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E-book 3 Sérgio Luiz de Barros Santiago GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ��������������4 UM NOVO MODELO ORGANIZACIONAL ������������������������������������13 NOVAS FUNÇÕES PARA O PROFISSIONAL EM GESTÃO DE PESSOAS �����������������������������������������������������24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 32 SÍNTESE ������������������������������������������������������� 33 2 INTRODUÇÃO A noção de gestão estratégica de pessoas surgiu a partir da abordagem de alinhamento sistêmico, todavia, segundo Snell, et al (2005), é da adequação indivíduo-cargo que vem a ideia da estratégia de RH. Ao longo dos tempos, exigências relativas à produtivi- dade, eficiência, integração entre funções e o próprio crescimento da produção levaram as organizações a ter a necessidade de administrar o recurso humano disponível, visto que, enquanto recurso, era dispen- dioso e de gestão mais complexa. A estratégia de RH decorrente seria o alinhamento en- tre cargos e posições na organização e seus ocupan- tes (adequação do indivíduo ao trabalho). Então, ações de divisão de tarefas, estabelecimento de padrões para atividades, especialização e redução de custos tiveram prioridade e se tornaram parâmetros para a seleção de pessoas, treinamento e remuneração. Entretanto, a adequação indivíduo-cargo esbarrava em aspectos bastante complexos que são o com- portamento das pessoas nas organizações que pre- cisava ser conhecido e gerenciado, a satisfação das necessidades dos indivíduos, e a motivação para o trabalho. Essas novas situações levaram a novas práticas e políticas de gestão do RH que ainda não se articulavam com as demandas estratégicas das empresas. Foi a partir da consolidação das diferentes abordagens da gestão de pessoas que se obteve o alinhamento de interesses indivíduo-empresa. 3 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO O tratamento dado pelas organizações às pessoas que nela trabalham – seus recursos humanos – é fundamentado em princípios e práticas que suportam a racionalização do trabalho, com olho nos ganhos de produtividade e minimização dos custos relativos à mão de obra e servindo de base para um sistema de relações de trabalho. O significado de administrar recursos humanos, gerir pessoas ou gerir o fator humano, termo mais atual para a mesma finalidade, é minimamente conquis- tar e reter talentos na organização, empenhados ao máximo no desempenho de suas atividades ou ta- refas, contribuindo positivamente para os objetivos organizacionais, em consonância com seus próprios objetivos, com eficiência, eficácia e efetividade. Os teóricos modernos dessa área de conhecimento questionam a contribuição dada pelo departamento que cuida das pessoas em uma organização, para os objetivos organizacionais, e sugere uma nova pauta para a área, com um olhar mais estratégico, procurando alinhar as pessoas que atuam na orga- nização com a estratégia e conduzir transformações no ambiente interno da organização, buscando dar respostas aos desafios do ambiente empresarial. A integração da gestão de pessoas na estratégia empresarial tem seu início na década de 1980, e co- 4 meçou a ser considerada com o questionamento da contribuição que o setor de pessoal em relação aos resultados obtidos pelas empresas. Segundo Ulrich (1998), seria fundamental que os resultados obtidos pela gestão de pessoas viessem de três capacidades essenciais: ● Demonstrar clareza estratégica; ● Implementar mudanças; ● Gerar capital intelectual. Para tanto, o autor sugere a adoção de quatro papéis para o setor de pessoal nas organizações: 1. Administração de estratégias, que foca a parti- cipação na elaboração da estratégia da empresa e replica aquilo que cabe ao setor em estratégias de pessoal; 2. Administração de infraestrutura, que cuida dos processos internos ao setor, tais como: contratação, treinamento, avaliação, etc.; 3. Administração da atuação das pessoas, que bus- ca o maior envolvimento e a melhor capacitação delas; 4. Administração da mudança, que objetiva assegu- rar a capacidade de mudar a organização. Entretanto, Albuquerque (1987) propõe uma visão sistêmica, mais comum nas organizações, que en- xerga o setor de pessoal dividido em subsistemas: ● Estrutura organizacional; 5 ● Relações de trabalho; ● Políticas de recursos humanos. O autor entende que esses subsistemas podem ser combinados para a definição das diferentes estra- tégias de pessoal que ele agrupa em: estratégias de controle, nas quais os empregados são considerados por quantidade, custo e produtividades; e estratégias de comprometimento, que trabalham a valorização dos talentos, a qualificação e a retenção de talentos, a motivação e o engajamento dos empregados nas metas da empresa. Figura 1: Alocação estratégica de pessoas. Fonte: Desenvolvido por D3Images / Freepik. Em decorrência, segundo o autor, os profissionais alocados no setor de pessoal se tornariam parceiros estratégicos para os demais setores, atuando como agregadores de valor para a organização. 6 https://br.freepik.com/fotos-gratis/personagens-coloridos-em-partes-do-enigma_955499.htm#page=1&query=puzzle%20people%20strategy&position=26 https://br.freepik.com/fotos-gratis/personagens-coloridos-em-partes-do-enigma_955499.htm#page=1&query=puzzle%20people%20strategy&position=26 Conforme Storey (1989) haveria duas versões para a gestão estratégica de pessoas: uma que ele deno- minou hard, que trabalha os aspectos quantitativos e a forma racional de gestão; outra soft, cuidando de aspectos relativos à comunicação, motivação e liderança. Para Tachizawa et al. (2006) as organizações preci- sam perceber que apenas o foco no mercado e suas estratégias de ocupar espaços e obter bons resul- tados de nada valem se não entenderem que a boa execução dos processos que compõem a sua cadeia produtiva depende da gestão de pessoas da organi- zação, pois são as pessoas que, utilizando-se das facilidades que lhes são oferecidas, realizam o grande trabalho da produção, atuando diretamente ou indire- tamente nos níveis estratégico, tático e operacional. Podcast 1 Na visão de Dutra (2009) a adequação do indivíduo- -empresa, com suas políticas e práticas na gestão do RH, exige três tipos de integração, sem as quais afirma que elas serão meras normas burocráticas que têm apenas a utilidade de auxiliar nos controles de gestão: a) Integração entre si – que permite ao gestor avaliar os impactos de uma decisão, por exemplo, referente a salários nos demais subsistemas da área de RH; b) Integração com planejamento estratégico orga- nizacional – fundamental para que a organização alcance seus objetivos e metas conforme previu; 7 https://famonline.instructure.com/files/407570/download?download_frd=1 c) Integração com as pessoas – para haver legiti- midade e efetividade nas políticas e práticas de RH. Fica evidente que há um alinhamento interno ao setor de RH e outro externo, com os demais setores da empresa, e que a competência do setor de pessoas apresenta, em qualquer das abordagens, assegurar papel fundamental no planejamento estratégico or- ganizacional das empresas. SAIBA MAIS Uma abordagem que trata do alinhamento estra- tégico, mesmo sem destacar interpretações da estratégia de gestão de pessoas, é a dada pelo Balanced Scorecard (BSC). O BSC cria uma ar- quitetura estratégica em que os tomadores de decisão são capazes de compreender exatamen- te como operacionalizar a estratégia e como in- centivar e orientar as pessoas a utilizarem suas competências para criar valor e gerar vantagem competitiva. O BSC é um sistema de gestão es- tratégica utilizada como estrutura organizacional básica dos processos gerenciais. A filosofia de scorecard foi adotada para viabilizar processos gerenciais críticos tais como: (a) esclarecer e traduzir a visão e a estratégia; (b) comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas;(c) planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas; (d) melhorar o feedback e o aprendi- zado estratégico. (Fonte: Kaplan e Norton, 1997) 8 A Figura 2 mostra os dois tipos de alinhamento entre gestão de pessoas e planejamento estratégico. IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA Enfatizada e equilibrada. SISTEMAS DE RH Alinhado com os produtos de RH. COMPETÊNCIAS DE RH Profissionais de RH e Gerente Gerais. RH COMO ATIVO ESTRATÉGICO Foco estratégico dos funcionários e excecução eficaz da estratégia. PAPEL DE RH Perspectiva interna e externa. Figura 2: Alinhamento estratégico de RH. Fonte: BECKER et al. (2001) adaptado. Considerando o ponto de vista de Gratton (2003), o alinhamento se dá verticalmente, quando as políticas e práticas de RH refletem as estratégias e objetivos organizacionais, e se dá horizontalmente, quando há uma sinergia intersetorial coerente e consistente com as demais ações na área de RH, e como com- plemento requer uma ação orientada que consiste no 9 que de fato é vivenciado na execução das políticas e práticas de RH por seus profissionais. Ao conseguir o alinhamento vertical a área de RH conquista: (a) o entendimento pleno do negócio da empresa; (b) direcionamento para os colaboradores internos da organização; (c) aproximação aos geren- tes ligados diretamente ao negócio, e (d) aquisição de competência para diagnosticar e tomar decisões sobre o resultado obtido. O autor considera, em relação ao alinhamento hori- zontal, ser ele fundamental para que se tenha uma visão sistêmica de RH possibilitando a busca de um equilíbrio entre as várias ações do setor. Qualquer congestionamento nesse processo enfraquece o direcionamento estratégico do capital humano. 10 Estratégia do Negócio Estratégia de RH As políticas, Processos e práticas de RH devem reforçar comportamentos em linha com os valores e principios que sustentam a cultura desejada. A estrategia de RH deve estar em linha com a estrategia do negocio, de forma a suportar e alavancar sua implementação. Os valores Princípios da empresa devem reforçar comportamentos Alinhados com a consecução da estratégia de negócio. Cultura Figura 3: Alinhamento estratégico de negócios, RH e cultura. Fonte: PASCHINI (2009) adaptado. Mais ampla é a perspectiva desse alinhamento es- tratégico para Paschini (2009), que defende uma coerência que, além da estratégia organizacional e da estratégia de RH, seja considerada a cultura organizacional conforme mostra a Figura 3. Para a autora, há condições fundamentais para o sucesso da adequação indivíduo-empresa, conforme segue: (a) a posição ocupada pelo RH na estrutura 11 da organização; (b) o apoio da alta administração para o processo; (c) a capacidade de atuação sis- têmica do grupo de profissionais de RH; (d) o grau de conhecimento que o setor de RH tem do negócio empresarial, e (e) o grau de entendimento que os profissionais de RH têm da cultura da organização da qual fazem parte. A revisão dos diferentes pontos de vista apresenta- dos aponta para a importância de se alinhar o com- portamento humano à estratégia organizacional para que haja sucesso organizacional. 12 UM NOVO MODELO ORGANIZACIONAL A expressão “Gestão de Pessoas” pode, segundo sua interpretação, significar: a) Função ou setor → uma unidade operacional que, normalmente, funciona como prestador de servi- ços em diferentes áreas relativas ao pessoal da organização; b) Prática de trabalho → a maneira como a organi- zação opera suas atividades relativas ao pessoal da organização; c) Profissão → os papéis desempenhados pelos profissionais que executam as atividades referentes ao pessoal da organização. Olhando como uma função “Gestão de Pessoas”, qual- quer que seja a denominação atribuída a ela na estrutu- ra organizacional no seu organograma, principalmente nas organizações com mais de 100 empregados efeti- vos, sendo um número maior para a indústria e menor para comércio e serviços, segundo o SEBRAE e o IBGE, em seus critérios de classificação de empresas, foi criada, originalmente, com o objetivo de prestar servi- ços para a empresa, suprindo suas necessidades e se preocupando com as exigências legais. Independentemente da importância, apenas para se ter uma ideia da diversidade de serviços que a aludida função deve, deveria ou se esperava que 13 desempenhasse, os relacionamos a seguir; mas, fatalmente, haverá quem ao ler este trabalho diga que um ou outro foi esquecido, isso não importa no momento, pois, como foi dito, a organização não é a preocupação presente, mas que a conduz. ● Recrutamento e seleção ● Cargos e salários ● Treinamento e desenvolvimento ● Avaliação e remuneração ● Saúde e segurança do trabalho ● Benefícios ● Proteção ● Relações trabalhistas ● Outras É evidente que a organização tem outras preocu- pações, tais como suas instalações físicas, seus equipamentos, os recursos financeiros, além das pessoas. Todavia, são as pessoas que estabelecem estratégia e objetivos, planejam e produzem produtos e servi- ços, cuidam da qualidade, comercializam o que foi produzido, alocam os recursos financeiros; portanto, sem pessoas a roda não gira, ou seja, a empresa não pode ser assim denominada. 14 Segundo Milkovich e Boudreau (2000), se a função presta serviços, então os profissionais que a desem- penham são parceiros da organização e como tal precisam conhecer profundamente o negócio da organização, afora as práticas atinentes ao desem- penho funcional. Como parceiros, esses profissio- nais fazem questionamentos que costumam aju- dar a descobrir aonde se quer chegar e a identificar como as pessoas devem atuar alinhadas com este rumo, inclusive, agindo no sentindo de adequá-las para um melhor desempenho. Assim, pode-se con- siderar que a “Gestão de Pessoas” vem se tornando cada vez mais estratégica e focada no negócio da organização. Espera-se dos profissionais alocados na função que desempenhem múltiplos papéis, como prestadores de serviços e parceiros no negócio, que sejam ainda os defensores da ética e os agentes de mudança. Todavia, o principal papel é o de administrador de um contrato implícito de trabalho, que nada mais é do que um entendimento tácito entre empregado- res e empregados, sobre seus direitos e deveres; os empregados atuam pelo cumprimento de metas estabelecidas pelos empregadores, e os empregado- res retribuem com o aceite dos empregados. Árdua missão. Missão esta que, com frequência, um ou outro, ou até ambos se esquecem da existência e que os profissionais da função têm de relembrar amiúde. A ideia que fica é de uma constante administração de um contrato constantemente rompido. 15 Um terceiro ingrediente precisa ser adicionado nes- sa mistura empregado-empregador, o governo que estabelece políticas e regulamenta as relações de trabalho e, com isso, afeta diretamente o contrato implícito e sua administração. Todavia, é voltando para dentro da organização que se irá encontrar o que este trabalho procura, para tanto é necessário buscar o formato da organiza- ção, porque ele traz consequências nas relações de trabalho. A Tabela 1 mostra como ocorre essa relação e como ela tem se modificado com a evolução tecnológica e comportamental; e, com essa evolução, a adminis- tração da relação empregado-empregador se com- plica porque ela vai perdendo a nitidez que a filosofia do comando e controle lhe dava, vai ficando difusa com a descentralização, com as redes virtuais, que sustentam a nova estrutura ao mesmo tempo em que afastam fisicamente as pessoas umas das ou- tras, que agora podem desempenhar seu trabalho de qualquer lugar. 16 Estrutura organizacional Filosofia e valores Implicações das decisões de RH Pirâmide Comando e controle • As carreiras tem um caminho especificado e hierárquico; • Descrições detalhadas e específicas das tarefas; • O sistema recomepensa o mérito, as promoções e o comprometimento; •O treinamento é voltado para tarefa específia; • As informações são reser- vadas à cúpula. Rede/alianças Redução de níveis Funções enriquecidas Focos nas equipes Empregados fortalecidos • As carreiras tem um cami- nho limitado, promoções horizontais; • COmpartilha a responsa- bilidade da carreira com o empregado; • Descrições genéricas das tarefas; • O sistema recompensa o desempenho individual e da equipe; • O treinamento enfatiza a generalidade e flexibilidade; • As informações são com- partilhadas com as equipes sempre que necessário. Pirâmide achatada Eliminação das fronteiras para clientes e fornecedores Tira a ênfase das espe- cializações funcionais Ênfase no cliente Euipe como um elemento fundamental da construção • A carreira é responsabilida- de individual; • Descrição genérica de tarefas; • Opções de treinamento a cargo do empregado; • O sistema recompensa o desempenho individual e da equipe; • O treinamento enfatiza a ge- neralidade e a flexibilidade; • As informações são ampla- mente acessíveis. Tabela 1: Decisões de Administração de RH adequadas à estrutura organizacional. Fonte: MILKOVICH e BAOUDREAU (2000). 17 A administração do contrato implícito está cada vez mais a cargo de contratado e contratante, ficando o profissional funcional que o administrava mais como um assessor de ambas as partes, perdendo, de certo modo, as rédeas desse jogo de interesses. Mesmo assim, em recente pesquisa, as organizações revelaram que estão meio confusas sobre o rumo a seguir, nas relações de trabalho. Senão, observemos as plataformas de trabalho mais utilizadas pelas organizações, na Tabela 2, segundo Marras (2011). PLATAFORMA DE TRABALHO USO Treinamento 100% Remuneração 92% Recrutamento / seleção e mudança organizacional 85% Registros e legislação 77% Serviço social/higiene e segurança 69% Motivação / serviços gerais / relações trabalhistas. 62% Qualidade de vida no trabalho 54% Psicologia 46% Preocupação com a produtividade / qualidade 40% Cultura organizacional 31% Tabela 2: Plataformas de Recursos Humanos. Fonte: MARRAS, (2011). Conforme a Tabela 2, se por um lado há uma preo- cupação geral em satisfazer o empregado com seu desenvolvimento pessoal e remuneração, por ou- tro lado a qualidade de vida no trabalho, psicologia, desempenho qualificado e cultura não fazem parte 18 das preocupações de quase 50% das organizações, demonstrando que ainda há muito que percorrer. As empresas ainda não se deram conta de que trei- namento e remuneração satisfazem os profissionais, mas não os motiva, tampouco os retêm e, com a não retenção, o conhecimento vai junto com quem sai da empresa, que sai perdendo sempre nesse jogo de interesses. Um bom modelo de trabalho, segundo Milkovich e Boudreau (2000), deve possuir as características a seguir relacionadas, mas para tanto é preciso dosar a real participação dessas características, seu excesso ou falta pode descompensar a relação e, ao invés de motivar, elas desmotivam: ● Variedade de habilidades – até que ponto uma fun- ção requer variedade de atividades e usa um grande número de talentos e habilidades do indivíduo. ● Identidade da tarefa – até que ponto a função exige que a realização do trabalho deva ser realizada do começo ao fim, com um resultado visível. ● Significância da tarefa – até que ponto o trabalho realizado tem impacto substancial sobre a vida ou o trabalho de outras pessoas. ● Autonomia – até que ponto a tarefa proporciona liberdade e independência para que o indivíduo pro- grame seu trabalho e determine o que deve ser usado em sua realização. 19 ● Realimentação – até que ponto o indivíduo recebe informações diretas e claras sobre seu desempenho por meio da própria realização das suas atividades. Segundo Milkovich e Boudreau (2000), as três pri- meiras características devem indicar se o indivíduo acredita que seu trabalho é importante. A autono- mia determina se o indivíduo se sente pessoalmente responsável pela qualidade de seu desempenho. E a realimentação dá a ele o conhecimento dos resul- tados de seu trabalho. Portanto, os individuos devem ter preocupação com produtividade, desde que percebam que existe qua- lidade de vida no trabalho, para que haja ambiente para que sua motivação aconteça. Uma das maneiras de participar efetivamente do melhor desempenho da função “Gestão de Pessoas” – visando a oferecer reais condições para que o indi- víduo enxergue seu papel e se engaje – é atuar como propositor de metas da função no plano estratégico da organização e cuidar para que elas tenham con- dições de serem cumpridas. O desafio está em como traduzir os objetivos e es- tratégias da organização em objetivos e estratégias da “Gestão de Pessoas”, formular a sua participação de modo a se manter aderente e fazer parte do plano organizacional. Há uma corrente que recomenda a fundamentação do planejamento da função com base no fluxo das pessoas para dentro, através e para fora da organi- 20 zação, ou seja, considerando a mobilidade dos indi- víduos dentro da organização, bem como entrando e saindo dela. Não é o melhor modelo porque enquanto as pessoas se movimentam, a função atua como observadora, imóvel, não condizente com a época pós-moderna que requer dinamismo presencial de todas as funções da organização. Outros consideram que para ter maior participação tenha de se manter integrado, pensando ao planejar pessoal na produção da organização, nas mudanças tecnológicas, tanto as incorporadas como as ape- nas disponíveis, no comportamento do mercado e dos clientes, olhando tudo isso como provedor de talentos, em visão mais moderna, sistêmica porque integrada; e, por isso, mais preparada para as deci- sões funcionais. O ponto de interrogação é: de quem é essa responsabilidade, nos dias atuais? Pelo que foi relatado, será necessário no exercício pleno da função “Gestão de Pessoas” alguém que: pense e formule políticas; que identifique e desen- volva modelos e práticas; que disponibilize capa- citação e recurso; que utilize, supervisione, lidere e participe da sua aplicação, que avalie e reconheça o desempenho. Refletindo sobre tais requisitos, aflora a ideia de uma equipe com missões complementares e uma única visão, com membros atuantes e partícipes do exercício funcional, mas que, para obter eficácia no desempenho de cada requisito relacionado, há que compartilhar os requisitos com as demais funções 21 organizacionais, cabendo apenas à parte denomi- nada “Gestão de Pessoas” aquela parte referente a pensar e formular políticas; identificar e suprir mo- delos e práticas; disponibilizar capacitação e identi- ficar recursos; deixando os outros requisitos a quem cuidar da execução dos trabalhos, os gestores das pessoas em suas atividades. Figura 4: Trabalho em Equipe. Fonte: Unsplash. A “Gestão de Pessoas” como função partilhada, dis- tribuída, com missões próprias, mas integradas, parte de uma equipe comprometida com metas, objetivos e visão comum. Então, vem uma pergunta, e aquela parte burocrática, que cuida dos registros, das exigências legais, etc. Quem ficará com essa responsabilidade? A solução é aberta, algumas empresas terceirizaram, outras agregaram à sua estrutura contábil. Espera-se uma sugestão; os acadêmicos e demais estudiosos ainda 22 https://unsplash.com/photos/e6n7uoEnYbA não encontraram a melhor localização, sabem que, na moderna “Gestão de Pessoas”, não há como de- sempenhar algo tão mecânico e rotineiro, mas que lá no passado distante foi a origem de tudo o que atualmente a função é. 23 NOVAS FUNÇÕES PARA O PROFISSIONAL EM GESTÃO DE PESSOAS Tradicionalmente, ao se mencionar setor de RH, aflora a lembrança de controle e supervisão de tra- balhadores e das funções de recrutamento, seleção e remuneração, além das garantias de satisfazer os funcionários por meio de benefícios, segurança e integração social, além dos requisitos jurídicos e burocráticosda gestão dos contratos de trabalho. Novas atribuições e funções surgiram com mu- danças no cenário, causadas pela globalização, informatização, reengenharias e outras surpresas; inclusive a discussão sobre a terceirização e auto- matização de tarefas próprias das áreas de RH. A gestão estratégica de pessoas vem nessa esteira como consequência da complexidade associada às exigências de qualidade e produtividade – que levaram à aproximação entre RH e as áreas que pensavam as estratégias organizacionais, e como resultado à necessidade de repensar estrutura e funções estratégicas na área de RH. Ao considerar seus recursos humanos como um ativo importante, necessários ao êxito de suas estratégias, as empresas esperam que a área de RH contribua com seus conhecimentos sobre esse capital humano disponível para extrair dele o seu máximo para que vantagens competitivas sejam obtidas. 24 Todavia, segundo Golden e Ramanujam (1985), pou- cas organizações se lembram de chamar suas áreas de RH para participarem da formulação de suas es- tratégias, não apenas na sua execução. Conexão de mão única Os profissionais de RH atuam na implan- tação das estratégias organizacionais por meio de políticas e práticas de ges- tão de pessoas derivadas de decisões estratégicas. Conexão de mão dupla Os profissionais de RH contribuem na formulação de estratégias organizacionais, alimentando com informações a respeito de aspectos positivos e negativos da orga- nização, quanto ao seu conteúdo humano, bem como com políticas e práticas de gestão de pessoas derivadas de decisões estratégicas. Conexão integradora Os profissionais de RH assumem novas responsabilidades, com gestão de com- petências, desenvolvimento e retenção de talentos capazes de contribuir para um diferencial de competitividade. Tabela 3: Articulação RH – Planejamento Estratégico. Fonte: WRIGHT e SNELL (1998) adaptado. A articulação entre o RH e o planejamento estratégico é encontrada em diferentes níveis de participação, o que sintetiza o Tabela 3. Para cumprir as demandas decorrentes da nova relação entre o RH e o planejamento estratégico, novas funções foram desenvolvidas pela área de RH. Segundo Ulrich (1998), para assumir as novas responsabilidades, ele classifica ser necessário: (a) ser um parceiro estratégico; (b) ser um especialista 25 administrativo; (c) ser um defensor dos funcionários, e (d) ser um agente de mudanças. Já para Lengnick-Hall e Lengnick-Hall (2003) as responsabilidades para atender a nova articulação RH-planejamento estratégico seriam: (a) gestão do capital humano; (b) facilitação da aprendizagem; (c) desenvolvimento de relacionamentos, e (d) flexibili- zação da gestão de pessoas. Detalhando cada uma das atribuições propostas por Ulrich (1998), temos: a) Parceiro estratégico – essa função considera questões relativas à organização e às equipes de trabalho que atuam nos processos de aprendizagem, no desenvolvimento de competências e na proteção do conhecimento, agindo como se fosse um consul- tor para as diferentes iniciativas estratégicas. Um parceiro também deve prestar suporte para organizar e reorganizar a empresa para que as estratégias se viabilizem. Tais ações dependem de um diagnóstico organizacional a ser conduzido, propiciando uma oportunidade de ajustar a cultura organizacional de modo a contemplar o interesse pela aprendizagem, o respeito pela diversidade, enfim, valorizar uma ati- tude cidadã no âmbito corporativo. Tal parceria, por- tanto, implica no monitoramento das competências disponíveis de modo que o RH possa influenciar as decisões estratégicas. Quanto à proteção do conhecimento, um parceiro de- veria participar das decisões referentes ao modelo de projetos de risco que reúnam os talentos da empresa, 26 seja atuando internamente, seja no ambiente externo, protegendo assim da fuga de conhecimento. Outra pre- ocupação nessa parceria é com relação à prevenção contra processos judiciais, normalmente, dispendiosos e demorados, quando se trata de autoria. Ainda na proteção do conhecimento, enquanto parcei- ra, a área de RH deve se preocupar com os contratos de trabalho dos talentos detentores do desejado co- nhecimento, bem como os padrões de conduta desses profissionais, inclusive incluindo cláusulas de carência par minimizar a ida de talentos para concorrentes e evitando compartilhamento do tempo do profissional, durante a vigência do contrato de trabalho. SAIBA MAIS Hamel e Prahalad (1995) advogam a necessida- de da existência de uma arquitetura estratégica que mostra à organização que competências pre- cisam ser desenvolvidas agora, que grupos de no- vos clientes precisam ser entendidos agora, que novos canais devem ser explorados agora para interceptar o futuro. A arquitetura estratégica é um plano amplo para abordar a oportunidade. b) Especialista administrativo – destinado a traba- lhar para a melhoria da estrutura de suporte ao tra- balho, buscando integração, eficácia e eficiência na execução das atividades; a minimização de custos, ajustando a organização para enfrentar os desafios da sua operação. 27 Uma das responsabilidades dessa função está no suporte aos sistemas de trabalho da organização de modo a possibilitar o acesso generalizado à informa- ção e ao conhecimento, incentivando a formação e o uso de redes sociais, bem como a criação e parti- cipação das comunidades de prática. Atuando como consultores internos da organização, essas funções auxiliam a estruturação da organiza- ção de modo a facilitar a comunicação e o desenvol- vimento de novas competências e conhecimentos. O suporte de atendimento do especialista permite fazer mapeamento e reengenharia de processos, disseminar conhecimentos, atribuir e distribuir res- ponsabilidades, além de redirecionar o esforço dedi- cado aos processos para uma descentralização da gestão do fator humano. Muitas empresas utilizam autoatendimento para complementar a função, en- xugando seu quadro funcional. c) Agente de mudanças – essa função atua no de- senvolvimento da capacidade de as empresas acei- tarem mudanças e, uma vez aceitas, as realizarem e tirar proveitos das transformações obtidas. São também responsabilidades dessa função desen- volver na organização a ideia de melhoria contínua, tanto na concepção quanto na implementação das diversas iniciativas que focam o desempenho para que haja ganhos significativos de performance. A flexibilização na área de RH também cabe a essa função, que atua como consultor interno para via- bilizar a reengenharia e a integração dos recursos 28 humanos e dos demais recursos organizacionais. Dotar esse setor de competências, práticas, políticas e demais ferramentas flexíveis facilita a adaptação perante as mudanças de cenário internas e externas organização. Nesse sentido, também há a preocu- pação com a flexibilização da estrutura de suporte ao trabalho, com o mesmo objetivo. Podcast 2 Essa função procura transmitir a imagem de dina- mismo, que é um contraponto à ideia de mudança da maioria das empresas que entendem mudança como um realinhamento apenas, ignorando a comple- xidade de qualquer movimento que envolve pessoas ou grupos, dentro das organizações. As empresas, em sua maioria, entendem que para mudar é preciso formar um consenso político, obter uma adesão geral e combater qualquer resistência. A mudança, na interpretação na moderna gestão de pessoas, deve ser percebida como resposta ao que foi estruturado e negociado pelas empresas, consequência de fatores externos de ordem cultural, política ou social, que influenciam a empresa, o ramo de negócios e até a sociedade. Mudanças devem gerar benefícios tanto para acionistas, como para stakeholders, e até para a comunidade. Entretanto, é fundamental destacar que são as pes- soas que, de forma racional ou não, influenciam o 29 https://famonline.instructure.com/files/407571/download?download_frd=1 processo organizacional, sejaqual for sua posição hierárquica na organização, são elas que põem as mu- danças para frente, daí a importância dessa função. d) Defensor dos funcionários – essa é talvez a mais complexa das novas funções de RH, porque mexe na satisfação das necessidades básicas de indivíduos, com sua segurança, com as necessidades sociais no trabalho, além da progressão de carreira. Essa função continua responsável pela intermedia- ção individuo-empresa, tendo que ora defender um lado, ora o outro; mas que tem se inclinado a de- fender mais o lado das pessoas que trabalham nas organizações, uma vez que os trabalhadores, nas dé- cadas de 1990 e 2000, conforme Pochmann (1998), passaram por movimentos econômicos importantes, com fusões, aquisições, privatizações, acirramento concorrencial, muitas demissões, e outras transfor- mações organizacionais radicais. Para enfrentar tais movimentos, Kunda, et al (2002) citam os novos arranjos de trabalho, tais como: contratos temporários, contratos flexíveis, trabalho com consultoria, subcontratação, terceirização, etc. Outros autores tratam da mobilidade que passou a caracterizar as carreiras, presentemente, no sentido de ampliar a empregabilidade das pessoas. Nesse cenário, estão presentes ansiedade, insegurança e frustração pelo caráter transitório das novas relações de trabalho, justificando, assim, essa nova função para o RH. 30 Gestão de Desempenho Conhecimento Funcional Conhecimento de Negócios • Gestão de mu- dança cultural • Análise e diagnóstico organizacional • Análise e diagnóstico estratégico • Inovação em processos e estruturas • Controle/avalia- ção em gestão de pessoas • Gestão de servi- ços em RH • Consultoria em RH • Arquiteturas organizacionais • Gestão do capi- tal humano • Gestão do clima organizacional • Educação e desenvolvimento • Reconhecimento e remuneração • Qualidade de vida e satisfação • Liderança e ges- tão da motivação • Comunicação • Gestão estratégica • Mercado de trabalho • Cenário micro e macroeconômico • Operações e logística • Marketing e vendas • História da empresa • Conhecimento da indústria ou setor de atividade Tabela 4: Competências dos profissionais de RH. Fonte: KESLER (1995) Para exercer tais funções, Kesler (1995) sugere um conjunto de competências para os profissionais de RH, Conforme Tabela 4. Como se pode constatar, não é missão fácil dedicar- -se ao dia a dia da nova gestão de pessoas, conside- rada como estratégica por motivos óbvios. 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apresentamos neste módulo o conceito e as razões por que, após um período de evolução e adequação da gestão de RH a uma nova realidade de mercado, considerando os aspectos econômicos, políticos e socioculturais e até ambientais como parte da vida de uma organização inserida nesse contexto, é preci- so planejar e tomar decisões estratégicas, utilizando seus recursos – principalmente o capital humano. Após esse período de adaptação e alinhamento com a estratégia da empresa, aquela gestão de pessoas passou a ser conhecida como gestão estratégica que, como pudemos observar, exige uma nova organiza- ção para seu setor e novas funções desenhadas para poder apoiar, participar, aconselhar os executivos de uma empresa na elaboração de suas estratégias de negócio, formulando conjuntamente um plano que vise ao cumprimento de objetivos e metas, agregan- do diferencial competitivo, que seja flexível e dinâmi- co para se adaptar à mobilidade do mercado. Para isso, a função da gestão de RH estrutura-se, a fim de propiciar capacitação, aquisição de competên- cias e conhecimentos, aquisição, desenvolvimento e retenção de talentos. Para organizar e adquirir di- ferentes competências, ela própria organiza-se para melhor desempenhar seu papel como parceira dos demais setores da empresa – e da própria empresa. 32 SÍNTESE O tópico 3 – Novas funções para o profissional em gestão de pessoas – complementando, as diferentes funções foram redefinidas e outras incorporadas para o sucesso do alinhamento estratégico, objetivando as metas organizacionais. Todavia novas funções foram criadas e, dentre elas, destacamos três para entender melhor o processo de integração gestão de RH e planejamento estratégico. O tópico 2 – Um Novo Modelo Organizacional – em decorrência do alinhamento que se fez necessário, uma reestruturação e reformulação de atribuições e responsabilidades gerou a necessidade de distribuir as novas missões entre os profissionais de RH, bem como criar – sempre que necessário – cargos para desempenhar com dinamismo, foco e parceria as novas funções, bem como as novas relações dentro da organização. O tópico 1 – Alinhamento estratégico – desenvolve a ideia da aproximação e participação da gestão de RH no planejamento estratégico organizacional face à demanda que surgiu a partir de transformações no cenário externo e que provocou reações no ambiente interno, as quais deram origem a mudanças que, de modo direto ou indireto, envolveram as pessoas e, por consequência, a gestão de pessoas, além de toda organização. A absorção desse processo requereu adequação de infraestrutura, aquisição de competências, estabelecimento de parcerias, e outras medidas. GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Referências Bibliográficas & Consultadas 123RF. Disponível em: https://br.123rf.com/pho- to_51516379_vetor-recursos-humanos-pesquisa-de- -pessoas-logotipo-hr-%C3%ADcone-isolado-.html. Acesso em: 01 out. 2019. ALBUQUERQUE, L. O papel estratégico de recursos humanos. Tese de Livre Docência. São Paulo: USP, 1987. ARAUJO, L. C. G.; GARCIA, A. A. 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