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AS REDES DE TRABALHO AFETIVO E A CONTRIBUIÇÃO DA SAÚDE PARA A EMERGÊNCIA DE UMA OUTRA CONCEPÇÃO DE PÚBLICO

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AS REDES DE TRABALHO AFETIVO E A CONTRIBUIÇÃO DA SAÚDE PARA A EMERGÊNCIA DE UMA OUTRA CONCEPÇÃO DE PÚBLICO
· O texto aborda conceitos envolvidos nas teorias da comunicação, com objetivo de aprofundar a questão das redes de trabalho em saúde. Fala o conceito de acolhimento, sob a ótica do campo afetivo e da importância da criação de uma espécie de afeto entre os profissionais de saúde e os usuários, para um atendimento bem-sucedido.
· Epidemia de desigualdade: proliferação de todas as formas de desqualificação, desvinculação, eliminação, de produção de indivíduos “desnecessários” 
· Epidemia de violência: pandemia de medo 
· Epidemia de estados depressivos: formas de diminuição da potência dos indivíduos e coletivos, enfraquecimento dos indivíduos e dos coletivos para dominação dos mesmos.
· Vivemos em coletivos amedrontadores, sem laços sociais, nos quais o coletivo foi “sequestrado”. 
· Projetos políticos só ganham plenamente sentido quando se realizam as formas de vida concreta das pessoas, que se forjam suas expectativas e seus valores, os quais, em última instância, conformam suas escolhas e adesões voluntárias a projetos políticos 
· Redes de trabalho de saúde: todo esforço coletivo que envolve múltiplas participações de agentes sociais, que contribuem mesmo que indiretamente na melhoria das condições de vida e saúde de indivíduos e população, integrando redes mais amplas de trabalho social e não sendo apenas o trabalho dos profissionais de saúde. 
· Redes de trabalho de saúde como grandes redes de conversações, onde se é proposto uma técnica de conversa. Sendo o acolhimento proposto como um acolhimento dialogado, isto é, como uma técnica de conversa passível de ser operada por qualquer profissional, em qualquer momento de atendimento.
· Acolhimento dialogado: 
→ técnica de conversa de apoio ao processo de conhecimento das necessidades, em certas disposições ético- cognitivas: 
1. o reconhecimento do outro como um legítimo outro 
2. o reconhecimento de cada um como insuficiente.
3.  o reconhecimento de que o sentimento    de uma situação é fabricado pelo conjunto dos saberes presente (todo mundo sabe alguma coisa, ninguém sabe tudo)
-  Enquanto técnica de conversa, parece se caracterizar primordialmente por um conjunto de disposições ético cognitivas, pela aceitação de um conjunto de pressupostos e predisposições no diálogo com o outro, o que define seus domínios de ação e de significação, correspondendo a determinadas ações e afetos 
- Um dos modos pelos quais se pode evidenciar a incidência eminentemente afetiva do trabalho em saúde e o quanto essa sua produção “intangível” está fortemente condicionada por suas técnicas de conversa.
· A arte da conversa não é homogeneizar os sentimentos fazendo desaparecer as divergências, mas fazer emergir o sentimento no ponto de convergência das diversidades. 
· De um ponto de vista micropolítico, tal técnica de conversa é uma contribuição genuína para o problema contemporâneo da democracia, concebendo-a nas relações cotidianas, como a possibilidade de exercício de uma democracia viva em ato
· Redes de trabalho afetivo: redes de produção de afetos, o que é a própria produção de redes sociais, de comunidade, de formas de vida, de produção de subjetividade e sociabilidade.
· As redes de trabalho em saúde - essas redes de conversação, passam a ser pensadas como redes de trabalho afetivo, no sentido de que o essencial nelas é a criação e a manipulação dos afetos.
Microfísica do vínculo: uma leitura espinosana 
· Relações de primeiro gênero: conhecimento vago onde o relacionamento (amoroso mesmo, início da paquera e tal) tem como base a comunidade (coisas em comum). partindo para uma visão do profissional de saúde a primeira impressão quando positiva, corresponde a chamada “empatia”, esse primeiro impacto afetivo é mais complexo pela gama de afetos mobilizados num primeiro encontro que podem levar a formação de vínculo por ser amplo e diversificado assim como os fatores que podem condicionar esse encontro.
· Conhecimento adequado ou conhecimento de segundo gênero: conhecimento daquilo que nos outros corpos nos convém (zona de comunidade),quando é buscado conjunta e reciprocamente numa relação , onde no viés usuário profissional de saúde será preciso considerar a assimetria constitutiva do encontro , onde uma das partes está em busca de uma satisfação de necessidades, enquanto a outra é presumida deter meios de satisfazê-la, o que um precisa o outro tem a oferecer. 
· Afetos de confiança: são eles que dão substratos ao que chamamos de uma relação de confiança, que daí consistência aí vínculo (energia antropológica).
Terceiro gênero - conhecimento das essências singulares: fixação de contratos. Quando um campo de confiança se constituiu entre os sujeitos, já podemos mostrar orar o outro como todos os traços de singularização de marcam nosso corpo é nossa alma, sem medo de sermos rotulados como loucos. Nota-se que há um deslizamento sútil do afeto de confiança para o afeto de acolhimento.

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