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Processos e Ferramentas do Design Thinking

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PROCESSOS DO DESIGN 
THINKING 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Renato Antonio Bertão 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O tema desta aula é um dos mais relevantes desta disciplina, pois 
apresentaremos os modelos, os processos, as ferramentas e técnicas do design 
thinking que, muito provavelmente, virão a fazer parte da sua futura prática 
profissional. Mesmo que, recentemente, o design thinking, por causa da sua 
exposição intensa, em diversas áreas, tenha sido motivo de questionamentos 
importantes para o seu aprimoramento, a perspectiva é de que sua prática não 
se esvazie, como já aconteceu com alguns modismos da área de gestão. Nesse 
cenário, os designers tendem a desempenhar papéis-chave no desenvolvimento 
do design thinking. 
A razão desse horizonte otimista é que, apesar de inicialmente ter sido 
apresentado no livro de Brown (2010) como uma “metodologia poderosa para 
decretar o fim das velhas ideias”, depois de alguns anos de evolução, propiciada 
pela sua prática em distintas áreas, contemporaneamente o design thinking é 
visto por profissionais e teóricos mais como uma abordagem criativa para a 
solução de problemas do que como uma metodologia milagrosa para a inovação. 
Esse redirecionamento conceitual se dá com base nas evidências de resultados 
obtidos em diferentes contextos e permite abordar o design thinking numa 
perspectiva de utilização contínua e multidisciplinar. É nesse horizonte que você 
poderá se inserir como futuro profissional de design! 
CONTEXTUALIZANDO 
Desde que começou a sair da esfera do design, o modelo de design 
thinking lançado pela empresa Ideo tem sido motivo de interesse de profissionais 
e organizações de diversas áreas. A sua abordagem criativa para a solução de 
problemas repercutiu intensamente e, ao mesmo tempo, propiciou o 
desenvolvimento de novos modelos com base na expertise obtida por 
profissionais e organizações pelo mundo afora. Segundo Johansson-Sköldberg, 
Woodilla e Cetinkaya (2013), enquanto o processo de design thinking tem sido 
adotado no universo da gestão, por seu viés voltado para a inovação, na área do 
design, ele ainda é visto com certas ressalvas apesar do seu breve e intenso 
desenvolvimento. 
Para entender a perspectiva inicial do design thinking, recomendamos que 
você assista a uma palestra de Tim Brown disponível no TED (Tim, 2009). A 
 
 
3 
versão com legenda em português está disponível em 
<https://www.ted.com/talks/tim_brown_urges_designers_to_think_big?language
=pt-br>. Esse vídeo é relevante por mostrar o discurso que permeava o momento 
histórico em que o design thinking era lançado e apresentar um horizonte 
expandido para a prática do design. Também é importante por, de certa forma, 
resumir as principais ideias do best seller de Brown (2010), Design thinking: uma 
metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias, que foi lançado na 
mesma época e é referência básica sobre os processos de design thinking. 
Nesta aula vamos entender como se deu a rápida difusão do design 
thinking por outras áreas do conhecimento, bem como a evolução do seu 
modelo. O papel da Ideo e da D.school (Instituto de Design da Universidade de 
Stanford Hasso Plattner) nesse processo foi relevante; contudo, é necessário 
destacar que foi a adoção dessa abordagem por outras áreas – como pelas 
áreas de gestão e tecnologia da informação – que permitiu a efetiva projeção do 
design thinking para um público mais amplo, bem como ofereceu novas 
perspectivas para as suas práticas, em termos de processo e de ferramentas. 
TEMA 1 – A HISTÓRIA DO DESIGN THINKING 
O conceito contemporâneo de design thinking começou a se difundir a 
partir da década de 1990, mas suas origens remontam à década de 1940. É 
interessante observar que a construção desse conceito não foi obra exclusiva de 
alguém e nem nasceu entre designers. Tampouco desenvolveu-se na esteira da 
Bauhaus, primeira escola de design, criada há um século, na Alemanha. Na 
verdade, acadêmicos e profissionais de outras áreas e, mais recentemente, da 
área de gestão, tiveram um papel relevante para sua definição. 
Um dos primeiros a articular o conceito foi o norte-americano Herbert 
Alexander Simon, que, em 1947 publicou um livro em que destaca o papel do 
design no processo de gestão. A seguir, alguns outros acadêmicos começaram 
a publicar obras sobre o pensamento criativo e a estabelecer relações com o 
design. No final da década de 1960, Simon (1996) publicou The science of 
artificial (A ciência do artificial), no qual apresenta o design como uma ciência. 
Alguns anos depois, Rittel e Webber (1973) definiram o que seria um problema 
complexo (wicked problem), que mais tarde veio a ser contextualizado no 
ambiente do design por Buchanan (1992). 
 
 
 
4 
Victor Papanek (1972), com seu livro Design for the real world: human 
ecology and social change (Design para o mundo real: ecologia humana e 
mudança social, tradução nossa), lançado em 1972, sugere um design mais 
voltado para os aspectos humanos e ambientais e, uma década depois, o 
britânico Cross (2001) publicou Designerly ways of knowing (Modos de saber do 
designer, tradução nossa), que foca no modo de pensamento do design. Nesse 
sentido, outra importante contribuição aconteceu na década de 1980, quando 
Lawson (2005) lançou o livro How designers think: the design process 
demystified (“Como os designers pensam: o processo de design 
desmistificado”). Esse livro, em português, está disponível para leitura na 
Biblioteca Virtual Pearson. 
O referencial teórico do design thinking se constituiu ao longo de meio 
século e, na década de 1990, ele começou a ser esboçado com o surgimento 
das primeiras conferências sobre o tema e as primeiras aplicações práticas do 
conceito. Na mesma época, foi criada a empresa americana Ideo, que, ao longo 
daquela década, se destacou atuando em projetos de design para diferentes 
indústrias e com uma abordagem focada em inovação. Para Liedtka (2015), a 
estratégia da Ideo de certa forma reflete a evolução do design thinking. A 
empresa focava inicialmente em design de produtos e expandiu seu portifólio 
para design de serviços e estratégias, assim como para educação e sistemas 
sociais. 
Baseados na expertise de design da empresa, os principais executivos da 
Ideo começaram a desenvolver ações em universidades e na mídia, com o intuito 
de apresentar a nova abordagem de design, menos focada nos aspectos formais 
e estéticos e mais voltada para a inovação. O livro The art of innovation: lessons 
in creativity from Ideo, America's leading design firm, lançado em 2001 por Tom 
Kelley e Jonathan Littman (2016), foi uma dessas iniciativas. Naquele mesmo 
ano, segundo Lockwood (2009), aparece o primeiro registro do termo design 
thinker para denominar o profissional que atuasse em processos de design 
thinking. 
Em 2003, a Ideo passa a utilizar oficialmente o termo design thinking para 
denominar a sua abordagem de design e, no ano seguinte, David Kelley, um dos 
seus criadores, funda a D.school, também conhecida como Instituto de Design 
da Universidade de Stanford Hasso Plattner. Essa iniciativa é relevante por dois 
aspectos: primeiramente, por ela não se configurar como uma escola tradicional 
 
 
5 
de design e por ter um apelo multidisciplinar; e, também, por ter sido viabilizada 
por meio de doação da empresa SAP, uma empresa da área de tecnologia da 
informação pioneira em práticas de design thinking. 
Nos anos seguintes, a mídia norte-americana começou a dedicar atenção 
ao tema pois corporações globais como a P&G estavam desenvolvendo 
programas baseados no design thinking. O burburinho foi se intensificando e, em 
2006, o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, teve o design como tema 
principal. Contudo, a ação que colocou o design, particularmente o design 
thinking, em evidência no mundo corporativo foi o artigo de Brown (2008), CEO 
da Ideo,publicado na Harvard Business Review. O artigo teve ampla 
repercussão em diferentes setores e ainda hoje é considerado uma referência 
sobre o tema. 
Logo no ano seguinte, o mesmo Brown (2010) lançou o best-seller Design 
thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias, talvez 
a melhor bibliografia sobre o assunto. Quase simultaneamente, Martin (2010), 
professor canadense da área de gestão, lançou o livro Design de negócios: por 
que o design thinking se tornará a próxima vantagem competitiva dos negócios 
e como se beneficiar disso, que insere a abordagem do design thinking no 
contexto dos negócios. Nessa esteira, Liedtka e Ogilvie (2011a), profissionais da 
área de gestão e com experiência em práticas de design thinking, lançaram o 
livro Design for growth: a design thinking tool kit for managers (“Design para o 
crescimento: um kit de ferramentas de design thinking para gerentes”, tradução 
nossa). O que se viu a partir do lançamento dessas publicações foi a 
disseminação do design thinking em diversas outras áreas como de saúde e de 
educação, mas principalmente nas de gestão e de negócios, devido ao seu foco 
em inovação. 
Faz-se necessário um distanciamento histórico para identificar os fatos 
recentes mais relevantes do design thinking; contudo, contemporaneamente, 
podemos verificar uma intensa movimentação no ambiente organizacional e no 
de negócios voltados para a inovação. Conforme afirmam Chang, Kim e Joo 
(2013), corporações globais como Apple e Samsung adotam o design thinking. 
Startups de diferentes setores usam o design thinking para estruturar e 
desenvolver seus negócios. Consultorias em inovação com foco em design 
thinking são cada vez mais requisitadas. 
 
 
6 
Na última década, o design thinking também se tornou um tópico de 
estudo obrigatório em cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de 
gestão, negócios e inovação das melhores universidades mundiais. Segundo 
Wrigley, Mosely e Tomitsch (2018), essa popularidade também tem levado 
profissionais de diversas outras áreas a investir em cursos a distância sobre 
design thinking e inovação. Ao mesmo tempo, entre pesquisadores e 
acadêmicos o design thinking tornou-se tema de intensa pesquisa, revelada por 
meio de artigos e edições especiais de revistas científicas, bem como tópico de 
discussão em eventos importantes de várias áreas do conhecimento. 
De acordo com Canfield e Bernardes (2017), o design thinking foi 
introduzido no Brasil em 2010 pelos consultores Tenny Pinheiro e Luis Alt, por 
meio de um curso na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em 
São Paulo. Pinheiro e Alt (2011) também são autores do livro Design thinking 
brasil: empatia, colaboração e experimentação para pessoas, negócios e 
sociedade. No Brasil, o design thinking tem sido utilizado por diversas 
organizações em diferentes setores, contudo ainda não existem estudos 
consistentes sobre essas práticas. Uma exceção é a empresa brasileira MJV 
([S.d.]), de consultoria na área de tecnologia e inovação e que atua em diversas 
cidades do Brasil e exterior (ver <http://www.mjv.com.br/>). Ela é conhecida por 
suas práticas de design thinking e disponibiliza on-line e gratuitamente a 
publicação Design thinking: inovação em negócios (Vianna et al., 2012), que 
virou referência sobre o tema no Brasil: 
<http://conteudo.mjv.com.br/ebook/design-thinking-inovacao-em-negocios>. 
TEMA 2 – MODELOS DE DESIGN THINKING 
Ao longo de duas décadas, o modelo inicial de design thinking proposto 
pela Ideo evoluiu e também deu margem a variações baseadas em diferentes 
práticas e perspectivas metodológicas. Nesta aula, apresentaremos sete 
modelos de design thinking, que, além de serem os mais referenciados, são os 
mais utilizados por organizações e design thinkers no Brasil e no exterior. O 
conhecimento de mais de um modelo é fundamental pois, na prática cotidiana 
do design thinking, conforme sugerem Chen e Venkatesh (2013), é muito comum 
fazer a integração de modelos no desenvolvimento dos projetos ou, 
eventualmente, usar modelos distintos para cada projeto. 
 
 
7 
Um modelo de design thinking é uma descrição simplificada dos princípios 
teóricos e dos métodos que estruturam a abordagem da organização e de como 
eles se articulam na prática. De acordo com Tschimmel (2012), modelos de 
design apresentam processo dividido em estágios para facilitar o planejamento 
das atividades e, no caso do design thinking, descrevem as fases do processo 
criativo de solução de problemas. Segundo a autora, trata-se de um sistema 
iterativo cujas fases tendem a se sobrepor umas às outras. 
Os modelos a seguir foram desenvolvidos com base na expertise em 
design thinking desenvolvido por empresas, instituições e profissionais e, de 
certa forma, refletem as áreas em que estes atuam com mais intensidade. Com 
exceção do modelo proposto por Liedtka e Ogilvie (2011b), os demais 
apresentam clara inspiração no modelo pioneiro da Ideo. Cabe destacar que 
cada modelo dimensiona o escopo das suas etapas ou fases de forma distinta. 
A prototipação, por exemplo, em alguns modelos, está relacionada ao refino de 
ideias e, noutros, relaciona-se a um processo de finalização. 
2.1 Modelo da Ideo 
O modelo de design centrado no ser humano (HCD) é a abordagem da 
Ideo para o design thinking e foi desenvolvido com base na sua expertise em 
inovação e também em experiências com projetos na área social. De acordo com 
as publicações da empresa Design Council (S.d.), o objetivo de seu modelo é 
aprender com as pessoas e, com isso, expandir as possiblidades criativas para 
depois focar no que é mais desejável, factível e viável para elas. O modelo 
contempla três fases: inspiração, na qual se identifica a oportunidade ou 
problema; ideação, em que as ideias são geradas, desenvolvidas e testadas; e, 
por fim, a implementação. Segundo Brown e Wyatt (2010), essas fases se 
articulam, por meio de movimentos divergentes, para buscar possíveis soluções 
e identificar o que pode funcionar. Esse processo se dá de forma não linear e 
iterativa, divergindo e convergindo várias vezes, até se obter uma solução para 
o problema em questão. A Ideo (2009) disponibiliza gratuitamente, em seu site 
<http://www.designkit.org/resources/1>, um kit que apresenta o seu modelo de 
design centrado no ser humano (HCD) e detalha o seu processo, bem como a 
aplicação de diversas ferramentas. Há inclusive uma versão simplificada, em 
português, que sugerimos que você inclua na sua biblioteca de referência. 
 
 
8 
Figura 1 – Modelo de design thinking da Ideo 
 
 
Fonte: Ideo, 2009. 
2.2 Modelo da D.school 
O modelo da D.school (Hasso Plattner Institute), que tem suas sedes na 
Universidade de Stanford, nos EUA, e na Universidade de Potsdam, na 
Alemanha, apesar de sido criado em um ambiente educacional, é baseado na 
experiência da Ideo. O fundador da D.school, David Kelley, é um dos fundadores 
da empresa. Esse modelo é provavelmente o mais citado quando se fala em 
design thinking e apresenta cinco fases bem definidas para o processo: empatia, 
relacionada à coleção de dados; definição, associada à síntese das informações 
sobre o problema; ideação, relacionada às ideias para solução do problema; 
protótipo, à tangibilização das ideias; e implementação, relacionada à 
realização de testes com o usuário. Existe uma variação do modelo, não muito 
utilizada, e que divide empatia em entender e observar. A D.school (Resources, 
S.d.) também disponibiliza gratuitamente, em seu site 
<https://dschool.stanford.edu/resources/design-thinking-bootleg>, material 
sobre esse modelo. 
 
 
 
9 
Figura 2 – Modelo de design thinking da D.school 
 
 
Fonte: Hasso Plattner, S.d. 
2.3 Modelo de Jeanne Liedtka e Tim Ogilvie 
O modelo proposto por Liedtka e Ogilvie (2011b), apesar de não muito 
difundido, tem uma abordagem bastante peculiar no formato e um foco 
específicoem negócios, devido à expertise de seus autores. Segundo eles, o 
processo de design thinking deve ser guiado por quatro perguntas: “What is?” 
(“O que é?”), que visa explorar a realidade; “What if?” (“E se?”), que tenta prever 
o futuro; “What wows?” (“O que impressiona?”), que leva a algumas escolhas; e 
“What works?” (“O que funciona?”), que o insere no contexto do mercado. 
Conforme percebemos na Figura 3, a variação nas bandas da representação 
visual visa a evidenciar os processos de pensamento convergente e divergente. 
Nesse modelo, o pensamento divergente predomina na fase relacionada à 
obtenção de ideias (“What if?”), mas seu nível de incidência se estreita quanto 
mais o projeto se aproxima da realidade de mercado. O modelo também 
apresenta dez ferramentas passíveis de serem utilizadas ao longo das quatro 
fases. 
 
 
 
10 
Figura 3 – Modelo de design thinking de Jeanne Liedtka e Tim Ogilvie 
 
Fonte: Liedtka; Ogilvie, 2011. 
2.4 Modelo do Design Council 
O modelo do Design Council britânico não foi criado especificamente no 
contexto do design thinking, mas sim para mapear os processos de design como 
um todo. Dada a sua objetividade, tornou-se bastante conhecido e tem sido 
utilizado por design thinkers. O modelo é também denominado duplo diamante 
e utiliza o pensamento convergente e o divergente como condutores do 
processo. Segundo o Design Council (S.d.), a divergência (estágio criativo) e a 
convergência (estágio de síntese) de pensamento tendem a acontecer duas 
vezes no processo e, dessa forma, obtêm-se, na representação visual, o formato 
do duplo diamante. O modelo tem quatro fases, cada uma norteada por uma 
ação de pensamento. Descobrir refere-se à etapa em que se buscam insights 
sobre o problema em questão. Definir visa à obtenção de um foco, com base 
nas descobertas. Desenvolver concentra-se em possíveis soluções e em testá-
las. Entregar apresenta e lança a solução final. Apesar de a representação 
visual sugerir um processo linear, o processo criativo tende a ser iterativo e 
permite avanço e recuo a todo momento. O Design Council (S.d.) disponibiliza 
on-line, em <https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-process-
what-double-diamond>, informação detalhada sobre esse modelo. 
 
 
 
11 
Figura 4 – Modelo de design thinking do Design Council 
 
 
Fonte: Design Council, S.d. 
2.5 Modelo de design thinking de serviços 
O modelo proposto por Stickdorn e Schneider (2014) é específico para a 
área de design de serviços, ou seja, tem foco em interações que se caracterizam 
como algo intangível. Os autores ressaltam que, para se viabilizar esse 
processo, é necessária constante iteração; contudo, ainda assim é possível se 
articular uma estrutura geral composta por quatro passos, de modo a lidar com 
projetos de alta complexidade. O primeiro passo é a exploração, em que se 
busca fazer descobertas, sobre o problema, sob a perspectiva do usuário, 
seguido pela criação, quando se desenvolve o design do conceito. O terceiro 
passo, reflexão, é o momento no qual se prototipam os conceitos dos serviços 
para, numa etapa final, ser possível a implementação do serviço. 
Figura 5 – Modelo de design thinking de serviços 
 
 
12 
 
Fonte: Stickdorn; Schneider, 2014. 
2.6 Modelo da IBM 
O modelo de design thinking da IBM, assim como o da Ideo, é centrado 
no ser humano. Denominado loop, tem uma representação visual de uma fita 
contínua, que remete à ideia de iteração. Nela, o movimento de looping perpassa 
três momentos: observar, refletir e fazer. Segundo a empresa, o modelo visa a 
“entender os problemas e motivações dos usuários, explorar novos conceitos, 
prototipá-los e avaliá-los com todos os envolvidos no processo” (IBM 
Corporation, 2018, tradução nossa). Esse modelo é relevante pois foi 
desenvolvido por uma empresa de tecnologia da informação e insere o design 
thinking nesse contexto. A IBM Corporation (2018) disponibiliza on-line, em 
<https://ibm.ent.box.com/s/dw2j8nnmj99446my8vgw26subrs0ztg9>, um guia 
com informações detalhadas sobre a sua utilização. 
Figura 6 – Modelo de design thinking da IBM 
 
Fonte: IBM Corporation, 2018. 
 
 
13 
2.7 Modelo da MJV 
A MJV Tecnologia e Inovação é uma empresa brasileira que utiliza um 
modelo próprio de design thinking nos serviços que presta. Claramente inspirado 
no modelo da Ideo, de design centrado no ser humano, o modelo da MJV é 
composto por quatro fases. Segundo Vianna et al. (2012), a imersão visa à 
aproximação com o contexto do projeto e pode ser dividida entre imersão 
preliminar e imersão em profundidade. Uma etapa de transição, denominada 
análise e síntese, suporta tanto o processo de imersão quanto a fase seguinte 
de ideação, que, por sua vez, busca a geração de ideias de forma colaborativa. 
A fase final, denominada prototipação, visa à tangibilização das ideias e à 
validação da solução. Assim como os demais modelos, nesse, também, apesar 
da aparente linearidade da representação visual, predominam as práticas 
iterativas. O modelo da MJV é descrito com mais detalhes no livro Design 
thinking: inovação em negócios (Vianna et al., 2012), que você pode obter 
gratuitamente, on-line, em <http://conteudo.mjv.com.br/ebook/design-thinking-
inovacao-em-negocios>. 
Figura 7 – Modelo de design thinking da MJV Tecnologia e Inovação 
 
Fonte: Vianna et al., 2012. 
 
 
14 
TEMA 3 – PROCESSOS DO DESIGN THINKING 
Davis (2010) afirma que o processo de design thinking tem se tornado um 
imperativo no universo dos negócios. Basicamente, esses processos definem 
estágios para planejamento das tarefas, desenvolvimento das atividades e 
controles de tempo. Independentemente de serem sintetizados em três ou até 
seis etapas ou fases, segundo Tschimmel (2012, tradução nossa), a vantagem 
dos modelos que apresentamos no tema anterior é que eles tornam os processos 
de design thinking mais acessíveis e explícitos e permitem a sua aplicação em 
organizações e negócios. A autora destaca que “o foco desses modelos está na 
síntese gráfica da dinâmica e das fases do processo de design thinking, bem 
como na integração da ampla gama de técnicas e ferramentas que têm sido 
desenvolvidas e que podem ajudar a tornar o processo criativo muito mais fluido 
e eficaz”. 
Em geral, os processos de design thinking têm princípios comuns cuja 
articulação é que define um modelo de design thinking. Plattner, Meinel e Leifer 
(2011) sugerem princípios básicos: envolvimento constante de usuários e 
consumidores, trabalho colaborativo e compartilhamento de conhecimento e 
também uma cultura de prototipagem. Levando em consideração os princípios 
do modelo inicial da Ideo, de design centrado no ser humano, esses processos 
também devem considerar a viabilidade técnica, a viabilidade econômica e os 
desejos do usuário. 
Sob o ponto de vista de um design thinker, Griffith e Griffith (2012) 
destacam que um processo de design thinking pode ser entendido como um 
sistema que apresenta os seguintes procedimentos: define o problema, conduz 
a pesquisa, usa os resultados para propor soluções, prototipa e testa as 
soluções, define estratégia para implementar a solução e, finalmente, reflete 
sobre os resultados do processo, de modo a aprimorar o próximo ciclo. Esse 
sistema, que é iterativo por natureza, é definido por alguns acadêmicos e 
profissionais como a metodologia geral do design thinking. 
No tema anterior, apresentamos diferentes modelos de design thinking e 
cada um reflete uma variação de processo de trabalho de profissionais, 
empresas e instituições. Tendo em vista que os processos compartilham a 
referência no modelo pioneiro da Ideo, assim como muitas técnicas e 
ferramentas, nesta disciplina vamos direcionar nosso foco para somente um 
 
 
15 
deles. O modelo da D.school, além de ser um dos mais referenciados nos 
estudos e nas práticas de design thinking, por ser mais detalhado, permite um 
aprofundamentomaior para se entender o processo. Nas próximas aulas, esse 
será o modelo de design thinking que norteará nossos estudos sobre os 
processos de design thinking. 
TEMA 4 – FERRAMENTAS E TÉCNICAS PARA O DESIGN THINKING 
Entre design thinkers, é muito comum referirem-se aos post-its, folhinhas 
coloridas com adesivo na sua parte de trás, como sinônimo de atividade 
relacionada ao design thinking. Na verdade, o post-it é um recurso muito prático 
para viabilizar suas práticas, mas não é uma ferramenta ou técnica em si. A 
seguir, apresentamos um levantamento das ferramentas relacionadas a cada um 
dos modelos de design thinking que já estudamos. Cabe esclarecer que alguns 
modelos denominam a mesma ferramenta de modo diferenciado e outros 
utilizam essa ferramenta na descrição das técnicas. A listagem do kit de 
ferramentas de design centrado no ser humano (HCD) da Ideo, disponível a 
seguir, é um exemplo dessa segunda abordagem. 
Constituem ferramentas e técnicas relacionadas a modelos de design 
thinking (em relação à nomenclatura, em alguns casos houve tradução nossa 
para o português): 
• Ideo (Design, S.d.): linguagem corporal, fotojornal, os cinco porquês, 
enquadre seu desafio de design, ferramentas de recrutamento, entrevista, 
entrevista em grupo, iniciadores de conversa, inspiração análoga, 
entrevista com especialista, classificação de cartões, colagem, plano de 
projeto, visita guiada, desenhe!, colegas observando colegas, monte um 
time, defina seu público, imersão, pesquisa secundária, fluxo de recursos, 
extremo e convencional, mapa de jornada, descarregue seu aprendizado, 
regras de brainstorm, criação de conceito, agrupe ideias, crie modelos, 
defina princípios, avaliação de resoluções, mash-up, compartilhamento de 
histórias inspiradoras, como poderíamos?, determine o que prototipar, 
sessão de cocriação, role play, obtenção de feedback, storyboard, 
prototipação rápida, business model canvas, visualização, integração de 
feedback e interação, encontre temas, explore o seu palpite, cinco 
melhores, instruções de insights, brainstorming, mantendo iterações, 
 
 
16 
estabelecimento de parceria, prototipação viva, roadmap, peça-piloto, 
lucro sustentável, modelos de crescimento, definição da equipe de 
projeto, definição de sucesso, medição e avaliação, lista de recursos, 
mantendo obtenção de feedback, estratégia de apresentação, estratégia 
de financiamento. 
• D.school Resources (S.d.): mentalidade de iniciante, o quê?/como?/por 
quê?, preparação de entrevista, entrevista empática, usuários extremos, 
compartilhamento e resgate de histórias, mapa de jornada, poderes dos 
10, matriz 2 x 2, escada por quê?/como?, ponto de vista, diretrizes de 
design, perguntas como poderíamos?, fogueira, brainstorming, facilitando 
o brainstorming, seleção de brainstorming, imposição de restrições, 
prototipação empática, improvisação para vivenciar, 
cenas/adereços/papéis, testagem com usuários, prototipação para 
decisão, identificação de variáveis, prototipação centrada no usuário, 
prototipação mágico de Oz, matriz de captura de feedback, storytelling, 
eu gosto!/eu quero!/e se?, dados empáticos, revisão de portifólio, 
investigação empática, saltos da surpresa para o insight, descrição de 
conceitos, yes, and! Brainstorm, empatia análoga, gravação de vídeo, 
edição de vídeo. 
• Jeanne Liedtka e Tim Ogilvie (2011c): visualização, mapa de jornada, 
análise da cadeia de valor, mapa mental, brainstorming, desenvolvimento 
de conceito, teste de conceitos, prototipagem rápida, cocriação, learning 
launch. 
• Design Council (The Design, [S.d.]): criando um espaço de projeto, 
observação, vivenciando a experiência do usuário, brainstorming, 
escolhendo uma amostra, enquete quantitativa, visualização rápida, 
esperanças e medos, grupo focal, critérios de avaliação, comparando 
anotações, motivações e obstáculos, mapa de jornada do consumidor, 
perfil de personagem, cenário, role-playing, blueprint de serviço, 
prototipação física, definição de fases, teste final, avaliação, feedback 
loop, banco de métodos. 
• Design thinking de serviços (Stickdorn; Schneider, 2014): mapa de 
stakeholders, safári de serviços, shadowing, mapa de jornada do usuário, 
entrevistas contextuais, os cinco porquês, sondagem cultural, etnografia 
móvel, um dia na vida, mapa de expectativas, personas, geração de 
 
 
17 
ideias, e se...?, criação de cenários, storyboard, maquete de mesa, 
protótipo do serviço, encenação do serviço, desenvolvimento ágil, 
cocriação, storytelling, blueprint de serviços, dramatização do serviço, 
mapa de ciclo de vida do usuário, business model canvas. 
• IBM Corporation (2018): esperanças e medos, mapa de stakeholders, 
mapa de empatia, mapa de cenários, vinhetas de boas ideias, grade de 
prioridades, declaração de necessidades, storyboarding, suposições e 
questionamentos, grade de feedback, roadmap baseado em experiência. 
• MJV Tecnologia e Inovação (Vianna et al., 2012): reenquadramento, 
pesquisa exploratória, pesquisa desk, entrevistas, cadernos de 
sensibilização, sessão generativa, um dia na vida, sombra, cartões de 
insight, diagrama de afinidades, mapa conceitual, critérios norteadores, 
personas, mapa de empatia, jornada do usuário, blueprint, brainstorming, 
workshop de cocriação, cardápio de ideias, matriz de posicionamento, 
protótipo de papel, modelo de volume, encenação, storyboard, protótipo 
de serviços. 
Apesar de alguns modelos ofertarem um leque de opções de ferramentas 
para atuar com design thinking e outros serem mais concisos, há algumas que 
são recorrentes. Ao analisarmos a listagem anterior, de certa forma podemos 
reiterar o trabalho de Micheli et al. (2018), que, após densa pesquisa na literatura 
sobre design thinking, identificaram oito ferramentas essenciais: métodos 
etnográficos, personas, mapa de jornada, brainstorming, mapa mental, 
visualização, prototipação e experimentos de campo. 
Ainda com relação às ferramentas de design thinking, Tschimmel (2012) 
sugere classificá-las em: ferramentas para observação, empatia e definição do 
problema do projeto (tais como observação, mapa mental e de informação, 
persona e mapa de empatia), ferramentas para geração e experimentação de 
ideias (tais como brainstorming, visualização, confrontação visual e semântica), 
ferramentas para elaboração e desenvolvimento (tais como storyboard, 
prototipação rápida) e ferramentas para comunicação e implementação 
(storytelling, experiências de aprendizagem, testagem). Em geral, cada modelo 
de design thinking tem alocado um conjunto de ferramentas para cada fase, de 
modo a guiar e otimizar o processo de trabalho. Nas próximas aulas veremos em 
detalhes as ferramentas mais usadas nos processos de design thinking, bem 
como sua inserção em cada etapa dos modelos. 
 
 
18 
As ferramentas utilizadas pelo design thinking, em sua maioria, não foram 
desenvolvidas para esse fim específico. Dada a natureza multidisciplinar dessa 
área, houve apropriação de ferramentas e técnicas das áreas de gestão, 
marketing, psicologia, antropologia, do próprio design, entre outras. Em muitos 
casos, houve adaptação das ferramentas para torná-las mais flexíveis aos 
contextos de trabalho em design thinking. Esses ajustes também se fizeram 
necessários para, de certa forma, torná-las acessíveis a profissionais de distintos 
backgrounds que trabalham como design thinkers. Um aspecto interessante em 
relação às ferramentas é que, no âmbito do design thinking, exatamente para se 
garantir a aplicação das ferramentas de forma adequada, criou-se a cultura de 
se elaborar kits extremamente detalhados. A Ideo (2009), a D.school 
(Resources, S.d.), o Design Council (S.d.), a IBM Corporation (2018), a MJV 
Tecnologia e Inovação (Vianna et al., 2012), entre outras organizações, 
disponibilizam suas versões gratuitamente on-line, respectivamente nos 
seguintes links: 
• <http://www.designkit.org/resources/1>;• <https://dschool.stanford.edu/resources/design-thinking-bootleg>; 
• <https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-process-what-
double-diamond>; 
• <https://ibm.ent.box.com/s/dw2j8nnmj99446my8vgw26subrs0ztg9>; 
• <http://conteudo.mjv.com.br/ebook/design-thinking-inovacao-em-
negocios>. 
TEMA 5 – ITERAÇÃO E COCRIAÇÃO 
Anteriormente comentamos alguns atributos do design thinking tais 
como o foco no ser humano e a habilidade para solução criativa de problemas 
complexos. Entre os demais atributos, dois merecem atenção particular: a 
prática iterativa e os processos de cocriação. O domínio desse conjunto de 
atributos dá ao design thinker uma agilidade metodológica fundamental para 
desenvolver processos de design thinking. 
Quando falamos de iteração, muitos tendem a fazer uma associação 
direta com interação. Na verdade, a ausência da uma consoante faz uma 
diferença enorme em termos de significado. Iteração, segundo os dicionários de 
língua portuguesa, tem a ver com repetição. Em design thinking, iteração é a 
 
 
19 
repetição de etapas ou fases de um processo e é uma atividade fundamental 
para se solucionar criativamente um problema. A iteração é vista como uma 
estratégia e uma oportunidade para aprofundamento das ideias e das possíveis 
soluções e, com isso, para minimizar problemas no resultado final. 
A natureza do design thinking é essencialmente iterativa e se estrutura 
em ciclos, séries ou loops de repetição que, geralmente, visam à 
experimentação, por meio de prototipação e testagem das soluções. Nesse 
sentido, as soluções podem ser modificadas ou novas soluções podem ser 
desenvolvidas. Na verdade, como afirma Liedtka (2015), a iteração pode ser 
entendida como um processo de aprendizagem, por meio da experimentação. A 
autora destaca ainda que os ciclos iterativos também podem ser utilizados para 
explorar as pesquisas com usuários, bem como para desenvolver insights e 
critérios para o projeto. Kleinsmann, Valkenburg e Sluijs (2017) sintetizam essa 
dinâmica. Para eles, o design thinking, como processo, faz iterações desde o 
momento da definição do problema até a sua solução, de modo a se redefinir 
constantemente as limitações do projeto. 
Mais do que uma estratégia relacionada a tentativa e erro, por meio da 
exploração do pensamento convergente e divergente, as séries de iterações 
levam a modificações e melhorias na solução. Os ciclos iterativos do design 
thinking permitem alternar constantemente entre o momento criativo e o 
momento de feedback. A etapa de prototipação, mais especificamente a 
prototipação rápida e de baixa resolução, é talvez o momento em que essa 
dinâmica fica mais evidente. A iteração é fundamental, mas não significa 
necessariamente um procedimento exaustivo e sem fim. Condicionantes do 
projeto tais como tempo, orçamento, tecnologias e pessoal devem ser 
articuladas de modo a se permitir que haja espaço para iterações, ao longo do 
processo. 
Em relação à cocriação, Liedtka (2011, tradução nossa) afirma que se 
trata do “processo de engajamento de um consumidor potencial no 
desenvolvimento de novas ofertas de negócio” e que, entre outras ações, 
envolve a observação de como ele se relaciona com os protótipos e, por meio 
de iterações, permite o aprimoramento da solução. Liedtka e Ogilvie (2011c) 
também sugerem que a cocriação é um modo efetivo de redução de riscos, pois 
engaja o usuário no processo de design e ajuda a atender melhor às suas 
necessidades. 
 
 
20 
A cocriação pode acontecer também em etapas iniciais do design 
thinking, seja no momento da inspiração, quando o usuário expressa sua relação 
com o problema, seja no momento da ideação, quando ele apresenta sua 
perspectiva para a solução do problema. Nesse sentido, Tschimmel (2012) 
complementa que a abordagem centrada no ser humano, do design thinking, se 
realiza por meio de métodos participativos de cocriação que refletem uma 
mudança do design feito para o usuário para um design feito com o usuário. A 
autora sugere, inclusive, que essa abordagem afeta positivamente o processo 
criativo e a inovação. 
TROCANDO IDEIAS 
Anteriormente, nesta seção, você foi desafiado a identificar três 
problemas complexos brasileiros que poderiam ser abordados por meio do 
design thinking. Agora, que tal trocar ideias com seus colegas (via fórum on-line) 
e selecionar, entre os sete modelos de design thinking que apresentamos nesta 
aula, qual ou quais seriam passíveis de serem utilizados para lidar com aquele 
problema que você considera o mais complexo? Recomendamos, se possível, 
indicar a vantagem desse modelo, em relação aos demais. Por exemplo, um 
modelo de design explicitamente centrado no usuário talvez seja mais viável para 
lidar com problemas de saúde. 
NA PRÁTICA 
Para esta atividade, sugerimos que leia atentamente o artigo Design 
thinking: uma nova abordagem para inovação, de Bonini e Endo (S.d.), 
disponível em <http://www.rededeinovacao.org.br/LeiturasRecomendadas/Desi
gn%20Thinking%20Uma%20Nova%20Abordagem%20da%20Inovacao.pdf>. 
A seguir, reflita e responda às seguintes questões: 
1. É possível identificar um modelo de design thinking na leitura do artigo? 
Se sim, descreva as etapas apresentadas. 
2. Segundo os autores, como o design thinking impacta o processo de 
inovação? 
 
 
21 
FINALIZANDO 
Nesta segunda aula apresentamos a evolução do design thinking em 
termos históricos e alguns aspectos-chave para entendê-lo. Sete dos modelos 
de design thinking mais utilizados contemporaneamente foram introduzidos, bem 
como as etapas que evidenciam os seus processos. Também focamos nas 
ferramentas e técnicas utilizadas por design thinkers nas suas práticas 
cotidianas e apresentamos a iteração e a cocriação, que, juntamente com o 
design centrado no ser humano e a solução de problemas complexos por meio 
de abordagem criativa, configuram-se como alguns dos principais atributos do 
design thinking. 
Os conteúdos desta aula são fundamentais para que você possa 
compreender como o design thinking se processa e, em certa medida, são pré-
requisitos para você avançar para as aulas seguintes. Em caso de dúvidas, antes 
de seguir adiante, sugerimos rever os Temas 2, 3 e 4 relativos aos modelos, 
processos e ferramentas. Reiteramos que, para aprender como se dá a 
operacionalização de um modelo, é necessário ter muita clareza em relação aos 
elementos envolvidos no processo do design thinking. 
 
 
22 
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	Conversa inicial
	Contextualizando
	Trocando ideias
	Anteriormente, nesta seção, você foi desafiado a identificar três problemas complexos brasileiros que poderiam ser abordados por meio do design thinking. Agora, que tal trocar ideias com seus colegas (via fórum on-line) e selecionar, entre os sete mod...
	Na prática
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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