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Perguntas: 1. Fisiologia da dor quanto aos mecanismos, receptores vias transmissão e mediadores. A percepção da dor compreende três mecanismos: transdução, transmissão e modulação. Transdução A sensação dolorosa tem início pela estimulação de receptores sensitivos ou nociceptores, presentes nas estruturas que constituem o corpo humano e está relacionada a vários fatores, como gênero, idade, etnia, nível de escolaridade e socioeconômico, e também, a diferentes contextos, como experiências passadas e momento emocional. Os nociceptores não são específicos. Dependendo da intensidade do estímulo e dos fatores associados, podem gerar percepções diferentes, como tato, pressão, calor, frio, vibração, estiramento, as quais representam diversas modalidades sensoriais e não necessariamente sensação dolorosa. Os estímulos nocivos podem ser físicos (mecânicos ou térmicos) ou químicos (bradicinina, capsaicina, serotonina e prótons). Tais estímulos ativam os nociceptores, representados por fibras sensoriais periféricas existentes na pele, músculos e articulações, em sua maioria na forma de terminações nervosas livres. Tanto os nociceptores térmicos, ativados por temperatura acima de 45°C ou abaixo de 5°C, como os mecânicos, ativados por pressão direta, são compostos por fibras Aδ de pequeno diâmetro, finamente mielinizadas, que conduzem os impulsos elétricos na velocidade entre 2 e 30 m/s. Estas estruturas representam cerca de 20% das fibras nociceptivas e são responsáveis pela dor aguda. Os nociceptores polimodais são compostos por fibras C de pequeno diâmetro, não mielinizadas, que conduzem os impulsos elétricos na velocidade entre 0,5 a 2 m/s. Representam cerca de 80% das fibras nociceptivas e são responsáveis pela dor de longa duração e difusa e pelo prurido, sendo ativados por pressão, estímulos térmicos ou químicos. Fibras Aβ, de grande diâmetro, mielinizadas, compõem o sistema tátil e não participam do sistema de nocicepção, mas podem modificar a percepção da dor, atenuando-a. No caso de uma degeneração neuronal, este tipo de fibras pode sofrer modificação, passando a funcionar como fibras nociceptivas. Esta plasticidade é o mecanismo responsável pela alodinia (percepção de dor a estímulos que, em condições normais, não provocaria sensação dolorosa). As fibras sensoriais se agrupam em neurônios de primeira ordem, tipo pseudounipolar, os quais apresentam um ramo distal longo e um ramo proximal curto. A conversão do estímulo nociceptivo por substâncias proteicas em potencial elétrico despolarizante denomina-se transdução, mecanismo inicial de sensação dolorosa. Transmissão Por intermédio do neurônio sensorial de primeira ordem, o potencial elétrico despolarizante conduz o estímulo ao sistema nervoso central (neurônios sensoriais de segunda e terceira ordens), com sinapse no corno dorsal da medula espinal (a maioria) ou no tronco cerebral, estando os corpos das células nervosas localizados no gânglio da raiz dorsal e no gânglio trigemina. Este processo, denominado transmissão, é possível graças ao conjunto de vias e mecanismos que possibilitam que o impulso nervoso, gerado ao nível dos nociceptores das estruturas somáticas (pele, músculos, articulações) e viscerais, atinjam estruturas nervosas centrais onde ocorre o reconhecimento da dor. Modulação Além de vias e centros responsáveis pela transmissão da dor, há estruturas responsáveis por sua supressão, denominadas vias modulatórias, as quais são também ativadas pelas vias nociceptivas. As sinapses entre os neurônios de primeira e segunda ordem ocorrem por modulação de transmissão medular espinal, dependente de neurotransmissores, dentre os quais destacam-se o glutamato, a substância P e o peptídio relacionado com o gene do cálcio. Há vários sistemas modulatórios. O primeiro foi proposto por Melzack e Wall, em 1965, e recebeu a denominação de teoria do portão ou das comportas. As fibras amielínicas (C) e mielínicas finas (Aδ) conduzem a sensibilidade termoalgésica, enquanto as fibras mielínicas grossas (Aα e Aβ) conduzem as demais formas de sensibilidade (tato, pressão, posição, vibração). Segundo essa teoria, a ativação das fibras mielínicas grossas excitaria interneurônios inibitórios da substância gelatinosa de Rolando (lâmina II) para os aferentes nociceptivos, impedindo a passagem dos impulsos dolorosos, ou seja, haveria um fechamento do portão, ao passo que a ativação das fibras amielínicas e mielínicas finas (C e Aδ) inibiria os interneurônios inibitórios, tornando possível a passagem dos estímulos nociceptivos (abertura do portão). Esse mecanismo explica por que uma leve fricção ou massageamento de uma área dolorosa proporciona alívio da dor. Reynolds, em 1969, identificou outro sistema modulatório ao verificar, em ratos, que a estimulação elétrica da substância cinzenta periaquedutal (periaqueductal gray –PAG) produzia acentuada analgesia, a qual era acompanhada por aumento da concentração de opioides endógenos no liquor, que era revertida pela administração de naloxona (antagonista opioide). Demonstrou-se, posteriormente, que analgesia similar podia ser obtida pela estimulação elétrica da substância cinzenta periventricular (periventricular gray – PVG), do bulbo rostroventral (BRV) (núcleos da rafe magno, magnocelular e reticular paragigantocelular lateral) e do segmento pontino dorsolateral (TPDL) (loci ceruleus e subceruleus) ou pela injeção de morfina em qualquer desses locais (PVG-PAG, BRV e TPDL). A estimulação elétrica de outras estruturas, como o funículo posterior da medula espinal, lemnisco medial, tálamo ventrocaudal, cápsula interna, córtex somestésico e córtex motor, também pode proporcionar alívio da dor. Vilela Filho, em 1996, propôs a existência do circuito modulatório prosencéfalo- mesencefálico, que justificaria a analgesia obtida pela estimulação dessas áreas do sistema nervoso. Em vista disso, conclui-se que várias estruturas estão, de alguma forma, envolvidas na modulação da sensação dolorosa. A partir da sinapse no corno dorsal da medula espinal, o neurônio sensorial de segunda ordem ascende até o núcleo posterior ventral do tálamo, onde faz sinapse e se projeta como neurônio sensorial de terceira ordem, para: ■ O córtex cerebral, onde a percepção da dor é interpretada com suas diferentes características (qualidade, intensidade, localização) ■ O sistema límbico e amígdalas, que interpretam o componente afetivo da dor. <porto> 2. Quais os tipos de dor (psicogênica, nociceptiva, neuropática, mista; aguda x crônica; rápida x lenta) DOR AGUDA Em geral, a dor aguda associa-se a uma lesão tissular imediata e é de duração limitada. A dor dá início a uma resposta de aviso, para que a pessoa evite lesões adicionais, ativando o sistema nervoso simpático. Assim, o paciente experimenta vasoconstrição, aumento da freqüência cardíaca e uma fisiologia de “luta ou fuga”. Além disso, o paciente mostra-se freqüentemente agitado, pode gemer e mostrar sinais de inquietação e agitação. Na dor aguda intensa, como a do trabalho de parto ou do infarto do miocárdio, os pacientes podem ficar imóveis e demonstrar dissociação e diminuição da resposta ao ambiente. A dor aguda geralmente responde ao tratamento. O tratamento ideal é a imediata e suficiente administração de medicamentos analgésicos, em conjunto com tranqüilização e apoio. DOR PSICOGÊNICA A dor psicogênica é caracterizada desde o início por ser claramente associada a um transtorno do humor, que parece ser primário em termos de tempo e causa, geralmente, é mais difusa e menos bem localizada, o paciente queixa-se de dor constante e pode não encontrar palavras adequadas para descrevê-la. DOR CRÔNICA OU PERSISTENTE A dor crônica ou persistente geralmente se perpetua por longo tempo depois de a lesão tissular já se ter resolvido ou curado, de modo que não há razão óbvia para a dor. Em pacientes com dor crônica, a adaptaçãofisiológica ao estímulo doloroso persistente pode acompanhar-se dos seguintes sinais e sintomas: sintomas depressivos, retraimento, anorexia, fadiga, hipersonolência ou insônia, irritabilidade ou labilidade emocional, falta de iniciativa e inatividade. Esses sinais e sintomas podem ser sutis e requerem observa- ção ao longo do tempo e informações por parte da família, dos amigos e dos cuidadores acerca de quaisquer alterações comportamentais. Os pacientes podem não aparentar necessariamente a sensação de dor, e a freqüência cardíaca e as expressões faciais podem não refletir o estímulo doloroso. Os pacientes com dor persistente podem interagir e até mesmo rir, mas a distração não consegue sustentar um estado livre de dor. A dor crônica ou persistente tende a responder mal ao tratamento, pois está profundamente mesclada à fisiologia e à psicologia do paciente. A conduta ideal requer uma abordagem multiprofissional da pessoa como um todo e cuidados a longo prazo. DOR MISTA O tipo de dor mais frequente na prática clínica é o misto. Um exemplo de dor mista é a radiculopatia ou a dor devida ao câncer (“oncológica”), casos em que não há somente compressão de nervos e raízes (gerando dor neuropática), mas também de ossos, facetas, articulações e ligamentos (estruturas musculoesqueléticas), gerando dor nociceptiva DOR NOCICEPTIVA Esse tipo de dor envolve estímulos ascendentes transmitidos atráves de nervos normais, ao longo de neurônios sensoriais, e que sobem pelas vias espinotalâmicas da medula espinhal. Compreende as dores somáticas e viscerais. A dor somática é tipicamente bem localizada sobre a superfície cutânea ou nas estruturas musculoesqueléticas profundas (p. ex., feridas no pós-operatório imediato, metástases ósseas, estiramentos musculares). A dor visceral costuma ser mal localizada e freqüentemente é atribuída a estruturas profundas, como os intestinos (p. ex., prisão de ventre, apendicite inicial). DOR INFLAMATÓRIA A dor inflamatória é transmitida através de vias e nervos normais, tal como a dor nociceptiva. Entretanto, o grau de lesão tissular leva à ativação de mediadores inflamató- rios agudos e crônicos que potencializam a dor, diminuem os limiares de condução e sensibilizam o sistema nervoso central para o estímulo que chega. Os exemplos incluem condições inflamatórias crônicas, tais como artropatias e artrites, vasculopatias isquêmicas, feridas pós-operatórias tardias e queimaduras. DOR NEUROPÁTICA Esse tipo de dor surge em uma área anormal do ponto de vista neurológico, sendo causada por uma lesão do sistema nervoso central ou periférico. Os mecanismos de lesão são em sua maior parte mal compreendidos, mas podem incluir lesão incisional ou por esmagamento do tecido nervoso e agressões nutricionais, químicas, isquêmicas, metabólicas, neoplásicas ou paraneoplásicas do sistema nervoso periférico ou central. A dor geralmente é percebida ou descrita como tendo uma qualidade elétrica (i. e., em queimação, lancinante, em punhalada, vibrátil, em formigamento) ou associada a parestesia ou alteração da temperatura. A sensibilidade na área afetada e envolvida pela dor é habitualmente anormal. Por exemplo, estímulos não-nóxicos (como toque, pressão leve ou temperatura) são freqüentemente amplificados de modo a se tornarem hiperalgésicos ou produzirem dormência. A sensação causada pelo estímulo pode estar dissociada do estímulo em si (p. ex., um leve toque com uma pena pode provocar dor, o frio pode ser sentido como calor, os estímulos provocados por um instrumento pontiagudo podem ser percebidos como dormência). Exemplos de dor neuropática incluem a neuralgia pós-herpética, a dor do membro fantasma, a dor torácica pós-toracotomia e a neuropatia diabética. <lange dor> 3. O que é o decálogo da dor, e quais as maneiras de quantificar a dor do paciente. D E C Á L O G O Os atributos que distinguem a dor são dez, quais sejam eles: a sede, a irradiação, os fatores desencadeantes, os fatores atenuantes, os fatores agravantes, o modo de início, a qualidade, a intensidade, a duração e as relações funcionais. A escala multidimensional mais extensamente testada para avaliação da dor é o Questionário de Dor de McGill. O preenchimento desse questionário leva 5 a 15 min, e ele é mais completo que as outras escalas. A escala mais comumente usada é a Escala Numérica de Intensidade da Dor (0 a 10). Nessa escala, o zero corresponde à ausência de dor e 10 à dor mais intensa imaginável. Para os pacientes que têm dificuldades de escolher um número entre 0 e 10, o emprego de um esquema semelhante a uma régua pode facilitar, pois o paciente pode apontar um número ao longo de um contínuo. Como alternativa, alguns pacientes acham mais fácil quantificar sua dor meramente usando termos como leve, moderada ou intensa. Para outros, a Escala Análoga Visual (VAS, na sigla em inglês) é benéfica. Por essa escala, o paciente tem a oportunidade de graduar a quantidade de dor existente ao longo de um contínuo que vai de ausência de dor à dor mais intensa possível. Uma última escala de dor bem comum é a escala FACES de Wong Baker. Esta escala constitui-se de seis faces que exibem um espectro de sofrimento secundário à dor. <LANGE DOR> 4. Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios e analgésicos, e a diferença entre eles (citar as principais classes). Pouco seletivo: Atua nos dois, mas em preferencia na maior seletividade Não seletivo: Atuas nas duas COX Seletivo: atua em uma COX AINES (inibem a cascata de inflamação) As prostaglandinas são moléculas produzidas a partir do ácido araquidônico, um ácido graxo presente nos fosfolipídios que compõem as membranas celulares. O ácido araquidônico é liberado das bicamadas lipídicas por ação hidrolítica da enzima fosfolipase A2. Quando liberado, ele é convertido em prostanoides pelas enzimas cicloxigenases (COX). Essas enzimas existem em duas isoformas no nosso organismo: COX-1 e COX-2. A COX-1 é uma isoforma constitutiva da enzima. Ela é responsável pela produção fisiológica de prostanoides que atuam sobre processos homeostásicos do nosso organismo, como, por exemplo, agregação plaquetária, proteção da mucosa gástrica, homeostase renal e vascular. Enquanto isso, a COX-2 é uma isoforma induzida pelos processos inflamatórios e produz prostanoides mediadores da inflamação. A COX-2 catalisa a síntese de prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas. A prostaglandina E2 (PGE2 ) e a prostaciclina (PGI2 ) são um dos principais prostanoides mediado-res da inflamação produzidos pela COX-2. Essas prostaglandinas ocasionam a inflamação propriamente dita. Elas aumentam a sensibilidade dos nociceptores e atuam no hipotálamo como pirogênios endógenos, causando o aumento da temperatura corporal. A inibição das COXs causa a redução da produção de prostanoides inflamatórios e, assim, dos processos mediados por estes. Os AINEs podem apresentar diferentes graus de seletividade em relação às isoformas COX-1 e COX-2. Em função disso, são divididos em AINEs tradicionais (AINETs), que atuam sobre as duas isoformas enzimáticas, e AINEs seletivos para a COX-2, chamados de Coxibes. <Farmacologia Aplicada> OPIOIDES (abertura do canal de K e inibição de NA, agem no sistema nervoso central, inibem potencial de ação, hiperpolarizando a célula) Os opioides são fármacos já consagrados para o tratamento da dor de moderada a forte intensidade. O potencial para efeitos adversos e o medo da dependência têm limitado o seu uso. Eles atuam em receptores específicos que, ao serem ativados, interferem na transmissão de impulsos dolorosos. Exercem efeitos inibitórios tanto no encéfalo, quanto através do aumento do limiar nociceptivo das fibras da substância gelatinosa localizada no corno posterior da medula espinhal. Estudos demonstram que os receptores opioides estão presentes também no sistema nervoso periférico.Ao serem sintetizados nos gânglios das raízes dorsais da medula espinhal, são transportados aos terminais periféricos dos neurônios aferentes primários via axonal, que, quando estimulados, diminuem a liberação de substância P, contribuindo no controle da dor. Como base nestes conhecimentos, os opioides de formulação tópica têm sido estudados para o tratamento da dor relacionada às úlceras de pressão, uma vez que alterações na perfusão local impedem que opioides sistêmicos atinjam níveis satisfatórios no sítio de ação pretendido. Ademais, os pacientes acometidos por este tipo de lesão frequentemente têm diversas outras comorbidades e, portanto, estão mais propensos aos efeitos adversos sistêmicos dos opioides, sobretudo depressão respiratória. Três estudos randomizados demonstraram a eficácia da morfina e diamorfina gel para o tratamento da dor relacionada às úlceras de pressão, com a melhora nos escores de dor através de escalas verbais. Porém, ainda não há recomendações claras no que diz respeito à posologia e opioide ideal. A morfina em forma de solução para enxágue bucal também tem se revelado eficaz para analgesia de pacientes com mucosite relacionada ao câncer, sendo que a solução a 2% foi estatisticamente mais eficaz que a solução a 1%. <https://bjan-sba.org/article/10.1590/S0034-70942012000200010/pdf/rba-62-2- 248.pdf> 5. Relação da atividade laboral e cotidiana com LER e DORT. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são um conjunto de doenças que atingem estruturas como músculos, tendões, nervos e líquidos articulares, sendo causadas, desencadeadas ou agravadas por fatores presentes nos locais de trabalho. As LER e DORT acometem um grande número de trabalhadores no Brasil e no mundo todos os anos e o número de casos vem aumentando nas últimas décadas. Os fatores ocupacionais que contribuem para o surgimento das LER e DORT são: movimentos repetitivos, ritmo de trabalho intenso, móveis e equipamentos incômodos, postura inadequada, falta de tempo para ir ao banheiro, cobrança contínua por produtividade, exposição ao frio e exposição a vibrações. Doenças crônicas e condições psicológicas desfavoráveis também contribuem para o aparecimento das LER e DORT. Os locais mais comuns que as LER e DORT comprometem são a região cervical, ombros, cotovelos, punhos, mãos, região lombar e joelhos. Os principais sintomas são: dor, sensação de peso e cansaço, formigamento, fisgadas, alteração de sensibilidade e fraqueza muscular. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e, por isso, é muito importante saber o tipo de atividade que o https://bjan-sba.org/article/10.1590/S0034-70942012000200010/pdf/rba-62-2-248.pdf https://bjan-sba.org/article/10.1590/S0034-70942012000200010/pdf/rba-62-2-248.pdf trabalho de cada um exige e como ele está sendo executado. Esses sintomas vão surgindo lentamente, podendo vir isolados ou simultaneamente. Com o passar do tempo, intensificam-se e podem incapacitar para o trabalho e provocar dificuldades na realização das tarefas da vida diária tais como trabalhos domésticos, higiene pessoal e alimentação. Em caso de suspeita de LER e DORT, deve-se procurar um médico logo no início de qualquer desconforto. O diagnóstico e o tratamento precoces evitam que as lesões evoluam e se tornem crônicas, necessitando de tratamentos mais agressivos e até mesmo cirúrgicos. A prevenção das LER e DORT consiste em um conjunto de medidas a serem tomadas no sentido de organizar e executar o trabalho, buscando eliminar os fatores predisponentes. Algumas dicas importantes são: • Conhecimento das tarefas e controle do ritmo de trabalho pelo trabalhador; • Rodízio de atividades, evitando permanecer muito tempo na mesma posição ou executando movimentos repetitivos; • Realizar pausas para descanso durante a jornada de trabalho, permitindo a recuperação do corpo; • Controlar a temperatura, ruídos, iluminação e outros fatores externos que possam ser fontes de agressão à saúde; • Adequação do mobiliário e equipamentos de trabalho, permitindo posturas confortáveis e ergonômicas ao trabalhador; • Criação de oportunidades de realização de exercícios físicos dentro e fora do ambiente de trabalho. A LER/DORT não envolve apenas a dimensão biológica, devendo também ser contempladas, no cuidado aos trabalhadores acometidos por esses agravos, as questões psicossociais envolvidas no processo de adoecimento, no afastamento do trabalho e no processo de reabilitação. O caráter multifatorial e complexo dessas lesões demandam, necessariamente, propostas de intervenção que vão além dos tratamentos clínicos e cirúrgicos tradicionais, principalmente quando se trata dos casos já cronificados . Considera-se casos crônicos aqueles em que as experiências da doença se tornam permanentes e acarretam disfunções que alteram o cotidiano. Portanto, tratamentos isolados e individualizantes demonstram pouca eficácia nesses casos, sendo fundamental uma intervenção multi ou interdisciplinar na abordagem da LER/DORT. A formação de grupos terapêuticos, incluindo atividades de informação, vivências, de caráter pedagógico e/ou psicoterapêutico, podem contribuir para a melhora de quadros de dores osteomusculares. Trabalhar com grupos na área da saúde possibilita a inversão da relação vertical, a qual frequentemente ocorre entre o profissional da saúde e o sujeito da sua ação, para relações horizontais, sendo essa uma estratégia facilitadora da expressão das necessidades, expectativas e angústias dos pacientes. 6. Como a reabilitação pode ajudar na melhora da dor (fisioterapia). O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional são os principais componentes da equipe de reabilitação e ajudam a recuperar a estrutura e a função dos pacientes que padecem de distúrbios dolorosos. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional realizam exercícios ativos e passivos e modalidades terapêuticas passivas para conduzir os pacientes ao longo do processo de recuperação e reabilitação. Os exercícios terapêuticos dirigidos são utilizados para corrigir déficits específicos da postura, da flexibilidade, da força, do equilíbrio, da coordenação neuromuscular e da resistência. As modalidades passivas como crioterapia, aplicação de calor e estimulação elétrica comumente são empregadas para atenuar a dor, alterar a distensibilidade dos tecidos e controlar a inflamação. Os psicólogos especializados em dor enfatizam os fatores cognitivos e comportamentais relacionados com este sintoma. Os pensamentos de um indivíduo podem influenciar o humor, o comportamento e a função. A intervenção psicológica enfatiza como descondicionar as respostas e reações inadaptativas à dor, ao mesmo tempo que promove o bem-estar, melhora a capacidade de enfrentamento e amplia a sensação percebida de controle, além de reduzir os pensamentos catastróficos. <LANGE DOR> 7. Quais as terapias alternativas usadas na dor. As terapêuticas complementares podem atuar através de efeitos analgésicos diretos (por ex. Acupuntura), de uma ação anti-inflamatória (por ex. plantas) ou por distração (por ex. musicoterapia), a fim de alterar a perceção da dor, ajudar a relaxar, melhorar o sono ou reduzir sintomas como náuseas, neuropatia, vómitos, ansiedade ou depressão, assim como a dor. Estas terapêuticas isoladamente resultam com frequência, mas também quando associadas a fármacos, reduzindo, muitas vezes, as dosagens necessárias, e com isso os efeitos secundários e o custo. Quando as terapêuticas complementares funcionam em sinergia com um regime farmacêutico para a dor, é possível melhorar a eficácia e reduzir os custos. Acupuntura: estudos mostraram que a acupuntura alivia náuseas causadas pela quimioterapia. Acupuntura também pode prevenir alguns tipos de dor em pacientes com câncer. Acupuntura é segura se realizada por profissional autorizado e que use agulhas descartáveis. Pergunte ao seu médico por profissionaisde confiança. Acupuntura não é segura se o paciente estiver recebendo medicamentos que “afinam o sangue” ou se a contagem das células sanguíneas estiver baixa. Aromaterapia: Na aromaterapia são utilizados óleos aromáticos para causar sensação de calma. Estes óleos aromáticos são aplicados na pele durante massagem ou em banhos. Os óleos podem estar levemente aquecidos para maior liberação de suas fragrâncias. Aromaterapia pode aliviar náusea, dor e estresse. Biofeedback: Biofeedback permite você usa sua mente para controlar várias funções do seu corpo, como batimentos cardíacos e fluxo sanguíneo, durante a terapia biofeedback. Um terapeuta de feedback pode utilizar aparelhos para monitorar funções especificas do seu corpo como tensão muscular ou frequência cardíaca. Trabalhando com estes terapeutas você aprende a controlar estas funções. Exercícios: Exercícios podem ajudar aos pacientes a controlar sinais e sintomas durante e após tratamento do câncer. Exercícios delicados como caminhada e natação, podem aliviar a fadiga e estresse e ajudam pacientes a dormir melhor. Os exercícios devem ser iniciados lentamente, adicionando mais exercícios à medida que você os pratica. 30 minutos de exercícios a maioria dos dias da semana.. Hipnose: Hipnose é um estado profundo de concentração. Durante a sessão de hipnoterapia um (a) terapeuta pode hipnotizar pacientes com voz suave que ajuda a relaxar. Hipnose pode prevenir náuseas e vômitos antecipatórios que podem ocorrer se você já apresentou estes sinais e sintomas em tratamentos anteriores. Massagem: Durante a massagem a tensão muscular e o estresse são aliviados, promovendo um relaxamento. Existem vários métodos de massagem. Pode ser leve e delicada ou pode ser profunda com maior pressão. Estudos mostram que a massagem pode ajudar no controle da dor em pacientes com câncer. Pode também aliviar ansiedade, fadiga e estresse. Massagem é segura se realizada por profissional qualificado. Muitos centros de câncer possuem profissionais aptos no seu staff. Não se submeta a massagem se a contagem dos glóbulos sanguíneos estiver baixa. Peça para o massagista evitar massagens próximas a cicatrizes cirúrgicas, áreas de tratamento radioterápico ou tumores. Se o câncer estiver nos ossos ou existirem outras doenças ósseas (como osteoporose), peça para o terapeuta usar leve pressão e não fazer uma massagem profunda. Meditação: Estado de concentração profunda quando o paciente foca o pensamento em uma imagem, som ou ideia como um pensamento positivo A meditação é acompanhada por uma respiração profunda ou por exercícios de relaxamento. Meditação ajuda pacientes com câncer pelo alivio de ansiedade, dor e estresse. Meditação geralmente é segura. O paciente pode meditar por si mesmo por alguns minutos uma ou duas vezes ao dia ou pode receber aulas com um instrutor. Musicoterapia: Pacientes podem ouvir músicas, tocar instrumentos, cantar ou escrever canções. Musicoterapeutas estão capacitados para encontrar suas necessidades ou ajudar pacientes a participar de um grupo especifico. Musicoterapia pode ajudar a aliviar dor e controlar náuseas e vômitos. Musicoterapia é segura e não requer nenhum talento para participar. Yoga: Yoga combina exercícios de alongamento com exercícios respiratórios profundos. Durante a sessão de yoga, pacientes colocam seus corpos em várias posições – de torções, de inclinações e de alongamentos. Existem diversas variações de yoga. Yoga pode aliviar estresse de pacientes com câncer, além de melhorar o sono e reduzir a fadiga. Antes de iniciar as várias classes de yoga disponíveis, peça ao seu médico para indicar um (a) instrutor(a) para recomendar um(a) profissional que trabalhe regularmente com pacientes com câncer. <https://www.espacodevida.org.br/seu-espaco/medicina-integrativa/medicina- integrativa-conheca-alguns-metodos-que-podem-auxiliar-no-tratamento> 8. Como a dor crônica interfere no cotidiano dos pacientes. Os indivíduos com dor aguda recidivante (p. ex., enxaqueca) ou crônica geralmente se sentem frustrados e irritados e perdem a confiança quando o sistema médico, que inicialmente pode gerar expectativas quanto à cura, os rejeita quando os tratamentos mostram-se ineficazes. Há quem sugira que o indivíduo queixa-se na tentativa de chamar atenção, evitar atividades que não quer executar ou buscar compensação financeira por sua incapacidade. Outros podem sugerir que a dor não é real e que é simplesmente https://www.espacodevida.org.br/seu-espaco/medicina-integrativa/medicina-integrativa-conheca-alguns-metodos-que-podem-auxiliar-no-tratamento https://www.espacodevida.org.br/seu-espaco/medicina-integrativa/medicina-integrativa-conheca-alguns-metodos-que-podem-auxiliar-no-tratamento psicológica. Os pagadores da terceira parte podem até mesmo sugerir que o paciente está exagerando sobre a dor a fim de receber compensação financeira. Por essa razão, os indivíduos com dor podem isolar-se da sociedade, perder o emprego, afastar-se dos familiares e dos amigos e ficar cada vez mais isolados. As conseqüências da dor crônica, possam estar a desmoralização levando a depressão, frustração, raiva, ansiedade, preocupação exagerada consigo próprio e ao isolamento. Entretanto, esse sofrimento emocional pode ser exacerbado por vários outros fatores, tais como medo, sistemas de apoio inadequados ou desfavoráveis, recursos materiais e pessoais inadequados, complicações provocadas pelo tratamento (iatrogênicas), uso excessivo de fármacos potentes, incapacidade para o trabalho, dificuldades financeiras, litígios judiciais prolongados, interrupção das atividades habituais e distúrbios do sono. <LANGE DOR> 9. Como a dor interfere nas doenças pré-existentes (geral). A resposta global da dor ocorre com a liberação maciça de hormonios catabólicos (adrenalina, noradrenalina, corticoides, aldosterona, glucagon, hormonio do crescimento), e a supressão de hormonios anabolizantes (insulina e testosterona), desencadeiam o aparecimento de um estado catabólico generalizado com repercussões no funcionamento de vários todos os órgãos e sistemas do organismo. No sistema cardiovascular desencadeia-se um estado de hipertensão, taquicardia, aumento da resistência vascular sistémica e aumento das necessidades de oxigénio do miocárdio que pode agravar a dor e precipitar a isquémia ou a ruptura de placa ateroesclerótica. Ao nível respiratório, o aumento das necessidades de oxigénio e o aumento da frequência respiratória induzem mais dor. A imobilidade, como forma de defesa prejudicam o reflexo de tosse e eliminação de secreções promovendo o aparecimento de infeções e hipoxemia. Os sistemas gastrintestinais e urinários sofrem alteração pelo aumento do tónus dos esfíncteres, diminuição da motilidade intestinal e urinária e hipersecreção gástrica que conduzem a obstipação, náuseas e vómitos, retenção urinária, oligúria, úlceras gástricas e outros transtornos decorrentes da distensão abdominal. O sistema hematológico apresenta aumento da adesividade plaquetária, fibrinólise reduzida e hipercoaguabilidade com risco aumentado de estase venosa, trombose venosa profunda e tromboembolismo. A imunidade enfraquece por indução de linfopenia que predispõe ao aumento das infeções, recorrência ou expansão de tumores pré-existentes. O sistema endócrino comanda e desencadeia aumento da resposta neurovegetativa e secreção de hormonas do eixo adreno-hipofisário-hipotalâmico, com o aumento de hormonios catabólicos e a diminuição de hormonios anabólicos conduzindo ao desenvolvimento de um balanço nitrogenado negativo, intolerância aos carboidratos, lipólise aumentada, retenção de água e sódio e expansão secundária do espaço extracelular. No bem-estar geral da pessoa que pode apresentar fraqueza e atrofia muscular, fadiga, limitação de movimentos, distúrbios do sono, anorexia, ansiedade, depressão e outros transtornos a nível comportamental(irritabilidade, isolamento, entre outros). Transdução Transmissão Modulação
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