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Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Disciplina: Direito Empresarial – Parte Geral Aluna: Caroline Tavares Matrícula: 2521371 Curso: Direito Turma: 0353 Professor: Daniel Ricardo Starke 1 – A título inicial em seu trabalho, faça um breve e sintético resumo fático do caso concreto discutido nos autos, apontando as principais celeumas postas a julgamento. Embargos Infringentes Nº 611256-1/01 – 4ª Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba. Embargada: Building e Profits Auditores e Consultores S/C Ltda. Embargante: Município de Curitiba. A Building e Profits busca pagar uma quantidade menor de imposto sobre serviços. Para isso, necessita comprovar que é uma sociedade profissional sem caráter empresarial, visando se enquadrar no Artigo 10 da Lei Complementar Municipal nº 40/2001, que foi feita com o intuito de beneficiar profissionais autônomos e sócios que se responsabilizam individualmente pelos serviços prestados. Caso a sociedade não consiga provar que atende aos requisitos para se beneficiar da referida Lei, o imposto será cobrado de acordo com a regra geral. A Embargada pretende provar que é uma sociedade civil, não existindo cunho empresarial, mas vacila ao não apresentar nenhum documento que possa confirmar suas alegações. O município de Curitiba então analisa o contrato social. Primeiramente, ao examinar o nome da sociedade já fica claro que esta é uma empresa, pois o referido contrato versa sobre nome empresarial. Além disso, os serviços que o sócios realizam excedem a habilitação deles. Esses serviços extras fazem com que exista o elemento de empresa. Há pro labore (pagamentos concedidos aos sócios pelo trabalho feito para a empresa). Outrossim, o contrato também declara que há rateio – divisão proporcional de lucros e prejuízos entre os sócios – mais uma prova de que não são profissionais autônomos, porque se fossem, trabalhariam juntos apenas para eliminar despesas em comum, e teriam lucros individuais. Do mesmo modo que, no presente caso, os sócios dividem os lucros e prejuízos, também dividem a responsabilidade pelos serviços prestados – outra questão que afasta a possibilidade da não existência do elemento de empresa. Dito isso, a decisão foi dada à favor do município de Curitiba, visto que a Building e Profits não se encaixa no Artigo 10 da Lei Complementar Municipal nº 40/2001, não podendo receber o privilégio tributário que desejava. 2 – No contexto da fundamentação esboçada na decisão, identifique quais os textos legais utilizados pelo julgador para dizer o direito aplicável ao caso concreto, apontando-os de forma clara em relação ao mérito discutido. O principal texto legal empregado pelo julgador é o parágrafo único do artigo 966 do Código Civil, transcrito abaixo: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” (Grifado agora) O município de Curitiba aplica esse artigo no caso concreto a fim de demonstrar que a Embargada é considerada uma sociedade empresária, pois mesmo que esta realize serviços de caráter intelectual, há elemento de empresa. Logo após, fundamenta a existência do elemento de empresa baseando-se no contrato social, apontando os itens citados na questão 1. O Embargante apresenta, ainda, jurisprudências para fortalecer suas alegações. Em uma delas, consta o art. 1.052 do Código Civil, disposto a seguir: “Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social.” Pois bem. O presente artigo é utilizado para explicitar a existência do elemento de empresa: a divisão dos lucros e prejuízos entre os sócios é feita de forma proporcional às cotas de cada um, o que caracteriza as sociedades empresárias. 3 – Na qualidade de aplicador da ciência jurídica e diante da análise de todos os argumentos apresentados pelas partes, indique eventuais fatos (a exemplo de provas ou providências que poderiam ser tomadas pelas partes) que poderiam modificar a decisão vergastada, indicando os pontos que julgar pertinentes. No caso em questão, é incontestável que os serviços prestados pela Building e Profits são de natureza intelectual. Portanto, esta não é considerada uma sociedade empresária, de acordo com a primeira parte do parágrafo único do artigo 966 do Código Civil – “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores”. No entanto, ao analisar a segunda parte do dito parágrafo – “salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa” – encontra-se empecilho. Evidencia-se que o ponto central da discussão não são as atividades desempenhadas pela sociedade, mas sim o modo de atuação dos sócios. A decisão foi dada à favor do Embargante unicamente em razão da existência do elemento de empresa, comprovada pelo contrato social presente nos autos. Assim, para que fosse proferida decisão favorável à Building e Profits, esta careceria de apresentar documentos para atestar a ausência deste. Em suma, precisaria: a) Abster-se de apresentar, no contrato social, cláusula versando sobre “nome empresarial”; b) Comprovar que o trabalho de cada sócio não ultrapassa as habilitações específicas da profissão de cada um; c) Demonstrar que cada sócio tem seu próprio lucro, atuando em conjunto apenas para eliminar gastos comuns a todos; d) Ainda, evidenciar que cada sócio se responsabiliza individualmente pelo serviço prestado. Deste modo, cumprir-se-iam as exigências estabelecidas pelo parágrafo único do art. 966 do código civil – trabalho de cunho intelectual, sem existência do elemento de empresa - e a Embargada poderia fruir da forma privilegiada de tributação.
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