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Criação de Ruminantes

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O Brasil possui o maior rebanho comercial do 
mundo, com cerca de 212 milhões de cabe-
ças, enquanto os EUA possuem 89 milhões de 
cabeças sendo o terceiro maior rebanho do 
mundo. No entanto, o Brasil possui o dobro de 
matrizes: 80 milhões, contra 40 milhões nos 
EUA, mas produz menos carne, o que reflete 
uma baixa eficiência produtiva. 
No Brasil, são produzidos 45,8 quilos de carne 
por animal por ano, enquanto nos EUA essa 
produção é de 133,2 quilos de carne por ani-
mal por ano. A baixa produtividade brasi-
leira tem grande influência da baixa efici-
ência reprodutiva do rebanho. 
É necessário, portanto, que se faça uma mu-
dança no pensamento do pecuarista, já que o 
pensamento antigo buscava produzir cada 
vez mais arroba por boi. O pensamento mo-
derno busca trabalhar com mais arrobas por 
hectare. Para isso, é necessário: 
 
• Produzir mais bezerros, reduzindo a 
idade ao primeiro parto; 
• Produzir bezerros de qualidade. 
 
Funciona como um “tripé”. Constituído por 3 
pontos básicos e extremamente necessários 
que andam junto e sem um deles, pode dese-
quilibrar e interferir diretamente na saúde ani-
mal. 
• Manejo Sanitário 
• Manejo Reprodutivo 
• Manejo Nutricional 
Dentro desses 3 pontos indispensáveis temos 
questões de BEA (Bem-Estar Animal), Raças 
e Cruzamentos (melhoramento genético) e 
Instalações (ambiente em que o animal é cri-
ado). Tudo isso se faz necessário para que 
seja reduzido ao máximo qualquer tipo de es-
tresse seja ele agudo ou crônico. Partindo do 
princípio que um animal sem qualidade de 
vida, com fome, com sede, com necessidades 
básicas pendentes vai produzir menos, ficar 
doente e até mesmo gerar gastos para o seu 
produtor. 
 
 
• Bovino – de corte/ leiteiro / couro 
• Caprino – de corte/ leiteiro 
• Ovino – de corte / de leite / lã 
• Bubalino – de corte / de leite / couro 
Sp Bovina = Vaca x Touro > Bezerro (garrote/ 
novilho / novilha) 
Sp Caprina = Cabra x Bode > Cabrito 
Sp Ovina = Ovelha x Carneiro > Cordeiro 
Sp Bubalina = Búfala x Búfalo > Bezerro 
 
• Intensivo – Onde os animais passam 
todo o tempo em confinamento, existindo vá-
rios tipos, é principalmente utilizado na criação 
de animais leiteiros. 
• Extensivo – Sistema onde os animais 
passam todo tempo de vida “à pasto”, soltos, 
muito utilizado para animais de corte onde 
precisam se manter em forma para um bom 
resultado corpóreo, sendo muito comum que 
ao final do processo de engorda, estes ani-
mais vivam em um sistema intensivo. 
• Semi Extensivo – É conhecido como o 
“meio termo”, onde os animais são criados sol-
tos em um determinado período do dia e o ou-
tra parte do tempo ficam confinados em re-
gime intensivo. 
*Curiosidade: O sistema de criação intensivo 
não necessariamente precisa ser um lugar fe-
chado, coberto. Pode ser um cercado de pasto 
ou terra batida. A principal diferença deste 
para o extensivo, é que no intensivo a comida 
fica no que chamamos de “cocho”, é uma ali-
mentação que previamente foi preparada e 
necessita também de mão de obra para dispo-
nibilizar aos animais quantas vezes forem ne-
cessárias ao dia. Já o extensivo, o animal fica 
solto em um bom pasto onde a terra foi previ-
amente trabalhada para ser preenchida de fo-
lhagem de qualidade, com todos os nutrientes 
necessários, além do que, se faz importante a 
manutenção de pesticidas para que não haja 
a ingestão de parasitas por esses animais. 
 
 
É o estudo da conformação externa dos ani-
mais. É muito valorizado principalmente nos 
casos de exposições que demonstram o me-
lhoramento da raça, porém não se trata ape-
nas de uma questão estética, isto porque tam-
bém é feita uma associação muito importante 
da forma deste animal em conjunto com a fun-
ção deste animal “modificado” e apresentado, 
onde o animal que possui características me-
lhores, apresenta um desempenho maior em 
alguns quesitos que vão desde desempenho 
reprodutivo, produção de leite ou melhor 
porte. Ou seja, o intuito é que essas caracte-
rísticas modificadas geneticamente sejam di-
retamente relacionadas a um melhoramento 
daquela raça, assim incentivando a prática do 
melhoramento genético das raças conforme 
necessário. E, para isso, existem estes con-
cursos e comissões julgadoras que analisam 
todo o animal, julgando se as tais característi-
cas modificadas se encaixam na função da-
quele animal, ou seja, se ele é um animal “lei-
teiro” ou “de corte” ou que se encaixe com al-
guma outra finalidade que ele possua. este 
ato é conhecido no ramo como “Análise do 
Tipo”. 
Há também a possibilidade de se trabalhar 
com o melhoramento genético em vários ní-
veis. Como por exemplo, continuar com uma 
criação de animais que já são bons dentro de 
suas finalidades, mas também manter alguns 
com características melhoradas apenas para 
a reprodução, induzindo o nascimento de uma 
raça ou espécie ainda melhor. 
 
(Em ordem de prioridade) 
1. Aparência geral 
2. Sistema mamário 
3. Características leiteiras 
4. Capacidade Corporal 
*Curiosidade: Bovinos leiteiros possuem a 
característica de profundidade abdominal 
para acomodar mais alimento resultando na 
produção de mais leite, sendo assim, seu for-
mato corpóreo se assemelha a forma de um 
cone, com a parte da frente menor e a parte 
traseira maior. 
Assim como animais de corte se assemelham 
a um retângulo, são bem distribuídos e preci-
sam ter uma massa corpórea bem desenvol-
vida para resultar em uma carne de qualidade. 
• Melhoramento genético que fornece ao 
criador elementos melhores do que ele 
já possui e ainda afunila de forma que 
destaque características que devem 
ser valorizadas nos animais dele. 
• Relações comerciais que significa sa-
ber fazer negócio, ter olhos treinados 
para a compra e venda desses animais 
de criação/produção. 
• Campo técnico de atuação profissional 
onde o foco da carreira é chegar a atuar 
como juiz não só de concursos, mas 
também pode ser requisitado nas com-
pras de cabeça de gado, ou nas ven-
das. 
 
 
• Carne ou corte 
• Leite 
• Misto / dupla aptidão 
• Comum (não possuem características 
marcantes de aptidão. Geralmente são 
raças nativas que nunca sofreram alte-
ração genética). 
As características que mais devem ser valori-
zadas neste tipo, são as de formação corporal, 
peso, porte e distribuição muscular, visando 
sempre a função deste tipo de animal, quais e 
que tipos de características melhoradas vão 
dar qualidade e valorizar o corte e a carne do 
animal. Quanto mais especialização, ou seja, 
quanto mais concentrar o melhoramento com 
base no tipo deste animal, mais ela perde rus-
ticidade, ou seja, características puras e pri-
márias da raça. 
 
 
 
 
 
 
• Avaliação da carcaça 
• Área de olho de lombo 
• Espessura de gordura subcutânea 
Características avaliadas por US (ultrassom) 
entre o 12º e 13º espaço intercostal, e com 
base nesses parâmetros internacionais, é 
possível avaliar “a área de lombo” do animal, 
pois ela tem uma relação importante com o 
rendimento de carcaça dele. Quanto maior o 
“olho de lombo”, maior o grau de musculosi-
dade, ou seja, é o 
quanto ele é ca-
paz de produzir 
carne. Lembrando 
sempre que em 
animais obesos, 
não necessaria-
mente vai ter um 
olho de lombo ou 
rendimento de 
carcaça maior. 
Além disso, são características de média a 
alta herdabilidade, justificando ainda mais a 
importância dessa avaliação feita no animal 
ainda vivo, ou seja, podendo melhorar geneti-
camente, aprimorar essas características, 
possuem grandes chances de serem transfe-
ridas aos seus herdeiros. Outra opção seria a 
de congelamento de sêmen ou a venda dele, 
visto que possui melhores resultados de ren-
dimento. 
 
As características a serem consideradas em 
ruminantes Leiteiros são as de: Aparência ge-
ral, onde é avaliada a estrutura total do animal, 
é levado em conta também a capacidadecor-
poral, os Caracteres leitei-
ros como a sua angulosi-
dade (forma de cone), com 
abdômen profundo justa-
mente para ter um rúmen 
que caiba bastante comida 
pra gerar bastante leite, seu sistema mamário 
(úbere) deve ser bem inserido, bem desenvol-
vido para a extração de todo o leite, tendo as 
medidas corretas do teto ao jarrete. 
 
 
 
 
Seleção 
Adaptação 
Nível Genético 
Eficiência 
Seria melhor grupo sele-
cionado (preservando suas características) ou 
adaptados? Depende do proposito deste ani-
mal, por isso é comum de ver várias raças 
mais ou menos adaptadas. Porém é fato que, 
quanto maior o melhoramento genético, mais 
eficiente o animal. Ainda assim, deve ser algo 
equilibrado, mantendo algumas característi-
cas relevantes da própria raça com uma adap-
tação genética com melhor desenvoltura. 
Tudo isso esbarra em questões de clima, se 
são animais estrangeiros e sobreviveram bem 
num clima diferente, questões parasitarias, e 
até mesmo se os animais são mansos, cari-
nhosos. 
 
São grupos raciais bovinos que a milhões de 
anos tiveram sua “genética” separada, assu-
mindo características diferentes dali pra 
frente, são da mesma espécie, porem foram 
criados em lugares diferentes, principalmente 
na Europa e Índia. 
• Bos Indicus – Zebu (Zebuínos) 
Animais rústicos, 
de corte ou de 
leite, tem como 
características a 
barbela e o cupim. 
Raças: nelore, mo-
cho tabapuã, etc. raças com tamanhos de chifres 
diferentes ou sem chifre como o mocho. 
Raça: gir (de leite) suportam muito bem endo e 
ectoparasitas, suportam bem o calor e não so-
frem tanto com variação de alimento. 
Animais de origem indiana, que se adaptaram 
mto no brasil. Por conta da orelha baixa, podem 
ter otite parasitaria. 
• Bos Taurus – Taurinos 
São animais de origem eu-
ropeia que possuem raças 
britânicas e continen-
tais. 
 
Características da raça Britânica: 
• Velocidade de crescimento 
• Precocidade sexual 
• Qualidade da carne 
Exemplo: Hereford, Alberdeen Angus 
Esses taurinos não possuem cupim, apresen-
tam barbela muito mais curta, e uma estrutura 
pra corte muito mais desenvolvida. 
 
Características das raças Continentais: 
 
Originalmente foram 
selecionados para a 
função de tração, 
carga. Com o passar 
do tempo passaram a 
chamar atenção por 
possuírem estrutura 
interessante também para corte, até os dias de 
hoje. É um animal que apresenta uma propensão 
maior a ganho de peso desde o nascimento, e 
tem um rendimento de carcaça com menor teor 
de gordura. 
Ex: Limousin, Charolês, Simental. 
 
 
São raças que surgem a partir de um misto 
genético com a finalidade de destacar carac-
terísticas já da própria raça ou acrescentar al-
gumas para que se torne uma raça que se 
adapte melhor a climas diferentes, sejam mais 
resistentes a outros tipos de parasitas, acei-
tem bem todo tipo de alimentação, etc. 
Como no exemplo da imagem onde possuem 
barbela, possuem cupim, mas por outro lado, 
também possuem traços de raças europeias. 
 
Geralmente é a 
mistura de duas ra-
ças, uma de origem 
europeia e outra 
geralmente de ori-
gem zebuína, ge-
rando uma raça 
nova e não simplesmente um cruzamento. Isto 
é devido o fato de que, quanto mais cruza, 
mais reforça o grau de sangue fixado. 
 
Exemplo: O cruza-
mento dessas duas 
raças na imagem ao 
lado deu origem a 
uma raça chamada 
Canchin, pra ser 
considerado Can-
chin puro, precisa 
necessariamente que o animal tenha um grau 
de sangue Charolês 5/8 e um grau de sangue 
Nelore 3/8. Isso acontece pois é muito mais 
interessante para a produção deste animal, 
que o cruzamento seja entre animais o mais 
distintos possível, sendo assim um Charolês 
(Bos Taurus Europeu) com um Nelore (Bos In-
dicus Zebuíno), “casando” toda a qualidade de 
carcaça de um europeu à toda rusticidade de 
um zebuíno, gerando um Bos Tauros Indicus. 
Outros exemplos de cruzamento que deram 
origem a raças sintéticas 
São animais que passam por uma 
“composição genética” dando origem a uma 
raça única que tem o intuito de destacar 
caracteristicas fortes de cada raça que foi 
usada para o cruzamento para um melhor 
rebanho. 
 
Nível Genético – seleção dentro do rebanho. 
Tudo depende do quanto o criador pode 
investir na questão do melhoramento genético 
dos seus animais. A Seleção dentro do 
rebanho pode ocorrer ainda que o produtor 
não tenha tanto como investir. Por isso ele 
pode optar por selecionar apenas alguns 
destes animais para melhorias genéticas. Já o 
produtor que tenha como investir em 
melhoramento genético, pode elevar o nível 
genetico dos seus animais de uma forma mais 
rápida. 
Vantagens: 
• Visa adaptação de raças exóticas 
• Elevação da produtividade de 
rebanhos nativos 
 
O objetivo do cruzamento é justamente 
aumentar a lucratividade atraves do aumento 
da produtividade. Quando é realizado o 
cruzamento de uma raça com o intuito de dar 
caracteristicas mais rusticas é com o intuito de 
dar mais capacidade de aguentar condições 
climaticas diversas, alimentação diversificada, 
e ter mais resistencia a ecto e endoparasitas. 
Assim como quando é feita a cruza de uma 
raça muito rustica com o intuito de melhorar 
sua aptidão para corte, dando caracteristicas 
geneticas de forma e musculatura bem 
desenvolvida. Tudo isso faz com que a 
lucratividade aumente a partir do momento 
que melhora a produtividade. 
 
 Lucratividade atraves do da produtividade 
 
• Complementaridade: (juntar 
caracteristicas rusticas + 
caracteristicas de produtividade) 
• Flexibilidade: O produtor que cria 
apenas uma raça não possui 
flexibilidade com relação a qualidade. 
• Heterose: Quando a qualidade da cria 
(resultado do cruzamento) é superior a 
dos pais. 
Tipos de Cruzamento 
1- Terminal (Industrial): Neste caso, são 
utilizadas de duas raças. Onde se cruza a raça 
A com a raça B e os resultados dessas cruzas 
(os filhotes), engordam e vão para abate. 
Vantagem: 100% de heterose. Elevando o 
potencial de crescimento, simplicidade e 
flexibilidade. 
Desvantagem: Reposição. Se todas as crias 
(filhotes) do cruzamento vão para o abate, 
consequentemente não há femeas para 
reprodução, pois as mesmas estão sendo 
criadas para engorda e abate e não 
reprodução e em determinado momento terão 
que repor femeas para reprodução. Neste 
caso, o produtor precisa ir ao “mercado” para 
comprar vacas para a função de reprodução, 
para serem matrizes e substituir as que 
passaram anos fazendo este serviço. 
2- Rotacional 
No rotacional são utilizadas de duas a três 
raças onde o resultado da cruza entre duas 
raças chamado de (F1/ Primeira geração) vai 
cruzar posteriormente com uma das raças dos 
pais, sendo assim, há uma rotação de femeas 
de reprodução. Ou seja, a cria de raça “AB” 
vai cruzar com uma das raças dos pais ou “A” 
ou “B”. 
Vantagem: Há a reposição de femeas para 
reprodução. 
Geralmente é um sistema utilizado com 
rebanhos menores. 
 
• Preço na compra e descarte das 
fêmeas 
• Venda de bezerros 
• Cria, recria e engorda 
• Venda de receptoras 
 
 
 
Existem várias raças puras assim como sinté-
ticas, mas algumas das principais no país são 
Gir Leiteiro, Jersey e Holandesa PB, assim 
como a famosíssima raça Sintética Girolando 
(mestiça de Gir x Holandesa). 
 
 
 
 
 
 
Existe uma diversidade na raça de Búfalos 
também, porem todos possuem a caracterís-
tica da cor preta, por isso, são diferenciados 
através de seus chifres que muda conforme a 
raça, assim como: 
• Jafarabadi 
• Murrah 
• Mediterrâneo 
• Carrabão 
 
 
São animais que também possuem aptidão 
para corte, leite ou até mesmo sua pelagem. 
Possuem raças diversificadas, assim como os 
“lanados” (que são cobertos de lã) e os “des-
lanados” (de pelagem curta). 
A principal diferença entre caprinos eovinos é 
a Calda. A calda de um ovino é comprida e 
caída e é realizada a caldequitomia assim que 
o animal nasce por questões sanitárias. 
Diferentemente da calda de caprinos que é 
curta e arrebitada para cima. 
Principais raças de ovinos: 
• Santa Inês 
• Texel 
• Suffolk 
• Carriedale 
• Dorper 
• Dorset 
• Lacaune (apenas Leiteiro) 
• Bergamacia (apenas Leiteiro) 
• East Friesian (apenas Leiteiro) 
A raça Santa Inês é uma das mais importan-
tes no país, nativa do nordeste Brasileiro e 
tem uma forte aptidão para carne e cruza 
(para fins de melhoramento genético). 
 
• Boer - Carne 
• Moxotó – nativo comum 
• Toggenburg – Leiteiro 
• Alpina 
• Saanen 
• Anglonubiana

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