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Ciclo Menstrual

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Ciclo Menstrual
Ana Luísa Rubim
Os ciclos reprodutivos femininos se iniciam na puberdade e duram até a menopausa, envolvem o eixo hipotálamo- hipófise- gônadas, além dos órgãos do sistema reprodutor feminino. 
 O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) é sintetizado no hipotálamo e carreado até o lobo anterior da hipófise, sua liberação é pulsátil. O GnRH estimula a liberação de 2 outros hormônios: 
· FSH (hormônio folículo estimulante):responsável por estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos e pela produção de estrogênio; 
· LH (hormônio luteinizante): o “disparador “ da ovulação (liberação do ovócito secundário) e estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzir progesterona. 
	 	O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários, o desenvolvimento dos folículos, a ovulação e a formação do corpo lúteo. 
Fase folicular: 
 O FSH promove o crescimento de cerca de 12 folículos primários, dos quais apenas um se desenvolve tornando-se um folículo maduro, liberando o ovócito. 
 O aumento de tamanho do folículo primário faz com o tecido conjuntivo se organize, formando a teca folicular. Essa teca se diferencia em teca interna (epitelóide, produz estradiol, progesterona e androgênios – que são convertidos em estrogênios) e externa(forma capsula de tecido conjuntivo). As células foliculares se dividem, produzindo uma camada em torno do ovócito. Em torno dessas células foliculares, surge o antro (uma cavidade comporta por fluido folicular), formando assim, o folículo secundário. 
 O desenvolvimento inicial dos folículos é induzido pelo FSH, mas os estágios finais de maturação precisam do LH. Os folículos em crescimento produzem estrogênio. Após essa semana de crescimento, um dos folículos começa a crescer mais do que os outros (maior sensibilidade ao FSH), sendo que os demais involuem (atresicos); isto é importante, pois normalmente apenas 1 só ovulo é liberado. O folículo único é chamado de folículo maduro, o qual cresce a ponto de causar um intumecimento na superfície do ovário. 
Ovulação: 
 Próximo a metade do ciclo, o folículo ovariano- sob influencia do FSH e do LH – sofre um crescimento muito rápido, produzindo uma saliência na superfície do ovário. Os altos níveis de estrogênio no sangue induzem uma onda de LH por 12 a 24 horas, que dispara a ovulação. O ovócito é expulso como resultado da pressão intrafolicular e da contração muscular na teca externa devido à estimulação das prostaglandinas. O ovócitos secundário expelido é envolvido pela zona pelúcida e por algumas camadas de células foliculares, que foram a corona radiata. A onda de LH também induz o término da primeira divisão meiótica do ovócito primário. 
Fase Lútea: 
 Ocorre logo após a ovulação. As paredes do folículo ovariano e da teca folicular sofrem colapso e se tornam enrugadas e, sob influencia do LH, elas se transformam no corpo lúteo, que secreta progesterona e estrogênio, fazendo com que as glândulas endometriais secretarem e prepararem o endométrio para a implantação do blastocisto. 
 Se o ovócito for fecundado, o corpo lúteo aumenta de tamanho e forma o corpo lúteo gravídico, aumentando sua produção hormonal. Quando ocorre a gravidez, a degeneração do corpo luteo é impedida pela gonarotofina coriônica (hCG) que secretada pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. 
 O corpo lúteo gravídico permanece funcional durante as primeira 20 semanas de gravidez, ate que a placenta assuma a produção de estrogênio e progesterona necessários para a manutenção da gestação. 
 Em caso de não fecundação do ovócito, o corpo lúteo involui e degenera 10 a 12 dias após a ovulação, e então é chamado de corpo lúteo da menstruação, que se tranforma no corpo albicans – uma cicatriz branca no ovário. 
CICLO MENSTRUAL 
 O ciclo menstrual é o período durante o qual o ovócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os hormônios produzidos pelos folículos e pelo corpo lúteo (estrogênio e progesterona) causam mudanças no endométrio. O endométrio é um “espelho” do ciclo ovariano pois responde às concentrações de gonadotrofinas e hormônios ovarianos. 
 Um ciclo menstrual médio é de 28 dias, sendo o primeiro dia caracterizado pelo inicio do fluxo menstrual. Esses ciclos variam na sua extensão e quase todas as variações ocorrem durantes a fase proliferativa do ciclo. 
 Fases: 
I. Fase Menstrual (4 a 5 dias): período de desintegração da parede uterina que é expelida com o fluxo menstrual (sangramento mensal – sangue + fragmentos endometriais); após a menstruacao, o endométrio torna-se delgado. 
II. Fase Proliferativa (9 dias): fase de crescimento os folículos ovarianos, controlada pelo estrogênio secretado por esses folículos; ocorre o aumento e 2 a 3 vezes na espessura do endométrio. No inicio dessa fase, o epitélio superficial se reconstrói e recobre o endométrio. As glândulas aumentam em numero e comprimento, e as artérias espiraladas se alongam. 
III. Fase lútea/ secretora (± 13 dias): formação , crescimento e funcionamento do corpo lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material rico em glicogênio. As glândulas se tornam mais amplas, o endométrio se espessa (atingindo 5 a 6 mm) e as artérias crescem em virtude da influencia a progesterona, estrogênio e fluido no tecido conjuntivo. 
IV. Fase Isquêmica: ocorre quando o ovócito não é fecundado. A isquemia (redução do suprimento sanguíneo) ocorre quando as artérias se contraem, dando ao endométrio o aspecto pálido. Essa constrição ocorre em virtude da diminuição da secreção hormonal proveniente do corpo luteo, principalmente da progesterona. Além disso, a queda hormonal resulta na parada de secreção glandular, na perda de fluido intersticial e na retração do endométrio. No fim dessa fase, observa-se ainda a estase venosa e necrose isquêmica (morte) nos tecidos superficiais. Ocorre, então, a ruptura da parede dos vasos lesados e o sangramento, composto por sangue dos vasos e por fragmentos de tecido endometrial, levando à uma perda de 20 a 80 ml de sangue. Após 3 a 5 dias, toda a camada compacta e a maior parte da camada esponjosa é eliminada na menstruação.

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