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1 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 1 Imunologia Teoria da Seleção Clonal 1. Introdução e Aspectos Gerais ▪ Em linhas gerais, a teoria ou hipótese da seleção clonal afirma que, no organismo humano, notadamente em órgãos linfoides secundários, reside grande quantidade de linfócitos já previamente estimulados para reconhecer e neutralizar uma vasta gama de antígenos que possam vir a infectar o indivíduo. 2. Histórico ▪ Em 1955, Niels Jerne sugeriu o conceito supracitado, de que linfócitos específicos para um grande número de antígenos existem no sistema imunológico antes mesmo da exposição ao patógeno. ▪ Em 1957, Macfarlane Burnet enunciou de modo mais claro essa proposição, de modo a formular uma hipótese com o objetivo de explicar como o sistema imunológico poderia responder a um grande numero e variedade de antígenos. 3. Mecanismo da Seleção Clonal ▪ A partir de um linfócito precursor, formam-se clone – linfócitos idênticos – ainda na ausência de antígenos. Tal processo ocorre em órgãos linfoides germinativos. 2 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 2 ▪ Após formação e maturação desses clones, eles se dirigem para tecidos linfoides em aguardo do possível contato com algum antígeno. Nessa etapa, os clones já se encontram com sua especificidade definida. ▪ Uma vez que haja a presença de um antígeno especifico, o clone exato para tal agente invasor é selecionado, sofrendo ativação. ▪ Após ativação, tem-se o desencadeamento de respostas imunológicas especificas em vista ao combate contra a invasão em curso. 4. Atuação dos Linfócitos B e T na Seleção Clonal ▪ Em princípio, deve-se saber que cada tipo de linfócito (B ou T) guarda em sua superfície receptores específicos para somente um antígeno. ▪ Agora, lembremos brevemente das propriedades imunológicas de cada tipo de linfócito. ▪ A ativação dos linfócitos T imaturos demanda reconhecimento do complexo peptídeo-MHC apresentados pelas células dendríticas (APC – 3 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 3 apresentadora de antígeno). Desse modo, os linfócitos T só podem interagir com antígenos associados às células e não com antígenos livres. Repare que essa é uma característica necessário, haja vista todas as funções dos linfócitos T serem dependentes de sua interação física com outras células. ▪ Analisemos a imagem acima. Na etapa 1, percebe-se que cada linfócito T apresenta um receptor antigênico distinto, capaz de reconhecer moléculas variadas. ▪ Na etapa 2, tem-se um macrófago que fagocita um antígeno, digerindo-o e passando a apresenta um fragmento desse agente invasor por meio do MHC ou HLA. ▪ Na etapa 3, um linfócito T especificamente capaz de reconhecer o fragmento antigênico apresentado é selecionado. Desse modo, tem-se início a expansão clonal. ▪ Na etapa 4, essa expansão origina, por exemplo, linfócitos T citotóxicos, os quais atuarão 4 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 4 quaisquer células que apresentem o mesmo antígeno que os ativou. ▪ Na etapa 5, por fim, tem-se a ocorrência do processo de formação de células T de memória, guardadas para a possibilidade de uma futura infeção pelo mesmo antígeno. O restante dos linfócitos T sofre apoptose. ▪ Além disso, ainda sobre os linfócitos T, é importante destacar que, para efetividade de resposta, eles precisam reconhecer, além do antígeno, outras moléculas, os coestimuladores, que tem sua formação induzidas nas APC a partir do contato com o antígeno. ▪ Em linhas gerais, a necessidade da coestimulação garante que as células T respondam aos microrganismos (responsáveis pela indução do estimulo) e não a substancias inofensivas ou substancias próprias, por exemplo. ▪ No que tange aos linfócitos B, tem-se, basicamente, o mesmo princípio de funcionamento da seleção clonal dos linfócitos T. Vejamos. ▪ Após sua maturação e contato com um antígeno especifico, tem-se o processo de seleção do linfócito B, o que, por sua vez, ativa-o, dando início à expansão clonal. ▪ Nessa expansão, tem-se a formação de plasmócitos, que serão responsáveis pela síntese e pela liberação de anticorpos específicos para o 5 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 5 antígeno que desencadeou a formação deles. Além disso, tem-se a formação de células de memória, as quais, em uma futura infecção pelo mesmo antígeno, de modo mais rápido, poderão produzir novos anticorpos.
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