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Artigo Rosangela

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7
eficÁcia da psicoterapia centrada na pessoa como instrumento de combate da violência domestica contra a mulher
	
Rosangela Andrade Brandão
RESUMO	
O presente estudo busca trazer uma análise a respeito da eficácia da psicoterapia centrada na pessoa como instrumento de combate à violência doméstica contra a mulher. A pesquisa foi desenvolvida a partir de pesquisa bibliográfica em materiais publicados em livros, jornais, revistas, dissertações e teses. Com base nos objetivos estabelecidos, estruturou-se a pesquisa em base qualitativa. A dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca do cidadão, um direito constituído, não podendo ser inalienável e intransferível. Impondo ao Estado o dever de respeito, proteção e obrigação de promover condições e que venha serem retirados os obstáculos que estejam causando impedimentos às pessoas de viverem com dignidade. 
Palavras-chave: Violência doméstica; Mulher; Psicoterapia.
Abstract
This study aims to provide an analysis of the effectiveness of person-centered psychotherapy as an instrument to combat domestic violence against women. The research was developed from bibliographic research in materials published in books, newspapers, magazines, dissertations and theses. Based on the established objectives, the research was structured on a qualitative basis. The dignity of the human person is an intrinsic quality of the citizen, a constituted right and cannot be inalienable and non-transferable. By imposing on the State the duty of respect, protection and obligation to promote conditions and to remove obstacles that are preventing people from living with dignity.
Key-words: Domestic Violence; Woman; Psychotherapy.
Introdução
A temática abordada neste artigo busca entender a violência doméstica, suas causas e efeitos na mulher, e a eficácia da psicoterapia centrada na pessoa como instrumento de combate da violência doméstica contra a mulher.
A violência é um dos crimes mais cruéis, por ser usada a força para atingir o mais fraco, seja por limitações físicas, emocionais ou sociais. A violência como associação à força, e desigualdade, com o objetivo de explorar, oprimir, dominar a pessoa a tratando como objeto. 
Esse tipo de situação pode ser cometido dentro ou fora de casa por qualquer membro da família, que esteja em dependência de poder com a pessoa agredida, isso engloba pai, mãe, mesmo que não ajam laços sanguíneos. 
 A expressão violência doméstica também inclui as pessoas que convivem no âmbito familiar como empregados, pessoas ligadas a família, e visitas aleatórias. 
Quando a violência doméstica acontece no seio familiar todos tem algo a perder seja a vítima, o agressor, a família e a sociedade. Toda ação de violência afeta o bem-estar, a integridade física, psicológica, a liberdade e o direito de um pleno desenvolvimento no ambiente familiar.
As mulheres que são independentes economicamente, têm uma formação profissional, desenvolve mais a autoestima, diferentemente daquelas mulheres que dependem dos seus companheiros, vivendo em situações de total dependência. 
É importante que a mulher preserve seus valores femininos e conservem sua identidade, isso ela conseguirá colocando em pratica sua liberdade descontruindo todas as questões que a sociedade impôs sobre ela.
Esse tipo de violência tem proporções mundiais, uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência, seja física, sexual, ou emocional, durante a vida. 
A violência contra a mulher é o tipo mais divulgado de abuso contra os direitos humanos, e o menos valorizado. Todo tipo de agressão e constrangimento que ocorra na vida pública ou particular da mulher é considerado violência doméstica, isso também inclui ameaças e perda do direito de ir e vir.
1 Violência (conceito)
Violência significa usar a agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico. 
A violência se manifesta de diversas maneiras, em guerras, torturas, conflitos étnico-religiosos, preconceito, assassinato, fome, etc.
A Organização Mundial da Saúde, em 2002, através do Relatório mundial sobre violência e saúde, definiu o termo violência como sendo o “uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação” (KRUG et al., 2002, p. 5 apud Livro Impactos da Violência na Saúde/FIOCRUZ)
1.2 causas
As causas da violência são associadas, em parte, a problemas sociais como miséria, fome, desemprego. Além disso, um Estado ineficiente e sem programas de políticas públicas de segurança, contribui para aumentar a sensação de injustiça e impunidade, que é, talvez, a principal causa da violência.
1.3 consequências
As consequências dessa constante exposição resultam em prejuízos sociais e individuais, desde atraso no crescimento econômico das regiões e impactos na saúde pública a efeitos deletérios físicos e mentais, para as vítimas. 
Segundo o professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, da Escola de Humanidades, Christian Kristensen, quem passa por situações traumáticas corre o risco de desenvolver uma série de reações que, com o tempo, podem se configurar em transtornos mentais. Dentre os mais comuns, há quatro: Transtorno de Estresse Agudo, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e os quadros associados de ansiedade e transtorno de humor.
1.4 Tipos
A violência se manifesta de diferentes formas provocando sérias consequências para a vida pessoal e social. Entre as formas de violência estão a criminal, a estrutural, a institucional, a interpessoal, a intrafamiliar, a autoinfligida, a cultural, de gênero, de raça, e contra a pessoa deficiente.
1.5 Contra quem é praticada
A violência atinge mulheres e homens de formas distintas. Grande parte das violências cometidas contra as mulheres é praticada no âmbito privado, enquanto que as que atingem homens ocorrem, em sua maioria, nas ruas. 
Um dos principais tipos de violência empregados contra a mulher ocorre dentro do lar, sendo esta praticada por pessoas próximas à sua convivência, como maridos/esposas ou companheiros/as, sendo também praticada de diversas maneiras, desde agressões físicas até psicológicas e verbais. 
Onde deveria existir uma relação de afeto e respeito, existe uma relação de violência, que muitas vezes é invisibilizada por estar atrelada a papéis que são culturalmente atribuídos para homens e mulheres. 
2 Da violência praticada contra a mulher
A Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340, de 2006) tornou crime a violência doméstica e familiar contra a mulher, tipificando as violências em física, psicológica, patrimonial e moral. 
A norma criou mecanismos de proteção e atendimento humanizado às mulheres, determinando a criação de juizados especiais de violência doméstica e familiar contra a mulher com competência cível e criminal.
		Tipos de Violência – A lei estabelece as formas de violência contra a mulher, que podem ser praticadas juntas ou individualmente: violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. 
		Entre as hipóteses de violência psicológica estão o isolamento da mulher, o constrangimento e a vigilância constante. Já a violência moral compreende qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
A violência doméstica contra a mulher é definida como aquela que ocorre no âmbito doméstico ou em relações familiares ou de afetividade, caracterizando pela discriminação, agressão ou coerção, com o objetivo de levar a submissão ou subjugação do indivíduo pelo simples fato deste ser mulher (BENFICA; VAZ, 2008, P.201).
A violência é um ato que pode ser expresso sob diversas formas, podendo ser elas, física, moral, psicológica, sexual e patrimonial, bem como, existem vários enfoques sob as quais podem ser definidas. Trata-se de agressão injusta, ou seja, aquela que não é autorizada pelo ordenamento jurídico. É um ato ilícito,doloso ou culposo, que ameaça o direito próprio ou de terceiros, podendo ser atual ou iminente (ROSA FILHO, 2006, P.55).
2.1 No que consiste esta violência
O assédio também é uma violência que pode ocorrer no ambiente de trabalho, em que a mulher se sente muitas vezes intimidada, devido a este tipo de prática ser exercida principalmente por pessoas que ocupam posições hierárquicas superiores as mesmas. 
Muitas situações de violência contra mulheres acontecem simplesmente porque alguns homens acreditam que são “melhores” que suas companheiras. Pensam que têm mais poder e levam as esposas a aceitarem isso. Assim, quando não são obedecidos, pensam estar no direito de fazer qualquer coisa – agredir, xingar, desvalorizar e, até mesmo, matar – para fazer valer sua vontade ou aquilo que acreditam que é certo.
2.2 causas
A mulher tem sofrido violência ao longo dos séculos sem que a sociedade se dê conta de tal absurdo. Sempre foi tratada como um ser inferior ao homem. 
Nos tempos atuais, é natural encontrar mulheres desempenhando papéis que eram ocupados pelo gênero masculino, em razão não apenas físicas, mas psicológicas, costumes e valores históricos que por sua vez levaram a um preconceito social.
Segundo Dias (2007), a cultura da violência domestica decorre das desigualdades no exercício do poder, levando assim uma relação de “dominante e dominado”, que apesar de se obter avanços na equiparação entre homens e mulheres, a ideologia patriarcal ainda vigora, e a desigualdade sociocultural é uma das principais razões da discriminação feminina.
Ristum (1996) ilustra que no vetor causador da violência doméstica e familiar está em jogo uma complexa constelação de fatores, dentre os quais, fatores socioeconômicos. Isso permite fazer-se uma relação entre pobreza e fome com a criminalidade, segundo a qual a miséria transporta para o roubo e a prostituição; o desemprego ou a ausência de renda levam à ilegalidade, o que se torna uma tentadora forma de obter ganhos fáceis, a fim de se incluírem dentro do consumismo promovido pela televisão.
Sabe-se que existe uma interação de elementos que atuam sobre o comportamento, diminuindo ou aumentando as chances de uma pessoa tornar-se vítima ou agressor.
Nesse sentido, fatores individuais, tal como o uso de drogas, têm sido referidos como capazes de precipitar a violência.
2.3 consequências
De acordo com Maroja (2017), no Brasil, como em vários outros países, a delimitação dos prejuízos psicológicos decorrentes de situações traumáticas é a matéria recente, e, portanto, não está claramente especificada na legislação. 
O que gera o dano psíquico é a ameaça à própria vida ou à integridade psicológica, uma lesão física grave, a percepção do dano com internacional, a perda violenta de um ente querido e a exposição ao sofrimento de outros, ainda que não seja próxima afetivamente (MAROJA, 2017).
As consequências deixadas por essa violência as vezes é passageira ou incessantes, podendo permanecer com a vitima ao longo de sua vida e com várias sequelas, logo cometida a violência os danos podem permanecerem visíveis ou sumirem ao longo do tempo.
A violência contra a mulher pode se manifestar de várias formas e com diferentes graus de severidade. Estas formas de violência não se produzem isoladamente, mas fazem parte de uma sequência crescente de episódios, do qual o homicídio é a manifestação mais extrema.
2.4 As consequências desta violência na auto estima da mulher
A violência traz consequências gravíssimas para as vítimas, que vão muito além de traumas óbvios das agressões físicas. A violência conjugal tem sido associada com o aumento de diversos problemas de saúde como baixo peso dos filhos ao nascer, queixas ginecológicas, depressão, suicídio, entre outras.
2.5 Perfil do agressor
Na maioria dos casos, o agressor é homem. Eles se tornam os sujeitos ativos do crime e tem como principal característica o fato de manter ou ter mantido relação afetiva e intima com a vitima.
Os agressores são aqueles que não se espera, aquele que a vitima ao conhecer o vê como perfeito, que possui qualidades e uma imagem publica impecável em seu âmbito de trabalho e amizades, logo não se pode imaginar que ele trará sofrimento a sua parceira ou qualquer outra mulher. 
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas faz parte do perfil da maioria dos agressores. Mas os sinais de violência também são demonstrados na infância (VIEIRA, 2014).
Souza (2014), destaca algumas características destes agressores:
- A violência se manifesta de maneira reiterada, sendo um padrão de conduta continuado;
- Os agressores são geralmente homens, maridos, ex-maridos, companheiros ou ex-companheiros das vítimas; os indivíduos que foram vítimas de maus-tratos na infância reproduzem estas condutas, e, por isso, têm mais possibilidades de serem agressores, agredindo sua própria companheira;
2.6 Perfil da vitima
A mulher que sofre a violência nunca será a mesma, os danos causados a ela das diferentes formas alteram suas vidas, seu modo de pensar e de agir. A vitima acaba sempre sofrendo com o receio de que poderá ocorrer novamente, ela se torna uma pessoa desconfiada e muitas das vezes até paranoica em relação aos homens que conhece ao decorrer da vida.
Estudos Brasileiros salientam, que fatores determinantes ao qual muitas mulheres se sujeitam a está violência seria a baixa renda das mulheres / vítimas . Relatam que a renda familiar predominante é entre um a três salários – mínimos (42,6%), seguida pela faixa dos quatro a seis salários (36,1%) e uma categoria de 39,3% que não exercia atividades remuneradas (JACINTO, 2010).
3 Da Psicoterapia
3.1 Conceito
Psicoterapia – também chamada terapia de conversa ou simplesmente terapia – é um processo focado em ajudar um indivíduo, casais ou grupo de pessoas a resolver questões emocionais. Em alguns países também é conhecida com aconselhamento.  
 Através da psicoterapia é possível aprender maneiras mais construtivas de lidar com o estresse a que estamos submetidos diariamente e com as particularidades da vida pessoal, profissional ou familiar. Também pode ser um processo de apoio ao passar por um período difícil como o luto, transições de carreira ou um divórcio.
 A palavra psicoterapia tem origem grega. Psyche significa mente e therapeuein curar. Trata-se de uma terapia cuja finalidade é tratar questões relacionadas à mente e problemas psicológicos como depressão, ansiedade, dificuldades no relacionamento, problemas com filhos, no trabalho, entre outros.
3.2 tipos:
Na psicoterapia, os psicólogos aplicam procedimentos cientificamente validados para ajudar as pessoas a desenvolver hábitos mais saudáveis ​​e efetivos. Existem várias abordagens para a psicoterapia, sendo algumas delas listadas abaixo:
- Análise do Comportamento ou Behviorista
- Fenomenologia	
- Gestalt-terapia
- Humanista
- Junguiana ou psicologia analítica
- Psicanálise	
3.3 A Psicoterapia Centrada na Pessoa 
Terapia Centrada na Pessoa é mais que um conjunto de técnicas e normas, é uma forma de lidar com o outro sem julgamento ou condições para aceitação. 
O Humanismo diferenciava-se das demais teorias, devido a sua maneira holística de enxergar o homem, com foco na sua experiência subjetiva e na sua capacidade de autodesenvolvimento. 
O homem não era visto como aquele regido por um inconsciente, tão pouco como alguém suscetível e controlado por fatores externos. O homem era visto como senhor de si mesmo e responsável por suas atitudes e escolhas.
Em sua teoria, Rogers (1994), acredita que todo organismo (aquele que vivencia a experiência), possui uma tendência natural à atualização, que será promovida através da forma como se desenvolve suas relações. Essa tendência atualizante é o que direciona o indivíduo ao crescimento e possibilita o desenvolvimento de suas potencialidades.
Carl Rogers foi um psicólogo norte-americano que trouxe a partir de seus estudos e métodos científicos uma nova forma de pensar a respeito da mudança nos processos terapêuticos. 
Assim, esse teóricoveio a desenvolver um modelo de intervenção que intitulou-se inicialmente por Terapia Centrada no Cliente.
A Abordagem Centrada na Pessoa foi uma expressão utilizada por Carl Rogers para referir uma forma específica de entrar em relação com outro, estando implícito um modo positivo de conceitualizar a pessoa humana. Esta expressão representa uma evolução no pensamento de Carl Rogers e no quadro teórico por ele desenvolvido, que foi formalizada na publicação do seu livro Sobre o Poder Pessoal (em inglês, On Personal Power, 1977), onde explicita a aplicação do seu quadro conceptual aos mais diversos campos (GOBBI et al., 1998: 13). 
Progressivamente, essa filosofia foi encontrando horizontes profissionais em diversos campos de trabalho, nos grupos, nas organizações, na educação, acabando por se constituir um movimento que é conhecido na atualidade como Abordagem Centrada na Pessoa. 
Sendo assim, se caracteriza como uma abordagem fenomenológica que privilegia a experiência subjetiva da pessoa.
Desse modo, dois conceitos foram criados por Rogers, e que são considerados como pontos fundamentais para o entendimento do seu modelo terapêutico e que são: Tendência Atualizante e a Não Diretividade. 
A tendência atualizante é o pilar da teoria rogeriana, tendo em vista que sua proposta prioriza a capacidade que o cliente tem de auto-atualizar suas potencialidades e de ser autêntico com suas próprias escolhas e decisões.
No que tange ao conceito de não diretividade, pode-se considerar esse como o primeiro postulado da teoria de Rogers que logo evoluiu para Abordagem Centrada na Pessoa. 
A definição de não diretividade passa, segundo Rogers, pelo acreditar que "o indivíduo tem dentro de si amplos recursos para autocompreensão, para alterar seu auto-conceito, suas atitudes e seu comportamento autodirigido" (Rogers, 1989: 16).
Neste sentido a Não Diretividade pode ser entendida como uma forte subscrição do conceito de Tendência Atualizante na medida em que "É uma confiança de que o cliente pode tomar as rédeas, se guiado pelo técnico, é a confiança de que o cliente pode assimilar insight se lhe for inicialmente dado pelo técnico, pode fazer escolhas".(Rogers, citado por Raskin, 1998:76).
3.4 Eficácia da psicoterapia centrada na pessoa como instrumento de combate da violência doméstica contra a mulher.
A noção de Tendência Atualizante é para Rogers o postulado fundamental da Abordagem Centrada na Pessoa, à medida que conduz não só à satisfação das necessidades básicas do organismo, como também às mais complexas. A Tendência Atualizante permite, por um lado, a confirmação do Self e, por outro, a preservação do organismo, facultando assim, a consonância entre a experiência vivida e a sua simbolização (CAPELO, 2000).
Nessa perspectiva, sempre que essa consonância não se verifique, a pessoa pode entrar numa espécie de incongruência consigo mesmo, gerando uma desorganização entre a experiência real e a simbólica, o que leva a um comportamento desajustado, os quais, por sua vez, afetam a personalidade.
A psicoterapia é mais bem sucedida quando o indivíduo entra na terapia por conta própria e tem um forte desejo de mudar. Se você não quiser mudar, a mudança será lenta. A mudança significa alterar os aspectos da sua vida que não estão funcionando mais para você.  
Ou estão contribuindo para seus problemas ou problemas em andamento. Também é melhor manter uma mente aberta enquanto estiver em psicoterapia e estar disposto a experimentar novas coisas que normalmente você não pode fazer. 
A psicoterapia é muitas vezes sobre o desafio de um conjunto de crenças existentes e, muitas vezes, de si mesmo. É mais bem sucedido quando uma pessoa é capaz e disposta a tentar fazer isso em um ambiente seguro e solidário.
4 Considerações Finais
A violência contra a mulher é uma ofensa á dignidade humana e uma manifestação de relação de poderes historicamente desiguais entre mulheres e homens. Portanto, busca instigar os Estados a editar normas de proteção contra a violência generalizada contra a mulher, dentro ou fora do lar.
A Abordagem Centrada na Pessoa situa-se na área humanista da Psicologia e se propõe em ser uma área que vê a pessoa com potencial natural para o crescimento e para a saúde a partir da experiência, que se denomina tendência atualizante. 
Esse modelo teórico defende que a construção de uma relação empática possibilita o desenvolvimento pessoal do indivíduo e estimula a uma vida mais congruente. 
De tal modo, essa pesquisa se mostra relevante para fomentar o contexto da psicologia humanista, assim como contribui para o esclarecimento acerca dessa visão de homem.
Conclui-se que a mulher não é mais submissa ao homem, mas que mesmo com toda mudança que a história passou homens ainda se sentem no direito de abusar e agredir mulheres, coisa que na verdade eles não possuem, pelos simples fato delas não serem um objeto qualquer e sim um ser humano com direito e deveres como todo ser humano. 
Defender a igualdade e não colocá-la em prática em todas situações, mostra como a sociedade ainda tende muito a mudar.
Referências
BENFICA, Francisco Silveira; Vaz, Márcia. Medicina Legal. Porto Alegre: Livraria do ADVOGADO,2008. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para a prática em serviço. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
CAPELO, Fernanda de Mendonça. Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuição para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl Rogers. Revista de Estudos Rogerianos A Pessoa como Centro Nº. 5 Primavera-Verão 2000
DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da penha na Justiça: LEI 11.340/2006: da efetividade da lei de Combate à Violência Doméstica Familiar Contra a Mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais,2007.
GOBBI, Sérgio Leonardo, MISSEL, Sinara Tozzi (Org.) (1998) Abordagem    Centrada na Pessoa: Vocabulário e Noções Básicas, Editora Universitária UNISUL.
JACINTO, Maria de Fátima. O perfil da vitima de violência doméstica e familiar. 2010. 
Disponível em: https://araretamaumamulher.blogs.sapo.pt/46964.html
MAROJA , MADRE ÓDILA. A violência contra as mulheres no Brasil ,Formas de manifestação e os Sujeitos Ativo E Passivo Dos Crimes Domésticos. 2017. Disponível em: https: // bibliotecamadre . blogspot.com/2017/08/a-violencia-contra-as-mulheres-no.html
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório Mundial de Violência e Saúde. Geneva: OMS, 2002.
RASKIN, Nathaniel, O Desenvolvimento da Terapia Não diretiva, in A Pessoa como Centro - Revista de Estudos Rogerianos, Nº. 1, Maio/1998.
RISTUM, Marilena. As causas da violência. 1996. Disponível em:< https://www. google.com.br/?gws_rd=ssl#q=marilena+ristum+as+causas+da+viol%C3%AAncia+1996.
Rogers, C. As condições necessárias e suficientes para a mudança terapêutica da personalidade. In J. Wood et al. (Orgs.), Abordagem centrada na pessoa. Vitória: Editora Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1994.
ROSA FILHO, Cláudio Gastão da. Crime passional e Tribunal Do Júri. Florianópolis: Habitus, 2006.
SOUZA,Valéria Pinheiro de.Violência doméstica e familiar contra a mulher – A lei Maria da Penha: uma análise jurídica. 2014.Disponível em: https://www.geledes.org.br/violencia-domestica-e-familiar-contra-mulher-lei-maria-da-penha-uma-analise-juridica/
VIEIRA, Letícia Becker. Abuso de álcool e drogas e violência Contra mulher: Denuncia de vividos. Revista Brasileira de Enfermagem, 2014.

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