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Imobilização e talas TIPOS DE FRATURA Não exposta: quando há fratura óssea, mas a pele está integra; Exposta: além da fratura óssea, observa-se lesão de pele associada (não necessariamente o osso precisa estar para fora, ou ser visualizado. Basta que haja lesão na pele); Não cominutivas: apresentam até 2 fragmentos; Cominutivas: múltiplos fragmentos ósseos (3 ou mais). CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILO – ANDERSON Tipo I: laceração menor que 1cm sem evidências de contaminação; Tipo II: laceração maior que 1cm com contaminação moderada; Tipo III A: lesão de partes moles grave, mas cobertura adequada do osso, altamente contaminada (5-10%); Tipo III B: lesão de partes moles grave, contaminação massiva, osso exposto com remoção do periósteo; Tipo III C: igual a IIIB, porém com lesão arterial necessitando de reparo. ESCORE DE MESS Ajuda a determinar qual membro pode eventualmente evoluir para uma amputação. Baseado na lesão óssea, do tecido mole, na presença de choque, tempo de isquemia e idade (pontuação maior que 7 = amputação) TRATAMENTO O manejo inicial de todos os pacientes precisa começar com os ABCDE (princípio de tratar primeiro o que pode levar a morte mais rápido) A: vias aéreas e coluna cervical → Antes de começar a avaliação, devemos estabilizar a cervical do paciente com suspeita de trauma com alta energia cinética (acidades automobilísticos, quedas de grandes alturas etc.) em que há risco de lesão de coluna; Após essa etapa devemos nos apresentar ao paciente e fazer alguma pergunta. Caso o paciente responda, já consideramos que as vias aéreas estão pérvias. Em caso de ausência de respostas devemos realizar as manobras Jaw- Thrust (projeção da mandíbula) e Chin Lift (elevação do mento) para avaliar presença de corpo estranho. Após analisar a via aérea com as manobras acima, devemos usar a cânula de Guedel (ou cânula orofaríngea) para manter a via aérea pérvia; Por fim, antes de passar o colar cervical, devemos avaliar o pescoço através da inspeção e palpação para afastar pneumotórax hipertensivo; B: parte ventilatória → Nessa etapa devemos realizar inspeção, palpação, ausculta e percussão C: circulação → Nessa etapa devemos identificar choque e manter a circulação avaliando 4 parâmetros: pele, pulso, perfusão e hemorragias (sangramentos externos). Identificar principais locais de sangramento: tórax, pelve, abdome e ossos longos. Em caso de sangramento externo devemos imediatamente pará-lo com compressão direta D: avaliação neurológica → A avaliação neurológica é feita através da escala de coma de Glasgow e avaliação das pupilas; E: fraturas e exposições → Por fim, devemos expor o paciente (retirar roupas e objetos) para avaliar possíveis fraturas e palpar pulsos. Quando se chega no C, deve-se controlar hemorragias: 1. Primeira escolha: pressão direta sobre o ferimento com gaze ou pano; 2. Segunda escolha: compressão da artéria acima do ferimento; 3. Terceira escolha: torniquete manual ou pneumático diretamente sobre a pele. ➔ Considerações sobre o uso do torniquete: deve ser apertado até parar o sangramento (pressão pode chegar até 250 mm Hg nos MMSS e 400 mm Hg nos MMII); o tempo de uso do torniquete deve ser anotado (se a intervenção cirúrgica for demorar mais de 1 hora, deve-se considerar aliviar a pressão do torniquete desde que o paciente esteja estável); O RISCO DE PERDA DO MEMBRO AUMENTA COM O TEMPO DE USO DO TORNIQUETE; Cuidados com o membro amputado: O reimplante é usualmente indicado para pacientes com lesões isoladas em extremidades – devem ser transportados com urgência para centros especializados; Pacientes instáveis não são candidatos para reimplante; O membro amputado deve ser lavado com solução isotônica e empacotado inicialmente com gaze estéril e em um segundo pacote com compressas estéreis e colocado em bolsa plástica; Essa bolsa deve ser colocada em arca térmica junto com gelo moído; deve-se ter cuidado para não congelar a parte amputada e SEMPRE transportar junto com o paciente IMOBILIZAÇÃO DA FRATURA A meta principal é realinhar a extremidade de maneira mais anatômica possível, prevenindo mobilização excessiva do sítio de fratura; Deve ser acompanhada de uma tração linear e contínua Quando é feita corretamente, auxilia na redução da dor e previne novas lesões neurovasculares e comprometimento muscular; Em casos de fratura exposta, é necessário empurrar o osso de volta para dentro do ferimento e remover toda a contaminação grosseira, administrando altas doses de antibióticos assim que possível; Caso não seja possível, é necessário imobilizar o membro na posição que foi encontrada Avaliação neurovascular do membro deve ser feita sempre antes e após a manipulação e imobilização (garantir que algum vaso seja obstruído, comprimido etc.) FRATURA DO FÊMUR Devem ser imobilizadas temporariamente com talas e tração; A tração deve ser aplicada distalmente no tornozelo (evitar tração caso haja alguma lesão associada da haste da tíbia); Uma forma simples de tala é amarrar a perna quebrada com a perna íntegra; FRATURA DO JOELHO Uso de tala posterior longa; evitar imobilizar em extensão completa, deixando uma flexão de aproximadamente 10° para reduzir tensão nas estruturas neurovasculares (região poplítea) FRATURA NA TÍBIA Deve-se imobilizar a parte inferior da coxa, joelho e tornozelo (sempre imobilizar articulações ao redor, acima e abaixo) FRATURA DE TORNOZELO Utilizar tala acolchoada mantendo o tornozelo em posição anatômica (90°) Os dedos do pé podem ficar livres FRATURA DO MEMBRO SUPERIOR E DA MÃO Tala de forma a manter o pulso levemente dorso fletido e os dedos com uma flexão de 45° na junção metacarpo falangeana; O antebraço e pulso devem ser alinhados em uma tala plana e acolchoada; O cotovelo deve ser imobilizado de forma fletida com auxílio de tipoia; O braço deve ser imobilizado junto ao corpo com uma bandagem torácica + tipoia; O ombro deve ser imobilizado por tipoia.
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