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Portfólio POLITICAS

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GUSTAVO FERNANDES DE ALMEDA
8109984
LICENCIATURA EM MÚSICA
Portfólio – Políticas da Educação
Trabalho desenvolvido na disciplina Políticas da Educação Pública sob a orientação do profº. Wagner Montanhini, para obtenção de nota parcial. 
POLO SÃO PAULO
2021
1. Após ver o documentário, apresentar um resumo dos diferentes momentos mostrados pelo diretor, quanto aos locais e escolas vistas.
MANARI/PERNAMBUCO – Uma das cidades mais pobres do Brasil
· Escola com uma infraestrutura bastante precária: sem telhado, banheiros sempre entupidos, merenda imprópria;
· Alunos, com essas condições se sentem completamente desmotivados.
 Em Manari, não tem Ensino Médio, então o prefeito disponibiliza um ônibus para transportar os alunos nessa fase escolar, porém o ônibus precisa constantemente de manutenção por se tratar de um veículo antigo em péssimo estado de conservação, impossibilitando várias vezes os alunos de irem a escola, em Inajá (cerca de 30km de Manari).
 Pelas condições, o rendimento dos alunos é bem abaixo do ideal, e os professores não tem condições de revisar toda a matéria para a recuperação paralela, pois o tempo disponibilizado pelo Estado é muito pouco. Logo os alunos precisam se preparar para as provas sozinhos.
 Em uma das aulas ministradas pela Professora Denise, ela trouxe a questão da desigualdade na Educação e propôs uma reflexão: “Continuaremos a aceitar o sistema atual que pouco nos privilegia ou lutaremos por uma educação mais justa? Como deve ser a Escola do Futuro?” 
 Outro fator importante é o pouco caso por parte de alguns professores. Alguns nem aparecem na escola para lecionar, e outros se sentem desmotivados por vários motivos. Um deles é o desinteresse dos alunos. Alguns vão até a escola, e não entram. 
DUQUE DE CAXIAS – 15KM DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
COLÉGIO ESTADUAL GUADALAJARA
· Professor falta. Alegria por parte de alguns 
· Professora Helenita se vê numa sala de 8ª série, 9º ano com alunos completamente desconcentrados, além de terem vários alunos adultos na sala, provavelmente do EJA
· Desrespeito moral à uma professora que envolveu pessoas de fora do ambiente escolar
 Conselho de Classe discute sobre a aprovação ou não de um aluno (Douglas, 15a). Uma das professoras considera que outrora esse aluno era bastante relapso e pouco interessado, porém hoje demonstra um pouco mais de interesse e uma reprovação poderia resultar num abandono escolar por parte desse aluno. No final, decidiram pela aprovação dele, uma vez que em outras matérias ele tinha nota suficiente para aprovação. 
 Um Núcleo acompanha a rotina desse aluno, e pelo depoimento de uma possível Assistente Social, percebe-se que o ambiente em que o adolescente está inserido contribuirá diretamente no caminho que ele seguirá pra sua vida. O Núcleo oferece algumas atividades socioeducativas/culturais: Banda, Dança-Afro e Teatro. Tais atividades possibilitam que esses menores saiam das ruas, e ocupem seu tempo vago com atividades que lhes propiciarão novos saberes
SÃO PAULO – ITAQUAQUECETUBA
ESCOLA ESTADUAL PARQUE PIRATININGA II
· Piratininga: Periferia da Periferia. 
 O acesso à cultura, por exemplo é bem pouco devido a falta de recursos, então a escola acaba se tornando um passeio, não só para os alunos, mas também para a comunidade.
 A escola em questão teve altos índices de aprovação por parte dos alunos no ENEM, que proporcionou a eles o acesso a universidades através do PROUNI, programa do governo que facilita o ingresso de alunos de baixa renda a universidades privadas.
 A falta dos professores na Rede Publica é uma realidade em todo o Brasil, uma vez que a legislação é permissiva para tal conduta.
 O depoimento da Professora Celsa, de Língua Portuguesa é forte. Ela traz problemáticas reais e graves, como por exemplo: é necessário fazer terapia para se manter sã frente a rotina de ser professor. Ela entende que o Professor “perdeu” sua dignidade e as faltas muitas vezes se dá pela falta de motivação. O sistema é “jogado”. Terra de ninguém. Problemas são reais, porém não se faz nada para mudar esse cenário. 
A escola deixou de ser um lugar interessante. O que tem fora dela é muito mais convidativo.
 Keila, uma aluna com tendências depressivas, porém com um talento nato para escrever poesias. Relata que sua inspiração só vem quando esta triste. Ela conta que em uma das aulas de um projeto que ela faz parte, ela compartilhou com a Professora Celsa, a vontade de cessar com sua vida, e a professora, como espécie de conselheira, trouxe uma frase que vale a pena refletir: “Morrer com a dor da alma é viver com ela eternamente”.
 Em 2004, Keila concluiu o Ensino Médio, e trabalha em uma confecção.
SÃO PAULO - BAIRRO ALTO DE PINHEIROS 
COLÉGIO SANTA CRUZ – ESCOLA CONFESSIONAL CATÓLICA
 É interessantíssima a colocação de uma das alunas entrevistadas: “O simples fato de querer ajudar já traz embutido um ar de superioridade. Eu te ajudo porque posso mais. Tenho mais condições”. Na essência somos todos iguais, mas na prática temos dois “mundos”: os que têm, e os que não têm. 
 É nítido perceber que a grande parte dos alunos desse colégio de elite são fenotipicamente brancos.
 Se as aulas da escola não são suficientes, esses alunos têm acesso à professores particulares
 Uma das alunas entrevistadas se mostra incomodada pelo fato de poucos garotos de interessarem por ela, e relaciona isso ao fato de estudar muito. “Será que eu afasto os garotos de mim por gostar de estudar?”
 A realidade choca! 
 Uma das alunas é convidada para estudar num outro colégio conceituado de São Paulo. Ela participa das Olimpíadas de Física e representa seu colégio, e conta que o nível de exigência pessoal é muito alto.
 “Meu pai não me conhece! A corrida por dinheiro toma muito o tempo dele”. “Não me lembro qual foi o último abraço que ganhei da minha mãe!”. “Sinto muita falta do carinho dela”. “Recorro aos meus amigos, namorado”. Essas frases são de uma aluna que retrata a ausência do seu ciclo familiar, e que isso influencia diretamente na rotina dela. 
2. Coleta de dados estatísticos como número de matrículas na rede pública municipal e estadual de ensino de sua cidade e Estado; dados sobre evasão e repetência, índice de desenvolvimento como o IDEB, dentre outros. Os dados podem ser coletados no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Disponível em: < http://portal.inep.gov.br/web/guest/painel-educacional>. Acesso em: 19 nov. 2019.
3. Para finalizar, elabora um texto crítico, fazendo um paralelo envolvendo o documentário Pro dia nascer feliz (2007) e os dados coletados de sua cidade/Estado.
 Há muito tempo, políticas públicas são sinônimo de discussão. Vemos ao longo da história que tais medidas dificilmente abrangem toda a população de forma igualitária, e no quesito Educação, os problemas são um pouco maiores pois, envolvem formação básica, que serve também como parâmetro para a formação do cidadão. Percebemos que entra ano, sai ano, e o tema Educação é pauta de massivas discussões.
 Assistindo ao documentário “Pro dia nascer feliz” (2007 – Dir. João Jardim), fiquei impactado como são negligenciadas atitudes mínimas, no que se diz respeito a Educação, principalmente das cidades bem afastadas. É triste ver, que adolescentes, jovens são privados de se desenvolver enquanto alunos por falta de recursos, que são tecnicamente garantidos através da Constituição. É deplorável acompanhar nos noticiários diariamente, crianças trabalhando, enquanto deveriam estar na escola, pra assim, quem sabe um dia proporcionar aos seus familiares uma condição de vida melhor. Enfim, o cenário que vemos, especialmente em lugares bem afastados é de total abandono.
 Analisando os quadros, e fazendo um paralelo com o documentado assistido, vemos que nada mudou. O documentário que foi gravado há mais de 10 anos retrata uma cena bastante verdadeira. São poucasas escolas afastadas que são assistidas pelas autoridades competentes, e ainda sim quando são, os problemas não são solucionados em sua totalidade. 
 Percebemos que, por exemplo, a taxa de abandono de jovens e adolescentes no Ensino Médio é muito grande, e podemos relacionar isso a diversos fatores como a necessidade de trabalhar afim de colaborar ou até suprir as contas da casa, o fato de, por conta da falta de uma educação mais eficaz, meninas engravidam cada vez mais cedo, e por isso precisam deixar de frequentar as aulas, vícios, falta de estrutura familiar. Os motivos podem ser os mais diversos, e vemos que tais obstáculos podem ser enfrentados com medidas que favoreçam esses jovens. 
 O grande problema da sociedade está na falta de iniciativas efetivas que gerem resultados satisfatórios no quesito Educação. Salas superlotadas, professores mal valorizados, infraestrutura escolar precária. Tudo isso desmotiva tanto os professores, como principalmente os alunos.
 Enquanto não tivermos autoridades, que se preocupem realmente com os menos favorecidos e trabalhem incessantemente, continuaremos a repetir essa realidade, e mais e mais jovens serão privados de se desenvolver e assim proporcionar a si, e aos seus próximos um futuro com mais oportunidades. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Documentário:
“Pro dia nascer feliz” – 2007 – Direção: João Jardim.
https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=45s
Ministério da Educação
http://portal.inep.gov.br/web/guest/painel-educacional

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