipamentos a serem utilizados no processo de distribuição, seja para médias/longas distâncias ou para entregas urbanas, deve ser baseada em modelos de análise, de forma a ter uma resposta correta para a pergunta: “Qual o veículo ideal para atender determinada necessidade de transporte?” ( NOVAES, 1997), são exemplos de outras medidas que podem ser tomadas. Presidente Juscelino Kubitschek: O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial as de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Àquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos citados governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário. Kubitschek foi responsável pela instalação de grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utilizados para atraí- los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias. Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes de automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën, Chrysler, Mercedes-Benz, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país da indústria automobilística. Roteirizados: Segundo Ribeiro et al. (1999), o problema de roteirização pode ser classificado como a forma de determinar percursos ótimos para uma frota de veículos estacionada em um ou mais domicílios de forma a atender um conjunto de clientes geograficamente dispersos. Com relação à programação ou ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 143 sequenciamento de um veículo, Chih (1987) caracteriza o problema como uma sequência de pontos que um veículo precisa percorrer, tendo a condição adicional de terem horários preestabelecidos de chegada e partida (conhecidos como janelas de tempo), ou então, relação de precedência entre pontos a serem cumpridos. Assim, a roteirização e programação de veículos têm sido foco de constantes pesquisas nas ultimas décadas, onde vários avanços têm sido realizados neste campo. A roteirização de veículos mostra-se como uma decisão a nível operacional, ou seja, diariamente a frota deve ser organizada segundo critérios de carregamento e algumas prioridades e roteirizada para atender aos seus diversos pedidos. Em grande parte dos casos, essa atividade é resolvida de forma prática através do pessoal da expedição ou ainda pelos próprios motoristas, o que via de regra, não vão apresentar as melhores soluções. Segundo Chih (1987) e Bose (1990), a maioria das empresas no Brasil empregam profissionais especialmente treinados para a execução da atividade de roteirização, que separam e agrupam os pedidos enviados a empresa baseados na sua experiência. Portanto, qualquer otimização dos recursos disponível pode trazer ganhos para o sistema como um todo, evidenciando melhorias para o processo e a possibilidade de redução no lead time (tempo que decorre entre a tomada de uma providência e sua concretização) de movimentação. Nesse processo deparamo-nos com diversas restrições como, horários de atendimento, entregas mais frequentes, tamanhos diversos dos veículos, variedade de cargas etc. São aspectos que trazem complexidade para o sistema de distribuição que se não forem otimizados causarão impactos em custos e perda de qualidade e eficiência dos serviços. Aula 6 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: A mão de obra utilizada nos terminais não será um custo repassado para o preço final do frete. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 144 Questão 2 - C Justificativa: Conforto e segurança do veículo não são parâmetros que impactam na escolha do modal. Questão 3 - B Justificativa: O modal rodoviário não tem grande capacidade de carga. Questão 4 - E Justificativa: O tipo de embalagem é um parâmetro que deve ser analisado quanto às características da carga. Questão 5 - D Justificativa: A capacidade é um parâmetro a ser analisado quando da escolha do modal a ser utilizado. Questão 6 - A Justificativa: O aumento do custo dos combustíveis independe da interferência da distribuição física. Questão 7 - C Justificativa: A mão de obra da tripulação não influi no tempo de viagem. Questão 8 - B Justificativa: A qualidade dos combustíveis não irá influir na escolha do equipamento de transporte. Questão 9 - A Justificativa: O serviço refere-se à distribuição física urbana, que faz entregas locais de cargas fracionadas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 145 Questão 10 - B Justificativa: A qualidade e o preço do combustível não é uma característica das rotas a serem percorridas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 146 Introdução A Cadeia de Valor é o somatório de uma série de ações que visam atender aos clientes, iniciando no in bound na parceria com os fornecedores e indo até o cliente final. Essas ações devem ser estratégicas para que o valor que o cliente perceba seja sempre uma constante. Objetivo: 1. Conceituar a cadeia de valor em seus aspectos amplos; 2. Demonstrar como a distribuição física poderá agregar valor aos clientes. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 147 Conteúdo Conceitos sobre cadeia de valor A cadeia de valor é definida como o somatório de processos, subprocessos ou atividades que se desenvolvam ao longo da Cadeia de Suprimentos, sempre de forma integrada, que irá agregar valor aos clientes. A análise dessas ações devem estar sempre voltadas para o cliente, aqui não se analisa a performance de um determinado processo, mas se ele agrega, efetivamente, valor ao cliente. Gerar valor ao cliente é atender às suas necessidades em sua plenitude, processos que não agreguem valor para o cliente estarão agregando apenas custos e deverão ser repensados e replanejados. Identificação das atividades geradoras de valor Normalmente, os processos indiretos, de apoio ou administrativos geram menos valor do que os diretamente ligados ao objeto, como produção e a distribuição física. Percebe-se também que quanto mais enxuto for um processo, em termos de tempo, de quantidade de pessoas envolvidas, mais valor ele estará agregando. As atividades são divididas entre as de apoio (indiretas) e as primárias (diretas) na “Logística de Saída”. Observe: Atividades de apoio Infraestrutura gerencial: • Sistemas de gestão integrados à Internet; • Relação com investidores via web. Gestão de RH: • Treinamento e informações corporativas via web; • Recrutamento via web; ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 148 • Intranet com programas de benefícios, férias, relatórios de despesas e outras aplicações. Desenvolvimento da tecnologia: • Ferramentas para gestão colaborativa de projetos; • Bibliotecas de conhecimento acessíveis; • Mais informação e dados em tempo real sobre os produtos para o pessoa de PeD. Procurement: • Ferramentaspara compras diretas ou indiretas, com leilões, leilões reversos, cotações, fluxo do processo de compras; • Integração com bancos e fornecedores para pagamento e conciliação financeira. Atividades primárias Logística de entrada: • Sistemas em tempo real de monitoração, entrega, gerência de estoques, planejamento e gerência de demanda pela empresa e seus fornecedores; • Disseminação em toda a empresa de informações de estoques de matérias- primas, em tempo real. Operações: • Troca de informações em tempo real entre as operações da empresa, fornecedores e parceiros, facilitando a tomada de decisão; • Integração em tempo real da operação com os sistemas gerenciais, a área de vendas, com os canais e eventualmente com os clientes. Logística de saída: • Tratamento automatizado de pedidos personalizados, feitos por clientes, área de vendas ou canais; ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 149 • Acesso aos clientes e parceiros sobre o desenvolvimento de produtos e serviços; • Integração com sistemas de previsão de demanda dos clientes; • Gerência ativa dos estoques e pedidos do canal. Marketing e vendas: • Sites e mercados digitais para vendas on-line; • e-CRM e tecnologias de personalização em massa; • Interação via chat, fóruns e correio com clientes para vendas e pesquisas; • Gerência remota e integração em tempo real com forças de vendas remotas; • Propaganda na Internet. Serviços pós-venda: • Suporte à distância via chat, e-mail, fóruns e outros sistemas interativos via Internet; • Sistemas diversos de suporte para o próprio cliente, permitindo acompanhamento de pedidos, dos pagamentos e até complementos ao produto ou serviço adquirido; • Acesso em tempo real das equipes de serviço a informações externas; • Criação de comunidades online reunindo grupos de clientes. Subprocessos Os processos vistos anteriormente não estão isolados e, para que o processo de Distribuição agregue valor, é necessário que os subprocessos que lhe apoiam também agreguem valor. Observe: Logística de entrada: são todos os processos relacionados com a recepção, controle de inventário, marcação de transporte. Neste ponto, as relações que têm com os fornecedores são um fator decisivo para a criação de valor. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 150 Operações: inclui maquinário, embalagens, montagem, manutenção de equipamento, testes e outras atividades de criação de valor que transformam inputs no produto final, para ser vendido aos clientes. Logística de saída: as atividades associadas com a entrega do seu produto ou serviço ao cliente, incluindo sistemas de recolha, armazenamento e distribuição e podem ser internos ou externos à organização. (distribuição física) Marketing e Vendas: são os processos que a empresa utiliza para convencer os clientes a comprarem os seus produtos ou serviços. As fontes de criação de valor aqui são os benefícios que oferece e o modo como os transmite. Serviço: as atividades que mantêm e aumentam o valor dos produtos ou serviços após a compra. Aqui incluem-se o apoio ao cliente, serviços de reparação e/ou instalação, formação, atualizações etc. Valor, preço e custo O Marketing projeta e a Logística operacionaliza os níveis de serviços oferecidos aos clientes, mas nesse planejamento deve-se ter o cuidado de agregar valor ao nível de serviço que será oferecido. Vamos relembrar os conceitos de custo, preço e valor que serão importantes nesse estudo: Custo Pode ser definido como todo o desembolso ou gasto que se tem para produzir algo. Preço São todos os custos agregados a uma margem de lucro. (P = C total unitário + M lucro). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 151 Preço É subjetivo, pessoal; é o que o produto/serviço leva ao cliente de forma a atender às suas necessidades. Relação do preço com a qualidade Um dos valores mais requeridos pelos clientes é a relação do preço com a qualidade do produto/serviço oferecido. O mesmo conceito para cálculo do preço atende também no momento de ser definido o nível de serviço que será oferecido ao cliente, ou seja, esse serviço tem que vir agregado a um valor que o cliente perceba e que atenda às suas necessidades. Baseado nessa afirmativa, vamos analisar o quadro a seguir: Determinação de preço baseada em custo versus determinação de preço com base no valor Determinação de preço baseada em custo Produto Custo Preço Valor Clientes Determinação de preço com base no valor Clientes Valor ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 152 Preço Custo Produto Podemos notar que, quando o preço ou nível de serviço é baseado no custo, esse atributo tem maior peso, ou seja, o nível de serviço é planejado baseado em seus custos, ficando o valor como prioridade secundária. Ao contrário, quando temos um nível de serviço baseado em valor prioriza-se o entendimento do que o cliente deseja, verifica-se o valor que ele deseja do nível de serviço e o custo está priorizado de forma secundária, assim como o preço. Logicamente que os custos devem ser bem--definidos para que se possa analisar a viabilidade econômico-financeira da oferta do nível de serviço. Como já sabemos, esses custos gerados pela oferta de um nível de serviço devem ser compensados pelo critério dos trade-offs. Divisão física Vamos observar os subprocessos da distribuição física que devem agregar valor para que o resultado final seja benéfico ao cliente. Objetivos de serviços ao cliente Estratégias de estoques • Níveis de estoque; • Disposição de estoques; • Métodos de controle. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 153 Estratégia de transporte • Modais de transporte; • Roteirização/programação do transportador; • Tamanho/consolidação do embarque. Estratégia de localização • Número, tamanho e localização das instalações; • Designação de pontos de estocagem para pontos de fornecimento; • Designação de demanda para pontos de estocagem ou pontos de fornecimento; • Armazenagem pública/privada. Interdependência das atividades de valor Apesar das atividades de valor serem pontos fundamentalmente importantes para a identificação da cadeia de valor de uma empresa para uma determinada indústria, elas não são independentes, mas, interdependentes. Como afirma Porter, as atividades de valor estão relacionadas por meio de elos dentro da cadeia de valores, ou seja, são relações entre o modo como uma atividade de valor é executada e o custo ou o desempenho de uma outra. Os elos são numerosos, e alguns são comuns a várias empresas. Os elos mais óbvios são aqueles entre atividades de apoio e atividades primárias. Um correto gerenciamento de uma cadeia de valor, na maioria das vezes, se torna um diferencial competitivo, na medida em que colabora para a melhoria da rentabilidade do empreendimento, por meio da identificação e eliminação de atividades que não adicionam valor ao produto. Assim sendo, trabalhar uma estratégia de produção considerando como parâmetro a cadeia de valor pode se configurar na diferença entre o sucesso e o fracasso de um empreendimento, uma vez que leva em consideração todas as etapas do processo produtivo. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 154 Distribuição física da cadeia de valor Entendemos que para gerar valor o foco deverá ser sempreo cliente. No processo de distribuição física, não é diferente essa abordagem, é necessário um planejamento preciso para que se entregue ao cliente exatamente aquilo que é desejado, portanto ao ser planejada a logística de distribuição, deverão ser feitas algumas análises. Conhecer os clientes é de fundamental importância na distribuição e pode tornar-se um diferencial competitivo vital para as relações empresa x cliente. Alguns fatores podem impactar bastante as operações de distribuição e a criação de valores. São os seguintes: Localização geográfica A localização geográfica atenderá ao binômio espacial x temporal, ou seja, a distância, e consequentemente, o tempo necessário para a entrega. Acesso aos pontos de entrega Devem-se verificar também as condições de acesso de determinadas entregas, e vale ressaltar que essas condições deverão ser controladas não só para regiões mais remotas, mas também em áreas urbanas, como comunidades com pouca infraestrutura. Restrições de tempo (dia da semana, hora do dia etc.) Não muito raro, o cliente impõe restrições, como horários de coleta/entrega, ou ainda em função de acontecimentos que independem da vontade do cliente, como legislações de trânsito, que limitam os horários de operação ou feiras livres. Tamanho da encomenda O tamanho da encomenda (pedido) vai definir o veículo a ser usado, lembrando sempre que esse tamanho deriva de dois aspectos: peso e volume, o que define a densidade da carga. Define-se como densidade da carga a relação entre o seu peso e seu volume, essa densidade deverá ser preferencialmente equilibrada. Podemos adotar como exemplo um carregamento de 5 t de ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 155 chumbo em lingotes e 5 t de folhas de isopor. O carregamento de chumbo caberá em qualquer veículo que tenha uma capacidade de carga mínima de 5 t e o carregamento de isopor necessitará de quantos veículos para transportá-lo? Conhecimento do produto (para reduzir as ineficiências nas operações de carga e descarga) Conhecer o produto significa compreender a sua fragilidade e perecibilidade e esse conhecimento evita danos na carga. Equipamento mecânico para movimentação do produto A carga necessita ser manuseada por algum equipamento, tipo empilhadeira, munck, plataforma niveladora? Essa questão é importante, pois a falta de equipamento adequado para a movimentação da carga pode ocasionar danos e atrasos. Nível de serviço requerido e tempo de resposta O nível requerido pelo cliente na distribuição física implica, principalmente, no tempo de entrega e no rastreamento da carga. Requisitos quanto à assistência e serviço pós-venda O serviço de pós-venda é também uma agregação de valor importante. A empresa oferece um serviço de montagem, garantia e troca de peças defeituosas? Análise das características da carga O perfeito conhecimento dos produtos faz-se necessário para que haja um perfeito transporte. Dentre os atributos que se deve conhecer das cargas, os mais importantes são: Peso, forma e volume Sabemos que o peso, a forma e o volume, que definem a densidade da carga, vão indicar o veículo mais adequado a ser utilizado na distribuição. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 156 Fragilidade A fragilidade nos indica, também, que tipo de veículo deverá ser utilizado, a arrumação da carga no interior do veículo e os cuidados com o manuseio. A fragilidade pode ser definida como o potencial que o produto oferece em termos de ter a sua forma original alterada. Possibilidade de deterioração A possibilidade de deterioração é exatamente o grau de perecebilidade da carga e tem uma ligação direta com a velocidade da entrega. A perecibilidade tem uma ligação direta com os prazos de validade do produto. Na maioria dos casos os produtos perecíveis são os produtos in natura, carnes, aves, pescados, hortifrutigranjeiros, mas podem ser também produtos com data de publicação, como, por exemplo, os jornais diários. Perigo (exemplo: toxicidade) As cargas têm classificação quanto ao perigo potencial que podem oferecer. As cargas perigosas têm uma legislação que regulamenta o seu transporte, bem peculiar. As cargas perigosas têm classificação mundial dividida em 09 classes e são definidas como: “Cargas potencialmente capazes de oferecer riscos ao ser humano, ao meio ambiente, às demais cargas e ao patrimônio e não efetivamente fazê-lo”. Valor monetário O valor monetário do produto é a relação direta quanto ao cuidado que se deve tomar quanto às questões de desvio da carga. Análise das características da empresa Deverão ser conhecidas e analisadas algumas características do distribuidor, tais como: • Política de nível de serviço; • Política de tempos de entrega; ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 157 • Localização de armazéns e centros de distribuição; • Políticas financeiras; • Performance da concorrência. Definição da localização de armazéns Definir a localização de um armazém/CD é uma tarefa que envolve grandes investimentos e é uma decisão de longo prazo, portanto, alguns fatores devem ser cuidadosamente analisados: Localizar o armazém central (principal) de um fabricante próximo da maior instalação produtiva, de forma a facilitar a comunicação e cooperação entre ambos; Localizar o armazém ou centro de distribuição não apenas junto dos clientes e pontos de venda atuais, mas também dos potenciais; Localizar o armazém ou centro de distribuição centralmente em relação a um mercado atual se a estratégia é a de assegurar a posição relativa da empresa nesse mercado e, pelo contrário, localizar centralmente em relação ao mercado potencial se a estratégia visar conquistar novos mercados. Seleção dos meios de transporte O transporte impacta sobremaneira os custos dos produtos vendidos, portanto, selecionar o melhor modal a atender a um determinado processo de distribuição é essencial para o sucesso da entrega. Nesse quesito, deve-se verificar os seguintes critérios comparativos: • Velocidade total (considerar ainda se a distância a percorrer é inferior ou superior a 500 Km); • Custo por tonelada e por quilômetro; • Possíveis estragos e perdas; • Versatilidade da carga; ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 158 • Capacidade; • Confiabilidade do serviço; • Continuidade do serviço. Deve-se sempre considerar que o modal rodoviário é sempre muito recomendado para uma carga de baixo peso e a curtas distâncias, pois é o que tem o maior índice de capilaridade, ou seja, a capacidade de fazer o porta a porta sem depender de outro modal. Por fim devemos planejar se a frota deverá ser própria, terceirizada ou mista. Deve-se planejar uma terceirização quando o processo de distribuição não é o “negócio da empresa” (core business) sob o motivo de estar-se entregando o serviço para uma empresa especialista. Como em toda terceirização, existem os pontos favoráveis e os desfavoráveis. O planejamento deve computar o custo- benefício dessa subcontratação. Atividade proposta Normalmente, os processos indiretos, de apoio ou administrativos geram menos valor do que os diretamente ligados ao objeto, como produção e a distribuição física. Percebe-se também que quanto mais enxuto for um processo, em termos de tempo, de quantidade de pessoas envolvidas, mais valor ele estará agregando. Como processos primários ou diretos está classificada a logística de saída. Como você definiria esse processo?Chave de Resposta: Logística de saída: as atividades associadas com a entrega do seu produto ou serviço ao cliente, incluindo sistemas de recolha, armazenamento e distribuição e podem ser internos ou externos à organização (distribuição física). Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 159 CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 Para que a empresa obtenha sucesso na criação de valor, é necessário identificar as atividades na cadeia de valor que irão acrescentar o que o cliente realmente necessita. Algumas atividades geram mais valor que outras, e faz-se necessário identificá-las. Dentre as atividades primárias ou diretas que são as que normalmente geram mais valor, estão: Aponte a opção INCORRETA. a) Operações b) Recursos Humanos c) In Bound d) Marketing e Vendas e) Out Bound Questão 2 A logística de Entrada, in bound é uma atividade primária ou direta e algumas subatividades completam-na, dentre elas: Anote a alternativa INCORRETA. a) Gestão de estoques b) Definição da demanda c) Compras d) CRM e) Gestão da armazenagem ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 160 Questão 3 Podemos verificar o grau de importância dos valores agregados por alguns dos sub processos da Cadeia de Valor da distribuição física, dentre eles: Aponte a opção INCORRETA. a) Disponibilidade do produto b) Apoio no pós-venda c) Tempo do ciclo do pedido d) Preço e) Frequência de entregas Questão 4 Para que a empresa obtenha sucesso na criação de valor, é necessário antes identificar as atividades na cadeia de valor que irão acrescentar o que o cliente realmente necessita. Algumas atividades geram mais valor que outras, e faz-se necessário identificá-las. Dentre as atividades de apoio ou indiretas que são as que normalmente geram mais valor, estão: Aponte a opção CORRETA. a) Operações b) Sistemas integrados de informação c) Logística de entrada d) Marketing e vendas e) Logística de saída Questão 5 Nas atividades primárias relativas à Logística, temos como objetivos de serviços aos clientes as estratégias de estoques, de transportes e de localização. Podemos citar como um dos elementos da estratégia dos estoques : Anote a alternativa INCORRETA. a) Níveis de estoques b) Níveis de estoques c) Localização dos estoques d) Método de ressuprimento ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 161 e) Disposição dos estoques Questão 6 Entendemos que para gerar valor, o foco deverá ser sempre o cliente. No processo de distribuição física, não é diferente essa abordagem, é necessário um planejamento preciso para que se entregue ao cliente exatamente aquilo que é desejado, portanto, ao ser planejada a logística de distribuição, deverão ser feitas algumas análises. Uma dessas análises é quanto às características dos clientes e aí deverão ser observados: Anote a opção INCORRETA. a) Acesso aos pontos de entrega/coleta b) Localização geográfica c) Tempo de entrega d) Tamanho do pedido e) Restrições de tempo Questão 7 Entendemos que para gerar valor, o foco deverá ser sempre o cliente. No processo de distribuição física, não é diferente essa abordagem, é necessário um planejamento preciso para que se entregue ao cliente exatamente aquilo que é desejado, portanto, ao ser planejada a logística de distribuição, deverão ser feitas algumas análises. Uma dessas análises é quanto às características das empresas e aí deverão ser observados: Anote a opção INCORRETA. a) Equipamento para a movimentação da carga b) Política de nível de serviço c) Políticas financeiras d) Tempos de entrega e) Localização das instalações ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 162 Questão 8 Entendemos que para gerar valor, o foco deverá ser sempre o cliente. No processo de distribuição física, não é diferente essa abordagem, é necessário um planejamento preciso para que se entregue ao cliente exatamente aquilo que é desejado, portanto, ao ser planejada a logística de distribuição, deverão ser feitas algumas análises. Uma dessas análises é quanto às características das cargas e aí deverão ser observados: Anote a opção INCORRETA. a) Peso e volume b) Equipamento para a movimentação c) Fragilidade d) Perecibilidade e) Perigo Questão 9 Entendemos que para gerar valor, o foco deverá ser sempre o cliente. No processo de distribuição física, não é diferente essa abordagem, é necessário um planejamento preciso para que se entregue ao cliente exatamente aquilo que é desejado, portanto, ao ser planejada a logística de distribuição, deverão ser feitas algumas análises. Uma dessas análises é quanto às características do modal de transporte e aí deverão ser observados: Anote a opção INCORRETA. a) Velocidade b) Danos e/ou perdas c) Capacidade de carga d) Peso e volume e) Confiabilidade Questão 10 Não muito raro, o cliente impõe restrições, como horários de coleta/entrega, ou ainda em função de acontecimentos que independem da vontade do cliente, ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 163 como legislações de trânsito, que limitam os horários de operação ou feiras livres. Essa condição refere-se à (ao): Anote a alternativa CORRETA. a) Velocidade da entrega b) Tempo da entrega c) Frequência da entrega d) Restrições de tempo e) Política de nível de serviço Trade-off: Trade-off ou tradeoff é uma expressão em inglês que significa o ato de escolher uma coisa em detrimento de outra e muitas vezes é traduzida como "perde-e-ganha". O trade-off implica um conflito de escolha e uma consequente relação de compromisso, porque a escolha de uma coisa em relação à outra implica não usufruir dos benefícios da coisa que não é escolhida. Isso implica que para que aconteça o trade-off, o elemento que faz a escolha deve conhecer os lados positivos e negativos das suas oportunidades. Aula 7 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: RH é considerada uma atividade de apoio ou indireta. Questão 2 - D Justificativa: O CRM é uma subatividade de Marketing. Questão 3 - D Justificativa: O preço não se referencia como valor agregado ao cliente. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 164 Questão 4 - B Justificativa: Os sistemas integrados de informação é o único subprocesso de apoio, os outros são primários. Questão 5 - C Justificativa: A localização dos estoques é um elemento de estratégia de localização. Questão 6 - C Justificativa: O requisito tempo de entrega é uma análise referente à empresa. Questão 7 - A Justificativa: Equipamento para a movimentação da carga deverá ser verificado quando da análise dos clientes. Questão 8 - B Justificativa: Os equipamentos para movimentação irão ser verificados na análise dos clientes. Questão 9 - D Justificativa:O peso e o volume deverão ser verificados na análise da carga. Questão 10 - D Justificativa: Essa é a definição do requisito restrições de tempo, as outras alternativas não correspondem à questão proposta. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 165 Introdução Entende-se que no cenário atual a distribuição física é considerada e eficácia da Cadeia de Suprimentos, seu resultado final, qualquer erro nesse processo terá uma grande probabilidade de comprometer tudo que se fez até ali, portanto a distribuição física é uma especialidade dentro dos conceitos da Cadeia de Suprimentos e, portanto, deve ser executada por especialistas. Esses especialistas são os operadores logísticos e distribuidores que detêm essa competência. Objetivo: 1. Conceituar as parcerias e terceirizações; 2. Entender a importância dos operadores logísticos e distribuidores. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 166 Conteúdo Conceitos de terceirização Para dar início à nossa aula, observe algumas definições sobre terceirização, que serão fundamentais para o entendimento do conteúdo: Tudo o que não é vocação de uma empresa deve ser entregue para especialistas (LEIRIA et al., 1992). É a tendência de comprar fora tudo o que não fizer parte do negócio principal da empresa (COSTA et al., 1992). É uma tendência de transferir, para terceiros, atividades que não fazem parte do negócio principal da empresa (GIOSA, 1995). É uma tendência moderna que consiste na concentração de esforços nas atividades essenciais, delegando a terceiros as complementares (GIOSA, 1995). É a passagem de atividades e tarefas a terceiros. A empresa concentra-se em atividades-fim, aquelas para as quais foi criada e que justifica sua presença no mercado, passa para terceiros (pessoas físicas ou jurídicas) atividades-meio (DAVIS, 1992). Indica a existência de outra empresa, "terceiro", que, com competência, especialidade, qualidade e ainda, em condições de parceria venha a prestar serviços a uma empresa contratante (QUEIROZ, 1992). É um processo de gestão pelo qual se repassam algumas atividades para terceiros com os quais se estabelece uma relação de parceria, ficando a empresa concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua (GIOSA, 1995). ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 167 Uma tecnologia de administração que consiste na compra de bens e/ou serviços especializados, de forma sistêmica e intensiva, para serem integrados na condição de atividade-meio, à atividade-fim da empresa compradora, permitindo a concentração de energia em sua real vocação, com o intuito de potencializar ganhos (FONTANELLA et al., 1994). Atenção Podemos perceber que as terceirizações são de suma importância no cenário atual, porque “liberam” a empresa para aprofundar-se naquilo que é o seu negócio, sua atividade-fim. Sabemos que nos conceitos da logística empresarial, uma terceirização deve ser acompanhada de um planejamento baseado no trade off, ou seja, deverá sempre ser uma “troca compensatória”. Terceirizações As empresas já perceberam que a verticalização e o isolamento do poder e o total controle de suas atividades causaram muitos problemas no desempenho e no desenvolvimento de seus projetos, culminando com a falta de agilidade e de competitividade empresarial. Portanto, nos dias atuais, percebe-se que as estruturas gigantescas não estão de acordo com o cenário atual e previsto. Observa-se uma nova realidade econômica e financeira, onde a necessidade de obter ganhos de produtividade, qualidade e maior competitividade aumenta cada vez mais, tendo em vista o acirramento da concorrência e a existência de um consumidor mais consciente de seus direitos, mais crítico e mais exigente. Portanto, novos paradigmas se impõem e estes necessitam ser completamente compreendidos. Hoje, o Brasil, entre várias exigências imperiosas que lhe ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 168 recaem, é demandado para modernizar o Estado, obter nas empresas novos padrões de qualidade, flexibilidade, produtividade e competitividade. Oliveira (1994) nos alerta para o fato de que atualmente as empresas não têm alternativa senão continuar buscando aumentar a competitividade; procurando constantemente novos e melhores meios de - ao mesmo tempo - reduzir custos e melhorar a qualidade de seus produtos e serviços, sob pena de perder a possibilidade de competir no mercado. O autor prossegue afirmando que a terceirização é um dos procedimentos mais frequentemente aceitos como válidos dentro da ampla gama de possibilidades de ação nesse sentido. No gráfico ao lado, podemos observar as principais motivações no momento das terceirizações. Atenção Diante dessa conjuntura, as organizações seguem basicamente duas alternativas: a automatização de base microeletrônica e a reorganização da empresa em novas bases. A terceirização está incluída na segunda, juntamente com as outras técnicas americanas e japonesas que surgiram para ajudar nessa difícil ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 169 transição. Qualidade total Atualmente, o conceito de qualidade total expande a necessidade de se ter eficácia e eficiência no relacionamento de todos os elementos que atuam de forma direta e indireta nos objetos da entidade denominada empresa em um contexto amplo. Dessa forma a "qualidade total" pode ser definida como um conjunto de atividades, envolvendo toda a empresa, que contribuem de forma harmônica para a consecução dos objetivos e que tem como meta principal assegurar o resultado final do empreendimento. Just-in-time Processo idealizado pela Toyota que podemos resumir como forma de produção sem necessidade de estoques. Na concepção de Slack, Chambers e Johnston ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 170 (2002, p. 482), “JIT significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários”. Isso significa não produzir antes para não formar estoques e onerar os custos, e nem depois deixando o cliente insatisfeito, perdendo faturamento e oportunidade de melhorar o fluxo de caixa. Portanto, “JIT visa atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios”. Kaizen A palavra Kaizen tem origem japonesa e significa “melhoria contínua”. Na indústria, tem o mesmo significado e se refere ao aprimoramento diário e constante, com o objetivo de aumentar a produtividade. O Kaizen, quando aplicado na indústria, também busca eliminar os processos desnecessários, bem como o desperdício de tempo, de matéria-prima etc. Kanban O Sistema Kanban, embora não seja algo novo (as primeiras implementações no Brasil datam das décadas de 80 e 90), vem sendo muito difundido e utilizado na indústria brasileira nos últimos anos. Kanban é um cartão de sinalização que controla os fluxos de produção ou transportes em uma indústria. O cartão pode ser substituído por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados. O Sistema Kanban foi desenvolvido a partir do conceito simples de aplicação da gestão visual no controle de produção e estoques (“Kanban” significa “cartão visual” em japonês) com a função primordial de viabilizar a produção “Just in Time”. Portanto, o ganho real no sistema produtivo advém do ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃOE REDES LOGÍSTICAS 171 funcionamento “Just in Time” da operação e não necessariamente da aplicação ou não de Kanbans. Reengenharia Reengenharia refere-se à reestruturação de uma empresa, por força das novas condições de mercado, da concorrência, do mercado internacional etc., para aumento de sua competitividade. Inclui reciclagem do pessoal interno, privatização, terceirização, demissões, utilização de um número menor de empregados, porém mais capacitados etc. A terceirização está, portanto, inserida na ideia de mudança organizacional e combina com essas técnicas modernas de administração, no sentido de maior qualidade, flexibilização, desverticalização, globalização da economia, novos paradigmas de administração, entre outras. Conforme explica Queiroz (1992), "as tendências mundiais de terceirização enfocam as parcerias, o redimensionamento das estruturas, a desverticalização, as associações, as ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 172 alianças estratégicas, as uniões de empresas, a busca do empreendedor interno e externo“. Terceirização não é um assunto novo, muito embora o termo seja recente e sua prática, no Brasil, difundida largamente somente a partir de 1990. Na verdade, sua origem remonta à década de 40, quando os USA aliaram--se aos países europeus para combater as forças nazistas, e, posteriormente, o Japão. A terceirização foi muito aplicada ao longo da segunda guerra mundial, pois as indústrias bélicas da época precisavam concentrar-se na produção, cada vez melhor, das armas necessárias para manutenção da supremacia aliada. Descobriu-se então que algumas atividades de suporte à produção dos armamentos poderiam ser passadas a outras empresas prestadoras de serviços. O conflito acabou, mas a ideia não só ficou, como evoluiu e consolidou-se como uma técnica administrativa eficaz, quando aplicada de forma adequada. LEIRIA (1992) afirma que a terceirização "como prática de administração empresarial consolidou-se nos Estados Unidos a partir da década de 50, com o desenvolvimento acelerado da indústria”. Terceirização não é um assunto novo, muito embora o termo seja recente e sua prática, no Brasil, difundida largamente somente a partir de 1990. Na verdade, sua origem remonta à década de 40, quando os USA aliaram--se aos países europeus para combater as forças nazistas, e, posteriormente, o Japão. A terceirização foi muito aplicada ao longo da segunda guerra mundial, pois as indústrias bélicas da época precisavam concentrar-se na produção, cada vez melhor, das armas necessárias para manutenção da supremacia aliada. Descobriu-se então que algumas atividades de suporte à produção dos armamentos poderiam ser passadas a outras empresas prestadoras de serviços. O conflito acabou, mas a ideia não só ficou, como evoluiu e consolidou-se como uma técnica administrativa eficaz, quando aplicada de forma adequada. LEIRIA (1992) afirma que a terceirização "como prática de administração empresarial ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 173 consolidou-se nos Estados Unidos a partir da década de 50, com o desenvolvimento acelerado da indústria”. Atenção Inicialmente denominada de contratação de serviços de terceiros, a terceirização no Brasil era aplicada apenas para reduzir os custos de mão de obra, não possuindo como meta gerar ganhos de qualidade, eficiência, especialização, eficácia e produtividade, como já foi demonstrado no item anterior. As empresas prestadoras, por sua vez, não se preocupavam em melhorar seus serviços, nem buscavam especialização, melhoria da qualidade e competitividade. Parcerias Ao falar de parceria, geralmente imaginamos a ideia de união, associação, proximidade. O parceiro é um amigo, um aliado. Seguem-se ainda outros conceitos de parceria ligados à área da Logística Empresarial, significando sempre associação na qual os integrantes da parceria se reforçam mutuamente, revelando claramente que um mais um é mais que dois. A concepção de parceria significa uma associação em que a soma das partes representa mais que o somatório individual de seus membros, pois por meio da parceria há um fortalecimento mútuo para atingir um determinado fim. O parceiro define-se como aquele que é semelhante, igual, parelho, par. O que está de parceria, de sociedade, cúmplice. Estabelece, portanto, um significado de união profunda, usando inclusive a ideia de cumplicidade, interdependência, que é, literalmente, a coautoria em algum fato. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 174 Aliança estratégica Tomando emprestado o conceito de parceria das associações comerciais e do mundo empresarial, surge o conceito de aliança estratégica. Novamente, no Aurélio, ao buscarmos definição para aliança, encontramos: ato de aliar- se; ajuste, acordo, pacto. Estratégia, ainda segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, é “arte militar de planejar e executar movimentos e operações de tropas, navios e/ou aviões, visando alcançar ou manter posições relativas e potenciais bélicos favoráveis a futuras ações táticas sobre determinados objetivos”. É também a “arte militar de escolher onde, quando e com quem travar um combate ou uma batalha”. Além disso, “arte de aplicar os meios disponíveis com vista à consecução de objetivos específicos”. Portanto, aliança estratégica é aquela em que a associação está voltada para a conquista de melhores posições e objetivos. Normalmente empregamos o termo alianças estratégicas ao nos referirmos às alianças comerciais e de negócios. O terceiro setor foi buscar no campo empresarial o conceito de aliança estratégica justamente pela percepção de que, em um mundo globalizado e competitivo, é preciso cada vez mais somar forças de iniciativas. É necessário somar esforços para que possamos, juntos, construir novos desafios e atingir nossos objetivos. Tanto parcerias como alianças estratégicas são vistas como instrumentos poderosos para alcançar os objetivos estabelecidos na missão da organização. Surgimento de parcerias Três forças significativas criaram um pretexto propício para o surgimento tanto das parcerias quanto das alianças estratégicas: A procura de capacidades à medida que os limites entre as organizações se tornam indefinidos. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 175 Recursos escassos e a intensificação da competição por espaço, além da crescente necessidade de intervenção na problemática social. A lacuna entre o que uma organização gostaria de realizar e o que, levando em conta a realidade e seus recursos próprios, pode realizar. Ao perceber que há, de fato, uma lacuna entre aquilo que gostariam de fazer e o que concretamente podem fazer, as organizações perceberam que era necessário somar forças e descobrir formas de otimizar seus recursos, conhecimentos e potencialidades e que a melhor forma de fazê-lo era agregando esforços com organizações afins. Características e objetivos das alianças É bom reiterar que os termos parceria e aliança podem descrever uma gama ampla dos relacionamentos existentes entre as organizações, desde projetos de curto prazo, passando por relacionamentos de longo prazo, até amplas alianças estratégicas em que os parceiros acessam as capacidades um do outro e aprendem a partir dessa troca. Características das alianças estratégicas • Um compromisso de longo prazo; • Um elo baseado em participação e compartilhamento de capacidades, recursos, bens; • Uma relação recíproca com uma estratégica compartilhada como ponto comum;• Um detalhamento das ações conjuntas e dos projetos comuns; • Cada parceiro preserva sua identidade e autonomia; • A disposição de compartilhar e avançar as possibilidades de cada parceiro envolvido. Objetivos das alianças estratégicas • Compartilhar riscos; • Compartilhar sucesso; ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 176 • Obter economia de escala; • Acessar novas frentes de atuação; • Acessar tecnologia e conhecimento; • Ampliar sua capilaridade (ampliar atuação geográfica); • Resolver limitações financeiras; • Alavancar habilidades (quando uma organização precisar do conhecimento específico que outra organização detém). Operadores logísticos e distribuidores Hoje, grande parte das empresas entende que deve focar suas atividades em seu negócio, terceirizando tudo aquilo que não faz parte do seu core business. Nesse contexto está inserida a logística, pois, além de ainda representar um custo relativamente alto, ela requer esforços e controles dos fluxos de informação contínuos, a fim de garantir a eficiência e a satisfação de toda a cadeia envolvida. Daí porque de se trabalhar com operadores logísticos terceirizados. A concorrência entre os operadores logísticos é grande, hoje. Estima-se que o número de empresas que se autodenominam operadores logísticos cresce numa velocidade acelerada no Brasil. Com a concorrência predatória com transportadoras que, mesmo sem experiência nas outras vertentes logísticas, vêm atuando no setor, tende a ser eliminada aos poucos, haja vista que o próprio mercado já está distinguindo quem são as empresas sérias e comprometidas. Características do trabalho do operador logístico Em função da atividade não possuir o reconhecimento legal específico, trabalhando ainda sob a lei dos Armazéns Gerais com alguns Regimes Especiais, o operador logístico tem suas operações em muito dificultadas pelas barreiras legais, trazendo como consequência o impedimento da melhoria na prestação dos serviços e viabilizando o surgimento de algumas empresas aventureiras. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 177 Dentre os maiores problemas enfrentados pelo setor estão os que se referem aos aspectos legais e tributários, tendo em vista que o operador logístico não é uma figura juridicamente “reconhecida”, o que os leva a adotar as regras e legislação de cada atividade logística, cada qual com suas características, dificultando a multimodalidade e a integração das atividades logísticas. Dinâmica de trabalho Os operadores logísticos optam por ter uma estrutura de armazenagem e software de ampla abrangência, fugindo da especialização. A generalidade de uso da estrutura de armazenagem e dos equipamentos dá maior segurança ao investimento. Porém, a relativa irreversibilidade da capacidade produtiva pode gerar ineficiência em caso de inadequação à demanda. Os operadores obrigam-se a manter a taxa de ocupação do armazém próxima de 90%. A necessidade de sempre evitar espaço ocioso – mais importante até mesmo do que o fator restritivo – praticamente força que qualquer depositante seja bem-vindo independentemente do fluxo de entrada e de saída, da natureza e do tipo de controle da mercadoria etc. Comparação entre prestador de serviço e operador logístico Assim como quase todo o setor de serviços, o segmento de operadores logísticos é pouco capitalizado. Deve haver uma demanda segura para que haja melhoria nos processos operacionais como investimentos em hardware, software e qualificação de mão de obra. Em outros termos, a demanda é que determina a qualificação da oferta de serviço. É possível comparar um prestador de serviços tradicional e um operador logístico. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 178 A especialização e a divisão do trabalho, conceito exposto por Adam Smith em 1776, mostra que, ao quebrar-se uma tarefa complexa em tarefas menores e menos complexas e alocá-las a agentes que são especialistas em realizá-las, maior eficiência é conseguida. Seguindo esse raciocínio, intermediários agregam-se à cadeia distributiva por serem especializados em realizar certas tarefas de forma mais eficiente que os fabricantes. Nesse aspecto nos referimos aos Distribuidores. Os fabricantes geralmente incorrem em elevados custos para desempenhar tarefas distributivas por elas mesmas (ROSENBLOOM, 1999, p. 38). As economias de escala que permitem que os fabricantes operem com baixos custos unitários de produção estão geralmente ausentes no desempenho de funções distributivas. Como consequência, fabricantes estão sempre à procura de intermediários com quem elas possam dividir ou transferir as mesmas. Partindo do princípio de que a utilização de agentes intermediários é imprescindível para qualquer empresa na realização de sua distribuição, o grande desafio do ponto de vista dos fabricantes está em como gerenciar esses agentes para que seus objetivos de distribuição sejam alcançados. A administração de uma rede de intermediários está no âmago da definição de canais de distribuição, que são definidos por vários autores como um conjunto ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 179 de instituições com objetivos e motivações distintos ligadas por uma força coordenadora que as move em direção à satisfação do usuário final. Atenção A construção de relacionamento, segundo Anderson e Weitz, leva tempo e requer investimentos específicos, que são compensados pela formação de alianças duradouras de negócios que proporcionem para a empresa produtora as vantagens de coordenação implícitas na integração vertical (como se a própria empresa desempenhasse todas as funções distributivas) com os benefícios esperados pelo desempenho dessas tarefas por agentes externos (especialização e divisão do trabalho e pela eficiência de contatos). Funções do distribuidor Podemos conceituar como as funções principais de um distribuidor: 1 - Cobertura de mercado: para ter uma boa cobertura de mercado os fabricantes podem contar com os atacadistas para distribuí-los em áreas geográficas extensas a um custo razoável. 2 - Vendas: o custo para o fabricante de manter uma equipe de vendas externa é alto. Ao utilizar o atacado para cobrir toda ou uma significativa parcela de seus clientes, fabricantes são capazes de reduzir seus custos significativamente, já que suas equipes de vendas atenderiam a um número relativamente pequeno de atacadistas, ao invés de uma extensa carteira de clientes. 3 - Inventário: como os atacados efetivamente tomam posse da mercadoria, estocando produtos dos fabricantes, eles acabam por reduzir custos financeiros e riscos de manter estoques por muito tempo. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 180 4 - Processamento de pedidos: muitos clientes compram em pequenas quantidades. Os custos de processamento de pedidos dos atacados são absorvidos pelo amplo sortimento de produtos que vendem, o que não aconteceria caso esses clientes comprassem diretamente da indústria. 5 - Informação de mercado: o conhecimento próximo de seus clientes fazem com que os atacados tenham informações valiosas para o planejamento de produtos, preço e desenvolvimento de uma estratégia de marketing competitiva dos fabricantes. 6 - Suporte ao cliente: além de comprar produtos, clientes precisam de prestação de serviços, assim como a realização de trocas e assistência técnica. Os atacados podem ser utilizados pelos fabricantes para assisti-los em prover esses serviços para o cliente. 7 - Disponibilidadede produto: pela proximidade dos atacadistas com seus clientes e a sensibilidade de suas necessidades, atacadistas podem prover um nível de disponibilidade de produtos que muitos fabricantes não poderiam. 8 - Sortimento: o atacado tem a habilidade de levar ao seu cliente, pelo número de fabricantes que comercializa, um sortimento que simplifica o pedido do cliente. Dessa forma, os clientes, ao invés de fazer pedidos para dezenas ou centenas de fabricantes, concentram seus pedidos em poucos atacados. 9 - Fracionamento: geralmente os clientes não necessitam de grandes quantidades de produtos e seria caro para os fabricantes vender diretamente para clientes com pedidos pequenos. Nessa situação, um pedido mínimo seria estabelecido pelo fabricante. Ao comprar grandes quantidades dos fabricantes e fracionar mercadorias para pequenos pedidos de seus clientes, os atacados acabam por possibilitar que os clientes comprem as quantidades necessárias. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 181 10 - Crédito: os atacadistas fornecem assistência financeira para seus clientes de duas maneiras. A primeira delas é através da concessão de prazos de pagamento que possibilitam que seus clientes financiem suas vendas. A segunda é através da disponibilidade de inventário, já comentada anteriormente, que faz com que os clientes não arquem com o custo de vários produtos estocados. 11 - Serviços ao cliente: clientes frequentemente requerem serviços como entregas emergenciais, consertos etc. Ao disponibilizar esses serviços ao cliente, atacadistas e distribuidores poupam tempo e esforço a seus clientes. 12 - Consultoria e suporte técnico: muitos produtos, mesmo não técnicos, podem precisar de consultoria e suporte técnico para seu uso ou sobre a maneira como devem ser vendidos. Atacadistas e distribuidores, através da utilização de uma força de vendas capacitada, estão aptos a oferecer essa consultoria e suporte técnico aos clientes. Atividade proposta Relate o seu entendimento quanto a importância das terceirizações para as empresas modernas. Chave de resposta: OLIVEIRA (1994) nos alerta para o fato de que atualmente as empresas não têm alternativa senão continuar buscando aumentar a competitividade, procurando constantemente novos e melhores meios de - ao mesmo tempo - reduzir custos e melhorar a qualidade de seus produtos e serviços, sob pena de perder a possibilidade de competir no mercado. O autor prossegue afirmando que a terceirização é um dos procedimentos mais frequentemente aceitos como válidos dentro da ampla gama de possibilidades de ação nesse sentido. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 182 Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, Sunil.; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MARTEL, Alain.; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TAHA, Hamdy A. Pesquisa operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Exercícios de fixação Questão 1 As empresas já perceberam que a verticalização e o isolamento do poder e o total controle de suas atividades causaram muitos problemas no desempenho e no desenvolvimento de seus projetos, culminando com a falta de agilidade e de competitividade empresarial. Marque a alternativa que demonstra incorretamente quais são as principais motivações dentre aquelas que levam as empresas a terceirizações. a) Redução de custo. b) Lucratividade a curto prazo. c) Melhoria da qualidade dos serviços. d) Acompanhar aumento das demandas. e) Trazer inovações ao negócio. Questão 2 A definição: um conjunto de atividades, envolvendo toda a empresa, que contribui de forma harmônica para a consecução dos objetivos e que têm como meta principal assegurar o resultado final do empreendimento, refere-se à (ao): a) Kaizen ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 183 b) Kanban c) Milk Run d) Qualidade total e) Reengenharia Questão 3 Refere-se à reestruturação de uma empresa, por força das novas condições de mercado, da concorrência, do mercado internacional etc., para aumento de sua competitividade. Assinale a opção CORRETA. a) Just in Time b) Reengenharia c) Kaizen d) Qualidade total e) Kanban Questão 4 Como todo o processo de gestão as parcerias fornecem vantagens e desvantagens para fornecedor e cliente. Podemos citar como vantagens para os clientes, EXCETO: a) Melhor conhecimento do mercado. b) Menor custo dos estoques. c) Melhor atendimento. d) Menor custo de capital de giro. e) Melhor gestão de compras. Questão 5 Tomando emprestado o conceito de parceria das associações comerciais e do mundo empresarial, surge o conceito de aliança estratégica. Podemos citar como características de uma aliança estratégica, EXCETO: a) Um elo baseado em participação e compartilhamentos b) Um compromisso de longo prazo. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 184 c) Um detalhamento das ações conjuntas e dos projetos comuns d) Cada parceiro deverá ter as mesmas identidades e características. e) A disposição de compartilhar e avançar. Questão 6 Podemos citar como atividades de um operador logístico, EXCETO: a) Múltiplas atividades integradas. b) Serviços customizados. c) Know How limitado a transportes. d) Capacidade de planejamento logístico. e) Contratos de longo prazo. Questão 7 Podemos conceituar como as funções principais de um distribuidor, EXCETO: a) Sortimento b) Fracionamento c) Treinamento de mão de obra d) Consultoria e) Crédito Questão 8 Acabam por reduzir custos financeiros e riscos de manter estoques por muito tempo. Essa definição refere-se a que função do distribuidor? Aponte a alternativa CORRETA. a) Vendas b) Cobertura de Mercado c) Serviços ao cliente d) Sortimento e) Inventário ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 185 Questão 9 Geralmente os clientes não necessitam de grandes quantidades de produtos e seria caro para os fabricantes vender diretamente para clientes com pedidos pequenos. Essa definição refere-se a que função do distribuidor? Aponte a alternativa CORRETA. a) Vendas b) Sortimento c) Fracionamento d) Serviços aos clientes e) Inventário Questão 10 Os fabricantes podem contar com os atacadistas para distribuí-los em áreas geográficas extensas a um custo razoável. Essa definição refere-se a que função do distribuidor? Aponte a alternativa CORRETA. a) Consultoria b) Informação de mercado c) Processamento de pedidos d) Cobertura de Mercado e) Vendas Aula 8 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: Não é uma atratividade das terceirizações a lucratividade a curto prazo. Questão 2 - D Justificativa: "Qualidade Total" pode ser definida como um conjunto de atividades, envolvendo toda a empresa, que contribui de forma harmônica para ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 186 a consecução dos objetivos e que tem como meta principal assegurar o resultado final do empreendimento. Questão 3 - B Justificativa: Reengenharia refere-se à reestruturaçãode uma empresa, por força das novas condições de mercado, da concorrência, do mercado internacional etc., para aumento de sua competitividade. Inclui reciclagem do pessoal interno, privatização, terceirização, demissões, utilização de um número menor de empregados, porém mais capacitados etc. Questão 4 - A Justificativa: Um melhor conhecimento do mercado é uma vantagem oferecida ao fornecedor. Questão 5 - D Justificativa: Cada parceiro preserva sua identidade e autonomia. Questão 6 - C Justificativa: Know How em várias atividades logísticas. Questão 7 - C Justificativa: Treinamento de mão de obra não é função de um distribuidor. Questão 8 - E Justificativa: Inventário como os atacados efetivamente tomam posse da mercadoria, estocando produtos dos fabricantes, eles acabam por reduzir custos financeiros e riscos de manter estoques por muito tempo. Questão 9 - C Justificativa: Fracionamento: geralmente os clientes não necessitam de grandes quantidades de produtos e seria caro para os fabricantes vender diretamente para clientes com pedidos pequenos. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 187 Questão 10 - D Justificativa: Cobertura de mercado: para ter uma boa cobertura de mercado os fabricantes podem contar com os atacadistas para distribuí-los em áreas geográficas extensas a um custo razoável. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 188 Roberto Tarantino tem graduação em Transporte de carga e Logística formado pela UNESA em 2001 e graduação em Logística Empresarial em 2008, Pós Graduado em Logística Empresarial pela UCAM em 2003 e Mestrado em educação em 2011. Trabalhou em diversas empresas privadas na área da Logística de médio e grande porte no Rio de Janeiro, em diversos segmentos por 26 anos. Domínio na gestão dos segmentos da área de: Compras e Suprimentos, PCP, Custos Logísticos, Estoques, Armazenagem, Distribuição e Transporte. Sólidos conhecimentos em processos logísticos envolvendo ERP’s, WMS e TMS. Implantação, acompanhamento e auditoria de projetos na Suplly Chain, Logística Reversa e Cadeia Logística Sustentável. A partir do ano de 2005 dedica-se integralmente ao Magistério, sendo contratado pela UNESA, onde, exerce a função de Professor nos cursos de graduação e pós-graduação em Logística, Logística do Petróleo, Marketing, Administração Estratégica, Petróleo e Gás, Gestão em Vendas e atualmente é o coordenador geral do CST em Logística da UNESA. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1553306844709678