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Fundamentos do escoamento não ideal O estudo do escoamento do fluido é de fundamental importância para compreender a cinética da reação e projetar equipamentos. O modelo de reatores de mistura perfeita e pistonado que foram desenvolvidos até essa etapa do curso são ótimos por serem simples de tratar, porém são ideais e na aplicação prática os equipamentos reais se desviam dos ideais. O desvio do comportamento ideal pode ser causado pela formação de caminhos preferenciais de fluido, regiões de estagnação, reciclagem de fluido, tendência da substância em se aglomerar e o tempo e forma que irá acontecer a mistura. Esses comportamentos são compreendidos pelo estudo de fatores como a distribuição do tempo de residência (RTD) do material no vaso, o estado de agregação e a antecipação e retardo de mistura, caracterizando o tipo de escoamento. A distribuição do tempo de residência busca identificar quanto tempo as moléculas individuais permanecem no vaso, ou mais precisamente, a distribuição do tempo de residência do fluido escoando, já que no reator real os elementos do fluido adotam rotas diferentes. A DTR é chamada de E e representada pela função ∫ 𝐸(𝑡)𝑑𝑡 = 1 ∞ 0 , a curva E é a distribuição necessária para considerar o escoamento não ideal. Para a identificação do comportamento do reator será necessário determinar a curva E, uma maneira simples que permite caracterizar E é com o auxílio de um traçador, uma substância química não reativa, que pode ser aplicado por dois métodos experimentais, a função pulso ou a função degrau. O experimento com a função pulso segue da seguinte forma, é introduzido instantaneamente no fluido que está entrando no vaso, M unidades de um traçador e registra-se a concentração e o tempo do traçador ao deixar o vaso. Determinando a curva Cpulso e a partir do balanço de material, é possível encontrar a área sob a curva de Cpulso e a média da curva Cpulso. Para determinar E é necessário realizar a mudança de escala de concentração, dividindo as leituras de concentração por M/v como mostrado na equação a seguir: 𝐸 = 𝐶𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜 𝑀/𝑣 O experimento com a função degrau há um fluido com v (m³/s) escoando através de um vaso com volume V, no tempo t=0 o fluido normal é trocado pelo fluido com traçador de concentração Cmáx = [(kg ou mol) /m³]. Medindo a concentração do traçador na saída com o tempo t é possível determinar a Cdegrau. Realizando o balanço de material é possível relacionar as diferentes quantidades medidas da curva de saída de uma alimentação em degrau. A forma adimensional da curva Cdegrau é chamada de curva F, representada pela seguinte equação: 𝐹 = 𝑣 �̇� 𝐶𝑑𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 a curva E se relaciona com F: 𝐹 = ∫ 𝐸 𝑑𝑡 𝑡 0 realizando a diferencial, obtém-se a curva: 𝑑𝐹 𝑑𝑡 = 𝐸 Essas relações mostram como os experimentos de estimulo e reposta fornecem a DTR e a taxa média de escoamento do fluido no vaso, permitindo caracterizar o tipo do escoamento. Porém, essas relações só se mantêm para a condição de contorno de vasos fechados, o fluido só entra e sai uma única vez, quando esta condição de contorno não for encontrada, então as curvas de Cpulso e E deferirão. Portanto é de suma importância compreender e estudar a DTR, pois ela permite analisar e caracterizar o comportamento de um reator, tornando possível diagnosticar e modelar os reatores químicos cujo o desempenho se desvia do ideal.
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